terça-feira, 12 de setembro de 2017

Atividades - Trabalhando os Sentimentos

Sentimentos


1031 – Alivio
-          Você está dormindo.
-          O vento estremece as janelas
-          Você acorda. Olha em volta. Vê sombras na parede. Fica com medo.
-          Você quer levantar. Não consegue.
-          De repente, acende-se a luz.
-          É a sua mãe. Não é nada. Que alívio.


1032 – Raiva
-          Você brinca com seu carrinho.
-          De repente um menino tira o seu carrinho. Que raiva.
-          Você vê o menino sair correndo. Puxa.
-          Você corre atrás dele. Não consegue pegar ele. Mais raiva. Você corre com raiva, com muita raiva.
-          Ele caiu. Largou o carrinho. Você corre ele foge, você pega o carrinho.

1033 – Surpresa
-          Você esta brincando com seus soldadinhos.
-          Eles estão todos arrumadinhos, parece um desfile militar.
-          Você ouve uma campainha da porta tocar. Quem será?
-          Você se levanta. Corre porque a campainha toca sem parar. Você abre a porta. Que surpresa. È um dos seus soldadinhos. Que surpresa.

1034 – Solidariedade
-          Está na hora do recreio.
-          Que fome. Você começa a comer.
-          Vê o lanche do seu colega cair no chão.
-          Você fica com pena. Oferece um pouquinho do seu lanche pra ele.

1035 – Hilaridade
-          Você sente o cheiro de jaca.
-          Procura.
-          Acha uma jaca na cozinha. Mete a mão na jaca.
-          Come, guloso, os bagos da jaca.
-          As mão ficam lambuzadas
-          Entra na sala seu colega, e sem perceber você cumprimenta-o com suas mãos sujas.
-          Ambos ficam lambuzados e começam a se lambuzar todo o corpo.

1036 –Ansiedade
-          Você se arruma para ir a praia. Que calor.
-          Você espera sua família, preparar toda bagagem, exageradamente.
-          Como demora.
-          Você fica impaciente, e começa andar, pela sala, olhar o tempo.
-          Após demora, percebe que todos estão prontos.
-          Todos saem e vão a praia.

1037 – Alívio II
-          Você arruma seu dinheiro na carteira.
-          Que vento.
-          Você vê seu dinheiro voar.
-          Você corre atrás. Você está quase pegando as notas.
-          Como sopra forte o vento.
-          Seu dinheiro voa cada vez mais longe.
-          Corre atrás do seu dinheiro.
-          Finalmente consegue pegar. Ufa que alívio.

1038 – Alívio III
-          Você é um ratinho, pequeno.
-          Sente o cheiro de queijo. Um queijo fresquinho.
-          Sai da toca, olha para os lados. Com muito cuidado.
-          De repente aparece o gato, você volta correndo para a toca.
-          Que susto, e o gato vai embora, aliviado, você olha para os lados e sai novamente.
-          Pega o queijo e come.

1039 – Amor
-          Você segura o seu bichinho de estimação. Acaricia ele.
-          De repente ele foge.
-          Você acompanha com o olhar ele indo embora.
-          Ele desaparece, você fica triste, com sua ausência.
-          Sem perceber ele retornou com um presente para você.
-          Vocês ficam bem juntinhos e felizes, juntos.

1040 – Raiva II
-          Você está de férias num acampamento.
-          Está cansado. Você dorme.
-          Sente um mosquito te incomodando, incomodando. Que raiva.
-          Sente mais mosquitos.
-          Você quer dormir. Começa a ficar com raiva.
-          Você se levanta, com raiva e preguiça. Pega o spray e acaba com os mosquitos.

1041 – Tédio
-          Você está na sala do médico.
-          É uma sala pequena, abafada.
-          Você espera pacientemente. Não tem ninguém para conversar.
-          Procurar revistas. Não encontra.
-          Como demora a chegar a hora d entrar.
-          Você começa perder a paciência.
-          Por que tanta demora?
-          O jeito é esperar, esperar...

1042 – Expectativa
-          Você vai jogar sua primeira partida no time titular.
-          Você entra no vestiário. Veste o uniforme do time.
-          Vai par ao campo. Faz um aquecimento.
-          Esse jogo que não começa, você fica na expectativa.
-          Do começo do jogo.

1043 – Poesia
-          Você está num barco.
-          Olha o mar. Contempla as ondas.
-          Segue com olhar o vôo das gaivotas, mergulhando e voando várias vezes.
-          Lá longe vê o sol se escondendo, todo avermelhado.

1044 – Hilaridade II
-          Sente um ratinho passando por cima dos seus pés.
-          Vê o ratinho por toda parte, no chão.
-          Você procura se livrar dos ratinhos.
-          Você sobe numa mesa, eles começam a subir pela mesa.
-          Você fica com medo.
-          Começa a espantar. Bate neles. Após luta eles vão embora.

1045- Beleza
-          Você vê uma flor. Que linda.
-          Você apanha a flor. Ela é perfumada.
-          Você vê muitas outras flores.
-          Apanha outra, outra
-          Esta está difícil de arrancar, você se cansa.
-          Você prepara um lindo buquê.
-          Sai entregar.

1046 – Beleza II
-          Você vê um colega triste.
-          Você chega conversar com ela, entrega-lhe uma flor.
-          Faz um colar de flores, conversam, ela começa a ficar feliz.
-          Resolvem sair e ir brincar.
-          Sentam e brincam juntos.

1054 – Sentimentos e reações


1.        Nervosa
2.        Com angustia
3.        Com ar ingênuo
4.        Com doçura
5.        Hesitante
6.        Sempre doce
7.        Amável
8.        Num desapontamento
9.        Meio agressiva
10.    Misteriosa
11.    Numa alegria evidente
12.    Voz máscula
13.    Espantada
14.    Olhando todos
15.    Com voz lenta e aveludada
16.    Recuando
17.    Excitada
18.    Com exaltação
19.    Noutro tom
20.    Aterrorizada
21.    Fica num suspense
22.    Em voz baixa
23.    Impressionada
24.    Olhando
25.    Cético
26.    Fala dançando
27.    Sério
28.    Espantado
29.    Oferecendo a face
30.    Sorrindo sempre
31.    Afirmativamente
32.    Preocupada
33.    Animada
34.    Forte
35.    Exaltada, gritando
36.    Desesperada
37.    Patética
38.    Perversa
39.    Maliciosa
40.    Atormentada
41.    Provocadora
42.    Com irritação
43.    Sentida
44.    Brincando
45.    Enigmática
46.    Com certa ameaça
47.    Irritado
48.    Louco de dor
49.    Ofegando
50.    Cumprimentando
51.    Gritando
52.    Suplicando
53.    Com ar de sonolência
54.    Desorientada
55.    Tentando recordar
56.    Impaciente
57.    Nervosa
58.    Com desprezo
59.    Com mais coragem
60.    Teimosa
61.    Desesperada
62.    Em pânico
63.    Resoluta
64.    Com naturalidade
65.    Advertindo
66.    Ríspida
67.    Saturada
68.    Irônica
69.    Pedindo
70.    Carinhosa e fraternal
71.    Suplicante
72.    Afirmativa
73.    Negligente
74.    Sempre implorando
75.    Cortante
76.    Superior
77.    Sempre terna
78.    Filosófica
79.    Fria
80.    Recuando o corpo
81.    Com rancor
82.    Chorosa
83.    Sombria
84.    Olhando para espelho
85.    Cínica
86.    Com lentidão calculada
87.    Curioso
88.    Perverso
89.    Queixoso
90.    Disciplente
91.    Com bom humor
92.    Com raiva concentrada
93.    Revoltada
94.    Enfurecida
95.    Risonha
96.    Maliciosa
97.    Desconfiada
98.    Violenta
99.    Com amargura
100.  Impaciente
101.  Agoniada
102.  Com melancolia
103. Vaidosa
104.  Doce
105.  Admirada
106.  Inquieta
107.  Impressionada
108. Com um gesto profundo
109.  Triunfante
110.   Perturbada
111.    Comovida
112.    Com angustia
113.     Reticente
114.    Chocada
115.    Meiga
116.   Atônita
117.    Brincando
118.    Acariciando os cabelos
119.    Dolorosa
120.    Olhando em torno
121.    Com relutância
122.     Cruel
123.      Enciumada
124.     Animada
125.     Conciliatória
126.      Humilde
127.    Suave e dolorosa
128.     Saliente
129.     Ameaçadora
130.     Perdendo a cabeça
131.    Sonhadora
132.     Berrando
133.     Espantada

134.     Meio alucinada

Atividades - Desenvolvendo a Imaginação

Imaginação


A faculdade que temos de reproduzir mentalmente imagens que foram percebidas anteriormente chamamos de imaginação reprodutora. Mas o tipo de imaginação que mais nos interessa, em termos de teatro, é a imaginação criadora, que se caracteriza pela elaboração de novas combinações de imagens previamente recolhidas ao cérebro. Por exemplo, temos no nosso cérebro as imagens de maçã e azul e, assim, podemos formar uma ova combinação - maçã azul - algo que nunca vimos.
A situação dramática se caracteriza exatamente por ser imaginária; ela pode ser a representação do que já existiu ou uma combinação nova de várias situações que já existiram.

Não só a situação dramática, mas tudo o que se passa em cena é imaginário: personagens, o tempo em que se desenvolve a ação, o espaço - mesmo que, com o maior requinte, se coloquem paredes, móveis, objetos, isto é, a representação de uma sala, que poderá já ter existido.

Daí o nosso empenho em chamar a atenção de nossos alunos para a necessidade de desenvolver a capacidade de imaginar que, como já afirmamos antes, aliada à concentração, é à base de todo trabalho teatral.

A capacidade de criar deve ser estimulada.
Resolver problemas novos. Variar o que foi aprendido em combinação.
Motivação e estímulos.

1005 – Classifique
Desenvolver o pensamento lógico e a capacidade de classificar.
-      Tudo que serve para comer.
-      Tudo que serve para vestir.
-      Tudo que serve para transportar.
-      Coisas que nascem na terra.
-      O que queima.
-      Animais com pelos.
-      Tudo que nasce morre.
-      Animais de quatro patas.

1006 – O que você faria se...
-                      Se fosse um cachorro.
-                      Se pudesse voar.
-                      Fosse invisível.
-                      Fosse um peixe.
-                      Ficasse perdido no mato.
-                      Fosse o presidente da republica
-                      Fosse um sorvete.
-                      Fosse uma flor.
-                      Estivesse num bote em alto mar.

1007 – Seus desejos
-                      Diga seu desejo e justifique porque?

1008 – Imagine
O coordenador lê uma frase e o participante faz suposições e comentários.
-                      João ia andando e caiu no meio da estrada. Por que?
-                      Lídia começou a chupar laranja e faz caretas. Por que?
-                      O caminhão parou no meio da estrada.
-                      Ele saiu em direção do hospital, muito apressado.
-                      O carro da polícia chegou.
-                      Os bombeiros passaram depressa.
-                      Eu vi um ônibus preto...
-                      Eu vi um gato andando devagar como...
-                      A sua blusa é branca como...
-                      Aquele papel era muito importante...
-                      A menina linda me...

1009 – Transforma acrescentar algo
Transformar, acrescentar ou tirar algo de um objeto.

1010 – Estabelecer associações
Estabeleça associações entre – pessoas, animais, locais.

1011 – Fazer suposições
Escolha um tema e faça suposições, abstratas ou não.

1012 – Humazinar coisas

1013 – Fazer programas diferentes

1014 – Responder perguntas

1015 – Esgotar idéias sobre um tema x
O temas será sorteado pelo grupo.

1016 – Imaginar uma frase
Imaginar uma frase com todas as palavras começando pela mesma letra.

1017 – Inventar uma história

1018 – Esgotar idéias sobre pessoas e objetos

1019 – Vôo de imaginação
Vocês se dirigem para onde quiserem.
O que vocês viram, como era lá, o que tinha...

1020 – Vôo de imaginação II
- Agora vocês estão em um supermercado...

1021 – Mudou tudo, viro tudo
-                      De vocês eu faço, moveis, caminhões, mesas...

1022 – Mudo tudo, viro tudo II
-                      De vocês eu faço bruxos, mecânicos, pilotos...

1023 – Complete as linhas

1024 – Descubra no meio dos risco algo
Mostra-se aos alunos uma folha de papel em que risca­mos um traço qualquer e pedimos que eles, mentalmente, completem o desenho e formem a imagem de algo que lhes é conhecido.

1025 – Escute uma palavra e imagine
Dada uma palavra, imaginar e descrever um evento imaginário.

1026 – Dado um traço imagine uma pessoa
Dado um traço fisionômico, imaginar uma pessoa.
Dado um traço de caráter, imaginar uma pessoa.

1027 – Imaginar as pessoas envolvidas no fato
Conta-se um fato inventado e pede-se que imaginem as pessoas envolvidas no acontecimento.

1028 – Imagine o que aconteceu
Pedimos aos alunos que fiquem olhando em uma determinada direção. Sem que eles vejam, faz-se um barulho qualquer, por exemplo, deixa-se cair um objeto pesado no chão. Pedimos, então, que procurem imaginar, livre­mente, sem a preocupação de adequação da resposta.
Um aluno poderá, por exemplo, dizer que foi um tiro. Pergunto, então, quem atirou em quem e por quê. Talvez outro aluno diga que foi um martelo que caiu. Para incentivar a imaginação, pergunto quem deixou cair, e em que situação aconteceu.

1029 – A partir de uma situação crie as pessoas
Damos alguns detalhes de uma pessoa. Por exemplo: é um menino louro, de onze anos, magro, mal vestido, com uma calça que se percebe que pertenceu a um menino maior. Ele usa camisa azul, rasgada e suja. Está descalço e parece que nunca usou sapato. Ele está em pé, junto a um caixote. Começamos a lazer perguntas, mobilizando toda a turma, com a intenção de que se forme uma pequena história. Por exemplo, perguntamos: por que ele está ali? o que está fazendo? como é o nome dele? ele tem irmãos? onde mora? como é a sua família?
Outras perguntas poderiam ser elaboradas de acordo com as respostas que viessem.
Quando se sente que a história está ficando desinteressante, monótona, reaviva-se o interesse dos participantes com perguntas assim: alguma coisa aconteceu de muito importante; o que foi?

1030 – Dado uma foto imagine
Dado um retrato, recorte de jornal ou revista, imaginar uma história.

·  Gostaríamos de focalizar o quanto nesses jogos apareceu de teatral: personagens, situações dramáticas, enredos, esboço de peças, sugestões de cenários, etc. Isto é muito natural porque a imaginação é a última parte da fase preparatória e, logo a seguir, entraremos no campo dos jogos dramáticos.


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Direção - Ensaiar é preciso


Escrito por Paulo Sacaldassy
Não é de hoje que ouço comentários de diretores e de alguns atores mais experientes, sobre a dificuldade que há de se reunir pessoas para montagem de um espetáculo teatral. Mas se tem tanto jovem querendo fazer teatro, por que tanta dificuldade? Estranho, não é mesmo? Só que esta, eu mesmo respondo: É que essa galerinha que chega ao teatro, quer logo de cara entrar em cena.

Ora! É preciso que eles saibam que a montagem de um espetáculo teatral não é tão simples assim. É certo que muitos, vindos de experiências em montagens escolares e, portanto, achando-se plenamente capacitados a assumir qualquer papel que lhes for designado, não aceitam qualquer coisa. Pura bobagem. O que precisa ficar claro é que tornar-se um ator e manter-se como tal, demanda tempo e estudo.

Eu até entendo a ansiedade dessa galerinha que quer ver aquilo que está escrito e decorado, ganhando corpo e se tornando um espetáculo, mas se ela não se dispor a ensaiar, o espetáculo não saí. E alguns, por pura preguiça, largam produções pela metade, por acharam um saco ficar ensaiando, ensaiando e ensaiando.

Só que ter o texto decorado na ponta da língua, ou fazer gracejos sobre um palco, ou ainda brincar de faz-de-conta, não é nada em termos de teatro. Antes de reunir condições para assumir a responsabilidade de interpretar qualquer papel, o aspirante precisa entender que é fundamental e necessário, ensaiar, ensaiar e ensaiar, quantas vezes forem necessárias. Às vezes, se leva mais tempo ensaiando, do que o tempo que as apresentações ficam em cartaz.

Aliás, a vida de um ator é ensaiar, se exercitar, ensaiar, estudar, ensaiar, interpretar e ensaiar. Uma roda vida sem fim que faz com que a cada dia, o ator apure mais e mais o seu talento, lapidando cotidianamente a sua arte de interpretar. Teatro não é uma arte que se faz de supetão. Não é apenas lendo e decorando o texto que se é capaz de interpretar.

Se vocês repararem bem nas “interpretações” de grandes figurões das artes cênicas que estão em cartaz nas várias novelas na atualidade, vão perceber o quanto a falta de ensaio faz falta. Nem mesmo a experiência de anos é capaz de sustentar uma boa interpretação. Como na TV é tudo rápido, sem tempo de ensaiar, é possível ver “interpretações”, se dá para chamar assim, que dão nos nervos.


Por isso, se você quer mesmo fazer teatro, mesmo que ainda não queira seguir carreira profissional, precisa ter a consciência de que se faz necessário muito ensaio antes de se colocar um espetáculo em cartaz. Não tenha tanta pressa em aprender, pois se você seguir a profissão, vai precisar fazer isso diuturnamente. E não interessa qual papel você for interpretar, seja o papel principal, ou apenas uma florzinha estática que compõe o cenário, vai precisar de ensaio, ensaio e ensaio.

Não se fala somente pela boca no teatro


Muitos que chegam ao teatro, ávidos pela hora de subir ao palco, mal sabem de quão árdua será a tarefa até que se possa chegar ao tão sonhado ponto. Muitos e muitos exercícios são necessários, muitas e muitas leituras são necessárias e algo, que talvez nem lhes tenha passado pela cabeça, se mostrará quase que como fundamental: No teatro não se fala só pela boca.
O que ao primeiro momento pode causar espanto, ou até mesmo acreditar-se ser algo simples de entender, com o tempo vai se mostrar algo que pode por muito trabalho a perder. E eu lhes pergunto: O que fazer com as mãos quando se está em cena, hein? É um problema, não é mesmo? Este é o primeiro sinal que não se fala só com a boca.
O domínio do corpo em cena não é algo tão fácil de se alcançar e é resultado de muitos anos de estudo e dedicação do fazer teatral. Aprender que a voz nem sempre é importante em cena e que cada movimento representa algo, demanda muita prática. Quantas vezes um simples olhar nos faz entender toda a cena?
Não adianta decorar o texto, falar articulado, ter a voz impostada, e não saber como se movimentar em cena, ou não saber onde colocar as mãos. Estar em cena, embora pareça brincadeira de faz de conta, não tem nada de brincadeira, por isso, quanto maior for á preparação, maior domínio do corpo se terá em cena. A voz é apenas mais um elemento que vai compor a sua personagem.
Não tenha pressa em querer subir em um palco, pois, uma subida antes da hora, pode vir a ser algo muito desastroso e deixar grandes seqüelas em suas lembranças. O gostar ou não gostar é inerente a todo o Ser humano, não se pode agradar à todos, mas podemos estar bem preparados para enfrentar a negação daqueles que não gostarem do nosso trabalho.
Então, lembre-se que só a voz não sustenta a sua interpretação, é preciso muito mais. É preciso saber como é o olhar, como é o andar, o que fazer com as mãos, e até mesmo saber como impostar a voz corretamente. E como se faz para conseguir isso? Exercícios, exercícios e exercícios. Depois disso, talvez você esteja preparado para subir em um palco de verdade.
Eu sei como o teatro é encantador e nos apaixona ao ponto de não percebermos o quanto temos que melhorar, mas a busca pela perfeição tem de ser o objetivo. E, para matar a vontade de subir em um palco, sugiro que o faça primeiro durante os seus árduos exercícios ou em pequenas apresentações que sirvam como aprendizado do fazer teatral. A princípio, pode parecer pouco, mas tenha certeza que será de grande importância.

E para finalizar, vou deixar uma coisa para se pensar. E se por um acaso, a sua personagem for muda, hein?

Escrever para Teatro


É muito comum encontrarmos por aí entre aqueles que querem escrever para teatro, a impressão simplista de que basta uma idéia na cabeça para ter o melhor texto do planeta. Como escrever fosse racional, matemático e exato. Não basta seguir o manual, devemos nos apoiar nele, pois nem toda idéia vira texto. Difícil? Se o caminho das pedras fosse fácil, não haveria tantas pedras no caminho. Mas, vamos ao que interessa.

Digamos que a sua idéia seja realmente algo que valha a pena ser contada através de uma peça de teatro, para isso, precisaremos do elemento que moverá a sua idéia e, consequentemente, a sua história: o conflito. Se a sua idéia não gera um conflito, esqueça a peça de teatro. Teatro é a arte da ação e toda ação provoca outra reação e para uma ação reagir à outra, precisa-se de um conflito e não uma simples idéia.

Justamente por achar que uma simples idéia basta para se ter uma história é que muitos emperram no meio do processo, ou até mesmo concluem seus textos, mas não fazem dramaturgia, e sim, narrativa contista. Escrever para teatro vai muito além de uma simples idéia, pois tem que ser contado no tempo presente e tem de desaguar numa resolução para o dilema que tal história nos contou.

A idéia é apenas o ponto inicial de um processo longo e árduo. É um trabalho que vai demandar horas e horas até seu ponto final e, que muitas vezes, ou melhor, na maioria das vezes, nem é seu ponto final, pois sobre a nossa história ainda pairará a visão do diretor que montará o espetáculo e do ator que o interpretará. A impressão pode até ser simplista, mas a forma de fazer é por demais, complicada.

Penso que cada idéia deva servir de exercício para quem quer se iniciar na arte da dramaturgia, pois nada é novo, mas há de se ter a novidade, é o chamado: “fazer o mais do mesmo”. Por isso, mas do que se preocupar em colocar a sua idéia no papel, se preocupe primeiro em conhecer todas as técnicas e teorias de como conceber a chamada “carpintaria teatral”. Busque na sua idéia o que causa o conflito, aí sim se pode começar a pensar em escrever.  

O processo de escrever um texto para teatro é interminável e inesgotável, pois é através dele que se leva aos palcos, a vida em pequenas pílulas, contada em diálogos, mostrando os dramas, as emoções e as celeumas do Ser humano e a arte de transformar cada uma dessas histórias em um texto para teatral, jamais pode advir da impressão simplista de que basta uma idéia para se ter o melhor texto do planeta.

Escrever se aprende todo dia, praticando, observando comportamentos, situações e conflitos do cotidiano da vida de cada um. Na maioria das vezes, um simples fato corriqueiro ocorrido diante de nossos olhos, se transforma num texto que uma idéia jamais conseguiria imaginar. Idéia pode ser o início, ou fim de um texto, nunca o texto.