sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Material para improvisação teatral IV

454 – Um piquenique
Mal-humorados.
Uma família faz piquenique no campo. Dia lindo. Todos alegres e felizes. Ambiente festivo. Repentinamente, o tempo muda. Susto geral. Decepção pelo piquenique estragado. Mau humor. Má vontade. Brigas. Correria. Muita chuva. Finaliza com todos abrigados, porém, molhados até os ossos e agredindo-se mutuamente.

Bem-humorados.
Uma família, no campo, fazendo um piquenique.Semelhante ao tema acima. Apenas quando o tempo muda, todos procuram colaborar, Providências imediatas num clima de divertimento e alegria. Correria. A chuva aumenta. Final: todos abrigados, molhados até os ossos felizes por terem podido se refrescar com a mudança temperatura.

455 – Noite de natal
Num asilo, um grupo de crianças (7 ou 8) são mal tratadas pela diretora. Na noite de Natal. No meio, está armada uma árvore com enfeites e lindos embrulhos de presentes.Começa o tema, a megera chamando as crianças para festejarem, juntas, a data. Sujas e amedrontadas, vão chegando lentamente, se encostando pelas paredes. A princípio não acreditam no que vêem. Convidadas pela mulher, não resistem e se chegam, aos poucos. Fazem uma roda e cantam com timidez "Noite Feliz". Instigadas pela dona, lentamente vão se animando, Recebem ordem de abrirem os presentes. Admiram e se extasiam com os embrulhos. Abrem, Dentro de cada caixa bichos nojentos como: aranhas, lagartixas, sapos, etc. Espanto. Nojo. Horror. Revolta. A dona se diverte com a reação de cada criança. Ódio geral das asiladas. Cercam a mulher e terminam por matá-la.

456 – Inocência
Um bêbado entra num botequim para comprar cigarros. O dono do bar, de mãos para cima, está sendo assaltado por um marginal, sob a mira de um revólver. Os dois, admi­rados com a insistência do bêbado que parece nada per­ceber. Quer o maço de cigarro. insiste, grita. Tira o revól­ver do malfeitor e ameaça o dono do bar, exigindo seu cigar­ro. Os dois a tudo assistem paralisados. Finalmente, o bêbado entrega a arma ao dono do bar. Ofendido, retira o dinheiro do bolso~e joga no balcão. O assaltante aproveita e foge ame­drontado. O bêbado tira da prateleira seu cigarro, e, cam­baleando, resmungando, se retira, deixando o dono do bar boquiaberto, de revólver na mão.

457 – Coincidência
Uma senhora entra numa loja e pede determinada marca de colônia para homem. Era a marca predileta do marido. Chega uma segunda senhora. Pede o mesmo frasco. Era o último. Pequena discusão. A vendedora amável venda a primeira senhora. Manda enbrulhar para presente e procura ajudar a segunda mulher escolher outro presente. Esta opta por um objeto qualquer. Paga. Entrega o endereço para ser entregue. Tratava-se do mesmo senhor da primeira. A esposa perde a calma. Descomposturas, mútuas. A vendedora aflita não sabe que atitude tomar.

458 – Pelo sim pelo não
A mãe, sentada à mesa, aguarda o filho para jantar. Espera ansiosa. Irritação pelo atraso. O rapaz chega. Silen­ciosamente, senta-se em frente da mãe. Comem. Clima cons­trangedor. Mãe, dominadora, questiona o filho. As pergun­tas se sucedem. Ele responde ora sim, ora não. A irritação cresce. Ela quer conhecer sua vida intima. Reação lacônica do rapaz. Terminada a refeição, o filho levanta-se. Humilhado, pede-lhe 20 cruzeiros. Ela hesita, gozando a situação vexatória. Tira lentamente da bolsa a carteira recheiada de notas. Joga em cima da mesa duas notas de 5 cruzeiros e diz: "Uma pelos  sim , outra pelos "não". Õ filho pega, amassa o dinheiro e se retira de cabeça baixa. A mãe em completa solidão, soluça sobre a mesa, com o rosto entre as mãos.

459 – O grito
Um mendigo. aleijado e mal podendo articular as pala­vras, grita aos transeuntes pedindo esmola. Um sujeito passa correndo e grita para a platéia "gol"! Duas amigas, cochi­chando, passeiam. riem e dão um grito de alegria. De cada lado surgem um rapaz e uma moça. Numa exclamação, abraçam-se, rodopiando de contentamento pelo encontro. Toda a cena é presenciada pelo pobre que, entre um flash e outro, grita pedindo sua esmola.

460 – Incomunicabilidade
Quatro pessoas. ajoelhadas (2 de cada lado), jogam bola em câmara lenta. Ao fundo um personagem de costas. Lentamente, vira-se de frente para a platéia. Assiste ao jogo. Anima-se. Observa e aprecia a cena. Tenta participar. Não consegue. Os 4 o ignoram e continuam. contentes, jogando.
O rapaz tenta diversas vezes. Desesperado. se ajoelha e dáum grito inarticulado. Todos param. Curiosos, escutam como se fosse um ruido distante. Voltam ao jogo. O rapaz. deses­perado. se encolhe soluçando.


461 – A fotografia
Um jovem leva a namorada para conhecer sua família. Ao entrar ela descobre que já ,havia estado naquela casa, mas não se lembra como. nem quando. Todos amáveis e solícitos. Mostram o álbum de fotografias. Ela por associação de imagens. vai aos poucos se recordando. Envergonhada se recusa a contar e, repentinamente. se retira. Cabe à aluna. através do diálogo. deixar transparecer à família. a razão da fuga. O final, os alunos decidem como quiserem.

462 – Música subliminar
Uma festa com pessoas educadas. Alegria normal. Os donos da casa. como surpresa. anunciam uma música ori­ginal que haviam trazido de uma viagem recente. A música começa. Provoca nos convidados sensações e dese­jos recalcados. traduzidos por diversas reações. (Vontade de ser gato ladrão, conquistador barato, cobra, etc.). A duração da música é marcada pelo tambor. Quando termina. todos param. Ficam envergonhados e horrorizados por se encontrarem em posições e situações estranhíssimas. Des­culpas ridículas aos donos da casa. Estes se mostram escan­dalizados e chocados. Final: todos se retiram contrafeitos pela situação criada.


463 - Dúvida
Uma pessoa penetra numa casa para roubar. É a pri­meira vez que pratica tal ato. Dúvida. Receio. Medo. Remor­so. A casa está abandonada. Tudo contribui para dar um clima de suspense à ação. E noite. Fora, ouve-se o apito do guarda noturno. a luz do farol de um carro entrando pela janela. O ranger de uma tábua no chão, as badaladas do relógio aumentam a tensão. O aluno tentáídentificar os objetos. na escuridão (televisão. estatueta, jarro com flores, etc.). Admira-os. Decide qual vai roubar. Estende a mão para pegá-lo e ouve o objeto falar. E a voz da sua cons­ciência. E é o próprio aluno quem fala pelo objeto. Termina como quiser.

464 – No restaurante
Um casal de namorados entranum restaurante para jantar. Diante do ambiente luxuoso, o rapaz quer voltar atrás. E tímido e pobre. Desculpa-se dizendo não ter fome. Sofre ao ver os pratos e vinhos caros que a namorada pede e sofregamente devora. Sua, angustiado e padece. A moça. carinhosa e despreocupada está feliz. O garção atencioso insiste nos pratos mais caros. No final, já desesperado. pede a conta. A noiva ri e declara ser proprietária do restaurante. Alívio do namorado, que recupera. rapidamente. o bom humor e o apetite.

465 – O cubículo
Quatro prisioneiros são jogados num quarto. Não sabem o que lhes espera. De repente, de um cano começa a sair água. Vai enchendo a prisão. Os presos não podem se encos­tar nas paredes porque seriam eletrocutados. Aflição. A água continua a subir. Pânico. Horror. Certeza da sorte que os aguarda. Sensação de humidade, da resistência da água. da angústia. Pavor de morrerem afogados. Quando a água já está na altura da boca, cessa bruscamente de correr.Espanto. Dúvida. Alívio. E o nível da água começa a baixar. Alegria. Júbilo geral.

466 – A corda
Um  homem  aproxima-se  segurando , uma  cadeira. Coloca-a sob uma corda fictícia, pendurada do teto. Prepara o nó. De uma das laterais, surge uma mulher. Coloca-se de frente para a platéia. Fala: Este é meu marido. Ele me ama. Somos felizes... Na verdade, não somos não. Amo outro homem. Quero me divorciar, mas ele se recusa... Indo em direção ao homem, faz mímica de bater na porta. "Abra, Roberto, abra. Quero falar com você". O homem escuta, mas não responde. Sobe na cadeira. Continua a preparar a corda. A mulher desiste, vai para. o fundo do palco e aí fica, imóvel, braços cruzados.

Entram um rapaz e uma moça. Falam: "Somos filhos desse homem. Ele é bom pai." A moça (sozinha) fala:
"Bem... eu não gosto muito dele. Já desejei sua morte. Assim, entraria no seguro..." Vai para o fundo. Coloca-se ao lado da mãe. O rapaz confessa: "Eu... pensava que ele fosse bom pai. Agora quer que eu vá trabalhar e me cortou a mesada. Brigamos. Ele não fala mais comigo. Tenho ódio dele!" Junta-se aos outros. Entram, em seguida, o sócio, o secretário, etc. Todos o acusam. Finalmente. a irmã: "Es~e homem é meu irmão. Somos muito amigoS. Tem um coração de ouro. Pena ser bom demais. É um fraco." Bate na porta do banheiro. Chama pelo irmão. Este. desesperado coloca a corda no pescoço. A luz apaga. Ouve-se o barulho da cadeira derrubada, seguida do grito da irmã.


467 – Mistério

Cinco moças estão sozinhas na casa isolada. Estu­dam. Conversam. Uma se afasta, vai até o armário procurar qualquer coisa. Dá um grito. As outras, acodem. Está morta. Angustiadas, comentam a morte inexplicável da colega. Uma delas, necessitando apanhar qualquer objeto. sobe a escada. Ouve-se um grito. Morre mais uma misteriosamente. Novos comentários das outras. Observam a morta: estrangulamento. Outra, que se dirige à cozinha, morre depois de dar um grito. As duas últimas chegam à conclusão: "Não estamos sós. Há alguém aqui. Quem será? Alguém, invisível, as espreita para matar. Tensão. Angustia. Sentem a aproxi­mação de alguém. Voltam-se para ver quem é. Gritam. Caem mortas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário