segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Atividades - Personagem, concentração ...

Interpretação


Todas as atividades dramáticas, tem o objetivo de formar atores e atrizes.
Mas não somente para a formação de atores e atrizes, pode perfeitamente ajudar a viver bem na família e em sociedade, pois torna as pessoas mais espontâneas e capazes de se adaptarem as mais diversas situações do cotidiano.


Exercícios de Interpretação

Cultura dramática

Alertamos que para serem atores, para interpretar os mais diversos papéis é fundamental que eles tenham uma cultura dramática.
Compreende um conhecimento da História do Teatro, da Arquitetura teatral, dos métodos de interpretação, atores consagrados em diferentes épocas e atuações.
Não se pretende formar um acadêmico erudito, mas se propõe oferecer a seus participantes uma cultura geral do teatro que lhes de segurança para pisar no palco

Ø  A interpretação, embora inspirada no texto e orientada pelo diretor, é uma criação do ator.
Ø  Portanto o ator deve preparar-se durante todo seu dia a dia para o espetáculo.
Ø  Desde o momento em que recebe seu personagem deve trabalhar nele.
Ø  O ator deve ser sensível, emotivo e racional ao mesmo tempo, observador imaginativo.
Ø  Não somente ter habilidades intelectuais , mas também físicas, com flexibilidade corporal, a técnica vocal, a descontração, a concentração e o ritmo que devem ser treinados.
Ø  O ator deve atuar com sinceridade, que não significa, sinceridade absoluta, porque o teatro é uma transposição da verdade.
Ø  Na construção do personagem o ator vai aos poucos desenvolvendo suas capacidades e habilidades.
Ø  Os tipos de interpretação variam segundo cada época da História do Teatro.
Ø  Temos diversos métodos de interpretação – Stanilawski, Brecht, Grotovski, Planchon, e outros
Ø  O ator é um instrumento musical do qual se serve o diretor – o personagem.


1119 – Concentração
Sentados no chão, os participantes recebem a proposta de olhas e descobrir o maior numero de cores, formas, pormenores.
-          Da sala, de objetos colocados na sala
-          Dos colegas
-          Da mão de um colega ou a sua
-          De um quadro na parede
-          De uma vista pela janela
-          De uma árvore
-          De uma musica
-          De uma voz
-          De um gesto
-          De um filme.

O importante é que se mantenha um clima de silencio, que se olhe e observe, depois feche os olhos e descreva o que viu.

1120 – Olhar-se - observar
-          Olhar-se no espelho, observar suas feições. Descreve-las de olhos fechados.
-          Apalpar um objeto, de olhos fechados e descrevê-los quanto ao tamanho, peso, cheiro, maciez, utilização.
-          Fazer o mesmo com três objetos.
-          Colocar na boca algo – doce, acido, salgado, ... dizer como é. O que é?

1121 – identificar sons
-          Ouvir uma fita e dizer quais são os instrumentos.
-          Ouvir os sons do ambiente.

1122 – Relatar
-          Tipos de pessoas que encontrei na rua.
-          Tipos de sons.
-          Letreiros e anúncios. -
-          Cenas entre as pessoas
-          Um incidente
-          O céu e a natureza.
-          A temperatura
-          Um local detalhadamente, uma igreja.

1123 – Criando e reproduzindo gestos
-          Sentados em círculo o primeiro cria dois gestos e passa para o segundo que os repetira e cria mais dois passando ao terceiro, que reproduz e cria mais dois até todos completarem o círculo.

1124 – Criando uma palavra
-          O primeiro diz uma palavra e passa para o seguinte que repete, e acrescenta mais uma, assim por diante.

1125 – Volta da prisão
-          Uma mulher que cometeu um crime não muito grave, volta da prisão para seu marido, a quem ama.
-          O marido consciente de sua posição fica perturbado porque sua mulher é uma ex-presidiária e isso causará um choque em seu meio social.

1126 – Novo talento
-          Membro influente de um grupo de teatro é visitada por novo membro.
-          A nova é muito talentosa e atraente.
-          A influente dá as boas vidas, mas suspeita que poderá haver algo errado entre essa linda mulher e seu marido.
-          Criar um final trágico.

1127 – jovem colecionadora
-          Uma jovem tem uma coleção de animais de cristal.
-          Ela, a mãe e mais um irmão vivem numa mansão em ruínas.
-          O passado rico da família é sempre lembrado pela mãe.
-          O irmão vai todos os dias compulsivamente, ao cinema.
-          A mãe quer voltar ao passado, cassando a filha com um moço rico.
-          O irmão, obrigado pela mãe, traz para a casa da família um amigo tímido e pobre.
-          A jovem se apaixona por ele, mas a mãe não permite o casamento.
-          A jovem é coxa e isto assusta o rapaz.
-          O rapaz sai de casa e não volta mais, o irmão continua indo ao cinema.
-          A jovem tranqüilamente brinca e conversa com os animais de cristal

1128 – Relaxamento grupal
-          Sentar-se confortavelmente no chão, em silencio.
-          Aos poucos ir imaginando você em sua postura de relaxamento.
-          Tentar deixar-se ir levando pelo pensamento e imagens.

1130 – Personagem solo
-          Entre uma e outra aula, os participantes são convidados a selecionar uma personagem apresentada numa listagem – esnobe, velho, inválido, militante, professor, entusiasta, triste.
-          Selecionado o personagem cada um interpreta seu personagem.

1131 – Duas personagens
-          Um rapaz e uma moça.
-          As duas pessoas devem iniciar um diálogo amigável e descontraído.
-          Estão falando ao telefone e marcam um encontro.
-          Existe uma certa aflição, pois será seu primeiro encontro.

1132 – Professoras em férias
-          Duas professoras passam as férias juntas.
-          Conversam durante o café da manhã.
-          A mais velha esta interessada em visitar museus e igrejas, a mais jovem quer ir a praia.
-          Existe mais nove professoras.
-          A cena do café é difícil elas não se entendem.
-          A relação entre as duas não está bem.
-          Num segundo momento, a mesma cena é realizada por uma dupla diferente.

1133 – A poeta e o fantasma
-          Uma jovem está escrevendo um poema, sentada no pátio de uma igreja.
-          Ela é visitada por um fantasma.
-          Inicialmente, na ação, a poeta não está assustada com a presença do fantasma.
-          Mais tarde há uma perda de tensão, de impacto, de clareza de definição, devido certamente a que o fantasma também está escrevendo seu poema ou copiando da poeta.
Quando a jovem deixa seu lugar, a definição, a oportunidade e a invenção constroem um clima elegante, na qual a poeta toma o lugar do fantasma no túmulo

Atividades - Desenvolver o Personagem

JOGO DRAMÀTIGO

A técnica de representar nunca poderá ser profundamente entendida sem pratica-la.

Michael Chekhov



Essencialmente, o jogo dramático caracteriza-se pelo aspecto imaginário de "faz de conta" e pela presença de personagens vivendo situações dramáticas. Usamos aqui a expressão "dramáticas" como sinônimo de teatrais, e não como antônimo de cômicas.
O jogo dramático é sempre improvisado - dai podermos usar como expressão equivalente à palavra improvisação. Num trabalho inicial de preparação para atores, usamos com mais freqüência a expressão jogo dramático para salientar seu caráter de espontaneidade e ludicidade.
Outro ponto muito importante que deve ser tocado nesta abordagem inicial é o fato de que um jogo dramático não deve ser proposto com começo, meio e fim previamente determinados. Apenas o começo deve ser proposto; o meio e o fim vão decorrer espontaneamente da atuação dos alunos.
Procuramos sempre entrar no terreno do jogo dramático sem explicações prévias. Damos o primeiro jogo e, então, os alunos comentam, criando a oportunidade de teorizarmos sobre o trabalho.

1111 – A formiga imaginaria
Pedimos aos alunos que, um a um, observem uma for­miga imaginaria localizada cm urna cadeira colocada no meio da sala.

·  Para realizar o jogo, nenhum dos alunos se limita a ficar de pé ou imóvel. Eles se abaixam, observando a trajet6ria da formiga na parte de baixo do assento da cadeira, brincam com ela, criando com os dedos obstáculos ao passeio da formiga. Enfim, de diversas formas, atuam como se ela realmente existisse.
Mostramos, então, que neste jogo tão simples estão contidos os dois elementos fundamentais do teatro: imaginação e concentração, e que eles já se portaram como personagens, pois não existia nenhuma formiga e eles procuraram dar veracidade, portanto, a uma situação nítida de "faz de conta" teatral. Representaram urna pessoa que estaria observando e atuando como se a formiga existisse. Muitas vezes, alguns alunos reagem à idéia de já estarem vivendo personagens, pois acham que eram eles mesmos que agiam. Argumentamos, então, que um personagem pode ser altamente elaborado, com as mais variadas características, ou ser muito semelhante a eles mesmos. Em sua futura carreira de ator, muitas vezes eles irão representar papéis de jovens, com características idênticas às deles, e nem por isto deixarão de ser.


Personagens. Acresce que eles viveram urna verdadeira situação teatral, pois a formiga, cm verdade, não existia e muito menos passeava ou mordia.


1112 – Entrevista Personagem
Para contrastar, passamos a um jogo em que eles vão criar coletivamente um personagem com o Maximo de especificações. Cada aluno dará uma característica física, ou de personalidade, ou de caráter.
Uma vez elaborado o personagem, mostramos que ainda faltam muitas características importantes para fugir da generalidade e atingir o especifico.
Há, então, a chance de entrevistarmos o personagem. Um aluno se senta separado e procura, sem interpretar, responder racionalmente, pelo personagem, às indagações vindas do grupo. Quando as respostas do entrevistado não são consideradas adequadas, discute-se por que, até eles chegarem a um consenso.

·  Na parte da entrevista, saliento sempre que os alunos não devem fazer perguntas automaticamente, nem por brincadeira, mas deve refletir sobre pontos que ainda não foram suficientemente esclarecidos para se compreender profundamente aquela pessoa. Outro aspecto que costumamos esclarecer é o de que devam evitar caçoar ou agredir o personagem. Por incrível que pareça, isto é muito comum.


Construção do Personagem

Na avaliação que ocorre após o último jogo, procuramos mostrar que a estrutura de um personagem deve ser algo feito detalhadamente, com o maior cuidado na determinação das suas características externas e internas para se evitar, ao máximo, o aparecimento de clichês (es­tere6tipos).

1113 – Criar um personagem sorteado
Propositadamente, damos a seguir um jogo em que, se os alunos não refletirem e não fizerem uma elaboração minuciosa, cairão, certamente, em personagens estereotipados. São sorteados três entre cinco ou seis papéis aonde vem escrito: rei - mendigo - padre - soldado – operário - sábio.
Os três alunos que tiraram o papel com indicação do seu personagem se isolam e passam a refletir sobre ele, procurando partir do geral para o especifico.
Na fase seguinte descrevem oralmente o que cada um elaborou em relação ao seu personagem e, depois, os três têm que, rapidamente, elaborar uma situação dramática em que os três possam relacionar-se.
Em seguida, improvisam a cena elaborada.

·  Muitas vezes é necessário que um ou dois aceitem modificar alguma coisa de seu personagem, para que os três possam integrar-se em urna situação teatral.

1114 – Três personagens - criar inter-relação
Participam três alunos, o primeiro descreve, em voz alta, o seu personagem, com o máximo de precisão de detalhes.
Os outros dois, então, elaboram e descrevem os seus e o relacionamento entre eles e o primeiro.
Os três criam e realizam uma improvisação.


1115 – Personagem Estranho
Ainda participam três alunos, só que, agora, o primeiro não só elabora mentalmente o seu personagem como os dos outros dois e a situação dramática. Mas guarda segredo, e a ação começa sem que os dois alunos saibam quem são e quem é o primeiro personagem. No decorrer da improvisação é que começam a perceber quem são e seu relacionamento com o primeiro personagem.


·  Neste último jogo entrou um elemento altamente contrastante com o que temos considerado fundamental: personagens meticulosamente preparados.
Aqui surgem dois que não são nem conhecidos de seus intérpretes. Por que?
A razão é muito simples: é necessário, também, desenvolver o intuitivo, saber realmente ouvir o parceiro de cena e não simplesmente escuta-lo. Os dois personagens, na sua ignorância e no afã de descobrir quem são, usam o machismo de concentração nas falas e ações do primeiro personagem. Muitas outras vezes, os alunos terão oportunidade de criar seus personagens com um mínimo de tempo. A avaliação que vier depois do trabalho realizado dará oportunidade de discutir possíveis inadequações eventuais, possibilitando urna profunda conscientização do que se ajustaria melhor ao jogo.

1116 – Personagem Estrangeiro
Três ou quatro alunos combinam personagens e situação dramática, mas terão de atuar não pronunciando frases cm português, mas sim numa língua inventada por eles.


1117 – Personagem de uma palavra
Semelhante ao anterior, s6 que agora os alunos s6 usarão, a mesma palavra para significar todas as que usariam para transmitir suas idéias.


1118 – Personagem falando números
Ainda muito semelhante aos dois que o antecedem. Ago­ra, ao invés de palavras, os alunos usarão números.

·  Com estes três últimos jogos, quisemos mostrar que as palavras por si só não significam tudo. Através do tom e das inflexões que as intenções são transmitidas verdadeiramente.
Nestes exercícios também ficou demonstrada a necessidade de desenvolver o "'ouvir", ao invés do "escutar", o "dizer", ao invés do "falar".



Atividades - Intenções do Personagem

Intenções do Personagem

Vimos, nos três últimos jogos, a importância das intenções do personagem. Alguns chamam este elemento da Arte Dramática de objetivo, como o fazia Stanlslavski, outros de ação interior, outros simplesmente de sub-texto.

Sem determinar as intenções das falas, um ator se torna fraco porque intenção é o que você está realmente fazendo no palco, em todos os momentos, mesmo que esteja parado em silencio. "Fazendo", aqui, significa "fazendo interiormente". Voce pode estar simplesmente descascando uma laranja e pensando em algo muito importante A intenção é, de fato, a razão da sua presença no palco.

A intenção pode, muitas vezes, ser bem diferente da óbvia sigrnficação das palavras. Voce pode dizer "bom dia" a alguém que se aproxima de tal maneira que a pessoa entenda que voce não quer conversa com ela. Um "bom dia" pode ser cortante e não a manifestação afetuosa do desejo de que o outro tenha um dia agradável.

O sentido de urna cena, ou de uma peça , é determinado pelo conjunto de intenções utilizadas A este conjunto da-se o nome de intenção geral.

Os objetivos ou intenções são sempre expressos por um verbo, que é a palavra indicadora de ação.

Agora, vamos fazer algumas improvisações silenciosas para treinar a representação , usando as intenções.

Começamos com um jogo sem palavras, para nos preocuparmos com as intenções e não com o texto que diríamos.

1086 - receber urna carta
Um ator jovem chega em casa e encontra a carta de um diretor famoso que o convida para um teste a se realizar dentro de pouco tempo. O ator aguardava ansiosamente esta chance.

A intenção gerai da cena é "ganhar o papel".
- A primeira parte da ação é arrumar os pertences que vai utilizar no teste: retratos - o texto - roupas, etc.
- A segunda parte é estar seguro do texto.
- A terceira parte é ficar pronto e sair.
E importante lembrar que a intenção gerai é o que ditará como o ator vai atuar nas pequenas partes. Seria bom que o ator criasse obstáculos para ele próprio ultrapassar. Isto tornaria sua atuação mais interessante.
Na maioria das vezes, atuar é vencer obstáculos.

O que chamamos de intenção geral é, na monenclatura do método Stanilavkiano – super objetivo

1087 – O envelope
Você estava andando numa rua quando uma pessoa muito estranha se aproximou de você, entregou um envelope e falou . Só abra quando estiver sozinho.
Você estava justamente na porta de uma igreja. Resolveu, então entrar para ler a mensagem. E aqui começa o jogo.

Seu objetivo é descobrir o que esta acontecendo. Vamos dividir o jogo em três pequenas partes.
-            Primeiro , verificar se você está ou não sendo observado.
-            Segundo – abrir o envelope e ler.
-            Terceiro – ouvir uma porta que se abre vagarosamente atrás de você.

O que você imaginou que estava escrito, antes de poder ler?
O que dizia a mensagem?
Quem abriu a porta lentamente atrás de você?
Como você reagiu?

Nos próximos jogos não haverá indicações de como proceder.


1088 – A notícia
Você chega em casa e, por meios que você vai determinar, recebe uma noticia – boa ou péssima. Você vai reagir em função da mesma.

1089 – Não quero ajuda
É dada a seguinte situação – uma pessoa requereu e conseguiu uma ajuda de custos para um tratamento de saúde. Ela sabe que seu processo está com um funcionário com quem está falando, basta que este pegue o processo, abra e retire uma guia de pagamento já pronta, o funcionário não quer colaborar.
A solução deverá se encontrada no desenrolar do jogo.

É um bom jogo para treinar a escolha dos objetivos e sentir o quanto isto faz a atuação ser mais rica em energia, ao mesmo tempo em que favorece a emergência do texto improvisado.

1090 – Personagem em diferentes tempos.
Dois alunos improvisam uma cena - depois dois outros previamente determinados, tem de improvisar uma cena com os mesmos personagens da cena anterior, mas num tempo, numa situação anterior á que a cena foi mostrada.

A vantagem deste jogo é incentivar os dois primeiros a se expressarem miticamente, para que os dois últimos possam atuar de maneira adequada. Estes também tem que estar muito concentrados, observar e analisar profundamente o comportamento dos dois primeiros personagens e, sobretudo, as intenções que emergiram.


1091 - Termine a improvisação
Dois alunos improvisam uma a cena, mas não a terminam. Isto será feito por dois outros alunos previamente escolhidos.

1092 - Quem é o personagem
Este é um jogo individual. Cada aluno, em sua vez, cria um personagem para si e outro invisível para a assistência, mas não para o personagem. Por sua forma de proceder em cena, vamos perceber quem é o personagem visível e quem é o invisível e o relacionamento entre ambos.

A vantagem principal de este jogo è desenvolver o imaginário e a concentração.

1093 – Personagem invisível em duplas
Semelhante ao anterior, mas com a diferença de que, agora, o trabalho è realizado por uma dupla visível, que contracena com um personagem rn invisível

Ø    Aqui, o mais importante a destacar é a necessidade de entrosamento dos dois alunos para que um não "desmanche" o trabalho do outro. Futuramente, quando estiverem em um palco, eles vão sentir nitidamente a necessidade de estarem afinados uns com os outros.
Ø    O primeiro ator deve ter em mente um objetivo de preferência forte, imaginativo. Não deve chamar o outro para perguntar se quer ir ao cinema.
Ø    A pessoa que recebe o chamado, ao ouvir a mensagem, pedido, noticia, ameaça, ou o que seja, deve imediatamente adotar uma intenção, e persegui-la com toda a energia. O diálogo resultante das duas pessoas ao telefone, cada urna controlando seu próprio objetivo, constituirá a improvisação.
Ø    Não se deve esquecer de que ambas as pessoas estão lidando com uma situação baseada na verdade dos personagens, nas circunstâncias, e não representando intenções abstratas.

1094 - O terceiro entrando em cena
Dois alunos criam personagens e uma situação dramática onde, obrigatoriamente, existirá um conflito. Um terceiro aluno, previamente escolhido, assistirá muito atento e, em determinado momento, entra em cena com a intenção de resolver o conflito.

1095 - O telefonema
Esta improvisação incentiva o "dizer e o ouvir". Duas cadeiras são coladas de costas uma para a outra, a urna certa distância.
Um aluno senta e, como personagem, telefona para alguém. Esse alguém será um colega da classe, que vai sentar-se na segunda cadeira e atender ao telefone sem saber quem é ele, e quem o chama.

1096 - A comunicação
 É semelhante ao jogo anterior. O primeiro personagem está em casa, e o segundo vem pedir ou comunicar algo.

Agora è o primeiro que tem de ouvir o que o outro comunica e, rapidamente, encontrar urna intenção forte para o seu personagem atuar.
Cabe ao segundo a responsabilidade da escolha de um assunto ou problema que traga o germe de energia.

1097 - O diretor e os empregados
Nesta improvisação vão aparecer o diretor de uma fábrica muito importante e o operário presidente do sindicato.
A cena se passa no gabinete do diretor. O operário vem e apresenta urna lista de reivindicações .

Em separado, damos instruções a cada um:

Para o operário: Depois de uma assembléia tumultuada, seus colegas encarregaram voce de conseguir, de qualquer jeito, o atendimento das reivindicações.

Para o diretor: Você sabe que este operário é um criador de casos .sua atitude é de nao aceitar nenhuma destas reinvidicações., justas ou não.


Por que são dadas situações conflitantes?
Primeiro, para obriga-los a perseguir com muita energia suas intenções, lutando para conseguir argumentos que favoreçam posicionamentos.
Segundo, porque um vai ter de ceder, senão a cena não terá fim. Outra solução seria um improvável acordo. Ou um muda seus objetivos, e cede, ou ambos mudam e chegam a uma solução conciliatória.


1098-A Relojoaria
A cena è numa relojoaria. Participam o dono da loja e uma freguesa. Como no jogo anterior, serão dadas aos dois participantes, em separado, algumas informações.

Para o dono da loja: Voce teve muito trabalho para consertar o relógio da freguesa. Teve de mandar vir da Suíça uma na peça com a qual teve sérias dificuldades na alfândega. Enfim, o relógio deu muito trabalho. Ela, depois de alguns dias, volta para reclamar do funcionamento do relógio. Voce se recusa a ter aborrecimentos de novo.

Para a freguesa: Há algumas semanas, voce recebeu seu relógio do conserto e pagou caro. Quando chegou em casa, o relógio estava parado. Voce o traz de volta e, pelo preço que pagou pelo conserto, o quer perfeito.


1099 - O diretor teatral
E semelhante aos dois últimos jogos.
A cena desta improvisação é o escritório de um famoso produtor teatral . Um ator vem para candidatar-se a um papel na próxima produção.
Os dois terão informações, em separado.

Para o ator: Voce conhece a peca e sabe que há um papel feito sob medida para voce. Sabe, também, por um amigo seu, que o papel ainda não foi dado a nenhum ator.

Para o produtor: Você sabe que este ator è um "criador de casos". Ele reivindica tudo: aumento de salário, diminuição de horas extras de ensaio. E competitivo com os colegas. Você tem de deixá-lo fora, sem magoá-lo, para não ter aborrecimentos futuros.


1100 - O elevador parou
Esta è uma improvisação de grupo.
Dez pessoas tomam, em diversos andares, um elevador que, a partir do 16 andar, vem direto para a portaria. O exercício começa, exatamente, no momento em que o elevador sai do 160 andar e, logo depois de um sinal dado pelo professor, pára e enguiça entre dois andares.

Cada um dos participantes decide para si, quem è, o que estava fazendo no prédio antes de tornar o elevador e aonde vai quando o problema terminar.


1101 - Criando personagem por uma frase
Nesta improvisação os participantes antes de planejar personagens e situação dramática recebem uma frase que deve inspirar o trabalho que vão elaborar. A frase pode ser retirada de uma poesia, de um texto religioso, de uma música popular etc.


1102- Criando personagem por uma palavra
Semelhante ao anterior, só que, neste jogo, ao invés de uma frase, eles receberão somente uma palavra.


1103- Criando um personagem diferente da situação
Tem por objetivo provar que se pode usar uma frase em qualquer sentido que se queira, desde que se execute uma intenção escolhida.
O aluno escolhe uma frase de uma poesia e a coloca em uma situação diferente da que é sugerida pelas palavras; cria um personagem dá uma intenção diferente da que as palavras sugerem e, então, improvisa.


1104 - Descobrir objetivos dos personagens
Dados dois ou mais objetivos, criar personagens e situação dramática.
Depois de ter acontecido um jogo dramático, discutir com todo o grupo que intenções foram perseguidas durante o trabalho realizado.


1105 - Entrando em cena
Dois alunos começam uma cena inventada por eles. Logo depois, um a um , os colegas vão entrando, modificando totalmente a situação e criando novos personagens.
Por exemplo, dois começam uma cena familiar entre pai e filho. O próximo aluno que entrar em cena pode se portar como se os três fossem bandidos planejando um assalto. Mudou a situação, mudaram os personagens. Os dois primeiros tem de, rapidamente, mudar seu comporta­mento, suas intenções , porque mudaram os personagens. O segundo aluno a interromper pode modificar a cena dos bandidos, sugerindo que os quatro são médicos cirurgiões.
À medida que o jogo prossegue, os alunos terão oportunidade de experimentar vários personagens, nas mais variadas situações.


1106 - Todos iniciando uma cena
E semelhante ao anterior. A diferença é que, desta vez, o jogo começa a com todos os alunos participando desde a primeira cena. Estas e todas as outras que se seguirão vão ter as modificações propostas pelo professor.
Caberá aos alunos a escolha de personagens e objetivos que se adaptem às situações propostas.


1107 - Feliz recebe noticia triste
Dada uma situação dramática, criar personagens com as seguintes características: uma pessoa está alegre e entra outra para dar uma noticia triste.

Como a proposta do jogo é muito sucinta, seria interessante focalizarmos alguns pontos:

Ø  Quem è o primeiro personagem?
Ø  Onde ele está?
Ø  Por que está alegre?
Ø  Quem è o segundo personagem?
Ø  Qual o seu relacionamento com o primeiro?
Ø  De onde vem?
Ø  Por que vem?
Ø  Qual è a noticia?
Ø  Qual è a reação do primeiro?
Ø  Por que ficou triste?
Ø  Como se comporta, então, o segundo?


1108 - velhos no asilo esperam noticias
Situação dramática - velhos, num asilo, esperam suas visitas, mas só um a recebe.
 Neste jogo, de modo geral, os alunos percebem que a emoção deve crescer lentamente, e não começar o exercício num clímax, que trará com o decorrer do trabalho uma certa monotonia e repetição de gestos e palavras. Como no exercício anterior, é preciso trabalhar nas razões interiores. .


1109- jovens esperando condução
Semelhante ao anterior, só que, agora, os alunos vão representar jovens ricos, que aguardam a condução para, alegremente, saírem do internato para suas casas.
Ø  Como è cada jovem rico?
Ø  O que pretende fazer quando chegar em casa?
Ø  A condução chega rápido ou demora?
Ø  Como cada um reage à espera?
Ø  O que acontece de interessante nessa espera?
Ø  Muitos outros tópicos poderiam ser incluídos.

1110 - À volta
E um jogo individual.
Cada um, em sua vez, fará a volta a um quarto, em que o personagem viveu durante um tempo, depois se afastou, e agora está de volta. Cada um deve determinar quanto tempo seu personagem morou ali, com que idade, por que se afastou e por que está voltando. Pode haver, no quarto, um objeto que desperte uma carga maior de sentimento e emoção. Estes vão aflorar naturalmente, se for feito o trabalho interior sugerido.