Exercício 1
- Atividades complementares
Um ator
inicia um movimento qualquer e outros procuram descobrir qual é essa atividade,
para então realizarem as atividades complementares.
Exemplo: os
movimentos de um árbitro durante um jogo, complementado pelos jogadores
defensores e atacantes; um chofer de táxi complementado pelo passageiro; um
Pastor realizando um culto complementado por seus membros e pela congregação,
etc.
Sugestão
teatro evangélico
O lugar do
exagero
Durante os
ensaios o exagero pode ser útil para o ator e diretores e às vezes deve ser
incentivado, principalmente pelo diretor. O objetivo do exagero nos ensaios é o
de servir como um processo de clarificação da verdade. O diretor, às vezes,
pode ter uma perspectiva mais clara dos limites dos atores em relação aos seus
papéis. Para o ator, é útil quando unido a processos imaginativos de
improvisação.
É muito
importante saber que freqüentemente em papéis difíceis, uma expressão
verdadeira pode ser atingida através do exagero exarcebado. É o diretor que
decide: ele poderá sugerir que falem mais alto, façam movimentos floreados e
exagerem externamente todas as expressões emocionais. Quando o exagero é levado
a este ponto, é natural que várias realidades e relacionamentos do personagem
interpretado desapareçam, mas outros resultados úteis poderão ser acrescentados
ao produto acabado. Você saberá quanta energia deve usar durante a
representação, a dimensão de seus sentimentos, temperamento e imaginação. A
força da cena e possivelmente da peça dependerá disto.
É verdade
que qualquer coisa é legítima durante os ensaios; no entanto, o diretor não
deve cometer o erro de deixar que estes ensaios de representação exagerada
passem a fazer parte do ensaio normal. O contraste entre o ensaio normal e o
outro, usando o exagero, ajuda a resolver os problemas já existentes. É
interessante que atores experientes têm mais tendências a exagerar seus papéis
do que principiantes. Eles percebem que a atenção da platéia está
freqüentemente centrada nos aspectos mais emocionais de um papel e tentarão
obter esta atenção exagerando, se não conseguirem criar as verdades interiores
do seu papel que, por sua vez, produziriam emoções verdadeiras.
Teatro
Evangélico, "A arte teatral a serviço do Mestre".
Exercício 2
- Contar a mímica feita por outro
Um ator vai
ao palco e conta, em mímica, uma pequena história. Um segundo ator observa
enquanto que os outros três não podem ver. O segundo ator vai ao palco e
reproduz o que viu, enquanto os outros dois não vêm: só o terceiro. Vai o
terceiro e o quarto o observa, mas não o quinto. Vai o quaro e o quinto o
observa. Finalmente vai o quinto ator e reproduz o que viu fazer ao quarto.
Compara-se
depois o que fez o primeiro: em geral, o quinto já não tem nada mais a ver com
o primeiro. Depois, pede-se a cada um que diga em voz alta o que foi que
pretendeu mostrar com a sua mímica. Este exercício é divertidíssimo.
Variante:
cada ator que observa tenta corrigir aquilo que viu. Por exemplo: imagina que o
ator anterior estava tentando mostrar tal coisa, porém que o fazia mal -
dispõe-se então a fazer a mesma coisa, porém bem - eliminando os detalhes
inúteis e acentuando os mais importantes.
Sugestão
teatro evangélico
O Método
Com a
chegada do Teatro de Arte de Moscou sob a supervisão direta de Konstantin
Stanislavsky, este novo método de interpretação espalhou-se pelo mundo. Uma boa
parte dele permaneceu igual a como ele ensinava. Outra foi abandonada,
modificada ou ampliada para suprir necessidades de uma sociedade em mudança.
Mas, basicamente seu sistema tem sobrevivido intacto a quase todos os abusos
feitos. Até sua ênfase na realidade, na beleza da natureza, na dignidade da
vida foram criticadas como vulgaridades simplesmente porque a verdade foi
levada ao palco. Houve cultos professores universitários de teatro que
rejeitaram seus ensinamentos: instrutores, professores de teatro e outros que
deturparam e deformaram seus significados para satisfazer suas próprias
vontades. Atores também têm rejeitado Stanislavsky ao aderir a uma forma
exagerada de interpretação. Mas a verdade é uma adversária terrível porque a
natureza está do seu lado.
Muitos
atores negam que suas representações sejam exageradas porque tentam evitar seu
método. No entanto, não percebem que o esforço para ser eficiente ou agradar
facilmente, leva a um comportamento errado no palco. Isto é só um outro exemplo
da necessidade de autoconsciência.
Com esta
consciência, o ator percebe que o exagero e a grandiosidade são, na maioria dos
casos, erros.
Como nós
aprendemos com a experiência (e através do processo de eliminação), o próximo
problema que temos pela frente é exatamente o oposto, não deixando de ser outro
tipo de exagero: representar de forma atenuada, minimizando a realidade.
Os atores do
Método também se tornam vítimas deste defeito durante treinamento. Exagerar
qualquer coisa no palco tornou-se um pecado tão sério para os seguidores do
Método que muitas vezes somos obrigados a "nos contentar em ser
natural" ao invés de dar vazão às expressões, mesmo que elas estejam totalmente
em harmonia com a realidade da situação. Isto é tão errado quanto exagerar.
Portanto,
uma fala lida com naturalidade e simplicidade, está mais de acordo com a
realidade do que o risco de forçar uma emoção que pode soar falso. Os méritos
da verdade devem ser nossa meta. Nem mais, nem menos.
A forma de
representar que acabamos de discutir é chamada atuação exagerada, mas este
termo é contraditório em virtude da definição da representação para o ator
moderno. Representar é alcançar a realidade no palco, exagerar seria negá-la.
Representar de modo exagerado inclui a utilização de gestos e expressões vocais
convencionais. Se a vida interior do personagem está ausente, o ator acabará
recorrendo a tais clichês. O problema de exagerar é que o ator pode facilmente
convencer-se de que está "vivendo mesmo" o seu personagem.
Quando um
ator prepara seu papel corretamente, ele transforma-se naquele personagem no
palco. Claro que não deve deixar de ser ele mesmo, mas também é necessário que
deixe de ser como é para seus amigos e família.
Todo o seu
êxito na realização plena da sua caracterização reside na sua confiança, na
realidade da sua própria expressão pessoal individual em oposição aos tipos de
expressões clichês. O ator que conta com os dons naturais e com sua própria
individualidade é um artista criativo. Aquele que não for treinado a usar sua
expressão individual e não conseguir utilizar a si mesmo para ser o personagem
que está interpretando, está preso e limitado ao convencionalismo. A sua voz
raramente recorrerá a tons e modulações, ele vai sacudir os punhos, bater na
testa, mover os olhos de forma falsa, apertar os dentes, fazer caretas,
esbravejar, colocar a mão no coração, e recitar sem emoção. Imitar este estilo
convencional de representação que, infelizmente tornou-se quase uma tradição, é
ridículo. É certo que existem atores que freqüentemente exageram com perfeita
habilidade. E estes mesmos são os que sempre exclamam que os momentos primorosos
de pura criação e satisfação artística no teatro vieram daquelas raras vezes
que se sentiram "inspirados" no papel e pareciam "viver" o
personagem.
Seria muito
mais gratificante para os seus espíritos criativos como artistas se eles
pudessem treinar seus mecanismos para criar estes impulsos sempre!
O melhor que
um ator pode aprender com uma representação pouco inspirada é a certeza que,
quando ocorrem momentos de verdadeira inspiração na peça, todos os outros
momentos provavelmente foram falsos! Acredito firmemente que a natureza é uma
força insuperável que não pode ser eternamente reprimida, mas, em vez disto,
irromperá esporadicamente dando rédeas soltas à verdade, apesar de nossas
vulgaridades. Além disso, é um indício, em grande parte, de que nossa sociedade
não segue automaticamente as leis naturais, mas, ao contrário, tentamos e quase
sempre conseguimos reprimi-las ou mudá-las. O ator que desejar atingir um
talento artístico verdadeiro na sua profissão deve literalmente lutar pela
verdade de suas convicções por toda sua vida, tanto no palco quanto fora dele.
Ele não deve desistir até conseguir trazer ao palco o que todo ser humano
produz naturalmente na vida.
Teatro
Evangélico, "A arte teatral a serviço do Mestre".
Exercício 3
- Ilustrar um tema
Dá-se um
tema: prisão, por exemplo. Cada ator avança e sem que outros quatro o vejam faz
com o corpo a ilustração desse tema. Depois, cada um dos quatros vem, cada um
da sua vez, e faz a sua própria ilustração, diante dos companheiros que
observam.
Por exemplo:
o primeiro pode ilustrar o tema "prisão" ficando deitado, lendo;
outro, olhando por uma janela imaginária; um terceiro jogando cartas; um quarto
cozinhando; um quinto olhando com raiva para fora. Outro tema: Igreja. Pode um
fazer-se de Pastor, outro de obreiro, outro de noivo, outro de turista, etc.
Sugestões
Teatro Evangélico
Imitar ou
não imitar?
O problema
seguinte é o da imitação e a ênfase de certos hábitos que, por gerações, foram
a ruína de talentos criativos.
A imitação
pode ser dividida aproximadamente em três grupos: imitar um indivíduo que é um
produto da imaginação do ator; imitar uma pessoa real que o ator decide ser o
tipo de personagem que o seu papel exige; imitar as características e
maneirismos pessoais de outro ator.
A imitação é
uma antítese da originalidade e da criatividade. Não pode haver imitação no
palco e ao mesmo tempo presença da vida, da verdade, da realidade.
Normalmente,
um ator começa sua carreira imitando uma semelhança de um personagem ao invés
de tentar viver como uma pessoa real no palco. Isto acontece em virtude de uma
falta de compreensão, conhecimento e treinamento da sua parte. O ator que
depois se dedica a imitar seu comportamento de forma contrária à sua expressão
própria obtém os piores resultados. No entanto, se ele esboçar estas mesmas
imagens e passar a adaptá-las ao que é real na sua própria mente e meio, seu
personagem será muito mais vivo e expressará a realidade no palco. Isto trará
também originalidade e espírito criativo.
Talvez agora
o leitor queira saber por que o ator não pode copiar uma pessoa da vida real e
depois personificá-la no palco; por exemplo, alguém que ele conhece há anos e
que ele decide ser exatamente o tipo de personagem que o texto pede. A resposta
é sim, se ele não tentar primeiro obter o resultado final. O resultado final
neste caso seria uma imitação direta de uma pessoa que ele conhece na vida
real. Primeiro, ele deve dar-se conta de que ele nunca poderá ser realmente
aquela pessoa, mas em vez disto, poderá criar as mesmas qualidades da pessoa
que se aplicarão diretamente à sua caracterização. Para fazer isto, o ator tem
que usar seu próprio corpo e suas próprias emoções para expressar o personagem,
desse modo tornando-o real.
O que
acontece quando nós tentamos obter primeiro o resultado final, isto é, uma
imitação direta da pessoa real que conhecemos sem criar motivações para o seu
comportamento? Não é difícil imaginar os resultados, pois nós os vemos
freqüentemente. O personagem será uma caricatura mal desenhada, ao contrário de
uma bela peça de arte que poderia ser criada. Sua fala será mimética ao invés
de natural, seu modo de andar e movimentos, em geral, serão exagerados.
Em uma
caracterização biográfica de uma pessoa real cujos maneirismos pessoais todo
mundo conhece, muito pode depender da maquiagem. Ele deve deixar que o
personagem flua através de suas emoções e movimentos, sem tentar obrigar, seus
mecanismos a reagir a uma imagem ou um elemento estranho imposto por um clichê.
O terceiro
tipo de imitação que veio até nós através da história do teatro dramático é a
cópia ou imitação de outro ator. Este fenômeno singular quer conscientemente ou
inconscientemente, deve ser considerada uma negação total do objetivo do ator
na vida. Será que o seu objetivo não vai além de apenas "ganhar na vida?"
A arte, a criatividade e a expressão pessoal não entram em questão?
Através de
uma associação constante no palco com uma personalidade forte e atraente é
possível que algumas qualidades típicas de um ator sejam vistas em outro.
Algumas das qualidades podem ser boas, outras ruins. No entanto, o perigo está
na semelhança que é freqüentemente visível para o público. Alguns atores adotam
inconscientemente o estilo de outro, por causa de uma profunda admiração e
desejo de ser como ele. Outros copiam de propósito por razões mais mundanas,
como por exemplo, a publicidade e outras trivialidades. Muitas atrizes, na
década passada, vestiam-se, posavam e comportavam-se como Marilyn Monroe para
promover suas carreiras.
Teatro
Evangélico, "A arte teatral a serviço do Mestre".
Exercício 4
- Inter-relação de personagens
Este
exercício pode ou não ser mudo. Um ator inicia uma ação. Um segundo ator
aproxima-se e, através de ações físicas visíveis, relaciona-se com o primeiro
de acordo com o papel que escolhe: irmão, pai, tio, filho etc... O primeiro
ator deve procurar descobrir qual o papel e estabelecer a inter-relação.
Seguidamente, entra um terceiro ator que se relaciona com os dois primeiros,
depois um quarto e assim sucessivamente.
Sugestões
Teatro Evangélico
A Teatro
Evangélico se preocupa com principiantes
Tente
representar duas vezes mais depressa. Grande parte das representações peca pelo
seu ritmo lento, tornando-se bastante cansativa, apresse as falas que os
resultados irão melhorar, torne mais leve a movimentação e, sobretudo, cuide do
encadeamento seguro das réplicas.
Ao ensaiar,
leve um cronômetro e anote a duração dos quadros, cenas e atos, depois, no
próximo ensaio tente ganhar tempo.
Cuidado com
o mal de ambulatório, não fique balançando em cena, não mexa demais com os pés,
não se mova sem nenhuma razão. Não cubra seus colegas, nem se deixe cobrir.
Não olhe tão
freqüentemente para a platéia, que o público se dá conta disso, pode estar
certo. Não dirija todas as tiradas ao público, esta não é a melhor forma de se
fazer ouvir. Não pilherie no palco, nem nas coxias.
Não chame a
atenção quando seu colega está trabalhando. Não sabe o que fazer? Escute!
Escute o texto como se você o ouvisse pela primeira vez. Você verá que terá
muito que fazer.
Não se deixe
absorver por seus erros.
Teatro
Evangélico, "A arte teatral a serviço do Mestre".
Exercício 5
- Jogo das profissões
Os atores
escrevem num papelzinho uma profissão, ofício ou ocupação: operário
metalúrgico, dentista, Pastor, sargento, motorista, pugilista etc...
Misturam-se os papéis e cada ator tira um. Começam a improvisar a profissão que
lhes calhou sem falar dela, apenas mostrando a versão que têm dela. Após uns 15
minutos de improvisação (a cena passa-se na prisão depois de operação policial
de rua ou numa fila de ônibus, ou em qualquer outra parte) cada ator procura
descobrir a profissão dos demais: se acertar, sai do jogo aquele que foi
descoberto e ganham pontos os dois; se não, sai do jogo o que não acertou e
perde pontos o que não foi descoberto. Divirtam-se.
Teatro
Evangélico, "A arte teatral a serviço do Mestre".
Exercício 6
- O navio que parte
Procedimento:
Peça a seu parceiro que o observe realizar este exercício de mímica. Use a
máscara alternadamente.
Você precisa ir ao porto despedir-se de um amigo ou parente, que está de partida em um transatlântico. Seja específico quanto a sua relação com o viajante. Há uma grande multidão no cais em frente ao navio. Examine o navio e a multidão. Pouco a pouco, mistura-se à multidão, abrindo caminho por entre as pessoas imaginárias. Caminhe para o cais e observe a fila de passageiros no navio acima de você. Procure por seu amigo. Acene vagarosamente enquanto procura. De repente, você o encontra. A presença de seu amigo é confortadora. Acene mais rapidamente.
Você precisa ir ao porto despedir-se de um amigo ou parente, que está de partida em um transatlântico. Seja específico quanto a sua relação com o viajante. Há uma grande multidão no cais em frente ao navio. Examine o navio e a multidão. Pouco a pouco, mistura-se à multidão, abrindo caminho por entre as pessoas imaginárias. Caminhe para o cais e observe a fila de passageiros no navio acima de você. Procure por seu amigo. Acene vagarosamente enquanto procura. De repente, você o encontra. A presença de seu amigo é confortadora. Acene mais rapidamente.
Tente
desesperadamente atrair sua atenção. Continue acenando mesmo ao perceber que
você se enganou de pessoa. Continue a acenar, mas mude o ritmo a cada
transição. Inclina-se e examine a pessoa para quem você acenava. Em seguida,
endireite-se para obter uma distância visual dela. Admita que não se trata da
pessoa certa. Continue acenando, embora esteja envergonhado e com menos
esperança de encontrar seu amigo. Perceba que todos ao seu redor continuam
acenando. Tente manter as aparências acenando para qualquer um no navio, embora
ainda esteja procurando seu amigo.
De repente,
o navio entra em movimento. Por um momento, você entra em pânico ao perceber
que talvez não mais faça contato com seu amigo. Continue a acenar enquanto o
transatlântico zarpa vagarosamente e, por fim, desaparece no horizonte.
Tente usar o
corpo inteiro para demonstrar cada transição que fizer.
Decisões:
Discuta as perguntas a seguir com seu parceiro.
a) Todo o
seu corpo indicou quem era seu amigo?
Era um parente, sua mãe ou um amigo íntimo.
Era um parente, sua mãe ou um amigo íntimo.
b) Você
planejou bem a tarefa principal antes de iniciar o exercício ou seu parceiro
ficou frustrado?
c) Você criou
as pessoas na multidão com diferentes características de estatura, aparência e
personalidade, com qualidades reais humanas? Os seus gestos exprimiram que você
estava tentando passar pela multidão à força ou foi como se tivesse apenas
passeando? Lembre-se de manter os braços perto de si ou contra o corpo, assim
como faria no meio de uma multidão de verdade; não abra muito o braço, mesmo
quando estiver acenando. Uma atriz deve lembrar-se de proteger os seios ao
irromper-se pela multidão.
d) Você
lembrou-se de manter uma distância coerente do convés do navio? Aparentou estar
procurando seu amigo? Uma procura é sempre uniforme, nunca flexível ou
staccato.
e) Seu
parceiro acreditou que você pensou ter visto o amigo?
f) A postura
de seu corpo mudou ao perceber que você havia cometido um erro?
g) O que
aconteceu à sua linha pélvica ao tentar manter as aparências? Seu parceiro
notou alguma mudança orgânica em sua linha pélvica quando viu o navio
desatracar e quando, por fim, você desistiu da chance de despedir-se?
Sugestões:
Faça uma experiência com uma multidão de verdade. Vá a um cruzamento cheio de
pessoas e tente abrir caminho até a frente da multidão enquanto ela espera o
sinal abrir.
No caso de ser mulher, faça a seguinte mudança no exercício: represente uma jovem grávida de seis meses despedindo-se de seu marido marinheiro. Não esqueça de abrir espaço suficiente à medida que andar por entre a multidão.
No caso de ser mulher, faça a seguinte mudança no exercício: represente uma jovem grávida de seis meses despedindo-se de seu marido marinheiro. Não esqueça de abrir espaço suficiente à medida que andar por entre a multidão.
Teatro
Evangélico, "A arte teatral a serviço do Mestre".
Exercício 7
- Personagem em trânsito
Um ou mais
atores entram em cena e realizam certas ações para mostrar de onde vêm, o que
fazem e para onde vão. Os outros devem descobrir tudo isso apenas através das ações
físicas.
As ações
físicas podem ser: vêm da rua, estão numa sala de espera de um dentista e vão
tirar um dente; vêm do bar, estão no hall do hotel e vão subir ao quarto; saem
de suas casas pela manhã, estão no elevador e vão começar o seu trabalho num
escritório, etc.
Sugestões
Teatro Evangélico
Na primeira
leitura, a gente...
Conseqüentemente,
quando o ator consegue aquela chance para representar um trabalho, que
normalmente significa uma "leitura" ,é fácil compreender porque ele
fica mais ansioso ainda, já que normalmente ele só pode ler uma vez. Os
exercícios sobre relaxamento e concentração podem ser muito úteis durante
testes ou primeiras leituras. Neste caso, é muito importante que o relaxamento
dê credibilidade às suas emoções e que a concentração de segurança ao texto.
Durante a
primeira leitura, o ator deve buscar a verdade simples nas palavras do autor,
sem preocupar em "criar" o personagem. Em primeiro lugar, ele
normalmente tem um período de tempo mais curto (às vezes só meia hora, às vezes
menos), para dar uma lida no seu papel. A verdade simples e às vezes, uma pequena
faceta da personalidade do papel é o máximo que se pode obter com uma primeira
leitura.
É raro que o
ator consiga fazer bem a primeira leitura sem uma caracterização completa. No
entanto, às vezes um ator recebe um papel por ter feito exatamente isto, só que
o diretor descobre que o que viu é tudo que o ator é capaz de fazer
(normalmente de competência bastante afetada e artificial). Em outras palavras,
sua leitura era sua atuação final.
É
fundamental que a fala seja natural durante esta primeira leitura. Quando
conversamos com uma pessoa na vida real, nunca sabemos o que ela vai dizer.
Portanto, não sabemos como, ou o quê, vamos responder. No palco nós sabemos
quais serão as palavras da outra pessoa, e as nossas também. Por isto devemos
tentar falar com naturalidade.
Devemos,
nestas primeiras leituras, como nas representações ao vivo, assegurar a
comunicação com nosso parceiro. Deve-se falar com ele como se fala na vida
real. Você deve fazer com que ele o entenda, e com isto, será mais bem
compreendido.
Então, se na
vida real nosso diálogo não é planejado, não podemos antecipar nossas palavras
porque muito depende da fala da outra pessoa. Assim é que tem que ser no palco.
Devemos ter cuidado de não antecipar o que o nosso parceiro vai dizer mesmo que
saibamos suas falas. Fazer isto dá um verniz de artificialidade no qual a
platéia nunca acredita.
A
antecipação não é um problema que só existe na fala. Devemos ter cuidado com
ela em todas as fases da representação. Qualquer coisa a ver com o palco, ações
e movimentos, deve ser trabalhada conscientemente para que pareça nova e
espontânea a cada representação. É muito decepcionante ver um ator reagir ao
outro mecanicamente, de um modo que claramente foi ensaiado várias vezes, sem a
liberdade que temos na vida de ter comportamentos um pouco diferentes.
Teatro
Evangélico, "A arte teatral a serviço do Mestre".
Exercício 8
- Três tarefas
Faça uma
lista de atividades simples de executar, como: subir numa cadeira, deitar-se no
chão, bater com o livro no chão etc... Após fazer uma lista, você, ou seu
parceiro, deve posicionar-se no centro da área de trabalho. Em seguida, o
observador escolhe três atividades para que o ator represente como tarefa
inicial, central e final.
Tente
encontrar uma forma lógica de realizar as três tarefas. Você pode encadear
todos os três segmentos do exercício em uma única seqüência motivada, mas,
ainda assim, estará realizando três atividades distintas. Por exemplo, suponha
que você receba as três atividades citadas acima, na mesma ordem. Você pode
sentir-se atraído pelo objeto (livro) logo no início. Tente ler o livro.
Perceba que está muito escuro e acenda a luz. A luz não acende. Suba em uma
cadeira para verificar se a lâmpada esta frouxa. Atarraxe a lâmpada. A luz
acende! Deite-se no chão, embaixo da lâmpada. Perceba que ainda não esta claro
o suficiente e que você está forçando a vista. Fique nervoso e bata com o livro
no chão.
Todo o
objetivo do exercício passa por cinco etapas bem definidas, que podem ser seu
superobjetivo, seu objetivo comum, uma unidade ou um objetivo antigo. As cinco
etapas são: Enfoque; Determinação; Preparação; Ataque e Liberação. No caso de
unidades ou batidas, a liberação final geralmente o levará ao próximo enfoque.
Um indivíduo é atraído por um estímulo (Enfoque); decide fazer algo a respeito
(Determinação); reúne tudo o que precisa, incluindo coragem para lidar com o
problema (Preparação); faz aquilo que precisa fazer (Ataque); e relaxa para ver
o efeito de suas ações (Liberação), com a descrição dessas cinco etapas,
acabamos de resumir a chamada ação gestáltica.
Podemos
dizer que o enfoque complementa a Etapa da Atenção, na qual o locutor atrai o
público com seu material; a Determinação complementa a Etapa da necessidade, na
qual o locutor explica porque as pessoas com que fala devem participar da ação;
a Preparação complementa a Etapa dos Critérios, na qual o locutor define
possíveis soluções para o problema; o Ataque complementa a Etapa da Solução,
onde o locutor demonstra ao público que uma certa resposta conhecida por ele é
adequada às exigências de todos os critérios e resolverá o problema com o
mínimo de repercussão; e a liberação complementa o Impulso à atividade, no qual
o locutor instiga o público o máximo que pode e observa-o a fim de comprovar a
eficácia de suas incitações. Este sistema pode ser uma ferramenta útil para o
entendimento de uma cena complexa ou de uma atividade mais problemática. Se
alguém tentar aplicar este sistema cientificamente, pode acabar destruindo a
espontaneidade da ilusão criada pela primeira encenação de uma obra. Contudo,
se você utilizar o sistema com discrição, a etapa do enfoque pode ajudá-lo a
encontrar descobertas no decorrer do texto.
Teatro
Evangélico, "A arte teatral a serviço do Mestre
Nenhum comentário:
Postar um comentário