terça-feira, 19 de julho de 2016

Teatro - Desenvolvendo pessoas

Como voces ja sabem - sou formado pela PUC/PR - Curso Artes Cenicas - Habilitação em Ator e Direção Teatral. Por mais que tenha esta formação  sempre gostei e sempre que fiz alguma coisa foi com grupos amadores. Valorizo demais amadores e acredito que tenho muito que passar para frente, considerando que eu, lá nos primordios de  meus dias era um grande tímido. Por forças do amor acabei fazendo teatro. E foi nessas aulas de teatro que pela primeira vez, parei e começei a trabalhar e meu eu integral, meu corpo, minha voz, minha cabeça...
Isto foi tão importante que hoje uso o teatro não exclusivamente para formação de atoresatrizes, quero sim antes de tudo formar pessoas....

Então veja abaixo o programa - também me disponho a  dar aulas, programar encontros, participar de atividades.....

Programa – Teatro como instrumento de Desenvolvimento Pessoal


Parte I - Introdução

Objetivo Geral



Todo indivíduo é potencialmente um ser ativo/criador, que age em seu meio transformando/adaptando-o, as suas necessidades, mas, os aspectos culturais, os valores morais, as condições socioeconômicas, os processos pedagógicos e as limitações psicológicas tendem a sufocar consideravelmente essas potencialidades.
Pretende-se com “Programa - Teatro como instrumento de Desenvolvimento Pessoal” proporcionar uma série de experiências, dando condições de desenvolver essas potencialidades, trabalhando o ser na sua integralidade. Adquirindo e desenvolvendo:

Habilidades
-           Relaxamento
-          Concentração
-          Observação
-          Execução (corporal, vocal, manual).
-          Organização (projetos, montagens).

Atitudes
-          Participação
-          Disponibilidade
-          Aceitação
-          Responsabilidade
-          Comunicação

Capacidades
-          Sensorial
-          Percepção
-          Imaginação
-          Afetiva
-          Critica

Conhecimentos
-          Teóricos
-          Práticos



Objetivos Específicos

                 

O Programa visa proporcionar uma série de atividades que prepare e torne as pessoas capazes de atuar e agir no seu cotidiano, preparando o individuo para o desempenho de todas as suas capacidades e habilidades na sua realização pessoal, profissional e social.

Criatividade: criar é ter a capacidade de obter situações novas e adequadas, com originalidade na solução de problemas.

Flexibilidade: é a capacidade de um individuo em adaptar-se as situações, tanto nas atitudes, quanto no comportamento – jogo de cintura.

Persuasão: capacidade que tem um individuo de organizar e apresentar argumentos de forma convincente. É quando é apresentado de forma inédita, sem receber contestações ou quando já existe um argumento colocado e o individuo consegue derrota-lo e impor os seus.

Iniciativa: quando o indivíduo tem capacidade de agir sobre a realidade, apresentado, antes de outros as soluções e influenciar acontecimentos.

Cooperação: é a capacidade de manter-se disponível e acessível a outro indivíduo ou ao grupo, demonstrando interesse em somar esforços.

Combatividade: é a capacidade de enfrentar e superar situações difíceis, buscando com persistência a consecução dos objetivos.

Trabalho sob pressão: é a capacidade de suportar, sem combater com agressividade.

Comunicação: é capacidade de transmitir idéias verbalizadas ou com gestos, ou até mesmo escritas, de forma clara e convincente, de maneira a fazer-se facilmente compreendido.

Relacionamento grupal: é a capacidade de interagir, conviver e comunicar-se com o grupo. É a tolerância e respeito ao grupo/equipe.

Dinamismo: persistência na consecução dos objetivos, disposta a enfrentar desafios.

Negociação: argumentação convincente.

Organização: observação das prioridades, sistematização, métodos e ordem no trabalho.

Adaptabilidade: facilidade para lidar com situações diferentes.

Desenvolvimento do pensamento reflexivo e critico: capacidade de resolver problemas (conflitos) de forma consciente.

Controle de emoções: capacidade de manter-se controlado nas mais diversificadas situações.

Sensibilidade estética – é a capacidade do discernimento para saber escolher o que é bom ou ruim, o que presta do que não presta.



Metodologia

Durante muito tempo confundiu-se “ensinar” com “transmitir” e, nesse contexto, o aluno era um agente de aprendizagem e o professor um transmissor não necessariamente presente nas necessidades do aluno.  Acreditava-se que toda aprendizagem ocorria pela repetição. Atualmente sabe-se que não existe ensino sem que ocorra a aprendizagem, e esta não acontece senão pela transformação, pela ação facilitadora do professor, do processo de busca do conhecimento, que deve sempre partir do aluno.
É nesse contexto que as atividades, os jogos ganham um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulos aos interesses dos alunos.
A presente metodologia desenvolve-se orientada nos seguintes princípios:

Liberdade – para que o aluno se expresse é preciso, antes de tudo, que seja respeitada a sua liberdade.

Ação – aprendizado não advém da disposição de ler ou escutar, mas da ação, do fazer e da experiência; o aluno aprende atuando.
           “Nada está na inteligência que não tenha passado pelos sentidos”
                                                                                     S. Tomás de Aquino.
Criação – o estímulo constante à criação permite ao aluno libertar sua personalidade pela espontaneidade e formá-la pela cultura.

Expressão – a expressão nasce no momento do encontro dos dois mundos: o interior e o exterior. Na busca da descoberta do eu e do mundo que o rodeia, o aluno se expressa e se revela.

Global - toda atividade proposta engloba ação, um movimento, uma musicalidade, uma plasticidade. (ação dramática musica, artes plásticas, literatura).



No quadro abaixo uma pequena relação das ações a serem despertadas, naturalmente podendo variar de caso a caso.

     Conhecer              Demonstrar             Criar                       Adaptar
     Observar              Enumerar                 Refletir                   Flexionar
     Comparar             Debater                   Conceituar              Decidir
     Relatar                  Deduzir                   Interagir                 Selecionar
     Combinar             Analisar                   Especificar            Planejar
     Conferir                Interpretar               Discriminar           Persuadir
     Classificar            Concluir                  Descobrir              Liderar
     Criticar                 Provar                     Negociar               Apresentar   



Programa de Atividades


O Programa é extremamente versátil, podendo ser aplicado em diferentes formas, conteúdos, duração, faixas etárias, entre tantas outras variáveis.
A partir do momento que tenhamos estabelecido minimamente nosso público alvo, e a duração, o numero de participantes e qual o espaço disponível,  é que poderemos e dimensionar as atividades.
O que sim, me parece importante é enfatizar que, atividades, técnicas, jogos, não podem ser programados como acidentais e eventuais, mas sim como estratégias para a sensibilização, formação e educação, com compromisso formativo.
Somente com fins de orientação as Atividades, foram divididas em sete Módulos de Trabalho, pois certamente uma mesma atividade pode se servir para vários objetivos cabe ao orientador saber escolhe-las e aplica-las, levando em consideração as peculariedades do grupo de trabalho.


01 – Primeiros Contatos

O primeiro passo para um bom trabalho coletivo é fazer com que o grupo se conheça melhor, familiarize-se com a proposta e a metodologia do programa, para que nas atividades exista um clima de confiança, amizade, respeito e conseqüentemente leve a pessoa a perder o medo de se expor em grupo.
Atividades de integração e iniciação, quebra-gelo.


02 – Atividades Corporais
Nosso corpo é constituído de músculos, nervos, articulações, muitos dos quais raramente são ativados e trabalhados, para conseguirmos a total  expressão de nosso corpo,  precisamos  estar    livres    da  nossa  auto  censura  e  estarmos conscientes   das  nossas  possibilidades    corporais.  Portanto precisamos  redescobrir nosso corpo e conscientiza-lo  de suas potencialidades.
O corpo é a linguagem mais expressiva do ser humano.


03 – Atividades Vocais

São atividades para aperfeiçoar a comunicação vocal, explorando todos os recursos do organismo, conhecendo-o melhor saberemos tirar o máximo de proveito sem o risco de se machucar.

04 – Atividades Mentais

Vivemos na era dos enlatados onde tudo já vem pronto para o consumo. Cada vez mais o homem se acomoda e busca sempre o caminho do mais fácil e com isto deixa de pensar, criar, inovar, modificar, criticar, etc.
Em um mundo da massificação é preciso desenvolver atividades que estimulem a criatividade individual, o convívio social, preparando o aluno para a vida.


05 - Atividades de Sensibilização

Nada esta na inteligência que não tenha passado pelos sentidos.
Processo que procura desenvolver todos os sentidos, para melhor percepção de si mesmo, do outro, do mundo.
Num individuo potencialmente criativo, todos os seus canais de recepção devem estar ativos, neste caso a informação será recebida por completo, assimilada, utilizada ou não.

06 – Atividades de Improvisação

A improvisação é uma fase onde o participante com conhecimento de si, de seu corpo esta apto a trabalhar todas suas habilidades a partir de um tema ou uma situação proposta.

07 – Atividade Culminativa – Teatro (opcional)

É o coroamento de um trabalho coletivo que valoriza a contribuição individual, cujo objetivo final não é o aplauso, mas a gratificação pessoal decorrente da execução livre e perfeita de cada tarefa proposta.
Esta etapa somente será desenvolvida em um programa de longa duração, não podemos correr o risco da pessoa se expor a um público sem estar apta e preparada o que poderia ocasionar muito mais prejuízos na sua formação do que aprendizagem.



Avaliação


É através da avaliação que o grupo vai crescer, aprofundar seus conhecimentos e aprimorar as suas ações. Cabe ao monitor conduzir a avaliação, pois dentro do processo essa é uma fase continua que faz rever alguns conceitos, provocar se necessário novos rumos, e justificar os próximos passos.
Sem avaliação não se valorizam os sucessos e não se tiram lições dos fracassos.
Tipos de avaliações que serão aplicadas durante o processo.
ü  Debates após cada atividade, em vista do aprimoramento e cumprimentos dos objetivos propostos.
ü  Observação continua através de uma ficha do monitor.
ü  Fichas de auto-avaliação. (inicio e finais de módulos).
ü  Avaliação somativa, realizada ao final do Projeto.


Conclusão



As atividades, os jogos dramáticos, os exercícios, em qualquer de suas especificações não devem ser aplicadas apenas para criar um modelo novo ou diferenciado de ensino. Devem ser aplicadas quando se busca estabelecer em bases definitivas uma filosofia formativa que se pretende imprimir na escola quando se descobre, nas pessoas envolvidas, no processo, um estado de espírito para aceitarem uma inovação como resposta à necessidade e ao desejo de se conhecerem melhor; e finalmente quando se acredita que uma técnica seja ela qual for, não representa uma formula mágica capaz de educar pessoas e alterar comporta-mentos, mas somente uma estratégia educacional válida na medida em que se insere em todo um processo, com uma filosofia amplamente discutida e objetivos claramente delineados.




Parte II - Organização Estrutural


Organização

O presente Programa pode ser implantado em diversas faixas etárias, para tanto seria necessário elaborar um plano de atividades coerentes com a pedagogia das idades, evitando-se a queima de etapas.


Participantes

É difícil de se estabelecer um número de participantes em cada turma,  pois sempre caberá ao bom senso saber estabelecer qual numero é o ideal.  Para isso é importante se levar em consideração a idade e o espaço disponível. O bom senso também nos fala, que trabalhar com grupos muito grandes ou pequenos não trazem resultados muitos satisfatórios.



O local
o mínimo necessário, uma sala ampla, compatível com o número de participantes, dentro das possibilidades com forração ou piso de madeira, mas nada impede que se avalie outros locais.

Carga horária:

Pode-se optar pelas seguintes opções:
- Curta Duração, atividades esporádicas.
- Média Duração,  um programa mais longo, não incluindo Atividade Culminativa (montar uma peça.
- Longa Duração, um programa, sem uma data final. Trabalhar uma montagem.
Consideração Final


Para uma melhor apreciação e avaliação do presente Programa, me coloco a disposição para apresentação de um Modulo de Atividade.

                                               E-mail:    vnawcki@gmail.com

                                                                                 _____________________________     

                                                                                                     Vitor  Nawcki

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