quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Teatro - O corpo

O Corpo
O ator é um corpo e uma voz. Se um diretor de teatro dirige um ator que tenha treinado seu corpo e sua voz, ele terá um material excelente para dirigir nas peças teatrais.

Os alunos da Oficina de Teatro, após as atividades de re­lacionamento, são iniciados nas atividades de Expressão Corporal. As atividades destinadas a crianças e adolescentes são específícas para as respectivas faixas etárias.

Cuida-se que os exercícios não impliquem em prejuízo para os adolescentes e as crianças. A partir de 15 anos, os exercícios tornam-se mais complexos, mas a idade permite que os executem com facilidade.

Exercícios de expressão corporal

Descoberta do corpo
Ø  O grande grupo anda pela sala descobrindo o espaço.
Ø  A um sinal combinado, deitam-se no chão e vão observando: braços, pernas, mãos, pés, cabeça, enquanto fazem movi­mentos lentos com cada membro do corpo.
Ø  Levantam-se, caminham pela sala, devagar em fila indiana. Estatizam.
Ø  Continuam caminhando, e é sugerido que façam movimentos com braços, mãos, pernas, pés e cabeça.
Ø  Exercício de respiração e relaxamento.


Preparação corporal
Ø  Alongamento global, no solo.
Ø  Deitados sobre as costas, braços alongados atrás da cabeça.

Alongamento global, de pé
Ø  De pé, pernas um pouco abertas, pés paralelos, mãos cruzadas atrás da nuca, cotovelos para a frente,
Ø  Estirar o tórax o mais alto possível, como se quisessem decolar. A parte da cintura para baixo deve permanecer imóvel.
Ø  Inspirar; alongando; expirair relaxando.
Ø  Este exercício deve ser repetido cinco vezes.
Ø  Terminar o movimento, girando a cabeça em circulos, im­pulsionada pelo próprio peso.

Relaxamento cervical de pé
Deixar cair a cabeça, pesadamente, cinco vezes para a frente; cinco vezes para trás; cinco vezes à direita; cinco vezes à esquerda.
Somente o pescoço participa deste exercício, os ombros e as costas ficam imóveis.

Relaxamento cervical, deitado
Deitados sobre as costas, as mãos cruzadas atrás da nuca.
Levantar os joelhos, o mais alto possível, em direção ao pei­to, tentando tocar os joelhos com a testa.
Expirar no último movimento, estirando bem o corpo sobre o solo.
Recomeçar cinco vezes este exercício.

As atividades desenvolvem-se de maneira gradual, do simples ao complexo.


Relaxamento dorsal, de pé
A cabeça e os quadris permanecem imóveis.
Virar o dorso, da frente para trás, cinco vezes da direita pa­ra a esquerda, cinco vezes da esquerda para a direita.
(As quatro primeiras torções são feitas sem forçai; a última deve ser bem forçada.)

7- Relaxamento dorsal, deitado
Deitar, mantendo as costas em repouso, braços levantados de cada lado da cabeça.
Afundar a cabeça, inspirando; expirar suavemente, repou­sando, Uma ap6s Outra, as vértebras, desde o pescoço até o cóccix.
Repetir cinco vezes o exercício.

8- Relaxamento global, de pé
Frente a uma parede, inclinar o busto e os braços até forma­rem um ângulo de 900 em relação ao ventre e às pernas.
Em seguida, cabeça ao alto, olhando a parede, expirar de modo a fazer as costas redondas. Depois expirai; descendo as vértebras até afundar as costas.
De costas para a parede, pernas afastadas, Pés paralelos e afastados 75 centímetros da superfície da parede, apli­car as mãos sqbre, a parede e descê-las, Uma após a outra, expirando.
Quando a coluna vertebral adquirír uma certa leveza, apro­ximar as pernas uma da outra e descer, fazendo-se sustentar por um companheiro.
Para voltar, evitar o esforç9 dos rins ou as batidas da cabeça; é o ponto do externo que deve manter o esforço.
Mantendo~se bem perpendicular ao solo no plano frontal, deixar o alto do corpo pender para a direita o mais possível. Voltar à vertical. Pender para a esquerda. Voltar à vertical.
Repetir o exercício completo cinco vezes.
O peso do braço ajuda a arrastar o. corpo e força o re­laxamento.

O tórax e a respiração

1 - Aumento da capacidade toráxica
Há tres zonas toráxicas: A Zona alta (que corresponde à área Pulmonar); a Zona intermediária (que Vai até as costelas livres); a Zona baixa (limitada pelo diafragma).

a) Para aumentar a capacidade da Zona alta
Bloquear as costelas mais baixas, apertando-as com as mãos; esforçar-se para respirar elevando somente o alto do peito.
Repetir cinco vezes.

b) Para aumentar a capacidade da zona intermediária
Colocar as mãos sobre as costelas livres para verificar se elas se abrem e se o ventre permanece plano.
Abrindo o mais possível as costelas baixas~ com exclusão das outras e sem a participação do diafragma, inspirar e expirar cinco vezes.

C ) Para aumentar a capacidade da zona baixa
Iniciar por alguns exercícios que consistem em comprimir e largar livremente o ventre, sem participação respiratória.
Depois inspirar com força, aumentando o volume de ventre e, em seguida, expirar diminuindo o seu volume pondo para dentro).

Observação: Estes mecanismos estando bem dominados, o aluno pode aumentar sua capacidade respiratória e controlar a respiração.

2- Respiração e trabalho em harmonia
O aluno deve treinar minando um certo número de esforços, acompanhando~os com uma inspiração e o repouso com uma expiração. Esses exercícios devem ser feitos a partir dos temas seguintes:
§  levantar uma mala;
§  puxar ou empurrar um objeto;
§  capinar a grama;
§  serrar madeira;
§  jogar um arco, etc.
§   
Todas as atividades descritas são um trabalho de preparação que torna o corpo do aluno mais disponível porque se torna mais ágil e melhor equilibrado.


Descontração

1 – Mãos
Cotovelos junto ao corpo.
Antebraços dobrados para cima.
Abrir e fechar completamente as mãos, mantendo o polegar no interior dos dedos.

Repetir o exercício: quatro vezes inspirando; quatro vezes retendo o ar nos pulmões; quatro vezes expirando; quatro vezes man­tendo os pulmões vazios (ao todo 16 vezes).

2- Punhos
Com os cotovelos junto ao corpo, os antebraços dobrados para a frente na horizontal, fazer voltas em circulo com as mãos, mantendo os dedos bem esticados.

a)  Apresentar mãos e dedos para baixo, palmas para a frente;
b)  voltar os dedos para o exterior;
c)  voltar os dedos para cima;
d)  deixar cair as mãos, descontraindo;
e)  voltar os dedos para o interior, costas das mãos para a frente;
f)  levantar os dedos para o alto, levando os dedos na vertical;
g)   deixar tombar as mãos, descontraindo para voltar à posição (a). Inspirar de (a) a (c). Expirar na posição (d). Inspirar nas posições de (e) até (í). Expirar em g).
O exercício deve ser repetido quatro vezes.

3 – Cotovelos
ü  Estender os braços na horizontal, palmas das mãos para baixo, estirando o mais possível.
ü  Descontrair os cotovelos, deixando os ombros contraídos.
ü  Inspirar, contraindo, durante sete tempos.
ü  Expirar; descontraindo bruscamente os antebraços, em oito tempos.
ü  Repetir o exercício quatro vezes.


4-Ombros
ü  Girar as costas ao redor de um eixo que passa entre as cabe­ças dos úmeros.
ü  Voltar as costas para trás, inspirando e contando 1 e 2.
ü  Levantar os ombros bem alto em direção às orelhas, ter­minando a inspiração contando 3 e 4
ü  Trazer os ombros para a frente, contar 5 e 6 retendo a respi­raçao e depois expirar contando 7 e 8, descontraindo-se subitamente.

5 – Pescoço
Mantendo os olhos fixos para a frente, girar a cabeça em tomo do eixo vertical do corpo. Iniciar o movimento no sentido dos ponteiros do relógio.
Um tempo à direita (contar); 2 para trás, 3 à esquerda e descontrair em 4.
Inspirar de 1 a 3 e expirar em 4.
Repetir o exercício quatro vezes.

6- Tórax
Conforme os exercícios de respiração precedentes, tomar uma profunda inspiração pela parte superior da caixa to­ráxica, depois, retendo o ai; fazê-lo passar para o abdômen, avolumando-o. A seguir passar o ar uma vez ao alto, outra para baixo, depois expirai; esforçando-se para pôr para fora primeiro o da parte alta, depois o da mediana e, finalmente, o da parte baixa (que até então era a mais volumosa).
Guardar um tempo (1, 2, 3) de repouso e recomeçar o exercício.
Repetir quatro vezes.

7 - Parte superior do pescoço
· Recapitular as descontrações anteriores de um a seis.
· Tomar uma forte inspiração, acompanhada de hiperextensão dos braços levantados acima da cabeça, evitando curvar a cintura.
· Expirar em seguida, suavemente, descontraindo: primeiro os dedos, depois os punhos e, em terceiro, os cotovelos,
· ao mesmo tempo que os ombros, defendendo a coluna vertebral.
· O corpo, impulsionado somente pelo peso dos braços e da cabeça, está, neste momento, em completa flexão para a frente.
· Guardar a posição anterior durante quarenta segundos, le­vantar-se o mais suavemente possível, sendo que a cabeça levanta por último.

8- Abdômen
· Permanecendo na posição horizontal, esforçar-se para fazer um circulo com o umbigo
· Deslocar-se sobre a direita, contando 1. Subir, inspirando, contando 2.
  · Passar para a esquerda, retendo a respiração e contando 3, descontrair-se bruscamente, expirando e contando 4.
  · Repetir o exercício quatro vezes começando pela direita e quatro vezes pela esquerda.

9-    Quadril
·       Colocar o pé direito sobre um livro alto ou caixa.
·       Restabelecer o equilibrio do corpo, levantando o quadril esquerdo e inspirando, depois descontraí-lo, expirando.
· Subir contando 1, 2 e descer contando 3, 4.
· Recomeçar quatro vezes com cada perna.

10-   Joelhos
Contrair o quadril, levantando a perna, estendendo-a com força para a frente até a ponta do pé.
Contar até 4, inspirando, depois descontrair somente o joe­lho, expirando, durante quatro tempos.
Recomeçar o exercício quatro vezes com cada perna.

11 – Tornozelos
· Girar o pé em torno do eixo do tornozelo, a perna estando bem estendida, como no exercício anterior
· Contar 1, 2, 3, passando à direita, ao alto e à esquerda, inspirando.
· Contar 4 expirando bruscamente e descontraindo o torno­zelo.
· Recomeçar o exercício quatro vezes num sentido e quatro vezes no outro, depois mudar de perna.

12 - Pés
Contrair os dedos do pé como se quisesse reconduzir a terra com os pés, para trás e para dentro.
Contrair durante quatro tempos, inspirando; depois descon­trair durante quatro tempos, expirando.

13 - Pernas
· Levantar a perna, flexionando o joelho, como se um fio puxasse a coxa para cima.
· Deixar em seguida, cair a perna descontraída.

Observação - Se a descontração for boa, o calcanhar da perna levantada cai ao nível da ponta do outro pé.

14- Face
Pode-se fazer a descontração da face após a do pescoço ou bem no início dos exercícios.
Observação - Entretanto, aconselham-se os alunos a prati­car ao final desta série, pois é dificil e necessita de um certo treinamento.
· Tomar o nariz como centro, esforçando-se para fazer con­vergir a ele todos os músculos da face.
· Inspirar em seguida, repuxando ao contrário todos os mús­culos para a periferia do rosto. Ao final, expirai; descontraido a face: os olhos semicerrados, boca entreaberta, músculos flácidos.
· A nuca deve, também, descontrair-se no último tempo.
· Contar 1 para a contração para a frente, 2 para contração para trás, 3 e 4 para a descontração.
· Recomeçar o exercício quatro vezes.

15- Descontração geral
· Praticar deitado sobre as costas.
· Imaginar-se fechado numa caixa de madeira ou fortemente amarrado.
· Passar em revista, em pensamento, todos os músculos da face posterior: barriga da perna, coxas, nádegas, costas, nuca.
· Inspirar com força e contrair todos os músculos das costas, como se tentasse rebentar a corda que o amarra.
· Descontrair em seguida.
· Repousar alguns segundos.
· Recomeçar pelos lados e face anterior do corpo.
· Como se todos os esforços tivessem sido em vão, respirar de novo e contrair todos os músculos do corpo ao mesmo tempo.
· Descontrair em seguida, progressivamente, como se o aperto que oprunia (corda ou caixa de madeira) tivesse quebrado.
· Respirai; calmamente, uma última vez.
· Este exeicício é feito somente uma vez.

Aconselhamento - Os exercícios, até esta parte, são difíceis e, so­bretudo, cansam o aluno. Por isso, na Oficina de Teatro, após cada série, pedimos aos grupos de três a cinco que escolham um ou dois exercícios de sua preferência e criem improvisações utili­zando-os.
31

Relaxamento
O relaxamento é um estado particular provocado por uma descontração muscular generalizada, acompanhada de um completo repouso.

Para facilitar o repouso mental, convidam-se os alunos a fixar o pensamento sobre um número de imagens (cores, formas, nomes, nú­meros, etc.). A fixação dessas imagens interiores não é um relaxamento em si, permite somente afastar idéias que preocupam em proveito de temas mais leves, levando até um estado de contemplação que leva o aluno ao relaxamento.

O relaxamento é um exercício ativo e nunca passivo, mas precisa que o aluno seja treinado para atingi-lo.

Em nenhum momento uma pessoa que atinge um bom rela­xamento perde o controle de si mesma,como no caso do sono.

Todos os exercícios de relaxamento devem ser desenvolvidos após uma descontração geral, o aluno estando deitado sobre as costas, tão confortavelmente quanto possível, sem que o local onde está deitado seja muito macio, o que o levaria ao sono.

Os exercícios são feitos com os olhos fechados. Ter cuidado para não usar cintos, óculos, pulseiras, sapatos, roupas apertadas, enfim', nada que dificulte a circulação.

Jardim fechado
· Imaginar um jardim pequeno, murado. Procurai; de olhos fechados, visualizar diferentes tipos de flores, árvores, pás­saros, fontes, ouvir as vozes dos pássaros.
· Imaginar que o céu azul vai ficando escuro, cada vez mais escuro, até que, pouco a pouco, o jardim (cada detalhe) vai desaparecendo, à medida que o çéu escurece.

Cintura abdominal
O objetivo dos exercícios a seguir é reforçar a musculatura abdominal, reequilibrando a complexa ossatura da bacia.

1- Balanço de bacia, deitado
· Deitar sobre as costas, braços ao longo do corpo, sentindo uma curvatura mais ou menos acentuada no côncavo das costas.

Observação - Essa curvatura mostra uma atitude viciada da coluna vertebral. Para corrigir, levar progres­sivamente os calcanhares até as nádegas. A curvatura desaparece.

Ø  Levantar as pernas, estirar no solo, cuidando para não curvar as costas novamente.
Ø  Inspirar levantando as pernas, expirar ao repousá-las.

2- Balanço de bacia, de pé
· Pernas ligeiramente afastadas.
· Colocar a mão direita sobre o osso pubiano para controlar com os dedos, enquanto a mão esquerda, colocada sobre o cóccix, sente os movimentos deste.
· Nessa posição, balançar a bacia, para a frente e para trás, cinco vezes.
· Esforçar-se, em seguida, em dobrar os joelhos para verificar se a bacia está bem colocada.

3- Trabalho muscular, de pé
· Ombros e pernas imóveis.
· Levar para diante a saliência ilíaca direita, depois voltar àposição normal.
· Fazer o mesmo movimento com o lado esquerdo. O mo­vimento completo faz evoluir a bacia em forma de 8 (oito). e Repetir o exercício cinco vezes.


4 – Trabalho muscular deitado
· Deitado sobre as costas, braços de cada lado da cabeça, levantar as pernas, flexionadas nos joelhos.
· Depois, sem movimentar os ombros nem os braços, expirar pela boca.


Nenhum comentário:

Postar um comentário