sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Material para improvisão teatral II

Segue mais 20 situações e aproveitem.....

404 - Bombardeio
Os alunos estão parados numa estrada. Estão cansados. Uns estão sentados, outros deitados, um se encosta numa árvore, outro se apóia nos cotovelos... cada um gozando um descanso provisório. Ouve-se um ruido distante. Inquie­tação. "Mais um? Não há descanso!" O barulho diminui? Não aumenta, é um avião. Aumenta o medo. Terror. O avião se aproxima: atira! Os alunos se encolhem e se jogam ao chão... o avião se afasta. Será que voltará? Não, está acabado.

405 – A caneta milagrosa
Um estudante tenta, altas horas da noite, copiar alguns pontos de estudo, mas é vencido pelo sono. O tema se desen­volve na passagem do sono para o sonho. Quase adormecendo, ele vê a caneta pular de sua mão, e se transformar em qualquer coisa. Deixar à imaginação do aluno as diver­sas mutaçóes que sofrerá a caneta (cachorro, bola, borbo­leta, cobra, gatinho, flor, príncipe encantado, etc.). O difícildo tema é visualizar as transformações e conservar o clima ou a atmosfera do maravilhoso.


406 – Os pescadores
Três pessoas aguardam, na praia, a volta dos barcos que saíram para pescar. Uma grande tempestade assolara aquela região. Os personagens estão ansiosos e aflitos. Já é bastante tarde. O professor marca no tambor a aparição. no horizonte, de alguma vela. Os alunos se animam e aguar­dam. Numa segunda batida do tambor, os três personagens descobrem que só dois barcos regressam. A alegria se trans­forma em ansiedade. Qual será o barco que falta? A ter­ceira batida indica aos alunos qual o barco que não voltou. Dois deles sentem alívio, o terceiro se angustia. Depois da primeira alegria, os dois companheiros chegam a ele num gesto de solidariedade e consolo.

407 – O queijo fedorento
Num ônibus, viajam alguns passageiros. Estes, muito sérios e incomodados com o calor. Entra uma senhora comum embrulho. Toma o seu lugar. De repente começam a sentir um cheiro desagradável. Abrem as janelas, respiram forte se entreolham, examinam os sapatos. Finalmente localizam o mau cheiro, que vem do embrulho da senhora. Furiosos, os passageiros mais próximos dela, se afastam tapando ostensivamente o nariz. Esta, envergonhada se vê repudiada por todos, desce na primeira esquina. Os passageiros voltam aos seus lugares, felizes. Alegremente, respiram o ar da, manhã.


408 – O motorista maluco
Num ônibus (no mínimo seis passageiros), na primeira cadeira o chofer faz mímica de quem está guiando, usa freios, embreagem, buzina, etc. Ao mesmo tempo que emite sons de um ônibus em movimento. O motorista, por meio destes sons, que dá a velocidade do ônibus, com suas inúmeras freiadas, curvas, etc. O tema é feito num cres­cendo. O chofer grita contra os transeuntes, contra os pas­sageiros que reclamam, contra a vida, contra tudo (é um mal humorado); os passageiros cada vez mais apavorados, saco­lejando de um lado para outro, rezam, se benzem, protestam, podendo representar vários tipos. Finalmente o chofer malu­co lança o ônibus contra um caminhão e todos caem ao chão, derrubando as cadeiras. Machucados e infelizes eles se apro­ximam do motorista para um último protesto, mas já é tarde, ele está morto. Reações diversas.

409 – O robo
Depois de uma aula sobre computadores, alguns alunos mais travessos resolvem brincar com o robô. Pegam as fór­mulas do professor e começam a usá-las. Ex.: dois passos à direita e ligam uma chave, o robô obedece. Morrem de alegria. Levanta os braços, faz careta ou bota a língua para fora. Cada vez mais animados com a obediência do robô, eles vão dando ordens, exigindo sempre mais. De repente tudo começa a dar errado. O robô avança vagarosamente para os meninos, que não conseguem sair da sala. Pânico,gritos, correria.....


410 - Prisioneiros
Duas pessoas estão prisioneiras. Amarradas num cadeira, a sós, numa sala ao fundo de um corredor, aguardam serem fuziladas. No alto uma pequena abertura pe onde entra a luz do sol.
Os presos, aos poucos. vão sentindo medo, ao ouvirei o tiroteio lá fora. Num dado momento começam a sentir inutilidade do gesto revolucionário. Com a aproximação da morte, que certamente os espera, vêm também anseios pela libertação. Essa sensação lhes vem quando a luz penetra pela janela. Eles se fitam e se descobrem pela primeira vez como pessoas. Sentem que poderiam ter se entendido melhor e que. finalmente, não aproveitaram da vida o que ela poderia ter lhes dado.
Ouvem passos,se aproximando. Tensão. Medo. Os passos se afastam. Alívio. Novamente passos. Eles se entreolham com angústia. Desespero. A porta é violentamente aberta. Pânico. Os visitantes eram amigos que vinham libertar os prisioneiros. Alívio. Alegria.

411 – Doença contagiosa
Numa festa, várias pessoas conversam animadamente. Um convidado começa a espalhar, com discreção, que um dos presentes é portador de uma doença contagiosa. notícia se propaga. Fingindo que são educados, amáveis vão aos poucos se afastando, isolando o doente do círculo das conversas. A pessoa percebe que está sendo rejeitada. Debaixo de uma tremenda angústia. ela se retira, envergonhada.

412 – A fuga
O prisioneiro está só em cena, sentado num banquinho . Levanta-se e começa a andar na cela. Desanimado volta ao banco. Encolerizado, dirige-se para a porta.que tenta abrir, esmurrando-a. Acalma-se. O guarda aparece à direita e caminha em todos os sentidos. Depois avança em direção da cela, passa à sua frente e continua o cami­nho. O prisioneiro ouve os passos do guarda' e fica imóvel. O guarda volta ao ponto de partida e começa a ler o jornal. Durante um tempo os dois personagens permanecem cada um em sua posição, o guarda se mostra tranqüilo e satisfeito, o prisioneiro desanimado. Aparece ao fundo da cena, no centro, um terceiro personagem. Está na rua, ao lado do muro da prisão. Olha cautelosamente emvolta, depois se decide a subir o muro. A subida. No interior da prisão, avança com precaução. Percorre corredores e escadas, aproximando-se da cela. De repente vê o guarda. Recua lenta-mente, a fim de evitar o guarda, mas faz barulho e o guarda se volta. Um tempo. Os dois se medem com o olhar. Enga­finham-se. Lutam. O guarda é morto. O outro apanha as chaves e corre para a cela, percorrendo corredores, escadas, etc. O prisioneiro, que esteve imóvel durante esse tempo; ouve os passos de seu salvador. Levanta e escuta. O outro pára diante da porta, põe a chave na fechadura e abre. Grande alegria. Os dois fogem.

413- A hostilidade
Quatro pessoas se aquecem ao pé do fogo, em silêncio. Todos se gostam e se sentem felizes. Não há necessidade de troca de palavras. De repente, aproxima-se uma pessoa que é hostil ao grupo, devido a antecedentes desagradáveis acontecidos entre eles, e provocados pelo visitante, Cessa o relaxamento. Todos se sentem mal. O recém-chegado per­cebe que está sendo rejeitado e depois de algum vai embora.


414 – A descoberta
Duas pessoas, uma de cada lado, bem afastada uma da outra, estão completamente imóveis, como se fossem dois blocos de pedra. Lentamente como se tivessem recebido o sopro da vida começam a se movimentar primeiro as mãos numa descoberta do próprio corpo. Vão aos poucos se identificando pelo tato (sentindo o próprio corpo) pelo olfato (sentindo os odores do ambiente), a própria respiração a audição, e sobretudo pela descoberta das coisas, do meio ambiente, Sentem que podem se locomover e lentamente vão se movimentando. Apreciam a natureza que é linda. De repente um avista o outro, que é o espelho de si mesmo. Medo, espanto, curiosidade, deslumbramento, felicidade por não se encontrar só. Vão se aproximando lentamente até que as mãos se tocam.

415 – A Metamorfose
É um jogo de controle e domínio muscular.
Numa praça, está sentado um velho, curvado e enrije­cido. Só seus olhos têm vida. A seu lado um jovem, em todo vigor da mocidade, respira tranqúilo. O tema consiste na troca de identidades (físicas). À medida que o velho olha para o jovem, vai roubando-lhe a juventude, enquanto o jovem vai absorvendo a velhice do companheiro. A dificul­dade do tema é que essa transformação deve ser feita tãolentamente que o espectador não note as mudanças assim como acontece com a passagem das horas nos ponteiros do relógio. É preciso que o aluno possua enorme controle de músculos para mover seu corpo suavemente sem que se perceba quase nada, No final o jovem transforma-se no velho e vice-versa.

416 – A avareza e a inveja
Um velho avarento, dono de uma alfaiataria, conta o dinheiro, no fim de um dia de trabalho (a dificuldade para um jovem fazer a avareza é que este defeito. geralmente, se manifesta nos velhos e o papel de composição de um velho é dificil podendo cair na caricatura). A avareza, como a gula, ou qualquer outra paixão são vividas no palco de maneira semelhante. Respiração de gozo, que cresce à medi­da em que cresce a paixão é saciada e que nunca termina na mediada do desejo.
O avarento toma nota no caderno e conta a féria do dia. Sentado a alguns passos. o ajudante do alfaiate tece a sua inveja, enquanto termina uma costura. Ele sente o abismo que o separa do velho nojento. Pobre, mal pago. mal alimentado, infeliz. O patrão cheio de dinheiro e nada generoso. Sentimentos confusos começam a crescer na mente do aprendiz: raiva, desprezo, inveja e solidão. Ao apanhar a linha num armário, atrás do velho, seus olhares se cruzam, enquanto- o avarento procura. curvando-se sobre o dinheiro, escondê-lo. O ódio do rapaz cresce quando volta à sua banqueta. e ao pegar a tesoura para cortar a fazenda, tem uma privação de sentido, e, com fúria crescente, engendra um plano de acabar com a vida do patrão. Arfando e cheio de ódio, dirige-se de novo ao armário, para disfarçar e, rapi­damente, mata o avarento pelas costas.

417 – A árvore brincalhona
Uma árvore num jardim público. costumava abrigar todas as manhãs, um estudante. Nesse dia ela resolve brin­car com ele. Quando o estudante chega e abre o livro, coisas estranhas começam a acontecer. Peteleco na cabeça. O aluno pensa que é passarinho, espia a árvore e fica desconfiado. Depois recebe um beliscão na orelha. Logo a árvore muda de lugar, e vai inventando outras brincadeiras enquanto cresce o medo do aluno que procura, não vê ninguém, acaba fugindo apavorado. achando que alguma coisa não está certa.

 418 – A espera
Vários alunos esperam na sala da diretora do colégio­os resultados dos exames. Estão desanimados porque acham que não passaram de ano. Um colega maldoso, chega e dizque todos foram reprovados. Tristeza geral. Choro e desanimo. Finalmente os resultados com as boas notas. Alegria geral.

419 – O enforcado
Um grupo de pessoas (5 ou 6), habitantes de uma pequena cidade acordara no meio da noite com gritos na rua. O tema começa quando esses personagens se encon­tram caminhando pelas vielas da cidade, curiosos, ansiosos, por causa do acontecimento que ainda desconhecem. O tam­bor deve marcar o ritmo apressado das batidas do coração. Receio. Medo. Depois dão duas voltas para dar a impres­são de distância. O tambor bate forte e os personagens param no meio da cena olhando ao mesmo tempo um ponto fixado pelo professor fora de cena. Sensação de angústia e pavor. Ao longe, o grupo avista um menino, filho de um dos moradores, enforcado na torre da igreja. Respiração presa. mistura de curiosidade e horror. O tambor bate vaga­rosamente, significando que tudo não passava de uma brin­cadeira de mau gosto do garoto. Ele tira a corda do pescoço (o garoto imaginário naturalmente), e ri para a multidão em baixo. Reação diversas dos personagens. Primeiro sur­presa. segundo desapontamento por terem sido enganados. terceiro alívio, quarto raiva.

420 – A vingança
Uma moça, ou um rapaz. acabando de desligar o tele­fone se sente infeliz, angustiado. Depois de terrível discussão, o namoro acabou. O personagem passeia pela cena, infeliz, rejeitado. solitário. Tocam a campainha. É um mensageiro com um embrulho e um cartão. Sensação de surpresa. O cartão é do amado. Cheia de alegria e de esperança, começa a abrir o presente. Terrível surpresa. Dentro de uma caixa ricamente embrulhada uma nojenta barata morta. É a vin­gança do namorado. Raiva. Medo. Desespero.


421 – O ladrão e o detetive
Este é  um tema de ritmo quase cinematográfico. Passa pela cena de um ladrão com uma bolsa debaixo do braço. Sente-se, pelo andar e pela falta de naturalidade, que está fugindo de alguma coisa. Quando ele desaparece da cena, surge o detetive também, fingindo naturalidade, mas de olho no ladrão. O jogo continua num crescendo, cada vez que um passa pela cena, sempre sozinho, sente-se a perseguição. O ladrão já, obviamente, fugindo e o detetive perseguindo, cada vez mais rapidamente. É preciso que eles nunca sejam vistos ao mesmo tempo em cena para dar a impressão que caminham por diversas ruas da cidade, Depois de umas cin­co voltas, o ladrão entra em pânico, pára no meio da cena, ofegante, apavorado, esperando seu perseguidor que chega também arquejando. Num gesto de desespero o ladrão joga a bolsa ao chão e grita: "Eu me entrego, não agúento mais".

422 – Os relógios
Um relojoeiro usurário esconde sua coleção de relógios no sótão. Toda noite, sozinho, ele sobe, lubrifica, dá corda e aprecia sua coleção. Cada relógio tem uma caracteristica própria. Um é cuco, outro dançarino, etc. fazem movimentos e sons dos mais variados. Como eram relógios para serem vistos em museus ou grandes salões, eles se revoltam por viverem prisioneiros. Planejam destruir o velho que é causa de tudo. Na próxima subida (segunda vez), depois que o velho dá corda e começa a apreciar os movimentos e os sons, vagarosamente, vão se aproximando dele, sempre guar­dando as características de relógio. (Ex.: o relógio que tem um martelo, usa-o como arma). O velho tenta escapar ao cerco, mas é por fim destruído pela fúria dos relógios.

423 -  O pavão o ratinho e o leão
Um homem muito humilde e solitário, sentava-se todos os domingos no banco de uma praça. Não tendo dinheiro para nenhuma diversão, ali ficava, tristemente, apreciando o movimento da rua. Sente-se como um ratinho, pequeno, feio e desprezado. Vem vindo pela praça uma criatura vaidosa e cheia de si, sempre à procura de quem lhe elogie as qua­lidades físicas. É o pavão. Ao ver o ratinho, sente logo que terá uma platéia excelente para contar suas vantagens. O ratinho ao ver tal beldade, fica boquiaberto de admiração. O pavão cada vez mais vaidoso (tema mudo), respirando a admiração e aprovação do companheiro, não cabe em si de satisfação. Exibe seus dotes (cabelos, cauda, relógios, etc.), começa a comparar sua grandeza à pequenez do ratinho, que cada vez mais humilhado, mas sempre admirando o outro, se encolhe no banco. Para equilibrar a situação aparece na praça o leão. Personagem forte, ao deparar com a cena, coloca as coisas em seus devidos lugares, isto é, faz ver ao pavão que ele no fundo não é diferente do rati­nho e que cada um tem suas qualidades e defeitos. O pavão, sentindo que o público mudou, retira-se envergonhado. O ratinho, com um olhar agradecido, sorri para o leão.

424 – Os cegos

Três cegos que não podem falar, atravessam a cena. Um deles vai à frente, andando e tateando com um bastão. Os outros o seguem apoiados um no ombro do outro. De repente, o da frente deixa cair o bastão e começa ansiosa­mente a procurá-lo. Ao fazê-lo, os três se soltam, e não conseguem se encontrar de novo. Aflição. Procuram se achar, fazendo movimentos com os braços, batendo nos obstáculos, cruzam-se sem conseguir se tocar, até que o da frente acha o bastão. Levanta-se para prosseguir, ainda procurando os companheiros. Encontra um deles. Ação de reconhecimento. Alegria. Seguem o caminho, deixando o terceiro desesperado, entregue à sua própria sorte. Ou, então, não conseguem mais se encontrar, os braços sempre esten­didos para a frente, as mãos tremendo, esperando encontrar seus companheiros de infortúnio, partem em três direções diferentes e desaparecem. Se este exercício for bem executa­do, se os alunos chegarem a dar impressão de que são

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