terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Para um relacionamento mais fraterno

Para um relacionamento mais fraterno

Um relacionamento humano mais fraterno acontece quando tomamos em conta, entre outras, as seguintes ponderações:

1.Amar
É uma lei humana, tão certa como a da gravidade: para vivermos plenamente, precisamos aprender a usar as coisas e amar as pessoas, e não amar as coisas e usar as pessoas.

2. Saber dar importância aos outros
Deve-se dar importância aos outros como pessoa e não como objeto. Eu dou importância ao outro, eu amo o outro porque há nele um bem absoluto, objetivo. Posso até não concordar com sua ação; o que ele faz pode ofuscar sua bondade objetiva; posso, então, rejeitar seu comportamento, mas isso não me dá o direito de rejeitá-lo como pessoa. A pessoa deve ser amada pelo que é, não pelo que faz e, inversamente, podemos rejeitá-lo por aquilo que faz, mas nunca por aquilo que é.

3. Julgar
Talvez se devesse inserir uma palavra sobre a diferença entre julgar uma pessoa e uma ação. Se vejo alguém roubando o dinheiro de outra pessoa, posso julgar que essa ação é moralmente errada, mas não posso julgar a pessoa. É tarefa de Deus, não minha, ou seja, julgar a responsabilidade humana. Entretanto, se não pudéssemos julgar uma ação como certa ou errada isso seria o fim de toda moralidade objetiva. Não podemos concordar com a idéia de que não existem coisas erradas ou certas, que tudo depende da maneira como você encara as coisas. Mas julgar a responsabilidade do outro é brincar de Deus.

4. Ser compreendido e amado
É uma outra lei tão certa como a da gravidade: aquele que é compreendido e amado crescerá como pessoa; aquele que é rejeitado morrerá sozinho em sua cela de confinamento solidário.
Para compreender as pessoas deve-se tentar escutar o que elas não estão dizendo, o que elas talvez nunca venham a dizer.

5. Semear
Semear, plantar com fé, com amor e esperança, sem a menor presunção de colher frutos das sementes plantadas. Fomos enviados para semear e não para ceifar; para plantar e não para colher. Hoje colhemos os frutos de sementes que outros plantaram e amanhã outros colherão frutos de sementes que nós plantamos.


6. Ser generoso em elogiar
Saber elogiar é uma arte. É preciso elogiar o que merece ser elogiado, isto é, aquilo em que o outro tem algum mérito. Devemos ser cautelosos em criticar. Importa descobrir algum motivo de elogio, naquilo que outros são e fazem.


7. Manter-se calmo e ser paciente
Manter-se calmo, sereno, é cultivar uma personalidade agradável. Ser sempre paciente, ter tempo para os outros, sem demonstrar enfado ou cansaço. «A caridade é paciente»...


8. Ser severo com o erro
Ser severo com o erro, mas extremamente indulgente com a pessoa que errou. O coração misericordioso atrai, conquista e desperta no outro o desejo de recuperar-se.
Não ter medo de reconhecer o próprio erro e voltar atrás. Errar e reconhecer o erro é conquista. Errar e perseverar no erro é derrota.

9. Usar de bondade, mansidão e perdão.
O que não se consegue com excesso de bondade, muito menos com excesso de severidade. Amor, bondade, perdão e mansidão poderão fazer com que o mau se torne bom e o bom se torne cada vez melhor.

10. Cultivar a arte de dialogar
O melhor conselheiro geralmente é aquele que melhor sabe escutar. Diálogo é intercâmbio, encontro de pessoas. Ambas as pessoas devem fazer uso do direito de falar e cumprir a obrigação de escutar. Trata-se de uma necessidade teológica para se conhecer as várias manifestações da vontade de Deus antes de tomar uma decisão.
O diálogo é uma comunicação que tem por finalidade o descobrimento de uma verdade importante para o crescimento pessoal e a vida dos indivíduos que dialogam.


11. Evitar a contestação farisaica

É fácil contestar as atitudes, criticar as idéias dos outros e condenar os erros que outros praticam. É fácil cair na atitude farisaica de que o errado é sempre o outro. Criticar os outros é uma maneira pouco decente de se elogiar a si mesmo. Se cada um limpasse a rua diante da própria casa, a cidade toda estaria limpa. Se cada qual corrigisse os próprios erros, a humanidade toda estaria em grande progresso.

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