sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Material para improvisação teatral III

Mais um pouco de improvisação....


424 – Os cegos
Três cegos que não podem falar, atravessam a cena. Um deles vai à frente, andando e tateando com um bastão. Os outros o seguem apoiados um no ombro do outro. De repente, o da frente deixa cair o bastão e começa ansiosa­mente a procurá-lo. Ao fazê-lo, os três se soltam, e não conseguem se encontrar de novo. Aflição. Procuram se achar, fazendo movimentos com os braços, batendo nos obstáculos, cruzam-se sem conseguir se tocar, até que o da frente acha o bastão. Levanta-se para prosseguir, ainda procurando os companheiros. Encontra um deles. Ação de reconhecimento. Alegria. Seguem o caminho, deixando o terceiro desesperado, entregue à sua própria sorte. Ou, então, não conseguem mais se encontrar, os braços sempre esten­didos para a frente, as mãos tremendo, esperando encontrar seus companheiros de infortúnio, partem em três direções diferentes e desaparecem. Se este exercício for bem executa­do, se os alunos chegarem a dar impressão de que são
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425 – A visão mística
Dois camponeses atravessavam um bosque quando de repente um deles tem uma visão mística, vê (como Joanna d'Arc os meninos de Fátima, Lurdes), uma imagem se movendo e se aproximando entre nuvens coloridas, ao som de música celestial, etc, O outro. que nada vê, fica admirado sem compreender a atitude do companheiro e, boquiaberto, assiste a metamorfose de sentimentos do amigo, que passa do espanto, à credulidade (por ser simples) e humildade (cai de joelhos), reconhecimento, prazer, beleza da visão, alegria por ter sido escolhido para tal missão, de obediência à ordem que lhe é dada. Finalmente, a visão desaparece. Ele volta à realidade ainda mudo de espanto, fita o com­panheiro que nada entende e saem juntos.

426 – O presságio
Um grupo, numa praia deserta. Sensação de felicidade. Todos admiram o mar, a areia, Os penhascos e a paisagem estranha e sentem o ambiente. De repente, no ar, passam voando alguns urubus (marcado pelo tambor). Os alunos distraidamente apreciam o vôo das aves agourentas. Sen­tem uma sensação desagradável. Outros urubus passam com muito ruido, grasnando e se dirigem na mesma direção dos primeiros. Os personagens começam a se angustiar. Acom­panham o vôo das aves e vêem, a certa distância, um cavalo morto sendo devorado pelos urubus. Sensação da morte, quebra de tranqúilidade. Mudança brusca de sentimento.

427 – A pulga
Um grupo de pessoas bem vestidas está na sala de de espera de um ministério. Espera ser recebidos pelo ministro. Certa desconfiança entre os personagens. A sala está cheia de pulgas. Todos demonstrando boa educação, cerimoniosos, fingem que não estão sentindo nada. Solidariedade. Os visitantes começam a sen­tir os efeitos das pulgas e se coçam discretamente. A medida que as pulgas atacam, cada vez mais cresce a aflição. Os personagens vão perdendo a cerimônia. Mais à vontade, acabam por um matar a pulga do outro, numa confraterni­zação e falta de cerimônia total. Podemos chamar este tema de "confraternização pela pulga". Termina com a chegada do Ministro.

428 – Surpresa no vestiário
Freiras hospedadas num estádio durante um Congresso. Voltando de uma conferência, á procura do dormitório, elas se perdem e vão dar ao vestiário dos homens que, no momen­to, estão despidos, voltando de um jogo. As freiras ao darem com a cena ficam estateladas, tendo várias reações: histeria, curiosidade indisfarçada, gritos como se tivessem visto o demônio, etc.
Os jogadores também surpresos, procuram se compor, saindo em grande confusão, provocando balbúrdia geral.

429 – Crime no fundo do mar
Um casal desce ao fundo do mar, Mímica de descida. Começam a explorar o fundo do mar, sempre andando em câmara lenta, maravilhando-se com cada descoberta (con­chas, algas, cardumes, etc.). Dois bandidos, sem serem vis­tos pelo primeiro casal. também chegam ao mesmo local em busca de um tesouro. Quando vêem intrusos, resolvem elimi­ná-los. Armados de facas, tentam se aproximar do casal, sendo descobertos por aqueles. Começa o jogo de fuga e perseguição (sempre em câmara lenta). que torna o exer

  
437 – O galo morto
No meio do grupo coloca-se qualquer objeto representando um galo morto. Inicia-se, então, um desfile de pessoas ­de determinado tipo, que se manifestarão, com algumas palavras, diante do galo morto. Cada tipo deverá representar ­uma profissão que será descoberta pela assistência, conforme sua maneira própria de se expressar. Por exemplo:
O     matemático - ao passar pelo galo. vendo-o diz:
Morreu o galo. Vê-se logo que, após ter feito um ângulo de 45 graus. com o pescoço. tombou por terra, depois de haver traçado nesta superfície uma circunferência de meio metro, ou seja. de 50 cm de diâmetro.

O cantor de rádio: Morreu o galo. Cocococococoró, hoje o galo morreu, e assim por diante.

O gramático: Considerando, sob o ponto-de-vista lógi­co, observamos que o galo é sujeito; morreu. predicado; mas se considerarmos a oração sob o ponto-de-vista gramatical. o galo é... etc.

O pintor: Se a plumagem verde e vermelha deste galo não fosse atingida pelo rubor do sangue. que maravilhosa combinação daria com o cinza do chão, etc.

O filósofo: Afinal para que serve a vida? e assim por diante, num desfile de profissões. desde a cozinheira até o padre. passando pelo veterinário, o macumbeiro,. etc.

438 – O pastelão e os mendigos
 O cenário é uma praça com uma padaria. Dois mendi­gos estão com fome. Batem à porta da padaria. A padeira nega-lhes pão. A chegada do padeiro, os dois se escondem. Ouvem o padeiro dizer à padeira que daí a pouco um men­sageiro virá buscar um pastelão para um banquete, mas que ela só deve entregar o pastelão se o mensageiro cantar tal ou qual música (conhecida>. O padeiro despede-se e sai. Chega um dos mendigos, canta a música, a padeira acredita tratar-se do mensageiro. Entrega-lhe o pastelão. Este sai contente e reparte o pastelão com o amigo. Depois saem satisfeitos, cantando. Volta o padeiro e pergunta pelo pas­telão, pois que ele mesmo resolveu vir buscá-lo. É mais seguro. A mulher aflita diz que já o entregou ao mensageiro. O marido pensa que é mentira e bate na mulher com um pau. Esta chora e jura vingar-se. Voltam os mendigos. O segundo resolve cantar a mesma música para ganhar outro pastelão. Bate à porta. Chega a padeira. Ele canta. A padeira resolve pegar o ladrão. Diz ao falso mensageiro que espere pois tem três pastelões para entregar. Este aguarda contente. A padeira volta com o marido que lhe dá enorme surra. Este diz que foi o companheiro o culpado. "Então vá buscá-lo", diz o padeiro. Ele volta à praça e diz ao amigo que a padeira só dá o pastelão ao primeiro mensageiro. Este acredita. Apanha também uma surra, depois chega o verdadeiro mensageiro.


439 – A amnesia
Um médico ou enfermeira conduz seu cliente, que está com amnésia, a um local onde ele havia vivido parte de sua vida. O tema se desenvolve entre a ansiedade do médico (ou enfermeira), para que seu cliente volte a se recordar do passado e o esforço do paciente para se lembrar. Depois de um tempo, finalmente, algum detalhe traz de novo lem­branças vividas, que terminam por curar o doente. Sensação de alegria, alívio e felicidade para ambos.

  
442 – A festa e a morte
Festa exótica num castelo abandonado. Ao som de músi­ca, os convidados riem, bebem e dançam. Forte batida no tambor. Todos param. Sentem qualquer coisa inusitada. Apenas uma sensação estranha. Logo em seguida recomeça a alegria como se nada tivesse havido. Nova batida do tambor. Já mais assustados, os convidados se retiram para o fundo da sala numa necessidade inconsciente de estarem juntos. Mas é ainda uma impressão. A festa continua. Até que. a novo som de tambor, aparece uma figura (a morte), coberta com um pano preto e com un~ bastão na mão. Com passos lentos e compassados. dirige-se ao centro da sala. Todos ficam paralisados. Sabem que é a morte e temem-na. A morte, solenemente, depois de fitar a todos, aponta para um convidado; ligeira sensação de alívio invade a todos. Só o escolhido acompanha a morte, que se retira, com a mes­ma solenidade que entrou, acompanhada pelas batidas do tambor e pela vítima da noite.


443 – Emprego na TV
Um grupo de pessoas leu no jornal o anúncio de um diretor de TV fará um teste para uma novela. O tema começa na ante-sala do diretor da TV. Com os pretendentes chegando. encabulados, enchendo a ficha com a secretária.  Há um longo momento de espera, em que os alunos se fitam desconfiados, nervosos e ansiosos. Todos desejam e se acham capazes de obter o emprego. Há um momento de comicidade, quando os pretendentes se fitam e mentalmente comparam os seus talentos. Cada um procurando buscar confiança nalgum dote secreto: "eu sou mais bonito do aquele ali". "eu recito ou canto como tal ator, etc". Final mente, chega o diretor. Os futuros concorrentes começam a se sentir inibidos e apavorados. O diretor os examina, como numa feira de gado. Começa a parte tragicômica do tema. Com brutalidade e sem a menor complacência, o diretor faz cada um demonstrar seu pretenso talento. Uns cantam, recitam, sapateiam. fazem mímica. desfilam, etc. Sempre interrompidos pela voz implacável do diretor e seus comentários pouco amáveis com a secretária; finalmente, escolhe um esai com o vencedor. Os outros, decepcionados e humilhados se retiram.

  
444 – O louco
Duas irmãs estão sozinhas numa noite de tempestade. Moram com um irmão numa casa à beira de uma estrada. Naquela noite, estão sós. Chove copiosamente. As janelas batem, o vento derruba árvores. Uma, mais corajos. a outra, procura se animar ouvindo o rádio. Batem furiosasamente na porta. Elas se assustam e perguntam quem é. A mais covarde proibe a irmã de abrir. Discussão. Ai o visitante implora tanto que elas deixam-no entrar. O estranho explica que houve uma pane no motor do seu carro. Pede abrigo por aquela noite. Amedrontadas, se entreolham e, entre a pena e o medo do forasteiro, vence a primeira e mostram um quarto no fundo da garagem. depois de um café ou uma bebida.
A chuva contínua cada vez mais forte. De repente ouvem pelo rádio a notícia da fuga de um louco furioso do hospício próximo. O speakcré representado e (eito por um aluno de fora. Pede que não abram as portas, pois o louco é muito perigoso e anuncia que dentro de alguns instantes dará a descrição do fugitivo. 
Apavoradas, se lembram do visitante que acabam de acolher e sentem todo o drama que pode advir disto. A mais medrosa acusa a irmã de leviana, etc. Novamente, batem à porta. Aliviadas com a chegada de socorro, sem se lem­brarem de mais nada, elas se lançam ao novo visitante, que também se diz perdido na estrada, com o carro atolado. Acolhem-no e mais que depressa contam a história do louco preso na garagem. O visitante muito solícito e amável oferece para ajudá-las e com um enorme cacete se dirige ao primeiro visitante. As irmãs aliviadas continuam a ouvir o rádio que agora descreve o louco. Estarrecidas, ouvem a descrição detalhada do segundo homem, o pseudo 5alvador.,Abraçam-se, apavoradas. enquanto do fundo do corredor ouvem um terrível grito. Depois silêncio. Ofegante e vitorioso, com as mãos cheias de sangue. aparece o louco que diz: "está tudo resolvido".

445 – O túnel
Quatro prisioneiros respiram com dificuldade no fundo de uma caverna escura, dentro de uma montanha, Há vários dias não viam a luz, prisioneiros nessa caverna. De repente um deles percebe ao longe uma luzinha. Enchem-se de espe­rança e começam a caminhar em sua direção. Grandes difi­culdades no caminho - pedras. buracos, barrancos, que com persistência e coragem atravessam. Finalmente, encontram a saída do túnel. Sensação de alegria, renascimento, reco­nhecimento das coisas da natureza: o azul do céu, a luz, que incomoda os olhos a princípio. o ar que respiram pro­fundamente, a terra ou a grama na qual rolam com prazer e a sensação de valores até então esquecidos. da liberdade.

446 – Na cabana
Um grupo de guerrilheiros (4), se esconde numa cabana na no meio da floresta. Possuem uma arma. Uma vela e a esperança da chegada de um companheiro com alimentos. A zona está sendo invadida pelo inimigo. Enquanto esperam. amedrontados e cansados. Cada um vai demonstrando sua personalidade. Um é covarde e treme de medo. E Outro está doente e sofrendo, silenciosamente, e espera. Um é o líder e observa o ambiente. etc. Escurece pouco a pouco.  Acendem a vela e da floresta vêm ruídos de animais, vento,  etc. De repente. todos ficam atentos. Escutam a aproximação ao longe de um pelotão marchando (tambor). apagam a vela e aguardam. tensos. O pelotão aproxima. Descobrem a cabana e tentam arrombar a porta. Finalmente ouvem o pelotão indo embora, alívio geral e descontração. Novamente ouvem passos , outro momento de terror, batem a porta, e descobrem que são amigos que chegaram, novo alívio geral.

447 – O bilhete misterioso– evolução do receio, medo e pavor.
Uma criança é raptada. A família recebe um bilhete miisterioso marcando um encontro numa casa num lugar ermo. O tema começa quando esta pessoa tomada de coragem. se dirige ao local combinado. A estrada é deserta. Ouvem-se ruidos estranhos. É noite. Conflito entre o receio e a coragem. Tudo parece ameaça-lo, o vento nas árvores, o latido de um cão ao longe. Finalmente, depara com a velha casa deserta. Visão da casa tudo deve ser sentido pelo aluno. Diirige-se para a porta, que range. Mímica de abri-la e de entrar num ambiente menos escuro. Medo. Os barulhos se multiplicam, cortinas esvoaçantes parecem fantasmas, ao tropeçar num tapete enrolado pensa ser um cadáver. Trêmulo e apavo­rado, o aluno tem, duas soluções: ou desmaia, ou enfrenta a situação. Toma a segunda solução e proçurao interruptor. Suando frio, não encontra a luz, Acende o isqueiro, A cla­ridade lhe devolve um pouco de coragem. Procura ver de onde vem o barulho. Identifica-se com os objetos e, final­mente, descobre sobre um velho piano um gatinho preto, autor do miado tão assustador. Numa reação natural, entre alívio e ódio, avança para o animal, que foge, deixando o nosso herói quase sem fôlego.

448 – No elevador
Quatro alunos de pé estão parados num pequeno espaço (pode ser marcado por cadeiras ou giz no chão>. Estão num elevador. Eles não se conhecem. De repente falta a luz. O elevador pára e todos se assustam. Os personagens devem então viver quatro diferentes tipos. Um é aquele que resolve tudo, pede calma; outro tem claustrofobia; um outro finge indiferença mas começa a suar frio, e o último histérico grita por socorro, desmaia, etc. Podem ser criados outros tipos e outras situações. Com a batida do tambor o professor anuncia a volta da energia, Alívio geral. O elevador começa a descer. Todos se recompõem.

449 – O suicídio
Uma pessoa resolve se matar. O tema começa com angústia do aluno, ainda indeciso para esta resolução Afinal, demonstrando grande perturbação mental, alienação toma coragem e aperta o gatilho do revólver. A arma falha e o suicida aos poucos cai em si. Sensação de alívio. Finaliza expressando o sentimento de sorte pelo insucessoda tentativa.

450 – O sonho
Quatro pessoas sonham à vontade, segundo o gosto de cada uma. Caminham pelo palco,  sonhando  (estar no mar, na floresta, brigando, etc.). Quando se encontram, tentam mas não conseguem se comunicar (frustração). Ao mesmo tempo que os personagens pensam que é real o acontecimento, não concretizam nada. Abrem a boca para falar, mas não emitem som algum. Às vezes querem caminhar e as pernas estão pesadas. Ambiente de pesadelo Desesperados acabam em completa solidão.

451 – Na exposição de pintura
Uma pessoa, calmamente, admira os quadros de uma exosição. Entra uma segunda pessoa, a quem a primeira deve uma certa importância. A princípio. ela pensa fugir. Não conseguirá, porque a outra está na porta e, fatalmente, será vista. Começa então uma a driblar a outra. Até que se enfrentam galhardamente. Começa, então, um diálogo apa­rentemente normal. O segundo personagem, finalmente, entra no assunto; porém o primeiro com cinismo tenta se desculpar, apresentando argumentos inconsistentes.

 452 – O assalto
Uma pessoa mora numa mansão isolada ~ com um empre­gado apenas.É noite. Ela se prepara para dormir. Ao fechar a janela vê, estarrecida, o empregado ser morto por dois ladrões. Aterrorizada, não sabe o que fazer. Indecisa e desesperada, dirige-se para a porta. Os criminosos, porém, já irrompem violentamente pelo quarto a dentro. Idéia súbita: ela se finge de débil mental. Os ladrões, apanhados de surpresa, não têm' coragem de matá­la, Enquanto um deles tenta arrombar o cofre, o outro com uma arma, vigia a idiota. Percebendo que ela é inofensiva, o ladrão acaba se descuidando. Deixa a arma para ajudar o companheiro. Rapidamente ela se apossa do revólver, e deixa de fingir. Os ladrões pegados de surpresa, ficam para­lisados. Final do tema a critério dos alunos.

453 – Assassinato na praça

Duas pessoas amigas conversam distraidamente num banco da praça. Percebem a aproximação de um terceiro personagem. Este, certo de não estar sendo visto, mata alguém, atrás de uma sebe, As duas amigas, acompanhando seus movimentos com a vista, assistem ao crime estarrecidas. Ao avistar as moças, indeciso, sem saber se foi ou não visto por elas ao praticar o ato, o criminoso se aproxima a fim de obter uma confirmação de sua suspeita. Tenta estabelecer um diálogo. Apavoradas, elas respondem com fingida natu­ralidade. Conforme sua conversa, fica evidenciado se foi ou não presenciado o crime. No caso negativo, ele se retira. Porém, no caso positivo, o criminoso finaliza com uma ameaça violenta às duas.

Material para improvisão teatral II

Segue mais 20 situações e aproveitem.....

404 - Bombardeio
Os alunos estão parados numa estrada. Estão cansados. Uns estão sentados, outros deitados, um se encosta numa árvore, outro se apóia nos cotovelos... cada um gozando um descanso provisório. Ouve-se um ruido distante. Inquie­tação. "Mais um? Não há descanso!" O barulho diminui? Não aumenta, é um avião. Aumenta o medo. Terror. O avião se aproxima: atira! Os alunos se encolhem e se jogam ao chão... o avião se afasta. Será que voltará? Não, está acabado.

405 – A caneta milagrosa
Um estudante tenta, altas horas da noite, copiar alguns pontos de estudo, mas é vencido pelo sono. O tema se desen­volve na passagem do sono para o sonho. Quase adormecendo, ele vê a caneta pular de sua mão, e se transformar em qualquer coisa. Deixar à imaginação do aluno as diver­sas mutaçóes que sofrerá a caneta (cachorro, bola, borbo­leta, cobra, gatinho, flor, príncipe encantado, etc.). O difícildo tema é visualizar as transformações e conservar o clima ou a atmosfera do maravilhoso.


406 – Os pescadores
Três pessoas aguardam, na praia, a volta dos barcos que saíram para pescar. Uma grande tempestade assolara aquela região. Os personagens estão ansiosos e aflitos. Já é bastante tarde. O professor marca no tambor a aparição. no horizonte, de alguma vela. Os alunos se animam e aguar­dam. Numa segunda batida do tambor, os três personagens descobrem que só dois barcos regressam. A alegria se trans­forma em ansiedade. Qual será o barco que falta? A ter­ceira batida indica aos alunos qual o barco que não voltou. Dois deles sentem alívio, o terceiro se angustia. Depois da primeira alegria, os dois companheiros chegam a ele num gesto de solidariedade e consolo.

407 – O queijo fedorento
Num ônibus, viajam alguns passageiros. Estes, muito sérios e incomodados com o calor. Entra uma senhora comum embrulho. Toma o seu lugar. De repente começam a sentir um cheiro desagradável. Abrem as janelas, respiram forte se entreolham, examinam os sapatos. Finalmente localizam o mau cheiro, que vem do embrulho da senhora. Furiosos, os passageiros mais próximos dela, se afastam tapando ostensivamente o nariz. Esta, envergonhada se vê repudiada por todos, desce na primeira esquina. Os passageiros voltam aos seus lugares, felizes. Alegremente, respiram o ar da, manhã.


408 – O motorista maluco
Num ônibus (no mínimo seis passageiros), na primeira cadeira o chofer faz mímica de quem está guiando, usa freios, embreagem, buzina, etc. Ao mesmo tempo que emite sons de um ônibus em movimento. O motorista, por meio destes sons, que dá a velocidade do ônibus, com suas inúmeras freiadas, curvas, etc. O tema é feito num cres­cendo. O chofer grita contra os transeuntes, contra os pas­sageiros que reclamam, contra a vida, contra tudo (é um mal humorado); os passageiros cada vez mais apavorados, saco­lejando de um lado para outro, rezam, se benzem, protestam, podendo representar vários tipos. Finalmente o chofer malu­co lança o ônibus contra um caminhão e todos caem ao chão, derrubando as cadeiras. Machucados e infelizes eles se apro­ximam do motorista para um último protesto, mas já é tarde, ele está morto. Reações diversas.

409 – O robo
Depois de uma aula sobre computadores, alguns alunos mais travessos resolvem brincar com o robô. Pegam as fór­mulas do professor e começam a usá-las. Ex.: dois passos à direita e ligam uma chave, o robô obedece. Morrem de alegria. Levanta os braços, faz careta ou bota a língua para fora. Cada vez mais animados com a obediência do robô, eles vão dando ordens, exigindo sempre mais. De repente tudo começa a dar errado. O robô avança vagarosamente para os meninos, que não conseguem sair da sala. Pânico,gritos, correria.....


410 - Prisioneiros
Duas pessoas estão prisioneiras. Amarradas num cadeira, a sós, numa sala ao fundo de um corredor, aguardam serem fuziladas. No alto uma pequena abertura pe onde entra a luz do sol.
Os presos, aos poucos. vão sentindo medo, ao ouvirei o tiroteio lá fora. Num dado momento começam a sentir inutilidade do gesto revolucionário. Com a aproximação da morte, que certamente os espera, vêm também anseios pela libertação. Essa sensação lhes vem quando a luz penetra pela janela. Eles se fitam e se descobrem pela primeira vez como pessoas. Sentem que poderiam ter se entendido melhor e que. finalmente, não aproveitaram da vida o que ela poderia ter lhes dado.
Ouvem passos,se aproximando. Tensão. Medo. Os passos se afastam. Alívio. Novamente passos. Eles se entreolham com angústia. Desespero. A porta é violentamente aberta. Pânico. Os visitantes eram amigos que vinham libertar os prisioneiros. Alívio. Alegria.

411 – Doença contagiosa
Numa festa, várias pessoas conversam animadamente. Um convidado começa a espalhar, com discreção, que um dos presentes é portador de uma doença contagiosa. notícia se propaga. Fingindo que são educados, amáveis vão aos poucos se afastando, isolando o doente do círculo das conversas. A pessoa percebe que está sendo rejeitada. Debaixo de uma tremenda angústia. ela se retira, envergonhada.

412 – A fuga
O prisioneiro está só em cena, sentado num banquinho . Levanta-se e começa a andar na cela. Desanimado volta ao banco. Encolerizado, dirige-se para a porta.que tenta abrir, esmurrando-a. Acalma-se. O guarda aparece à direita e caminha em todos os sentidos. Depois avança em direção da cela, passa à sua frente e continua o cami­nho. O prisioneiro ouve os passos do guarda' e fica imóvel. O guarda volta ao ponto de partida e começa a ler o jornal. Durante um tempo os dois personagens permanecem cada um em sua posição, o guarda se mostra tranqüilo e satisfeito, o prisioneiro desanimado. Aparece ao fundo da cena, no centro, um terceiro personagem. Está na rua, ao lado do muro da prisão. Olha cautelosamente emvolta, depois se decide a subir o muro. A subida. No interior da prisão, avança com precaução. Percorre corredores e escadas, aproximando-se da cela. De repente vê o guarda. Recua lenta-mente, a fim de evitar o guarda, mas faz barulho e o guarda se volta. Um tempo. Os dois se medem com o olhar. Enga­finham-se. Lutam. O guarda é morto. O outro apanha as chaves e corre para a cela, percorrendo corredores, escadas, etc. O prisioneiro, que esteve imóvel durante esse tempo; ouve os passos de seu salvador. Levanta e escuta. O outro pára diante da porta, põe a chave na fechadura e abre. Grande alegria. Os dois fogem.

413- A hostilidade
Quatro pessoas se aquecem ao pé do fogo, em silêncio. Todos se gostam e se sentem felizes. Não há necessidade de troca de palavras. De repente, aproxima-se uma pessoa que é hostil ao grupo, devido a antecedentes desagradáveis acontecidos entre eles, e provocados pelo visitante, Cessa o relaxamento. Todos se sentem mal. O recém-chegado per­cebe que está sendo rejeitado e depois de algum vai embora.


414 – A descoberta
Duas pessoas, uma de cada lado, bem afastada uma da outra, estão completamente imóveis, como se fossem dois blocos de pedra. Lentamente como se tivessem recebido o sopro da vida começam a se movimentar primeiro as mãos numa descoberta do próprio corpo. Vão aos poucos se identificando pelo tato (sentindo o próprio corpo) pelo olfato (sentindo os odores do ambiente), a própria respiração a audição, e sobretudo pela descoberta das coisas, do meio ambiente, Sentem que podem se locomover e lentamente vão se movimentando. Apreciam a natureza que é linda. De repente um avista o outro, que é o espelho de si mesmo. Medo, espanto, curiosidade, deslumbramento, felicidade por não se encontrar só. Vão se aproximando lentamente até que as mãos se tocam.

415 – A Metamorfose
É um jogo de controle e domínio muscular.
Numa praça, está sentado um velho, curvado e enrije­cido. Só seus olhos têm vida. A seu lado um jovem, em todo vigor da mocidade, respira tranqúilo. O tema consiste na troca de identidades (físicas). À medida que o velho olha para o jovem, vai roubando-lhe a juventude, enquanto o jovem vai absorvendo a velhice do companheiro. A dificul­dade do tema é que essa transformação deve ser feita tãolentamente que o espectador não note as mudanças assim como acontece com a passagem das horas nos ponteiros do relógio. É preciso que o aluno possua enorme controle de músculos para mover seu corpo suavemente sem que se perceba quase nada, No final o jovem transforma-se no velho e vice-versa.

416 – A avareza e a inveja
Um velho avarento, dono de uma alfaiataria, conta o dinheiro, no fim de um dia de trabalho (a dificuldade para um jovem fazer a avareza é que este defeito. geralmente, se manifesta nos velhos e o papel de composição de um velho é dificil podendo cair na caricatura). A avareza, como a gula, ou qualquer outra paixão são vividas no palco de maneira semelhante. Respiração de gozo, que cresce à medi­da em que cresce a paixão é saciada e que nunca termina na mediada do desejo.
O avarento toma nota no caderno e conta a féria do dia. Sentado a alguns passos. o ajudante do alfaiate tece a sua inveja, enquanto termina uma costura. Ele sente o abismo que o separa do velho nojento. Pobre, mal pago. mal alimentado, infeliz. O patrão cheio de dinheiro e nada generoso. Sentimentos confusos começam a crescer na mente do aprendiz: raiva, desprezo, inveja e solidão. Ao apanhar a linha num armário, atrás do velho, seus olhares se cruzam, enquanto- o avarento procura. curvando-se sobre o dinheiro, escondê-lo. O ódio do rapaz cresce quando volta à sua banqueta. e ao pegar a tesoura para cortar a fazenda, tem uma privação de sentido, e, com fúria crescente, engendra um plano de acabar com a vida do patrão. Arfando e cheio de ódio, dirige-se de novo ao armário, para disfarçar e, rapi­damente, mata o avarento pelas costas.

417 – A árvore brincalhona
Uma árvore num jardim público. costumava abrigar todas as manhãs, um estudante. Nesse dia ela resolve brin­car com ele. Quando o estudante chega e abre o livro, coisas estranhas começam a acontecer. Peteleco na cabeça. O aluno pensa que é passarinho, espia a árvore e fica desconfiado. Depois recebe um beliscão na orelha. Logo a árvore muda de lugar, e vai inventando outras brincadeiras enquanto cresce o medo do aluno que procura, não vê ninguém, acaba fugindo apavorado. achando que alguma coisa não está certa.

 418 – A espera
Vários alunos esperam na sala da diretora do colégio­os resultados dos exames. Estão desanimados porque acham que não passaram de ano. Um colega maldoso, chega e dizque todos foram reprovados. Tristeza geral. Choro e desanimo. Finalmente os resultados com as boas notas. Alegria geral.

419 – O enforcado
Um grupo de pessoas (5 ou 6), habitantes de uma pequena cidade acordara no meio da noite com gritos na rua. O tema começa quando esses personagens se encon­tram caminhando pelas vielas da cidade, curiosos, ansiosos, por causa do acontecimento que ainda desconhecem. O tam­bor deve marcar o ritmo apressado das batidas do coração. Receio. Medo. Depois dão duas voltas para dar a impres­são de distância. O tambor bate forte e os personagens param no meio da cena olhando ao mesmo tempo um ponto fixado pelo professor fora de cena. Sensação de angústia e pavor. Ao longe, o grupo avista um menino, filho de um dos moradores, enforcado na torre da igreja. Respiração presa. mistura de curiosidade e horror. O tambor bate vaga­rosamente, significando que tudo não passava de uma brin­cadeira de mau gosto do garoto. Ele tira a corda do pescoço (o garoto imaginário naturalmente), e ri para a multidão em baixo. Reação diversas dos personagens. Primeiro sur­presa. segundo desapontamento por terem sido enganados. terceiro alívio, quarto raiva.

420 – A vingança
Uma moça, ou um rapaz. acabando de desligar o tele­fone se sente infeliz, angustiado. Depois de terrível discussão, o namoro acabou. O personagem passeia pela cena, infeliz, rejeitado. solitário. Tocam a campainha. É um mensageiro com um embrulho e um cartão. Sensação de surpresa. O cartão é do amado. Cheia de alegria e de esperança, começa a abrir o presente. Terrível surpresa. Dentro de uma caixa ricamente embrulhada uma nojenta barata morta. É a vin­gança do namorado. Raiva. Medo. Desespero.


421 – O ladrão e o detetive
Este é  um tema de ritmo quase cinematográfico. Passa pela cena de um ladrão com uma bolsa debaixo do braço. Sente-se, pelo andar e pela falta de naturalidade, que está fugindo de alguma coisa. Quando ele desaparece da cena, surge o detetive também, fingindo naturalidade, mas de olho no ladrão. O jogo continua num crescendo, cada vez que um passa pela cena, sempre sozinho, sente-se a perseguição. O ladrão já, obviamente, fugindo e o detetive perseguindo, cada vez mais rapidamente. É preciso que eles nunca sejam vistos ao mesmo tempo em cena para dar a impressão que caminham por diversas ruas da cidade, Depois de umas cin­co voltas, o ladrão entra em pânico, pára no meio da cena, ofegante, apavorado, esperando seu perseguidor que chega também arquejando. Num gesto de desespero o ladrão joga a bolsa ao chão e grita: "Eu me entrego, não agúento mais".

422 – Os relógios
Um relojoeiro usurário esconde sua coleção de relógios no sótão. Toda noite, sozinho, ele sobe, lubrifica, dá corda e aprecia sua coleção. Cada relógio tem uma caracteristica própria. Um é cuco, outro dançarino, etc. fazem movimentos e sons dos mais variados. Como eram relógios para serem vistos em museus ou grandes salões, eles se revoltam por viverem prisioneiros. Planejam destruir o velho que é causa de tudo. Na próxima subida (segunda vez), depois que o velho dá corda e começa a apreciar os movimentos e os sons, vagarosamente, vão se aproximando dele, sempre guar­dando as características de relógio. (Ex.: o relógio que tem um martelo, usa-o como arma). O velho tenta escapar ao cerco, mas é por fim destruído pela fúria dos relógios.

423 -  O pavão o ratinho e o leão
Um homem muito humilde e solitário, sentava-se todos os domingos no banco de uma praça. Não tendo dinheiro para nenhuma diversão, ali ficava, tristemente, apreciando o movimento da rua. Sente-se como um ratinho, pequeno, feio e desprezado. Vem vindo pela praça uma criatura vaidosa e cheia de si, sempre à procura de quem lhe elogie as qua­lidades físicas. É o pavão. Ao ver o ratinho, sente logo que terá uma platéia excelente para contar suas vantagens. O ratinho ao ver tal beldade, fica boquiaberto de admiração. O pavão cada vez mais vaidoso (tema mudo), respirando a admiração e aprovação do companheiro, não cabe em si de satisfação. Exibe seus dotes (cabelos, cauda, relógios, etc.), começa a comparar sua grandeza à pequenez do ratinho, que cada vez mais humilhado, mas sempre admirando o outro, se encolhe no banco. Para equilibrar a situação aparece na praça o leão. Personagem forte, ao deparar com a cena, coloca as coisas em seus devidos lugares, isto é, faz ver ao pavão que ele no fundo não é diferente do rati­nho e que cada um tem suas qualidades e defeitos. O pavão, sentindo que o público mudou, retira-se envergonhado. O ratinho, com um olhar agradecido, sorri para o leão.

424 – Os cegos

Três cegos que não podem falar, atravessam a cena. Um deles vai à frente, andando e tateando com um bastão. Os outros o seguem apoiados um no ombro do outro. De repente, o da frente deixa cair o bastão e começa ansiosa­mente a procurá-lo. Ao fazê-lo, os três se soltam, e não conseguem se encontrar de novo. Aflição. Procuram se achar, fazendo movimentos com os braços, batendo nos obstáculos, cruzam-se sem conseguir se tocar, até que o da frente acha o bastão. Levanta-se para prosseguir, ainda procurando os companheiros. Encontra um deles. Ação de reconhecimento. Alegria. Seguem o caminho, deixando o terceiro desesperado, entregue à sua própria sorte. Ou, então, não conseguem mais se encontrar, os braços sempre esten­didos para a frente, as mãos tremendo, esperando encontrar seus companheiros de infortúnio, partem em três direções diferentes e desaparecem. Se este exercício for bem executa­do, se os alunos chegarem a dar impressão de que são

Material para improvisação teatral

Excelente material para se trabalhar com improvisação, funcionam melhor com grupos mais avançados, mas nada impede que se use com todos.

Material para improvisações


383 – O vadio
O     aluno não quer ir à escola. Diz que vai enganar a mãe, que o vem chamar. Finge que está com tremenda dor de barriga. Começa a chorar. A mãe desesperada chama o médico por telefone. O menino se assusta. Tem medo do médico. Este chega. Examina o falso doente, que diz estar sofrendo muito. O médico diz que já sabe o remédio. Chama a mãe à parte, conversa baixo e volta dizendo que o doente tem que ficar um mês sem sair da cama. O menino chora. Pede perdão e diz que nunca mais mentirá nem faltará à escola. Sai correndo.

384 – O milagre
Um casal pobre. de gente simples não tinha tempo de arrumar a casa. Os dois filhos, fingindo-se de fadas resol­vem arrumar tudo durante a noite. Quando os pais acordam não sabem quem trabalhou e acham que é um milagre. No dia seguinte. a mesma coisa. Na terceira vez os pais resol­vem ficar de vigília para ver que
m eram os anjos que os ajudavam. Quando descobrem que são seus próprios filhos, têm um momento de grande alegria.


385 – O curioso
O aluno chega com um embrulho. O amigo pergunta o que tem dentro. Este diz que não pode dizer, pois a mãe pediu que não o abrisse. Era para a vovó. Este insiste. Mas o garoto torna a negar. Furioso promete vingar-se. Sai . O donodo embrulho resolve dar uma lição no amigo, pregando-lhe um susto. Traz um embrulho igualzinho ao outro e deixa em cima da mesa Esconde-se. O amigo volta ante pé. Abre o embrulho e dele sai uma cobra. Este desmaia de susto. O outro chega e dá uma gargalhada.

386 – O espelho e o Índio
Um índio, andando pela mata encontra um pedaço espelho. Ao ver um objeto tão estranho, sente medo e curiosidade; finalmente, a coragem vence. Pega o espelho. sol se reflete e ele pensa estar segurando o próprio Sente que o objeto é duro e liso. Ao ver sua própria imagem se assusta tremendamente; cada movimento que é uma nova descoberta, nova sensação. Medo. Alegria. Depois de um jogo entre ele e a própria imagem. leva consigo o milagroso objeto.


389 – O Prosa
Um homem entra dizendo ao amigo que não tem medo de nada e de ninguém; que já matou três onças e vários bandidos. Despede-se e sai. O amigo chama um terceiro e resolvem pregar uma peça no prosa. Um entra num saco e fica esperando. O outro chama o mentiroso e pergunta se ele não tem mesmo medo de nada, nem de assombração. Pergunta também se aquele saco, que está no canto, é dele. Ele diz que não, mas quer ver o que tem dentro. Vê o saco mexer-se. O saco foge. Jogo de esconde-esconde. Começa a ficar meio assustado, quando o amigo aparece com uma máscara de leão ou de qualquer outro bicho. O prosa começa a tremer, até que os dois amigos se dão a conhecer. O prosa. envergonhado, sai.


391 – Na padaria
Um grupo de moleques (3 ou 4) passam por u vitrina onde estão expostos deliciosos petiscos. Sem dinheiro, eles se detêm na vitrina, desejando ardentemente comer o que vêem (sensaçao de gula). Desanimados se afastam-se.
Voltam os mesmos moleques com expressão melhor. Têm um plano. Vão arrombar a vitrina. Fingem manipular chaves de fenda. Ao mesmo tempo que trabalham, agitam-se com medo da aproximação do guarda. Realmente 1 policial vem chegando. Fingem naturalidade. O guarda passa. Depois de muito esforço e aflição conseguem, finalmente tirar o vidro. Quando a presa já está perto e o cheiro dos pastéis já lhes dá água na boca, o vigia grita: Lá vem o guarda.. Os moleques paralisados, medrosos, - fogem em debandada.


392 – A árvore
 Este jogo é de concentração, ritmo, contato de uma maneira direta com os mistérios da natureza - o ciclo da vida -através do crescimento da árvore, passando por diversos está­gios - inverno, primavera, verão e outono.

1 - Os alunos se deitam no chão. Na posição fetal. - São as sementes plantadas na terra. Eles se relaxam e esperam.

2 - Um aluno representa o sol, que olha fixamente para as sementes dando-lhes calor. Numa celebração, esse aluno pode estar caracterizado com uma máscara de sol.

3 - As sementes para germinarem precisam de água. Alguns alunos regam as sementinhas ou fazem a sonoplastia de chuva. (Para isso, batem com a ponta da unha na mesa.)

4 - As sementes começam a brotar. Usam a respira­ção, pois o ar também é elemento indispensável ao cresci­mento da planta. Os alunos já estão de joelhos.

5 - Começam a brotar os galhos. Braços.

6 - Chegamos à plenitude da árvore. Braços estendidos, imitando uma árvore. O aluno está de pé.

7 - Alguns. representando camponeses. chegam até as árvores para colher frutos. Fazem mímica de apanhar frutos e saem.

8 - Outrosalunos, representando operários. vêm tomar sombra debaixo das árvores. Descansam. ouvem o  apito da fábrica e voltam ao trabalho.

9 - A árvore começa a envelhecer e pouco a pouco vai relaxando, murchando, recolhendo os braços.

10 - Jáde joelhos. vai se encolhendo até que volta àposição inicial.

393 – O Passarinho ( sensibilidade)
O   professor. pede aos alunos que fiquem sentados em ferradura, no chão ou cadeira. Faz uma bola de jornal. Entrega ao primeiro aluno dizendo que é um passarinho ferido. Os alunos têm que imaginar:

- que aquilo é mesmo um passarinho (cor, tamanho, forma);

                     - que ele está ferido (pena, ternura, cuidado);

- depois de segurar o pássaro ferido por alguns momen­tos, passa para seu colega ao lado.




396 – A bomba relógio
Um grupo de amigos. passeando num parque descobrem um embrulho. Espanto. curiosidade. Aproximam-se e obser­vam detalhadamente. Uns, com receio, aconselham aos mais afoitos a se afastarem daquilo. Eles descobrem. pelo barulho. que o embrulho contém um relógio. O mais curioso resolve abrir, enquanto os outros. receiosos, se afastam. De repente Quve-seum estampido e o curioso cai morto pela bomba-relógio. Os outros fogem apavorados.

397 – As algas (sensibilidade)
Cinco alunos, de olhos fechados, começam a se movi­mentar como se estivessem no fundo do mar sentindo a resis­tência da água. Retraem-se cada vez que se encontram, sem­pre em câmara lenta. A cada toque. devem reagir como se tivessem recebido uma descarga elétrica.


398 – A chuva
Numa região castigada pela seca, homens trabalham sob sol causticante. Ao longe ouvem-se os primeiros sinais de trovoadas. Todos ficam atentos. O ruido aumen­ta. Esperança geral. Primeiras gotas d'água. A chuva caiforte alegria. Os homens tentam beber a água, rolam na lama. Grande alegria.

399 – A alegria contagiante
Um personagem de mau humor entra no ônibus. Tudo lhe correu mal naquele dia. Está carrancudo e ensimesmado.
No banco em frente está um personagem feliz. A vida é bela, o ar está fresco, o céu azul, tudo ele sente fortemente. Pouco a pouco o carrancudo ao sentir a alegria do compa­nheiro vai se contagiando até que se alivia, acompanha o olhar do outro, começa a ver o ambiente; finalmente, se entreolham e sorriem.

400 - Naufragos
Um grupo de náufragos numa jangada. O tempo: ensolarado, brumoso, quente ou frio. Omar deserto. Deses­pero. Uma chaminé, uma vela aparece no horizonte. Os mais desencorajados se animam, Obarco se aproxima. Sinais são feitos. Esperança. Mas o barco passa. sem notar os naufragos e se afasta. Os movimentos param, o horizonte está de novo deserto.

Esse exercício é acompanhado por instrumentos de percussão e barulhos de mar, vento, etc. feitos com a boca. Aumentam de intensidade à medida que o tema se desen­rola.

401 – A radiografia
Duas pessoas estão numa sala de espera de um hospital público aguardando o resultado de uma radiografia. Elas sabem que podem estar condenadas à morte (doença gra­ve). Enquanto esperam, se angustiam. As enfermeiras pas­sam alheias aos problemas dos doentes, rindo, brincando, o que provoca nos doentes solidão e revolta. Finalmente trazem o resultado em dois pedaços de papel que entregam a cada paciente. Um é positivo, outro negativo. Os alunos reagem conforme o resultado que recebem.


402 – A planta milagrosa
Duas pessoas recebem um vaso de planta onde só há terra. Curiosos com presente tão estranho, observam o vasi­nho. De repente. do meio da terra nasce o broto de uma planta desconhecida. Susto. A planta começa a crescer aos olhos dos alunos que vão se afastando ame­drontadôs diante de fato tão inédito. A planta continua crescer, crescer, os galhos estão quase no teto, horríveis, tentando envolver os personagens como tentáculos de polvo. Apavorados, como num pesadelo. não entendem o que se está passando, tentam se desvencilhar, lutando desesperadamente. a planta começa a regredir, tornando-se uma pequena plantinha de cujo galho sai uma linda rosa vermelha. Os personagens, sempre num clima de pesadelo e sonho, se aproximam cuidadosamente da flor e ainda no mesmo clima de sonho, observam a flor.


403 - Recordação

Uma velha casa com uma cadeira ao centro. Ali viveu uma pessoa muito querida: uma velha avó por exemplo. O personagem chega depois de 10 anos de ausência e ao ver a cadeira começa a recordar e a sentir saudades - mos­trando sentimentos alegres e tristes, que as lembranças do passado lhe trazem.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Nem tudo que é escrito é verdade

O Homem e o Leão
Fábula de Esopo

Um homem e um leão discutiam sobre qual deles era o mais forte, e decidiram conferir ali mesmo.
O homem levou o leão até uma sepultura, onde havia uma pintura do defunto matando um leão.
O leão retrucou:
_O que você me mostrou foi pintado por um homem. Se eu soubesse pintar, retrataria um leão matando um homem. Não vamos mostrar nada, pois é melhor medirmos nossas forças um contra o outro. Depois de matar o homem, o leão disse:
_Uma prova pintada não é suficiente. Ele agora descobriu que eu era mais forte.

Moral da história:
Nem sempre é verdade o que está escrito em algum lugar; é nescessário provar a verdade com atos.

Cuidado com a familiridade

A Raposa e o Leão

Uma raposa muito jovem, que nunca tinha visto um leão, estava andando pela floresta e deu de cara com um leão.
Ele a não precisou olhar muito para sair correndo desesperadamente na diração de um esconderijo que encontrou. Quando viu o leão pela segunda vez, a raposa ficou atrás de uma árvore a fim de poder olhar antes de fugir. Mas na terceira vez a raposa foi direto até o leão e começou a dar tapinhas nas costas dele, dizendo:
_Oi, gatão! Tudo bom?

Moral da história:
Da familiaridade nasce o abuso.

Falar é facil

A Assembleia dos Ratos
Era uma vez uma colônia de ratso, que viviam com medo de um gato, resolveram fazer uma assembléia para encontar um jeito de acabar com aquele transtorno. Muitos planos foram discutidos e abandonados. No fim um jovem e esperto rato levantou-se e deu uma exelente idéia; a de pendurar uma sineta no pescoço do gato. assim, sempre que o gato tivesse por perto eles ouviriam a sineta e poderiam fugir correndo. Todos os ratos bateram palmas: o problema estava resolvido. Vendo aquilo, um velho rato que tinha ficado o tempo todo calado levantou-se de seu canto. O velho rato falou que o plano era muito inteligente e ousado, que com toda a certeza as preocupações deles tinham chegado ao fim. Só faltava uma coisa: quem ia pendurar a sineta no pescoço do gato?

Moral da história:
Falar é fácil, fazer é que é difícil.

O problema é de todos

O Rato e a Ratoeira

Numa planície da Ática, perto de Atenas, morava um fazendeiro com sua mulher; ele tinha vários tipos de cultivares, assim como: oliva, grão de bico, lentilha, vinha, cevada e trigo. Ele armazenava tudo num paiol dentro de casa, quando notou que seus cereais e leguminosas, estavam sendo devoradas pelo rato. O velho fazendeiro foi a Atenas vender partes de suas cultivares e aproveitou para comprar uma ratoeira. Quando chegou em casa, adivinha quem estava espreitando?

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali. 

Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. 

Correu para a esplanada da fazenda advertindo a todos: 

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!

A galinha disse: 

- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e disse: 

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !

- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.

O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse: 

- O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !

Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima. 

A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. 

No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro chamou imediatamente o médico, que avaliou a situação da esposa e disse: sua mulher está com muita febre e corre perigo.

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. 
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. 

Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco. 

A mulher não melhorou e acabou morrendo. 

Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. 

Moral:
“Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos.”