Para um relacionamento mais fraterno
Um relacionamento humano mais fraterno acontece
quando tomamos em conta, entre outras, as seguintes ponderações:
1.Amar
É uma lei humana, tão certa como a da gravidade:
para vivermos plenamente, precisamos aprender a usar as coisas e amar as
pessoas, e não amar as coisas e usar as pessoas.
2. Saber dar importância aos
outros
Deve-se dar importância aos
outros como pessoa e não como objeto. Eu dou importância ao outro, eu amo o
outro porque há nele um bem absoluto, objetivo. Posso até não concordar com sua
ação; o que ele faz pode ofuscar sua bondade objetiva; posso, então, rejeitar
seu comportamento, mas isso não me dá o direito de rejeitá-lo como pessoa. A
pessoa deve ser amada pelo que é, não pelo que faz e, inversamente, podemos
rejeitá-lo por aquilo que faz, mas nunca por aquilo que é.
3. Julgar
Talvez se devesse inserir
uma palavra sobre a diferença entre julgar uma pessoa e uma ação. Se vejo
alguém roubando o dinheiro de outra pessoa, posso julgar que essa ação é
moralmente errada, mas não posso julgar a pessoa. É tarefa de Deus, não
minha, ou seja, julgar a responsabilidade humana. Entretanto, se não pudéssemos
julgar uma ação como certa ou errada isso seria o fim de toda moralidade
objetiva. Não podemos concordar com a idéia de que não existem coisas erradas
ou certas, que tudo depende da maneira como você encara as coisas. Mas julgar a
responsabilidade do outro é brincar de Deus.
4. Ser compreendido e amado
É uma outra lei tão certa
como a da gravidade: aquele que é compreendido e amado crescerá como pessoa;
aquele que é rejeitado morrerá sozinho em sua cela de confinamento solidário.
Para compreender as pessoas
deve-se tentar escutar o que elas não estão dizendo, o que elas talvez nunca
venham a dizer.
5. Semear
Semear, plantar com fé, com
amor e esperança, sem a menor presunção de colher frutos das sementes
plantadas. Fomos enviados para semear e não para ceifar; para plantar e não para
colher. Hoje colhemos os frutos de sementes que outros plantaram e amanhã
outros colherão frutos de sementes que nós plantamos.
6. Ser generoso em elogiar
Saber elogiar é uma arte. É
preciso elogiar o que merece ser elogiado, isto é, aquilo em que o outro tem
algum mérito. Devemos ser cautelosos em criticar. Importa descobrir algum
motivo de elogio, naquilo que outros são e fazem.
7. Manter-se calmo e ser
paciente
Manter-se calmo, sereno, é
cultivar uma personalidade agradável. Ser sempre paciente, ter tempo para os
outros, sem demonstrar enfado ou cansaço. «A caridade é paciente»...
8. Ser severo com o erro
Ser severo com o erro, mas
extremamente indulgente com a pessoa que errou. O coração misericordioso atrai,
conquista e desperta no outro o desejo de recuperar-se.
Não ter medo de reconhecer o
próprio erro e voltar atrás. Errar e reconhecer o erro é conquista. Errar e
perseverar no erro é derrota.
9. Usar de bondade, mansidão
e perdão.
O que não se consegue com
excesso de bondade, muito menos com excesso de severidade. Amor, bondade,
perdão e mansidão poderão fazer com que o mau se torne bom e o bom se torne
cada vez melhor.
10. Cultivar a arte de dialogar
O melhor conselheiro
geralmente é aquele que melhor sabe escutar. Diálogo é intercâmbio, encontro de
pessoas. Ambas as pessoas devem fazer uso do direito de falar e cumprir a
obrigação de escutar. Trata-se de uma necessidade teológica para se conhecer as
várias manifestações da vontade de Deus antes de tomar uma decisão.
O diálogo é uma comunicação
que tem por finalidade o descobrimento de uma verdade importante para o
crescimento pessoal e a vida dos indivíduos que dialogam.
11. Evitar a contestação farisaica
É fácil contestar as
atitudes, criticar as idéias dos outros e condenar os erros que outros
praticam. É fácil cair na atitude farisaica de que o errado é sempre o outro.
Criticar os outros é uma maneira pouco decente de se elogiar a si mesmo. Se
cada um limpasse a rua diante da própria casa, a cidade toda estaria limpa. Se
cada qual corrigisse os próprios erros, a humanidade toda estaria em grande
progresso.
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