terça-feira, 3 de outubro de 2017

Atividade - Memoria e concentração

1297 – Quem conta um conto

Com ampla validade de aplicação com adolescentes, a técnica representa também um bom argumento para o adulto perceber o quanto é falha a comunicação verbal, e quanto a mesma se presta a desvios que comprometem o conteúdo de uma mensagem. Após sua aplicação costumamos solicitar ao grupo que reflita sobre seu conteúdo e, em pouco tempo, o mesmo não terá dificuldade em perceber que as palavras somente adquirem sua verdadeira dimensão como instrumento de comunicação quando se fazem acompanhar de objetiva clareza e sincera emoção. Desnecessário lembrar que a técnica presta-se para alertar crianças, jovens e adultos sobre o risco de uma comunicação imprecisa e sobre a importância de se aferir o sentido de uma mensagem antes de se concluir sobre o seu conteúdo.

Etapas de Quem Conta um Conto

Explicar ao grupo os objetivos básicos da técnica, mas não antecipar as conclusões acima apresentadas.

Solicitar a três ou quatro participantes que afastem-se por alguns momentos do recinto, mantendo-se entretanto em um local em que possam ser chamados em poucos minutos.

Contar uma história ou ler uma das duas propostas a seguir, Solicitando a máxima atenção dos presentes, pois um deles será escolhido para passar a história a um dos ausentes.

Chamar um dos participantes ausentes a quem a história será contada por um dos que permaneceram na sala. A narrativa deste participante não pode ser alterada ou corrigida por eventuais intervenções do grupo.

Pedir ao participante. que estava ausente e que ouviu a história que a relate a um outro entre os ausentes que então será chamado. Após esse relato, o terceiro ausente será chamado para ouvir do segundo a historia e assim por diante até que a mesma seja contada ao último que se ausentou. Desnecessário acrescentar que a essa altura a história sofreu radicais e geralmente engraçadas alterações, mostrando-se sempre muito distante da original.

Recontar a história novamente e confrontá-la com a forma com que., progressivamente, foi se alterando.

Reunir todo o grupo e discutir os objetivos da técnica e o tipo de mensagem que, da mesma, podemos extrair para nosso cotidiano, na escola, em uma empresa, na família, na relação social e em outros meios.

Não existe uma forma única de história a contar. Propomos seguir dois modelos:


MODELO 1

                 Capitão Terra, com seu uniforme de visita, cheio de medalhas e galões, chamou em seu gabinete o sargento Dorneles e transmitiu o aviso:

                 Sargento Dorneles, como amanhã haverá eclipse do sol, pretendo que toda a bateria, em uniforme de campanha, reúna-se às oito horas no pátio novo, onde estamos estacionando as velhas viaturas. Para explicar a ocor­rência desse. raro fenômeno meteorológico ou astronômico,  virá até nós o Tenente Leão que atuou como adido militar brasileiro junto à embaixada da Argentina quando do conflito do Atlântico Sul. Caso, entretanto, chova e a nebulosidade nos impeça de ver o fenômeno que irá ser descrito, desloque a bateria para o pátio interno onde se fazem as disputas de salão de futebol e treine, até os limites da exaustão, a montagem e a desmontagem das novas metralhadoras que chegaram.


MODELO II


Reinaldo estava esperando pelo ônibus «Itapecerica» quando ouviu a brecada, já imaginando o acidente. Saiu do ponto, foi ao local e percebeu que o fusca vermelho da loirinha nervosa havia raspado de leve o monza cinza do cidadão engravatado, com cara de executivo ou empresário de multinacional. O mais engraçado é que nenhum dos dois motoristas estava tão exaltado quanto o passageiro do ônibus que vinha atrás e que, angustiado pelo atraso, clamava aos céus pedindo que um guincho liberas­se a avenida. O congestionamento foi crescendo e uma verdadeira multidão se aglomerou ao lado do acidente, dividindo-se entre a culpa da motorista, que se apresentara como modelo, e a vítima que alegava não ter se­guro. O desfecho pareceria intrigante se, de repente, não passasse pelo local a Lisete, colega do Reinaldo, que, oferecendo-lhe uma carona, afas­tou-o desse matutino entrevero.

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