Curso de
Extensão e Curso de especialização em Educação Ambiental
OFICINA DE JOGOS TEATRAIS
Oficina Cescar 26/ 05/2007
Facilitadoras: Bianca Miranda de Almeida & Daniela da Silva
Contato: ramuda@ramuda.org
Introdução
O teatro
possui valorosa importância social na ação educativa e oferece inúmeras situações
de aprendizagem, interagindo com o cotidiano da comunidade. Assim, funciona
como elo entre cultura, sociedade e indivíduo.
Ajuda a
entender os grandes dilemas sociais e individuais, pois exige do ator e do público,
participação ativa, instigando o olhar sobre diferentes realidades; sua linguagem,
ajuda no aprendizado sobre nós mesmos, nossas relações, o cotidiano, a história
do país.
Assim, a
presente proposta pretende ampliar a vivência do teatro das pessoas interessadas
nesta forma de expressão, para formar assim, um público sensível à linguagem
teatral e capaz de utilizá-lo como instrumento para fomentar discussões.
Nosso
trabalho baseia-se fundamentalmente em Augusto Boal, que fala do teatro como
instrumento libertador de ações e visões. São utilizadas técnicas latino- americanas
de teatro, teatro fórum, entre outras técnicas adaptadas, com o objetivo de trazer
à cena “o ator e o não-ator com vontade de dizer algo através do teatro” (BOAL,
1979). Afinal, ”o teatro não está dentro de nada, mas se serve de todas as
linguagens: gesto, sons, palavras, gritos, encontra-se exatamente no ponto em
que o espírito tem necessidade de uma linguagem para produzir as suas manifestações”
(STANISLAWSKI).
Teatro –
Fórum
Espetáculo
baseado em fatos reais, no qual personagens oprimidos e opressores entram em
conflito, de forma clara e objetiva, na defesa de seus desejos e interesses.
Neste
confronto, o oprimido fracassa e o público é convidado, pelo Curinga (o facilitador
do Teatro do Oprimido), a entrar em cena, substituir o Protagonista (o oprimido)
e buscar alternativas para o problema encenado.
No
Teatro-Fórum o espectador é estimulado a entrar em cena, improvisar como
protagonista e buscar alternativas ao problema encenado
Objetivo
• Aguçar os
sentidos: visão, audição, tato, olfato e o sentido poético, enfim, despertar
capacidades criadoras;
•
Proporcionar uma experiência coletiva prazerosa, de modo que os participantes sintam-se
cativados pela prática teatral;
• Experimentar
o teatro com o corpo. Vivenciar práticas de ator, tais como aquecimento vocal e
corporal, improvisação cênica e construção de personagem
Justificativa
Os jogos
teatrais são exercícios de sensibilização sensorial e motora e servem para
atrair e estimular um “elenco” de não atores a representar. Comumente, é um recurso
usado pelo diretor para deixar o ator pronto para o palco.
Há um sem
número de jogos teatrais para atores e não-atores. Através deles o participante
é conduzido para si e para o outro, para a cena e para seu lugar na sociedade,
para o espaço real e imaginário, para a criatividade, a ação e a experiência
mágica do contato com a platéia que a vivência do teatro proporciona.
Categoria: Alongamento
O
alongamento é uma preparação do corpo para as aulas de teatro, sem ele fica impossível
a realização dos exercícios que virão na seqüência. O alongamento proporciona
uma melhor flexibilidade do corpo e representação do esquema corporal.
Alongamento
Prática do
remo
Em duplas os
participantes deverão simular que estão em um barco em meio ao mar remando. Uma
hora vai para o corpo para frente e leva o outro consigo, hora outro vai com o
corpo para trás levando o outro consigo e assim sucessivamente.
O mediador
poderá simular para os participantes um rio caudaloso, um mar bravio, mar
calmo...
Categoria:
Jogos e exercícios de aquecimento físico
Os jogos servem
como brincadeiras, proporcionam concentração, interação e confiança.
Os alunos aprendem
a se posicionar e locomover no espaço cênico, (organização do espaço e do
tempo), estimulando bases psicomotoras como equilíbrio, coordenação e
respiração, cujo conjunto conduz à percepção e ao controle do corpo. Esses fatores
formam a imagem corporal.
1)
Reconhecimento do espaço
Andar pelo espaço o maior homem do mundo o menor homem do mundo.
2) Roda de
ritmo e movimento
Forma-se um círculo com os participantes; um deles vai ao centro e
executa um movimento qualquer, acompanhado de um som e dentro de um ritmo que
ele próprio inventa. Todos os (a)
participantes o seguem, tentando reproduzir exatamente os seus movimentos e
sons, dentro de um ritmo. Quem está no meio da roda desafia outro (a), que vai
ao centro do círculo e lentamente muda de movimentos, de ritmo e de som. Todos
seguem este segundo ator, que desafia um terceiro e assim sucessivamente.
3)
Hipnotismo
Um participante põe a mão a poucos centímetros da cara de outro e este
fica como que hipnotizado, devendo manter a cara sempre à mesma distância da
mão do hipnotizador. Este inicia uma série de movimentos com a mão, para cima e
para baixo, fazendo com que o companheiro faça com o corpo todas as contorções possíveis
a fim de manter a mesma distância. A mão hipnotizadora pode mudar, para fazer,
por exemplo, com que o ator hipnotizado seja forçado a passar por entre as
pernas do hipnotizador.
4) Fila de
Cegos
Duas filas. Faz-se uma fila de pessoas com os olhos fechados, esta
procura sentir, com as mãos, o rosto e as mãos das pessoas da outra fila (que
estarão de olhos abertos) cada qual os do ator que está na sua frente. Depois
os atores separam- se e os cegos tentarão descobrir, tocando nos rosto e as
mãos de todos, qual o ator que estava na sua frente.
5) Futebol
imaginário
Duas equipes sem utilizar bola, disputam uma partida como se a tivesse
jogando.
O
facilitador (a)-juiz (a) da partida deve observar se o movimento imaginário da bola
coincide com os movimentos reais das pessoas participantes , eliminando as que cometem
erros. Qualquer outro desporte coletivo pode ser praticado neste tipo de exercício.
6) Ritmo em
uníssono
O grupo inicia junto um ritmo (cada um o seu ritmo), com a voz, as mãos
e as pernas, após alguns minutos mudam lentamente, até que um ritmo novo se
impõe e assim sucessivamente durante vários minutos. Variante: Todos (as)
começam a um sinal dado, a fazer um ritmo próprio, e também um movimento que
acompanha esse ritmo.
Depois de alguns minutos tentam aproximarem-se uns dos outros segundo as
afinidades rítmicas. Os participantes com maiores afinidades vão homogeneizando
os seus ritmos até que todos (as) estejam praticando o mesmo ritmo e o mesmo
movimento... Pode ser que isso não aconteça. Nesse caso, não é importante,
desde que os grupos formados tenham seus ritmos e movimentos bem definidos.
7) Imagem do
grupo – escultura
Em dupla. Cada um, utilizando a outra pessoa, faz uma escultura que
pretende refletir a sua opinião acerca das relações do grupo. Aquilo que
permanecer constante em todas as esculturas será uma espécie de super-objetividade.
Pode-se escolher, cada vez que se faça o exercício uma pessoa para ficar em
evidência, à volta do qual ficará o restante do grupo. A pessoa em evidência
sentir-se-á na posição de cada um de seus companheiros, assumindo a posição
deles em cada escultura.
Categoria:
Jogo Teatral
Objetivos:
Estimular a relação com o outro, a criatividade, a expressividade do corpo, a
desenvoltura e a concentração.
8)
Inter-relação de personagens /Atividades complementares
Este exercício pode ou não ser mudo. Um participante inicia uma ação. Um
segundo aproxima-se e, através de ações físicas visíveis, relaciona-se com o primeiro
de acordo com o papel que escolhe: irmão, pai, tio, filho, etc. O primeiro deve
procurar descobrir qual o papel e estabelecer a inter-relação.
Seguidamente, entra um terceiro ator que se relaciona com os dois
primeiros, depois um quarto e assim sucessivamente.
9) Amor,
ódio, amor
Dividir o grupo em duplas. A dupla deverá esboçar sentimentos de amor recíproco.
O sentimento dever ser expresso falando números 12, 33, 44. O sentimento vai aumentando,
até que o mediador (a) da atividade indicará que este deve se transformar aos
poucos em ódio, sendo expresso através de números também.
Ao se atingir o grau máximo do sentimento, retornar a demonstração de
amor pelo (a) companheiro (a). Após fazer um bate papo para trocar as
experiências.
10) Mímica
O grupo será dividido em dois. Um dos grupos deverá se reunir e escolher
um tema. Escolhido o tema, o grupo deverá selecionar um membro do outro grupo para
encenar o tema, seu grupo deverá ser adivinhar o tema encenado.
11) Dito
popular
Serão escritos em papeizinhos ditos populares. Estes papéis serão
distribuídos a cada participante. Um participante de cada vez será interrogado
sobre o conteúdo do papel, este deverá responder as perguntas acrescentando a
cada resposta uma palavra do seu dito popular, até que o grupo descubra qual o
dito popular.
12)
Profissões
Serão distribuídos pedaços de papel pra que cada integrante do grupo
escreva nele uma profissão, os papeis serão dobrados e sorteados por cada
pessoa. Todos um de cá vez deverá representar através da mímica a sua
“profissão” para que o grupo adivinhe.
13) Troca de
máscaras
O grupo será divido em duplas. Uma pessoa da dupla deverá representar o
papel de patrão a outra o empregado que vai pedir aumento, este se comportará
como tal, podendo perguntar como vai a família, a saúde, o preço da cesta
básica subiu... Depois de exercerem um papel trocar os papéis. Após, bate-papo
sobre a dinâmica.
14) Ilustrar
uma história
O grupo será divido em duplas. Em cada uma das duplas uma pessoa ficará responsável
por contar uma história que lhe aconteceu e outra encenar esta história. Depois
da encenação, a pessoa que teve a sua história encenada deve compartilhar com o
grupo qual a diferença entre a forma que a pessoa encenou a história e como foi
o desenvolvimento da história real.
15) Muitos
objetos num só objeto
Baseia-se na frase de Bertolt Brecht de que há muitos objetos num só
objeto. Ficará a disposição dos participantes objetos. Uma pessoa por vez
deverá entrar na roda e mostrar um uso que se pode ser dado aquele objeto
Material: objetos, a quantidade varia conforme o tamanho do grupo.
16) Contar a
através da mímica a história feita por outra pessoa
Cinco pessoas no grupo voluntariamente se candidatam a escolher e
encenar um tema. O restante do grupo deverá adivinhar o tema escolhido.
17)
Gravidade
As pessoas participantes deverão caminhar pelo espaço aleatoriamente
sentindo o seu peso, cada movimento que faz com o corpo, como se sente hoje,
como está cada um de seus membros: suas pernas, seu braços, pescoço, sentido
sua respiração, como está sua coluna, se sente algum lugar incomodando,
imaginar todas as potencialidades do seu corpo, e como se aproveita dele
cotidianamente.
O (a) facilitador (a) deverá simular uma situação em que pede para
pessoa imaginar que ela está num lugar muito alto em que o ar é rarefeito,
falta-lhe ar e vai ficando pesado o corpo, difícil de andar... Depois propor
que pessoa imagine que ela está numa nave espacial sobre a ação da gravidade,
seu corpo está leve e ela flutua no ar, vendo a terra lá de cima.
18)
Completar o espaço
O grupo será dividido em duplas. Uma pessoa da dupla deve fazer um
gesto, a outra deve fazer um gesto que complete o gesto da outra. Após sinal do
(a) mediador (a) da atividade as posições devem ser trocadas, que completou
propõe e quem propôs completa.
19) Jogo do
assassino
Serão distribuídos pequenos papéis a cada uma das pessoas participantes
com a personagem que este deverá representar no jogo. Sendo os seguintes personagens:
o assassino, a polícia a paisana e as vítimas. O assassino deverá tentar
assassinar as vítimas, e a polícia deverá descobrir quem é o assassino intimando-o
a ir preso. O grupo deverá escolher um sinal que o assassino execute para
exterminar a vítima. Situação: as vítimas não querem ser mortas, mas não devem
deixar transparecer que são as vítimas. O assassino quer realizar um crime perfeito,
não quer ser descoberto. O policial a paisana quer prender o assassino, para
isso precisa descobrir quem é este sem que ele o perceba, se não, conseguirá executar
os crimes fora da mira do policial.
20) Quebra
da Repressão (teatro fórum)
Uma pessoa do grupo contará uma história na qual tenha passado por uma
situação de opressão. Esta história deverá ser representada por voluntários do
grupo.
Num primeiro momento a encenação será da forma com que a história foi
contada. No segundo momento pelo mesmo grupo de voluntários ou outros a
história deverá ser encenada com o personagem da história não aceitando a
opressão, reagindo a situação.
Materiais
necessários
30 canetas
Papéis de
rascunho.
Que Deus te abençoe!!!
MUITO BOM! AMEI.
ResponderExcluirOBRIGADA
ok obrigado o retorno.
ExcluirShow
ExcluirMuito bom, obrigada pelo conteúdo...
ResponderExcluirExcelente material! Me ajudou bastante na minha eletiva sobre teatro. Obrigada!
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