EXERCÍCIOS DE IMPROVISAÇÃO
POETA/TRADUTOR
Esta peça é
interpretada diretamente para o público. Um dos atores recita um poema
original, uma fala de cada vez, em "gromelot", mas como se estivesse
falando a língua de um país estrangeiro específico. O outro ator, dividindo o
palco com o poeta, traduz cada fala para o público. O tradutor deve também
falar com o sotaque, adequado do país se assim desejar. Enquanto alternam a
fala, a tradução deve refletir a interpretação dramática do poeta, o qual, por
sua vez, deve recomeçar a história do ponto onde o tradutor para. Este
exercício traz para os participantes o benefício de audição e do trabalho para
construir o poema.
Antes de
começar, pegue uma sugestão de uma Primeira fala para um poema original. Se
você tem habilidade em sotaques, pode também pedir uma sugestão de um país
estrangeiro. Se não, escolha um sotaque com o qual esteja familiarizado. O
tradutor pode escolher um local para recitação do poema e começar a
apresentação apresentando-se a si mesmo e ao poeta.
LEGENDAS
(4 ATORES)
Este é
similar ao do Poeta/Tradutor, mas envolve 4 atores. Dois deles interpretam
personagens de um filme em língua estrangeira (falando em gíria). Os outros
dois, mantendo-se a distancia do palco, fornecem legendas verbais que traduzem
o filme para o português diante do público. Aqui, ouvir é de suma importância,
já que ajuda a criar uma história impedir que as pessoas falem uma da outra.
Tenha em mente que cada fala em gíria deve ser traduzida 'antes dor fala
seguinte ser interpretada.
DUBLAGEM
(4 ATORES)
Este
exercício tem a mesma organização das Legendas, só que desta vez os personagens
no palco simplesmente movem os lábios para simular que estão falando. Os atores
que estão fora do palco fornecem as vozes, atuando para sincronizar o diálogo
com o movimento das bocas dos colegas. Os atores que atuam no palco podem
orientar os dubladores colaborando com atividades físicas o expressões faciais
apontando diálogos adequados ou "apropriadamente" inadequados.
RESTAURANTE ESTRANGEIRO
(3 OU 4 ATORES)
Esta cena é
designada para permitir que os atores exercitem seus sotaques e utilizem
palavras e diálogos próprios daquele sotaque. O cenário é um restaurante no
qual é servido algum tipo de comida típica. Os fregueses podem ser brasileiros,
mas a equipe do restaurante é composta de pessoas de origem étnica selecionada.
Os membros da equipe podem ser garçons, cozinheiros ou mártires. Se os atores
forem hábeis em falar dialetos, deixe que o público escolha o tipo de
restaurante. Esta cena leva em conta a prática em interpretar personagens, a
utilização de entradas e saídas e o uso de dialetos.
CENA DUPLA
(4 ATORES)
O palco é
dividido em 2 áreas de modo que 2 cenas possam acontecer ao mesmo tempo. As 2
cenas devem estar relacionadas uma à outra e devem alternar-se na tomada de
foco. Um exemplo deste arranjo é um baile de estudantes de ginásio. A área do
palco é dividida em um banheiro masculino de um lado e um banheiro feminino do
outro. No dos homens, dois rapazes conversam sobre seus encontros enquanto no
outro banheiro, as garotas falam sobre os rapazes. Embora os atores e o público
ouçam realmente o que está sendo dito em ambos os banheiros, os personagens não
ouvem. O humor vem do uso da informação que, supostamente, você não ouve para
influenciar o que você diz. Pode-se comentar o que está sendo dito na outra
cena sem realmente admitir que ouviu.
MARCA DE ESTILO
(2 A 5 ATORES E APONTADOR)
Neste
exercício, é seguramente útil estar familiarizado com o teatro propriamente
dito, com os dramaturgos e suas obras e com os estilos teatrais. O líder do
grupo experimental ou um membro da platéia sugere um problema familiar pequeno
e rotineiro tal como decidir de quem é a vez de levar o lixo para fora. Comece
a representar a cena até que o apontador congele a ação a fim de anunciar um
estilo teatral ou o nome de um dramaturgo, tais como melodramas, Kabuki,
Commedia dell'arte, Arthur Miller, Ionesco ou Shakespeare. Continue a
representar a cena nesse estilo ou do modo como um determinado dramaturgo a
teria escrito (Nelson Rodrigues, por exemplo. N.E.). Ao prosseguir com a ação
no estilo desse dramaturgo, procure evitar o uso de diálogos reais contidos em
uma de suas peças ou mesmo a incorporação de um dos seus enredos. Ao invés,
tente captar o sabor e o estilo de sua escrita e adaptá-lo ao enredo que está
sendo desenvolvido em sua cena. Você pode compilar uma lista de estilos
teatrais e dramaturgos antes da cena ou virar-se para as pessoas da platéia cada
vez que disser "congele!", pedindo a elas que dêem uma sugestão. Todo
o exercício deve ser feito pelo mesmo grupo de atores, sendo que alguns deles
podem fazer entradas e saídas quando forem adequadas ao enredo.
QUEM SOU EU?
(EXERCÍCIO DE GRUPO)
Um dos
participantes deixa o ambiente e, ao voltar, deve adivinhar que pessoa famosa
os outros decidiram que ele é. O exercício é feito em forma de cena, mas o
improvisador que deixou a sala não sabe que personagem está interpretando.
Nessa hora, aparecem as dicas sobre como os outros se referem a ele na cena.
Evidentemente, eles não podem dizer o nome dele ou fazer qualquer referência
direta sobre quem ele é. Se aquele que tenta adivinhar, tiver idéia sobre que
pessoa ele é, começar a adotar o modo de agir característico daquela pessoa e
dizer as mesmas coisas que ela diria. Se ficar evidente que está enganado, ele
deve atuar como espectador e ouvir um, pouco mais até ter outra idéia sobre
quem pode ser. Continue sempre em forma de uma cena. Evite fazer perguntas como
"Eu derrubei uma cerejeira?" ou "Sou eu George Washington?"
(ou similares racionais). Comece com ou um ou dois atores e com aquele que
tenta adivinhar. Outros podem entrar em cena se tiverem idéias para pistas, mas
devem sair logo que tiverem cumprido seu propósito, de modo a não haver muitas
pessoas no palco. Ao mesmo tempo, este exercício é bom para desenvolver a
representação de um personagem.
O PROVÉRBIO SOU EU
(EXERCÍCIO EM GRUPO)
Eu sei que o
nome não faz sentido, mas é isso o que eu tenho ouvido durante anos. Sendo uma
variação do exercício Quem Sou Eu? O Provérbio Sou Eu desafia o ator a
adivinhar e usar uma expressão comum ou aforismo, como "A grama do vizinho
é sempre mais verde", que os outros escolheram enquanto ele saiu do ambiente.
Interpretado em forma de cena, o local deve refletir o significado da
expressão. Por exemplo, se a expressão for "A grama do vizinho...", a
cena deve ser sobre inveja (ou ciúme). As pistas devem vir através do tema clã
cena de modo a levar o ator que adivinha a dizer a expressão naturalmente no
contexto do que está acontecendo à sua volta. Inicie a cena com outro ator além
daquele que está adivinhando, para que depois outros possam entrar e sair e dar
pistas subseqüentes. A cena termina quando o ator que está adivinhando utiliza
a expressão como parte de seu diálogo.
FALA OCULTA
(2 ATORES)
Cada ator do
grupo pega um pedaço de papel no qual escreve uma fala simples do diálogo,
jogando-a depois dentro de um chapéu. Antes de iniciar a cena, um dos atores
pega uma das falas que está no chapéu, devendo incorporá-la à mesma. Ele deve
construir o enredo da cena de modo que a fala do diálogo se encaixe na história
sem emendas. De fato, deve ser difícil para o público adivinhar qual era a fala
oculta de diálogo. O outro ator, mesmo não sabendo o conteúdo da fala oculta,
deve atuar em conjunto com o colega a fim de criar a história na direção para a
qual ele a estiver conduzindo. Para tomar este exercício mais desafiador, mande
ambos os atores pegarem um pedaço de papel e atuarem juntos no sentido de
ajudar um ao outro a emitir discretamente suas falas.
CENA PARA TITULO DE CANÇÃO
(2 A 4 ATORES)
Dividam-se
em grupos de 2 a 4 atores. Cada grupo escolhe uma canção bem conhecida e cria
uma cena que reflita o significado de seu título. Evite usar o título ao pé da
letra. Use-o como um tema para a cena. Por exemplo, se o título for "I
left My Heart in San Francisco", a cena deve ser sobre alguém que esteja
vivendo uma relação a longa distância ao invés de ser sobre um doador de órgãos.(*)
Os demais membros dos grupos pode adivinhar cada título quando a cena estiver
concluída.
(*)Optamos
por manter o exemplo em inglês "Deixei meu Coração em São Francisco"
- apenas por uma questão de fidelidade ao texto.
ALTER EGO
(4 ATORES)
Neste exercício,
que tem estrutura semelhante ao das Legendas, 2 atores estão no palco enquanto
2 outros permanecem fora dele. Os primeiros criam uma cena juntos, mas após
cada fala do diálogo, a voz de um dos atores que está fora do palco diz
simultaneamente o que o personagem está realmente pensando. Aqui, dar e receber
é um elemento integral, como o é a capacidade de ouvir. A mesma técnica
utilizada no exercício da Cena Dupla se faz neste. Os atores no palco,
sabedores do que seus alter egos estão dizendo, podem utilizar a informação
para influenciar o modo como seus personagens comportam-se e reagem um ao
outro.
UMA PALAVRA DE CADA VEZ
(2 ATORES)
Este
exercício mostra a quantidade de informações que uma só palavra pode conter.
Uma vez que um personagem proferiu uma determinada palavra, não poderá fazê-lo
de novo até que o outro personagem tenha falado. A cena prossegue com l palavra
de cada vez. É um exercício de economia de diálogos. Um erro comum dos
improvisadores é a tendência que eles têm de falar demais em uma cena, dizendo
mais coisas do que é necessário. É também uma lição para que se utilizem ações
em uma cena ao invés de confiar que o diálogo a conduza. A cena pode basear-se
em uma premissa simples dada pelo diretor do grupo ou pelo público.
UMA FRASE DE CADA VEZ
(2 ATORES)
Esta cena
tem as mesmas regras e arranjo do exercício anterior, só que os atores podem
usar apenas 1 frase de cada vez. Para não frustrar o propósito deste exercício,
alterne as falas de modo que os atores não possam proferir duas frases ao mesmo
tempo.
SEM PERGUNTAS
(2 ATORES)
Esta é uma
cena na qual tomam parte 2 pessoas, tendo como única restrição a não formulação
de perguntas. O propósito é fazer com que os atores se acostumem a acrescentar
informações, a expandir a cena e a fazer suposições, ao invés de lançar sobre
os ombros do outro ator o fardo de expandir a cena fazendo-lhe perguntas. A
cena pode basear-se numa premissa simples dada pelo diretor do grupo ou pelo
público.
TRANSFORMAÇÃO
(2 ATORES)
Este
exercício é de difícil realização e difícil explicação. É mais ou menos como
realizar seis deixas consecutivas com os mesmos 2 atores sem congelar a ação.
Escolha ocupações de abertura e de conclusão para ambos os atores. Eles começam
a cena, cada um desempenhando sua ocupação inicial. Então, é a medida que a
cena prossegue, eles se transformarão através de uma série de papéis ou
ocupações diferentes até a conclusão da cena, quando os atores chegarem às suas
ocupações de conclusão. As transições podem ser indicadas através de mudanças
corporais ou vocais. Por exemplo, um dos atores pode ser um entregador de
pizzas segurando com as duas mãos uma pizza de tamanho grande. Ele pode então
transformar aquela posição corporal tomando-se um médico e estendendo as mãos
como se elas tivessem sido escovadas. Nesse caso, o outro ator pode, de
imediato, tornar-se um enfermeiro e começar a ajustar luvas de borracha nas
mãos.
Este é um
exercício feito para um ator seguir o outro. Quando um deles faz uma transição
para um novo personagem ou ocupação, o outro vem depois e se torna um
personagem semelhante. Não existe um enredo contínuo. Qualquer um dos atores
pode mudar de personagem ou ocupação em qualquer tempo combinado. Portanto,
ambos devem estar flexíveis e prontos para mudanças bruscas. Faça um total de
cinco ou seis mudanças.
CENA DE COMEÇO TARDIO
(2 ATORES)
2 atores
sobem ao palco sem idéias preconcebidas - sem locais nem personagem e com as
mentes em branco. Então, sem pressa, deixam que a cena se desenvolva. Se os
minutos passaram sem nenhum diálogo, tudo bem. Por fim, um dos atores se
sentirá como que estando em algum lugar por alguma razão e começa a relatar
esta informação ao outro ator. Esse outro ator deve então se adaptar de acordo,
e juntos criam a cena. Este exercício encoraja os atores a sentirem-se à
vontade para participar da cena de maneira totalmente aberta, a fim de ver o
que pode vir a acontecer. Isso também os ajuda a serem capazes de se ajustar a
qualquer informação que se desenvolva.
RASHOMON
(3 ATORES)
Neste exercício,
a mesma cena básica é repetida 3 vezes consecutivas, uma vez a partir do ponto
de vista de cada personagem. Em cada variação, um dos personagens é a figura
dominante enquanto os outros interpretam papéis secundários na cena. Baseado no
filme Rashomon, de Akira Kurosawa, aborda como diferentes personagens vêem o
mesmo acontecimento.
PEÇA OPCIONAL (VOCÊ DECIDE)
(2 ATORES E UM APONTADOR)
Uma sugestão
de um relacionamento entre 2 atores é aproveitada. Uma vez que esse
relacionamento e uma locação tenham sido estabelecidos, o apontador
"congela" a ação periodicamente a fim de fazer perguntas específicas
aos espectadores sobre o que eles gostariam que acontecesse depois. Os atores
então integram cada idéia nova no sentido de expandir a ação da cena. Por
exemplo, se o relacionamento é entre professor e aluno e a cena se desenvolve
na sala de aula após as horas regulares na escola, o apontador poderá
perguntar, "Por que o professor manteve o aluno na escola depois da
hora?" ou "Este aluno tem um segredo; qual é?" Continue até que
a cena se esgote.
LANÇANDO UMA IDÉIA
(3 OU 4 ATORES)
Este
exercício é para criar uma idéia em conjunto. O elenco da cena é algum tipo de
equipe criativa, como um grupo de executivos de vendas, desenhistas de
automóveis ou produtores de filmes. Eles têm que criar um tipo de produto e
construir uma campanha de publicidade em torno dele. Não deve haver negação, já
que cada ator acrescenta coisas novas às idéias dos outros.
COMPOR UMA CANÇÃO
(1 OU MAIS ATORES E 1 MÚSICO)
Improvise uma
canção, baseada num estilo musical e num título original ou numa primeira fala
dada pelo público ou pelo diretor do grupo. O cantor e o músico devem trabalhar
em conjunto, acompanhando um ao outro a fim de criar uma melodia e uma
estrutura para a canção. Para se adquirir habilidade neste exercício, é
necessário muita prática.
AUDIÇÃO
(4 OU 5 ATORES, INCLUINDO UM DIRETOR)
Escolha uma
situação teatral que requeira uma audição. Pode ser para um musical ou uma
peça. Pode ser também por uma companhia teatral local, para uma produção na
Broadway, ou mesmo para escolha do elenco de uma novela. Um dos atores é
designado como diretor e fica responsável pela preparação do ambiente para o
público. Cada um que faz a audição se apresenta, fornece suas credenciais e
apresenta algum tipo de audição para o papel ao qual ele se adéqua. Os que
fazem a audição podem executar um monólogo, cantar uma canção, dançar ou bancar
o bobo - qualquer coisa que demonstre seu talento. Quer o personagem seja
realmente talentoso ou não, ele sempre deve dar a máximo de si ao fazer a
audição.
LIVRO DE RITMOS
(3 OU 4 ATORES E 1 MAESTRO)
Neste
exercício cada ator escolhe um escritor bem conhecido e, quando apontado pelo
maestro, conta uma história no estilo daquele escritor. Lembre-se de não
repetir nem sobrepor-se ao diálogo do ator que falou antes. A platéia ou
diretor do grupo pode sugerir uma primeira fala original para começar. Para
tornar o exercício mais desafiador, deixe que a platéia sugira quais os
escritores a serem utilizados.
(Extraído de Improv Comedy, Samuel Freneh ed., CA. 1991. Traduzido por
Jorge Mauricio de Abreu. Colaboração do Curso de Tradução do Departamento de
Letras da PUC-Rio). In Cadernos de Teatro nº 135 (out. nov. dez. de 1993) p. 07
a 12.
APAGAMENTO MOMENTÂNEO DAS LUZES
(2 ATORES E UM APONTADOR)
Este exercício consiste de uma série de
mini-cenas. Cada cena começa no escuro com 2 atores que não têm nenhuma idéia
preconcebida de quem são ou onde estão. O apontador anuncia uma locação - tal
como uma loja de móveis, um playground ou uma academia de ginástica - e as
luzes se acendem no palco. Tão rápido quanto possível, os dois atores devem
estabelecer quem são e o que está acontecendo entre eles. Termine a cena
obscurecendo parcialmente as luzes em um minuto, esteja ela concluída ou não.
Cada grupo de dois atores pode fazer três cenas consecutivas.
AUDIÇÃO
(4 OU 5 ATORES, INCLUINDO UM DIRETOR)
Escolha uma situação teatral que requeira
uma audição. Pode ser para um musical ou uma peça. Pode ser também por uma
companhia teatral local, para uma produção na Broadway, ou mesmo para escolha
do elenco de uma novela. Um dos atores é designado como diretor e fica
responsável pela preparação do ambiente para o público. Cada um que faz a
audição se apresenta, fornece suas credenciais e apresenta algum tipo de
audição para o papel ao qual ele se adéqua. Os que fazem a audição podem
executar um monólogo, cantar uma canção, dançar ou bancar o bobo - qualquer
coisa que demonstre seu talento. Quer o personagem seja realmente talentoso ou
não, ele sempre deve dar a máximo de si ao fazer a audição.
LIVRO DE CENAS TEATRAIS
(2 ATORES)
Este exercício requer um livro de cenas de
peças, tal como Great Scenes From The World Theater. Um ator lê o diálogo de um
personagem, tirado de uma cena de uma peça. O outro ator improvisa o diálogo
para combinar com a mesma, criando assim uma cena inteiramente nova. Uma
profissão é escolhida para o improvisador a fim de que o mesmo tenha um
personagem para interpretar. Enquanto o ator com o texto começa a se apresentar
no palco, o ator da improvisação entra e diz a primeira fala. Por exemplo, se a
profissão é a de médico, a primeira fala pode ser "Estou com os resultados
do seu raio X". O leitor lê então a primeira fala do diálogo de um dos
personagens da peça. Em seguida, o trabalho de improvisador é justificar a
relação que aquela fala tem com a cena (embora provavelmente nada tenha a ver
com o raio X) respondendo no papel de médico. O improvisador nunca deve fazer
perguntas ao leitor, já que uma resposta, muito provavelmente, não estará no
texto. Os 2 atores continuam a dialogar enquanto o improvisador continua a
explicar todas as falas que lhe são atiradas. Se um discurso longo aparece no
texto, o ator que está lendo pode usar apenas a primeira frase da fala. Este é
um exercício importante para treinar a capacidade de ouvir e a flexibilidade em
uma cena.
LIVRO DE RITMOS
(3 OU 4 ATORES E 1 MAESTRO)
Neste exercício cada ator escolhe um
escritor bem conhecido e, quando apontado pelo maestro, conta uma história no
estilo daquele escritor. Lembre-se de não repetir nem sobrepor-se ao diálogo do
ator que falou antes. A platéia ou diretor do grupo pode sugerir uma primeira
fala original para começar. Para tornar o exercício mais desafiador, deixe que
a platéia sugira quais os escritores a serem utilizados.
ORDEM OCULTA
(2 ATORES)
Escolha um local simples, tal como uma
reunião de negócios ou um compromisso social de algum tipo. Um dos personagens
deve então ser designado para ordens ocultas, isto é, é seu objetivo fazer com
que a outra pessoa faça algo. Essa meta deve ser alcançada com tanta sutileza
quanto possível de modo que o resto do grupo tenha dificuldade em adivinhar
qual era a ordem oculta no final da cena. Não precisa ser nada muito
complicado. Também não é necessário que a meta seja alcançada para que a cena
seja um sucesso. Só o fato de você estar tentando fazer com que a outra pessoa
faça algo sem explicitá-lo dará a você uma perspectiva diferente de como você
se comporta em cena. Alguns possíveis exemplos de ordens ocultas: fazer com que
a pessoa abra uma janela, fazer com que ela lhe ofereça o seu lugar, fazer com
que ela lhe ofereça dinheiro.
PRIMEIRA FALA/ÚLTIMA FALA
(2 ATORES)
Antes da cena começar, escolha duas falas
de diálogo. Uma é a primeira fala da cena, a outra é a última. As falas,
aparentemente, não devem estar relacionadas uma à outra. O ator que interpreta
a primeira fala deve, mais tarde, assumir a responsabilidade de ajudar o outro
ator a chegar à última fala. Este é um exercício para construir uma cena em
conjunto, bem como para aprender a reconhecer para onde o outro improvisador
vai e ajudá-lo a chegar lá.
TROCA DE EMOÇÕES
(2 ATORES E 2 APONTADORES)
Este é, pessoalmente, um dos meus
exercícios de improvisação preferido. Aparentemente, funciona melhor quando
nele estão envolvidos 2 estranhos que partilham alguma experiência comum, tal
como lavar roupa, tomar uma bebida em um bar ou passar um dia agradável no
parque.
Dois atores (vamos chamá-los de apontadores), um para cada ator no palco, obtêm primeiro uma lista de emoções ou estados mentais da platéia (ex: medo, confusão, animação, paranóia, ingenuidade) e um local para iniciar a cena. Uma vez estabelecido o local e iniciado o relacionamento entre os dois personagens, os apontadores começam a controlá-los e a seu relacionamento anunciando as emoções da lista, mudando as emoções dos personagens no palco, uma de cada vez. A função do apontador é operar em seu respectivo ator uma mudança emocional adequada de forma a dar continuidade ao enredo da cena.
Neste exercício, ouvir é de suma importância, tanto da parte dos atores do palco quanto dos apontadores. Aqui, o humor provém da habilidade do ator em mudar sua emoção ao mesmo tempo que mantém o fluxo da cena. Os apontadores devem revezar-se ao fazer as mudanças a fim de dar tempo para que cada ator apresente sua nova emoção. Tenha consciência de que não é necessário falar imediatamente após a mudança de emoções. Uma emoção pode ser retratada com a mesma eficiência através do comportamento físico até o momento certo para a fala.
Dois atores (vamos chamá-los de apontadores), um para cada ator no palco, obtêm primeiro uma lista de emoções ou estados mentais da platéia (ex: medo, confusão, animação, paranóia, ingenuidade) e um local para iniciar a cena. Uma vez estabelecido o local e iniciado o relacionamento entre os dois personagens, os apontadores começam a controlá-los e a seu relacionamento anunciando as emoções da lista, mudando as emoções dos personagens no palco, uma de cada vez. A função do apontador é operar em seu respectivo ator uma mudança emocional adequada de forma a dar continuidade ao enredo da cena.
Neste exercício, ouvir é de suma importância, tanto da parte dos atores do palco quanto dos apontadores. Aqui, o humor provém da habilidade do ator em mudar sua emoção ao mesmo tempo que mantém o fluxo da cena. Os apontadores devem revezar-se ao fazer as mudanças a fim de dar tempo para que cada ator apresente sua nova emoção. Tenha consciência de que não é necessário falar imediatamente após a mudança de emoções. Uma emoção pode ser retratada com a mesma eficiência através do comportamento físico até o momento certo para a fala.
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