terça-feira, 5 de abril de 2016

Escrever um texto

O materala abaixo é uma resumo do livro de Doc Comparato...



A arte de escrever para o Teatro

O essencial num texto é o interesse mantido que prende a atenção dos espectadores o tempo todo.

Mecânica do Texto

ü  O que é um texto?
ü  E a forma escrita de qualquer espetáculo.

Basicamente deve ter três qualidades essenciais

Logos

ü  É palavra, o discurso, a forma que daremos.
ü  É a organização verbal de um texto, sua estrutura geral.

Pathos

ü  É o drama, o drama humano. Portanto é a vida, a ação, o conflito do dia a dia gerando acontecimentos.

Ethos

ü  É a ética, a moral.
ü  É o significado da estória, suas implicações morais, políticas.
ü  É o conteúdo do trabalho, o que se quer dizer com ele.

Etapas de um texto

A construção obedece a um caminho lógico. São cinco etapas, até o texto final.
ü  Idéia
ü  Palavra
ü  Argumento
ü  Estrutura
ü  Primeiro tratamento

Primeira etapa – Idéia

ü  Um texto sempre começa por uma idéia.
ü  Por um fato que gera em nós o desejo de fazermos alguma coisa a partir dele

Segunda etapa – Palavra

ü  É a idéia anotada numa frase. Uma boa peça de teatro pode estar contida numa frase
ü  Ex Hamlet - era uma vez um príncipe cujo tio, para tomar o trono, matou o rei, pai do príncipe, aí o príncipe entrou numa crise existência, matou uma porção de pessoas e acabou morto.

Terceira etapa – Argumento (tempo espaço)
ü  Argumento significa justificativa.
ü  Aqui começamos a delinear os personagens e principalmente, a localizar a estória no tempo e no espaço.
ü  Começa aqui, passa por lá, por lá e termina aqui.

Quarta etapa – Estrutura

ü  É como vamos contar nossa história.
ü  A estrutura é a fragmentação do argumento em cenas.
ü  Cada cena contém a localização no tempo, no espaço e a sua ação.
ü  Porém será apenas uma descrição da cena – ainda não chegou à hora dos diálogos.

Quinta etapa – Primeiro Tratamento

ü  Os personagens serão desenvolvidos – quem é quem, como e por que?
ü  Aqui surgem as falas, os diálogos, as aberturas de cena, desenvolvimento e fechamento das cenas.
ü  Aqui vamos rechear a estrutura colocando emoções, personalidades e conflitos de cada personagem.
ü  É o acontecimento total de cada cena.
ü  Não é o texto final sem revisão, correções ou ajustes.


Classificação geral do Texto
Quando escrevemos uma história, já sabemos que tipo de historia vamos escrever.
É necessário que saibamos classifica-lo para que não nos aconteça o desastre de acabarmos com uma estória que não é drama, não é comédia, nem suspense, nem coisa alguma.

Esta classificação é dividida em 6 itens e subdivisões
Ø  Aventura – bang-bang, ação, mistério, musical.
Ø  Comédia – romântica, musical, infanto-juvenil.
Ø  Crime – psicológico, ação, social.
Ø  Melodrama – ação, aventura, juvenil, detetive e mistério, assassinato social.
Ø  Drama – romântico, biográfico, social, musical, comédia, ação, religioso, psicológico, histórico.
Ø  Outros – fantasia, farsa, horror, documentário, desenho, seriado, educativo, propaganda, mudo, erótico.


01 - O ponto de partida

Primeira etapa - Idéia

Teoria da idéia
ü  Antes de tudo, o homem é um ser que indaga. É um curioso, um perguntador, jamais satisfeito com as respostas; assim evolui.
ü  Tanto coloca questões a si próprio, quanto inventa respostas; assim cria.
ü  Condições de vida favorecem ou não o ser criativo; má alimentação...
ü  Genético? Certamente que não. Mais sim pelas condições favoráveis ao desenvolvimento.
ü  Idéia – é um processo mental oriundo da imaginação. (maça – azul)
ü  Criatividade – concatenação destas idéias. Criação de uma maça azul.
ü  Originalidade – é o que faz um texto ser diferente de um outro, é a sua marca individual no texto, no estilo. A diferença de como o artista conta uma velha história.
A necessidade da arte
ü  A educação tende formar indivíduos conformistas enquadrando, domando sua criatividade de forma que ela se insira dentro do que a sociedade deseja enquanto força de produção.
ü  O indivíduo pe reduzido à passividade – e o passivo é essencialmente o não criativo.
ü  É preciso vencer essa inércia, essa paralisia, esse medo de termos idéias, posto que antes de modificar o mundo, uma idéia modifica quem a teve.

Construindo um poema
ü  Pensar poético da em imagens. Isto é importante para um texto. Geralmente pensamos em palavras e não em imagens.

Qualidades básicas segundo Spender

Concentração

ü  É estar atento ao fluxo interior.
ü  Três tipos – imediato e completa – o trabalho surge por completo, inteiro.
ü  Em estágios – o trabalho ora flui ora cessa.
ü  Ser tomado pela idéia.

Inspiração

ü É o começo e o fim de um texto, de um poema.
ü Existem teorias que a droga estimula a inspiração. Eu tomo chá.

Memória

ü  É a cristalização do fato.
ü  O gesto de uma pessoa, um cheiro, um riso engraçado, uma palavra áspera.
ü  Um acervo de imagens que é a nossa memória.
ü  Imaginação é a leitura que fazemos de nossa memória.

Capacidade – talento

ü Essa qualidade, já se nasce com ela.
ü É o ouvido do maestro, a capacidade que o músico tem de reproduzir uma música ouvindo apenas uma vez.

Fé e confiança

ü  Nos entregar ao trabalho com a certeza absoluta de que será uma obra perfeita.
ü  O que seria de um trapezista se duvidasse de si mesmo na hora do salto mortal?
ü  Sem fé nada pode ser feito. A autocritica só é válida uma vez terminado o trabalho.


Criatividade e risco

Ø  Criatividade pode ser descrita como sendo um abandono de todas as certezas. Geralmente as pessoas têm medo de enfrentar um papel em branco, medo da incerteza do que fazer.
Ø  Mozart – dizia que não sabia como uma idéia chegava a ele, mas sabia que se dormisse, a idéia não chegaria, assim não dormia passando as noites em claro esperando que idéias surgissem.
Ø  Tchaikovsky – devemos ser muito pacientes, devemos esperar pela inspiração. Precisamos vencer a desinclinação, a paralisia, o deixar para amanhã, posto que essa desinclinação simplesmente era o medo do papel em branco.
Ø  Albert Einstein – a coisa mais bonita que podemos experimentar é o mistério. Ele e a fonte de toda arte e ciência verdadeira.
Ø  Ezra Pound – o artista é 10% talento, 90% trabalho.
Ø  Acordamos e, com ou sem inspiração, temos sentar e escrever, porque não há produção sem trabalho.

Idéias não Surgem do nada
Existem seis campos onde provavelmente encontramos uma idéia, a saber;

Idéia selecionada
ü  Esse tipo de idéia surge de nossa memória, ou vivencia pessoal, como nos momentos em que sonhamos acordados.
ü  Surge de dentro de nós, de nossos pensamentos de nosso passado recente ou remoto.
ü  Independe de fatores externos.

Idéia verbalizada
ü  É a que surge a partir do que alguém nos conta, um caso, um comentário, uma história que ouvimos no elevador.
ü  Idéia que nasce de algo que ouvimos.

Idéia lida
ü  É a que chamamos de ideai de graça, surge no momento em que lemos um jornal, revista, livro, um panfleto.
ü  Fontes escritas são excelentes fornecedoras de ideais – jornais e revistas principalmente.

Idéia transformada
ü  É basicamente, uma idéia que nasce de uma ficção, de um filme, de um livro, de um outro texto teatral.
ü  Ao autor amador copia, enquanto o profissional rouba...Transforma.
ü  É preciso marcar a diferença entre plágio i idéia transformada. Plágio é a cópia ipsis literis de partes de uma obra. Idéia transformada é usar a mesma idéia de outra forma.

Idéia Solicitada
ü  É a idéia sob encomenda.

Idéia Pesquisada
ü  Fazemos uma pesquisa para saber qual o tipo de tema está no momento, ou está em falta no mercado.
ü  Outra forma é um texto escrito para um determinado tipo de público.

Idéias valem ouro
ü  Não despreze uma idéia mesmo que pareça completamente doida.
ü  Sempre, ou quase sempre, poderá ser aproveitada.
ü  Tenha como costume – andar com uma caderneta de anotação – e aprenda a registrar toda e qualquer idéia, acontecimento, fato, que o rodeiam.


02 – Rumo ao desconhecido

Segunda etapa – Palavra
Palavra é a síntese da estória. Portanto, ela terá que abranger tudo o que vai conter na história.
Ø  Apresentação do conflito – alguma coisa acontece.
Ø  Desenvolvimento do conflito – alguma coisa precisa ser feita.
  1. Solução do conflito – alguma coisa foi feita.

Muitas vezes no decorrer das outras etapas do texto, a estória pode mudar de rumo, e pode mesmo até terminar muito diferente do planejado, do ponto de partida.

Exercício
ü  Pedir ao grupo que escrevam cinco idéias.
ü  Escolher dois ou três e desenvolver – um resumo de história.

ü  Escrever cinco diferentes versões para um mesmo resumo.
ü  Solitários e desprezados por suas respectivas famílias, um velho e uma velha abrem um bordel apenas para pessoas idosas, somente com intenção de chamar atenção de suas famílias e provocar o maior escândalo na cidade.
ü  Um casal de idosos descobre que tem poucos anos de vida. Resolvem abrir uma casa de amor causam enorme sucesso e são expulsos da cidade pela sociedade local. Morrem, mas muito felizes.

03 - Argumentos da sinopse

O argumento da sinopse é o resumo da estória desenvolvido em texto. É o resumo do que pretendemos escrever. Deve conter as seguintes informações:
1.      Temporalidade
2.      localização
3.      Percurso da ação
4.      Perfil do personagem – protagonista.

Por que se faz um argumento?
É no argumento que se pode ver a viabilidade de um projeto. Com um argumento pronto, as viabilidades de produção mercadológica, artísticas e autorais, poderão ser analisadas.
ü  Viabilidade de produção – o custo da produção é o primeiro fator a ser considerado. Para reduzir os custos descobrir uma solução criativa de menor custo.
ü  Viabilidade mercadológica – há de se analisar se existe público para o espetáculo e que faturamento esse público pode representar. Cabe lembrar que há público para qualquer espetáculo desde que o mesmo seja produzido para este público.
ü  Viabilidade artística – há que pesquisar se temos pessoais técnicos disponíveis e atores capazes de desempenhar o papel satisfatoriamente. No Brasil temos muita dificuldade para encontrar atores ditos completos, os que além de representar, saibam cantar, dançar. Os cenários e figurinos também devem ser levados em consideração.
ü  Viabilidade autoral – como desenvolver o argumento. Duração do espetáculo.

Conteúdo do Argumento

01 – Temporalidade
ü Informar a data em que a estória começa e também o seu desenrolar através dos dias, meses, anos, décadas, séculos.
ü Enfim a quantidade de tempo que a estória abrange. Esse tempo é continuo, obedece ao calendário, ou é descontinuo, salta de mês a mês, de anos. Ou simplesmente é o tempo de um sonho.

02 – Localização
ü Em que lugar se passa a estória.
ü Devemos também informar as características do local, o que de incomum acontece no local, durante nossa estória.

03 – Percurso da ação
ü É o conjunto de acontecimentos ligados entre si por conflitos que vão sendo solucionados através de uma estória, até o desfecho final, perfazendo assim o percurso da ação dramática.
ü Criando um drama básico – percorremos três etapas.
v  I Ato – Apresentação do problema
v  II ato – Escolha e desenvolvimento do caminho.
v  III ato – Solução do problema, desfecho.
ü Em cada uma dessas etapas o personagem vai agir criando conflitos –
v  Em face do problema ele entra em conflito.
v  Buscando a solução, ele encontra o conflito.
v  E chega a solução através do conflito.

Conflito
ü  Base da dramaturgia  - designa o embate entre forças e personagens, através do qual a ação se organiza e se desenvolve até o desfecho.
ü  Portanto o conflito espelha a vida, espelha o ser em sua relação com o mundo e consigo mesmo.
ü  A ausência de conflito é a tão famosa paz.

Categorias do conflito
1.      O personagem pode estar em conflito com uma força humana – estar em conflito com outro homem. Bang-bang.
2.      Em conflito com forças não humanas, com a natureza ou obstáculos – Inferno na Torre.
3.      Em conflito consigo mesmo, com forças intrínseca -.

Qualidade do conflito
Em dramaturgia ele tem duas qualidades básicas:
Ø  Correspondência do conflito – o problema do personagem deve ser tomado pelo espectador, criando uma cumplicidade, uma correspondência.
Ø  Motivação do conflito – é necessário que o conflito tenha uma razão de ser, as situações com as quais o personagem se defronta e que geram conflitos.

Esse desenvolvimento é absolutamente emocional e se dá por:
Ø  Simpatia – ou por solidariedade.
Ø  Empatia – ou por identificação.
Ø  Antipatia – ou por reação

4.      Perfil do personagem – protagonista. O protagonista é o personagem base do núcleo dramático principal, o herói da estória. Esse protagonista pode ser uma pessoa, um grupo de pessoas, ou qualquer coisa que tenha condições de ação e expressão. Ex. Rim Tim Tim, Lessi...
Em segundo lugar temos o coadjuvante que está ao lado do protagonista.

Observações na construção do Perfil do seu Personagem

Dez observações básicas do perfil do protagonista.
1.      Adequação do personagem a estória – o protagonista é criado a partir da estória e não ao contrário.
2.      O Protagonista – seu modo de pensar é demonstrado na sua fala, no modo em que se expressa. Ex não fala pelos cotovelos. Seu modo de sentir é demonstrado na maneira como ele se conduz frente à ação, como ele age.
3.      Qualificação – só classificamos sua maneira de falar se falar carregado se tiver sotaque, se gagueja.
4.      Batismo – o nome é de enorme importância, posto que o nome revela a classe social, o caráter, a forma, a tipologia do personagem.
5.      Dever ser real – um personagem deve ter valores considerados universais – valores éticos, morais, religiosos, afetivos, políticos. E também valores chamados de particulares – vício pelo trabalho, mania de ordem, pão duro, orgulhoso, romântico. Um grave erro é considerar o protagonista perfeito demais.
6.      Composição – devemos desenvolver ao máximo o nosso personagem, pois isto facilita a ação. São três fatores:
Ø  Físico – idade, peso, altura, aparência, cor do cabelo, da pele...
Ø  Social – classe social, religião família, origem, trabalho, nível cultural...
Ø  Psicológico – ambições, desejos, frustrações, sexualidade, sensibilidade...
Podemos dizer que o dramaturgo é um colecionador de tipos humanos, matéria prima básica na construção de seus personagens.

7.      Quadro de algumas características básicas – as pessoas agem e reagem de acordo com suas características assim também ocorrem com os personagens eis algumas:


Sujo frugal perdulário imaculado estúpido violento inteligente burro alegre avarento triste chato, confuso obstinado dócil moral imoral vulgar preguiçoso calmo nervoso simples otimista ativo sereno afetado covarde nobre singelo outras.


8.      Contraste – depois de pronto o personagem é autônomo, o autor não tem que explicar mais nada está pronto para agir e reagir por vontade própria. O contraste é a medida de suas vontades.

9.      Dificuldades – se por acaso, no inicio do argumento o personagem não parecer em sua totalidade, devemos continuar a estória, posto que o próprio desenrolar dos acontecimentos revelará os pedaços que faltam.
10.  O antagonista – é o protagonista às avessas, é o opositor.


Exercício
Construir o perfil de um personagem a partir das seguintes perguntas
Como é o personagem?
Descreva sua aparência.
Sua personalidade
Como ele pensa e fala.
Onde mora, trabalha?
Quem é e como é sua família?
Seus amigos?
Características especiais, maneirismos, particularidades.


Formas de ação
ü  De amor – um casal feliz que se ama é separado por alguma razão, volta a se encontrar e tudo acaba mito bem.
ü  De sucesso – estórias de um homem que ambiciona o sucesso, com final feliz ou infeliz, de acordo com o gosto do autor.
ü  Cinderela – é a metamorfose de um personagem de acordo com os padrões sociais vigentes.
ü  Triangulo – caso típico do triangulo amoroso.
ü  De volta – filho pródigo que volta a casa paterna, marido que volta da guerra, algo que volta.
ü  Vingança – um crime ou uma injustiça foi cometida e o herói faz justiça pelas próprias mãos, ou vai, em busca da verdade.
ü  Conversão – converter um bandido em herói, uma sociedade injusta. Na verdade uma tentativa de converter o publico.
ü  Sacrifício – um herói que se sacrifica por alguém ou por uma causa.
ü  Família – mostra a relação entre famílias ou grupos que de alguma forma estão ligados. É a inter relação em um mesmo núcleo dramático.


Origem da fábula
Segundo essa teoria, a fábula é composta de trinta funções, em sucessão sempre idêntica, embora nem toda fabula contenham todas.

É muito importante para quem escreve para criança.

ü  Distanciamento – acontece em outra época.
ü  Proibição – algo proibido.
ü  Infração – alguém infringe algo.
ü  Investigação
ü  Delação – o traidor
ü  Armadilha
ü  Conivência
ü  Punição – o castigo
ü  Mediação
ü  Consenso – o castigo
ü  Partida do herói
ü  Submissão do herói às provas pelo doador – provação do herói.
ü  Reação do herói
ü  Fornecimento de meios mágicos
ü  Transferência do herói
ü  Luta entre o herói e o antagonista.
ü  Herói assinalado
ü  Vitória sobre o antagonista
ü  Remoção do castigo ou culpa inicial
ü  Retorno do herói
ü  Sua perseguição
ü  O herói salva
ü  O herói chega incógnito em casa
ü  Pretensão do falso herói
ü  Ao herói é imposto um dever difícil
ü  Execução do dever
ü  Reconhecimento do herói
ü  Transfiguração do herói
ü  Punição do antagonista
ü  Núpcias do herói


04 – Estrutura

Quarta etapa – estrutura: é a fragmentação do Argumento em cenas. É importante, pois vamos estabelecer como vamos contar nossa estória.

Argumento – um só corpo
Estrutura – a divisão desse corpo em cenas (blocos) e sua montagem numa seqüência escolhida pelo autor, de modo obter o maior nível possível de tenso dramática, de acordo com seu estilo pessoal.
É a forma como contar uma velha estória.

Planejamento
Dois tipos – Macroestrutura – Microestrutura

Macroestrutura
É a estrutura geral de um texto, o arcabouço de cenas. Aqui se define a duração do espetáculo, o numero de cenas e atos.
Como vai acontecer, linear, onde vai começar, onde se localizara o clímax, o conflito principal.
Uma vez encontrados os pontos chaves da estória, os pontos de maior importância, nós os organizaremos da maneira que melhor responda ao aumento de tensão. Depois de nos preocuparmos em como vamos ligar as cenas preenchendo os vazios.
O ponto de partida é como abrimos o espetáculo, é muito importante posto que os personagens envolvidos apresentarão o problema que se resolverá no final.


Microestrutura
Abrange cada cena. A cena abre onde? O que ele faz depois?

Emocionando
É despertar o interesse da platéia e que ele compreenda.

Contato
Pontos de identificação.
 
Antecipação
Antecipar uma situação, criando expectativas.
Telegrafar algo que vai ocorrer, através de um gesto, uma atitude, uma palavra.
Deixar que ele vai se vingar que a situação não terminou ali.

Repetição
É muito utilizado nas comédias – o personagem já caiu uma vez e acaba caindo novamente

Contraste
A platéia quer saber quem vai morrer, ou sobreviver mesmo já conhecendo a estória.

 Surpreendendo
Aqui trabalhamos em cima do que a platéia espera que ocorra, e apresentamos um acontecimento absolutamente inesperado.
A antecipação está intimamente ligada ao conhecimento que temos do que é ou não provável acontecer. Esse conhecimento nasce da nossa vivencia.
Uma boa surpresa é igual a um bom presente, o melhor modo de fazer é guarda-lo para os momentos especiais, como o clímax, ou a resolução, momentos chaves de nosso teto.

Suspense
Em verdade suspense, nada mais é que uma antecipação urgente. Um suspense pode conter um elemento de surpresas, o personagem abre a porta e leva uma marretada na cabeça.


Estrutura clássica
É divididos em três movimentos, todos os três atos tem um começo, meio e um fim.

I ato –
ü  Exposição do problema
ü  Situação desestabilizadora
ü  Uma promessa, uma expectativa.
ü  Antecipação de um problema
ü  Conflito emerge

II ato
ü  Complicação do problema
ü  Deteriorização da situação
ü  Tentativa de normalização
ü  Crise

III ato
ü  Clímax – ou reversão de expectativas
ü  Resolução dos problemas

Diagramas
Diagramas da ação, é o desenho da curva dramática de uma estrutura. Cada autor pode fazer a sua, é uma boa maneira de visualizarmos se nossa estrutura está boa ou não.


Primeiro tratamento
Quando falamos de primeiro tratamento, estamos basicamente. Falando de cena.

O texto
É o instrumento de trabalho para o diretor, ator, produtor, montador, cenógrafo, figurinista, sonoplasta...
Deve conter todas as informações necessárias para a transformação de texto em espetáculo
Todo texto deve ser o mais coerente possível.

Diálogo
É um texto dramático para ser falado pelos interpretes.
É a linguagem essencial do drama, sua construção é o teste crucial do grande dramaturgo.
É chamado do corpo de comunicação do texto, usado para caracterizar os personagens, passar informações sobre estória.
Existem diálogos de época, para estes casos, além de leituras de textos da época, podemos fazer uma pesquisa e elaborar um glossário que servirá de base para a criação dos diálogos.
Um dialogo é feito de idas e vindas, de interrupções, de debate, de troca de idéias, de emoções.
Para construção dos diálogos é mais uma questão de sensibilidade do autor do que uma questão de formação ou técnicas específicas.

Monólogo
Pressupõe uma fala solitária. O ator sozinho no palco articula em alto e bom som suas emoções, pensamentos, desejos.

Monólogo interior
Caracteriza-se por transcorrer na mente do personagem, como se falasse consigo mesmo.

Coro
Conjunto vocal que se expressa pelo canto ou pela declamação.
No teatro clássico é representado pelo atores e representam o povo junto aos setores principais, narrando ou comentando as cenas.

Narração
Consiste no relato de acontecimentos ou fatores, envolve a ação. O narrador pode estar presente ou em of.

Rubricas
São indicações de estado de animo, postura e ações dos personagens.



Os dez problemas mais comuns do Diálogo

Diálogo literário – é o dialogo com ênfase no texto para ser lido. Há muita diferença entre texto para ser lido e texto para ser falado.Um texto para ser lido obedece a normas gramaticais. Já um texto para ser falado é montado em cima do coloquial, como as pessoas falam no cotidiano, com suas incorreções gramaticais, seus regionalismos, sua classe social, e uma série de fatores provenientes do personagem que fala tal texto. De fato ninguém fala como escreve.

Diálogo repetido
É o dialogo que repete a mesma coisa várias vezes de modo diferente. Ex. gostei muito da viagem. Foi um período de descanso. – descansei bastante foi uma viagem gostosa.

Dialogo longo
Um personagem faz um discurso contando sua vida, seus conflitos, etc... Alongando excessivamente o relato, e levando o espectador ao fastio.
Este tipo de monologo somente é válido se não for em forma de edital, de discurso filosófico, mas sim um momento de emoção, um desabafo, uma revelação.
Ninguém fala de si mesmo exaustivamente, a não ser um chato.
Deve-se evitar o diálogo longo e usa-lo somente quando absolutamente necessário.

Dialogo parecido – nulo
Aqui todos os personagens falam a mesma coisa. Os personagens falam iguais, perdem suas personalidades.

Dialogo discursivo
É a mistura de dialogo longo, literário e dialogo repetido.
Ocorre quando o personagem usa conceitos demais, repete estes, enfatiza regras, fala como se estivesse escrevendo tudo.
Neste caso é uma dialogo exaustivo e cansa logo a platéia.

Seleção vocabular errada
Cada classe social, cada grupo tem sua terminologia própria, usa algumas palavras em vez de outras. Muitas vezes o caso de vocábulos técnicos. Ex. uma empresa – dígitos verificador.

Diálogo inconsistente
Quando falta conteúdo dramático no diálogo. O personagem não tem nada para informar, nenhuma emoção para passar e fica enchendo lingüiça, tentando se explicar verbalmente.

Dialogo introspectivo
Não é um monologo é o falar sozinho. O ator se distancia da cena e fala sozinho, normalmente incluindo a platéia. Um aparte.

Dialogo impossível – artificial
Ocorre quando um diálogo não convence, as reações dos personagens são esquisitas e fora da realidade do diálogo.






Observação acerca do dialogo
Continuidade do diálogo
Devemos prestar atenção para não perdemos o fio do dialogo. Deve-se respeitar os estados de espírito dos personagens. Manter uma coerência dos personagens. Ele pode mudar se algo assim aconteceu para sua mudança.

O visual
É muito importante – mais ainda em tv e cinema – se pude passar uma mensagem pelo visual melhor, certo diálogos, texto são dispensáveis.

Quem é quem
Educação, classe social dos personagens. São informações que enraízam o personagem em determinado contexto social.

Ganchos do diálogo
Preste atenção nos grandes momentos verbais do personagem. Mantém a expectativa.

Subtexto
É o que está explicito no texto, nas entrelinhas. O subtexto pode aparecer num gesto, nas atitudes e posturas dos personagens ou subentendido no texto.

Telegrafar
Aprenda a não jogar todas as informações de uma vez só. Dissolva em partes.

Pontuação
Não existe um consenso sobre pontuar ou não. A entonação, o respirar e a intensidade do diálogo serão fruto da criação do interprete. Em cima das características do personagem

Crianças
Considere sempre as limitações infantis, sempre falar o essencial, isto é, pouco.

Pelo telefone
Muito cuidado com o seu uso. Prefira o confronto direto dos personagens nunca via telefone. Ser for indispensável faça-o rápido.

Cenas – estrutura das

O corpo do texto é composto de cenas, que são ações continuas dentro de um espaço geograficamente definido.
Toda cena tem sua razão de ser, mesmo que seja somente para assinalar a passagem de tempo.
Temos cenas explicativas, de passagem, de clímax.
Todas as ações humanas, dentro de um espaço limitado, têm um começo, um meio e um fim.
Toda cena tem a sua unidade própria dentro de um determinado período de tempo. Um começo, um desenvolvimento, uma resolução.

Começo
ü  Apresentação - mostramos os personagens
ü  Identificação – identificamos o local e que são os personagens.
ü  Abertura – inicio da cena
ü  Aparição do personagem – o personagem age ou fala.
ü  Exposição de motivos – o conflito que vai se desenrolar

Desenvolvimento
ü  Desenrolar – o desenrolar da ação
ü  Acontecimento – o que acontece
ü  Progressão de motivo – agravamento do conflito
ü  Desencadear – o clímax
ü  Digressão – mudança de expectativa

Resolução
ü  Resolver – o final da ação
ü  Remeter – o final da cena remete a outra cena
ü  Questionar – deixar um a interrogação no ar
ü  Revelar – mostrar um motivo oculto
ü  Concluir – fechar a cena

Texto final
Analise – é um trabalho artesanal de debate, analise, discussão do material, e se necessário, modificações naquilo que não esta correto.
Primeira etapa – é avaliar e dissecar todos os elementos do texto, ritmo, personagens, diálogos, etc.
Segunda. Etapa – ver se realmente o texto corresponde à proposta inicial, se esta adequada ao teatro.
Terceira etapa – determinar as possíveis falhas e encontras soluções corretoras. Refazer os diálogos necessários, esclarecer as situações dúbias, marcar conflitos, mudar o final...


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