quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Como ser confiante

 

Parecendo confiante

 1 - Tenha o visual. 

Como alguns poderiam dizer, “finja até conseguir”. Você começará a se sentir confiante e capaz de colocar na própria cabeça que possui tais características. É preciso abordar o que o faz se sentir bem – e não aquilo que você acha que seja característico de pessoas confiantes. Experimente estes truques:

Devote um pouco de tempo diariamente para higiene pessoal e permaneça apresentável. Tome banho diariamente, escove seus dentes, passe fio-dental e cuide da pele e do cabelo.

 

Vista-se para a confiança. Você não precisa comprar um guarda-roupa novo inteiro para se sentir bem. Desde que você se sinta limpo, confortável e bonito, a confiança surgirá. Afinal, você não vestiria um terno para entregar uma pizza. Você provavelmente estará bem caso ache que está vestido adequadamente. Tome cuidado para não exagerar (ex.: colocar toneladas de maquiagem no rosto ou usar roupas muito reveladoras). Vestir-se apropriadamente para cada situação acaba com uma de suas preocupações.

 

2 - Aperfeiçoe sua postura. 

Seu jeito de agir comunica muita coisa às outras pessoas – portanto, demonstre a elas que você é confiante e dominador. Mantenha os ombros recuados, a coluna reta e o queixo alto. Caminhe com vontade, sem arrastar os pés. Sente-se direito. Quando parecer uma pessoa confiante por fora, você será visto como alguém confiante pelo mundo ao seu redor.

 Você não apenas enganará os outros – como acabará se enganando também. Pesquisas recentes demonstram que o posicionamento do corpo influi no estado mental – portanto, posicionar-se confiantemente fará com que você se sinta genuinamente confiante. E, acima disso, ter uma linguagem corporal confiante já é algo ligado à diminuição dos níveis de estresse. [1]

 3 - Sorria. 

Mantenha o sorriso ao seu alcance – você ficará surpreso com o fato de como até o menor dos sorrisos acaba aliviando muitas situações sociais. A verdade é que o sorriso faz com que todos se sintam mais confortáveis. Você consegue se imaginar abordando alguém carrancudo? Não, obrigado.

 

Caso esteja preocupado com a falsidade do sorriso, mantenha-o discreto. Um sorriso falso pode ser identificado a quilômetros de distância. Por outro lado, caso você genuinamente esteja feliz por ver a pessoa – ou feliz por ter a chance de praticar suas novas habilidades – exiba as pérolas brancas da sua boca!

 

4 - Faça contato visual. 

É uma mudança sutil, mas pode alterar drasticamente a maneira pela qual os outros o percebem. Não tenha medo de encontrar o olhar de outra pessoa: isso não apenas demonstra que você é uma pessoa com quem vale a pena se conversar, como também indica que você respeita os outros, reconhece a presença deles e se interessa pela conversa. Você não quer ser rude, quer?

Nossos olhos são unicamente humanos. Eles são as janelas da alma, se você preferir falar desse jeito, e exibem nossa afeição e nossos sentimentos. Ao fazer contato visual, você melhorará a qualidade de suas interações e parecerá mais confiante. De fato, você acabará sendo visto como alguém mais sociável e confiável. Aqueles que conversam com você se sentirão mais apreciados. [2] Se não puder fazer isso por si mesmo, faça pelos outros!

 

5 - Tenha uma linguagem corporal abordável.

Você realmente buscaria puxar conversa com uma pessoa que, recostada num canto, finge brincar com algum jogo no celular? Provavelmente não. Se você quiser que os outros o abordem, mantenha-se abordável!

Mantenha o corpo aberto. Se você cruzar os braços e as pernas, afirmará ao mundo que não está interessado em conversas com os outros. O mesmo vale para seu rosto e para suas mãos – se estiver claro que você está preocupado com outra coisa (seja um pensamento ou seu iPhone), as pessoas compreenderão a dica.

 

6 - Mantenha o olhar. 

Agora que você compreendeu o aspecto do contato visual, é hora de pô-lo em prática. Sabia que a outra pessoa se sente tão tímida com o contato visual quanto você? Experimente isto: faça contato visual com alguém e veja quem dura mais tempo. A pessoa desvia o olhar? Viu?! Elas se sentem desconfortáveis também!

 O wikiHow não está sugerindo encarar alguém intensamente, entende? Encarar intensamente ao ponto de a pessoa sentir seu olhar e estremecer diante da estranheza palpável causada pela situação não é o objetivo. O objetivo, entretanto, é reconhecer que as outras pessoas se sentem tão nervosas quanto você na hora do contato visual. Se você for pego, sorria. Você é muito confiante.

A linguagem corporal

 Compreendendo a linguagem corporal

1

Tenha em mente que interpretar a linguagem corporal é uma tarefa complexa. O comportamento não verbal é complexo porque todos somos diferentes e nos apresentamos ao mundo de formas variadas.

A leitura da linguagem corporal pode ser um desafio, já que precisamos levar o contexto geral em consideração para conseguirmos interpretar os sinais que recebemos. Por exemplo, essa pessoa disse que teve uma briga com a esposa ou que não conseguiu uma promoção no trabalho? Ela estava visivelmente ansiosa durante o almoço?

Sempre que possível, quando interpretamos a linguagem corporal de alguém, devemos considerar a personalidade e o comportamento verbal desse indivíduo, os fatores sociais e o ambiente que o cerca. Embora tais informações nem sempre estejam disponíveis, elas poderão ser bem úteis na leitura da linguagem corporal. As pessoas são complexas, portanto, é natural que se comuniquem de forma complexa através do corpo!

Compare a leitura da linguagem corporal com o hábito de assistir ao seu programa favorito na televisão: você não veria apenas uma cena do programa para compreender corretamente o significado da cena em questão, mas sim o episódio inteiro. Também é bastante provável que você se lembre dos episódios passados, da história de uma personagem e do enredo como um todo. Na hora de interpretar a linguagem corporal, também precisamos prestar atenção no contexto geral!

2

Lembre-se de levar as diferenças individuais em conta. Quando se trata de linguagem corporal, não existe uma 'receita universal' para aprendermos a ler os sinais de alguém corretamente. Você precisará 'estudar' a pessoa por algum tempo para conseguir interpretar os sinais dela, já que o que vale para uma pessoa pode não valer para outra.

Por exemplo, algumas pessoas não olham nos olhos do interlocutor quando contam uma mentira enquanto outras, tentam manter ainda mais contato visual do que o habitual para não levantarem suspeitas.

3

Lembre-se de que a comunicação não verbal varia de acordo com cada cultura. Algumas emoções e expressões de linguagem corporal possuem significados culturalmente específicos.

Por exemplo, na cultura finlandesa, uma pessoa demonstra receptividade ao olhar nos olhos de alguém. Por outro lado, o contato visual é considerado uma demonstração de raiva para os japoneses.

Outro exemplo: na cultura ocidental, quando uma pessoa se sente confortável ao seu lado, ela se inclina na sua direção e deixa o rosto e o corpo de frente para você.

Tenha em mente que, embora determinadas expressões de emoção variem de cultura para cultura, algumas pesquisas sugerem que certas expressões de linguagem corporal sejam universais. Isso vale principalmente para a comunicação de dominação e submissão. Por exemplo, em várias culturas diferentes, manter uma postura curvada indica submissão.

4

Note que a interpretação varia de acordo com o canal de comunicação. No canal não verbal, a mensagem ou sinal é enviada sem o uso de palavras. Os canais não verbais mais importantes incluem as formas de comunicação cinésica (contato visual, expressões faciais e linguagem corporal), háptil (toque) e proxêmica (espaço pessoal). Em outras palavras, o meio determina a mensagem.[46]

Como regra geral, nós temos mais facilidade para interpretar as expressões faciais, seguidas pela linguagem corporal e, por último, pelo toque e espaço pessoal.

Mesmo dentro de cada canal, podem existir diversas variações. Por exemplo, nem todas as expressões faciais são igualmente fáceis de compreender, nós costumamos nos sair melhor com a leitura de expressões agradáveis, em vez das desagradáveis. Um estudo demonstrou que as pessoas conseguem interpretar melhor os sinais de felicidade, alegria e animação, em comparação com a raiva, a tristeza, o medo e o nojo

Autoconfiança

 

COMO AUMENTAR A AUTOCONFIANÇA

Postado em 10 de março de 2015 por José Roberto Marques

 

A autoconfiança é fundamental para a construção da sua marca no mundo — como as pessoas te percebem, como elas se envolvem e como elas se lembrarão de você. Pessoas com pouca autoconfiança têm muita dificuldade de se apresentar, dialogar por períodos longos e estabelecer relações profundas e duradouras.

Mais do que isso, pessoas que não são autoconfiantes perdem a chance de viver experiências agregadoras, conhecer pessoas interessantes e de fazer contatos que podem levar à ascensão profissional ou desenvolvimento de um projeto significativo. A falta de autoconfiança, portanto, pode acarretar a perca de uma série de oportunidades na vida e na carreira.

Pensando nisso, vale a pena refletir: de 0 a 10. quanto você se sente confiante no seu ambiente de trabalho? E em seu relacionamento? E com seus amigos e sua família? Você consegue expor suas opiniões de forma clara e segura? Quando se sente coagido por algum motivo, como você reage? Você se sente merecedor do sucesso?

Para aumentar a autoconfiança, é necessário ir além de fatores externos, ambientes ou pessoas. A confiança em si mesmo é uma questão de bem estar e harmonia com seu próprio “eu”.

A autoconfiança te permite viver o dia a dia com mais leveza, sem precisar se esforçar o tempo todo para se sentir aceito pelos outros. Apenas aproveitando, verdadeiramente, cada momento na sua autenticidade.

Dicas para aumentar a autoconfiança

Ser autoconfiante é reconhecer claramente o seu valor pessoal. Confira abaixo algumas dicas poderosas para fortalecer sua autoconfiança:

Ressignifique, Honre e Respeite

A falta de autoconfiança geralmente é desencadeada por algum trauma ou situação constrangedora por qual o indivíduo passou em determinado momento de sua vida, no qual gerou e estabeleceu uma crença limitante a respeito de si.

O primeiro passo para potencializar sua autoconfiança, portanto,  é a ressignificação: dar a estes fatos um novo sentido. Para isso, é preciso honrar e respeitar sua própria história, apreciando os momentos positivos e agregando aprendizado das situações negativas ocorridas no passado.

Não faça comparações

Ao longo de sua história, você adquiriu uma bagagem que levou à construção de suas particularidades, bem como sua essência, identidade, defeitos e qualidades. São essas características que te tornam um ser insubstituível e incomparável.  Você não é melhor nem pior que alguém, apenas único e, portanto, extremamente valioso.

Acredite em você

Seu poder de realização é imensurável, pois todo ser humano possui um potencial infinito. Basta, apenas, saber como identificá-lo e desfrutá-lo.  Dedique cinco minutos do dia para você: se conecte com seu “eu” mais íntimo, reflita, se perceba, se autoconheça. Esta prática te permitirá obter maior controle sobre si mesmo.

Seja criterioso com suas relações

Tenha relacionamentos saudáveis: mantenha apenas aquelas pessoas que te fazem bem, que te aceitam e te respeitam, que são agregadoras e construtivas. Priorize sempre estar em boas companhias.

Respeite-se

Quando você toma consciência de seu valor, suas crenças, hábitos e escolhas se tornam mais saudáveis e favoráveis para seu crescimento. Você passa a permitir que faça parte de sua vida apenas aquilo que deseja, que te torna melhor, mais forte e confiante, compreendendo seus limites e suas vontades. Isto é amor e respeito próprio.

Aprecie-se!

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Concentração

 

    CONCENTRAÇÃO

 É um estado mental caracterizado pela fixação da atenção em relação a um objeto.

 A palavra objeto utilizada aqui, refere-se a tudo aquilo que pode ser vivenciado pela mente humana: coisas, pessoas, idéias, sentimentos, sensações, interesses, visões e demais experiências do gênero.

  

·      CARACTERÍSTICAS  DA  CONCENTRAÇÃO

Seu processo caracteriza-se pela fixidez da atenção num determinado conteúdo psíquico.

 

Só ocorre plenamente, quando a mente consegue livrar-se de todas as sensações provocadas por estímulos externos e das vivências interiores, que não tem nenhum tipo de relação com o objeto da concentração. Para que haja concentração é necessário que ocorra atenção e silêncio interior.

 

 ·      DETERMINAÇÃO  DA  CONCENTRAÇÃO

 

A determinação da concentração é dada por um interesse por parte do  indivíduo, em integrar-se ao objeto da concentração e compreendê-lo  a fundo . Essa compreensão é dada quando o percebedor sente o objeto, na sua integração com o mesmo. Portanto, sua determinação é dada pela motivação de se integrar e sentir a algo ou alguém. 

 

 ·      FATORES CONTRÁRIOS À CONCENTRAÇÃO

 São aqueles fatores que impedem ou dificultam a concentração. Dividem-se em externos e internos.

 

Fatores Externos:

1 - ruídos e sons em tome elevado ou que perturbem quem se concentra;

2 - toques físicos provocadores de dor ou prazer;

3 - iluminação inadequada: forte ou fraca, ao que se está fazendo;

4 - envolvimento espiritual perturbador.

 

Fatores Internos:

1 - tensões e dores físicas que perturbem a concentração;

2 - distração inconsciente, não percebida, que ocorre nos momentos de concentração;

3 - cansaço gerando a necessidade de repouso;

4 - falta de informações de como se concentrar;

5 - indisciplina interior fazendo com que o indivíduo se ocupe de muitos pensamentos ao   mesmo tempo, impedindo-o de atingir determinado fim;

6 - perturbações afetivo-emocionais dadas por problemas pessoais, que levam o          indivíduo a preocupar-se ou ficar ansioso nos momentos de concentração;

7 - sentimento de tédio durante a prática da concentração, fazendo com que o indivíduo faça uso naturalmente de sua imaginação.

 

 ·      TREINAMENTO  DA  CONCENTRAÇÃO

É um conjunto de práticas que ajudam a desenvolver a capacidade de concentração.

 Há cinco conceitos básicos a serem seguidos, os quais contêm várias práticas:

 

1)  Consciência da Concentração

A) Aquisição de informações sobre a concentração:                         

no momento em que se sabe como se concentrar, torna-se mais fácil  a tarefa de concentração, pois o conhecimento “é a luz que ilumina” o caminho do homem;

B) Percepção da desatenção no momento da concentração:

é comum, na prática da concentração, a ocorrência da desatenção involuntária. Com a percepção  desses momentos, torna-se mais fácil a correção desses erros.

 

     2) Relaxamento

O relaxamento é uma prática psicossomática, que permite a cada um adentrar no estado  eutonia, isto é, de equilíbrio, das tensões físicas e mentais. Serve, portanto, para ajudar na elaboração de um estado geral de equilíbrio, que favorece a obtenção de uma maior  concentração. Isto se dá porque quando um indivíduo está tenso, agitado ou perturbado emocionalmente, bem como rígido ou ainda sentindo dores físicas, não consegue na sua plenitude, ligar-se ao objeto da concentração.

Assim sendo, para que haja um relaxamento integral, é necessário que se atinja os três aspectos que compõem totalidade psicossomática: corporal, emocional e intelectual.

 

Descrevemos a seguir as três etapas que devem compor um relaxamento integral.

 

1.ª Fase

Corporal

Aqui pretende-se conseguir um equilíbrio do tônus (tensão) muscular.

É necessário para que o indivíduo consiga livrar-se das dores tensionais, tendo as condições básicas para o descanso e equilíbrio interno.

Técnica

Concentrar-se em cada parte do corpo, gradativamente, auto sugerindo a descontração de cada uma dessas partes.

Convém, começar numa parte do corpo, por exemplo, a cabeça ou os pés e ir até a outra extremidade.

Ao final, perceber todo o organismo nesse mesmo estado.

 

2.ª Fase

Emocional

Nesta fase deseja-se o estabelecimento do equilíbrio afetivo-emocional, dando tranqüilização ao espírito.

Com o restabelecimento paz interior a mente se aquieta e com isso torna-se muito simples a tarefa de concentração.

Técnica

Induzir a respiração com movimentos abdominais, lenta e compassadamente, de forma idêntica à que acontece durante o sono normal.

 

 3.ª Fase

Intelectual

Nesta etapa o que se pretende é a manutenção da mente num estado de , maior quietude, no qual são evitados os pensamentos contínuos que, normalmente, povoam o quadro mental das pessoas.

Técnica

Fixar a atenção numa imagem, som, ponto ou sensação orgânica (tal como a respiração), sempre sugerindo a calma, a mansuetude e o equilíbrio.

Isto dá condições para que se rompam alguns “círculos viciosos” do pensamento ou idéias fixas, que caracterizam o próprio monoideísmo.

 

3) Auto-Análise (Autoconhecimento)

Visa, sobretudo, dar condições para que cada pessoa possa livrar-se de preocupações e ansiedades que, normalmente, prejudicam o exercício da concentração.

Técnica

Iniciar esta prática com perguntas, tais como:

- o que estou sentindo agora?

- o que espero?

- o que desejo?

- o que estou fazendo?

- o que evito?

Todas elas devem ser feitas, com o sentido voltado exclusivamente para o momento presente.

A partir dessa conscientização, torna-se possível e até necessário, o controle das emoções e desejos, com o afastamento, pelo menos momentâneo, das preocupações.

 

A auto-análise pode ser de dois tipos,  a saber:

 

A) Referente aos problemas vitais

Vários são os problemas que afligem a nossa existência.

São dificuldades familiares, sexuais, religiosas, econômicas, sociais etc. Cada um de nossos problemas possui uma carga afetivo-emocional determinada, mais ou menos controlada, que no seu conjunto geram um grau maior de perturbação na existência.

A nossa perturbação vital é conseqüência do acúmulo de nossos problemas vitais.

Uma pessoa tem alguns ou vários problemas não resolvidos, sofre de uma carga afetivo-emocional mais ou menos intensa. Isto gera preocupações constantes, que podem ocorrer até no momento da concentração, prejudicando-a na prática dessa atividade.

A resolução dessa problemática se dá através da conscientização. Esta ocorre pela percepção dos sentimentos, atitudes e desejos. As indagações já mencionadas anteriormente, gera uma descarga ou “desabafo” das emoções reprimidas. Com isto a pessoa torna-se mais calma, tendo condições de refletir eficazmente sobre os seus problemas, alcançando as soluções necessárias.

Este processo determina uma afetividade mais controlada, propiciando um maior controle vital, que se caracteriza pela diminuição, ausência ou maior domínio dos problemas existencial.

 

  

B) Nos momentos que antecipam a concentração

Um pouco antes do indivíduo se concentrar, é aconselhável que se perceba melhor, adquirindo consciência do que sente. Com esta conscientização poderá vir a ter um maior domínio de si na situação, auxiliando na sua concentração.

Poderá, ainda, afastar-se do trabalho de concentração, se as suas condições forem tais que lhe seja impossível a sua prática.

 

4) Concentração Motivada

A experiência mostra-nos que quando há motivação fica muito mais fácil, a qualquer pessoa, concentrar-se em determinado objeto. Por exemplo, a leitura de um livro que se tem interesse.

Técnica

Prestar atenção, pensar e fazer do interesse do aprendiz.

 

5) Adaptação Gradativa

É a adaptação gradativa aos estímulos ambientais, que torna a tarefa da concentração muito mais fácil.

A) Sons e ruídos com intensidade variada.

É a adaptação sonora do organismo.

B) Toques na superfície do corpo.

É a acomodação aos estímulos táteis.

C) Iluminação inadequada (forte ou fraca).

É a adaptação aos estímulos luminosos.

 

OBSERVAÇÃO: cada prática implica na utilização de uma ou mais técnicas. Exemplificando: poderemos ter uma técnica de “concentração motivada”, mas várias de adaptação gradativa.

 

       EXERCÍCIO PARA O TREINAMENTO DA CONCENTRAÇÃO

 

São práticas sistematizadas, que visam treinar o aprendiz na utilização da sua capacidade de fixação da atenção.

 

Há inúmeros exercícios que podem ser pesquisados nos livros que tratam do assunto. Para nosso estudo, daremos cinco exemplos.

 

1) Concentração Visual        

Dentre os vários exercícios de concentração visual, o quadro espiral colorido, que consta das cores dourado, vermelho, verde, amarelo e lilás, é o mais eficaz por sua objetividade e simplicidade.

Técnica

Focalizar a visão no centro do desenho e depois deslocá-la horizontalmente para as duas extremidades, simultaneamente, mantendo os olhos na mesma cor. Posteriormente, voltar da periferia para o centro, sempre acompanhando a mesma cor.

Repetir o exercício para todas as cores, sendo a observação, em uma cor de cada vez.

 

NOTA: a memorização das cores dá ensejo à prática da cromoterapia.

 

 

 

2) Concentração Intelectual

Assista à exposição ou leia um texto e, posteriormente, fale ou escreva a respeito.

Tempo de duração: um a três minutos.

 

3) Concentração Auditiva

Ouça atentamente uma música orquestrada e discrimine os diferentes sons dos instrumentos.

 

4) Concentração Olfativa    

Em estado de relaxamento e concentração, estando de olhos fechados, diferencie os vários aromas que lhe são apresentados a uma certa distância do nariz.

 

5) Concentração Imaginativa

Imagine uma seqüência de representações mentais, obedecendo a uma historieta que lhe é contada.

Procure participar ativamente do que lhe é dito, sentindo  e identificando-se com os acontecimentos sugeridos. Exemplos: presença e aproximação de Cristo numa dada paisagem.

 

OBSERVAÇÃO: cada  uma  destas formas de  concentração  exercita, fortalecendo a própria capacidade concentrativa. Ao final de algumas vezes, o aprendiz estará mais apto a fixar a sua atenção em sons, palavras, conceitos, odores, objetos e imagens. Em suma, mais capaz de dirigir a sua atenção e fixá-la por muito mais tempo, num determinado objeto mentalmente representado.

domingo, 10 de outubro de 2021

Situações Dramaticas

 

As 36 situações dramáticas de Polti

Georges Polti publicou em 1916 o livro Les XXXVI situations dramatiques, no qual, a partir das observações de Gozzi e de Goethe e da leitura de uma grande quantidade de textos dramáticos, ele estabelece as trinta e seis situações listadas abaixo. Polti lista diversas variações de cada situação e cita muitos exemplos delas (Há um estudo de Leonardo de Moraes que contém a maioria dessas variações - você pode baixá-lo aqui. A tradução inglesa do livro de Polti você encontra aqui.).

1. SÚPLICA - um Perseguidor, um Suplicante, um Poder indeciso.

2. RESGATE OU LIBERTAÇÃO - Um Desafortunado, uma Ameaça, um Libertador

3. CRIME SEGUIDO DE VINGANÇA - um Vingador, um Criminoso

4. VINGANÇA DE PARENTE CONTRA PARENTE - um Parente vingador, um Parente culpado, (uma vítima), a recordação da vítima, uma relação familiar entre os dois

5. PERSEGUIÇÃO - um Castigo e um Fugitivo (fugir de um castigo)

6. DESASTRE - um Poder subjugado, um Inimigo vitorioso ou um Mensageiro

7. SER VÍTIMA DE CRUELDADE OU DE INFORTÚNIO - um Desafortunado, um Executor ou um Infortúnio

8. REVOLTA - um Tirano, um Conspirador

9. EMPREENDIMENTO AUDACIOSO - um Líder audacioso, um Objetivo, um Adversário

10. SEQÜESTRO - um Sequestrador, um Sequestrado, um Guardião

11. O ENIGMA - um Interrogante, um Investigador, um Problema (a resolver)

12. OBTENÇÃO - um Solicitante e um Adversário que recusa, ou

um Árbitro e as Partes opostas

13. INIMIZADE ENTRE PARENTES - um Parente malévolo e um Parente odiado ou Ódio recíproco entre parentes

14. RIVALIDADE ENTRE PARENTES - um Parente preferido, um Parente rejeitado, o Objeto da rivalidade

15. ADULTÉRIO ASSASSINO - dois Adúlteros, um Marido ou uma Esposa

16. LOUCURA - um Louco, uma Vítima

17. IMPRUDÊNCIA FATAL - um Imprudente, uma Vítima ou um Objeto perdido

18. CRIMES INVOLUNTÁRIOS POR AMOR - um Amante, um Amado, um Anunciador da revelação

19. ASSASSINATO DE UM PARENTE NÃO RECONHECIDO - um Assassino, uma Vítima não reconhecida

20. AUTO-SACRIFÍCIO POR UM IDEAL - um Herói, um Ideal, um "Bem" ou uma Pessoa ou uma Coisa sacrificada

21. AUTO-SACRIFÍCIO POR UM PARENTE - um Herói, um Parente, um "Bem" ou uma Pessoa ou uma Coisa sacrificada

22. SACRIFÍCIO DE TUDO POR UMA PAIXÃO - um Apaixonado, o Objeto da paixão fatal, a Pessoa ou Coisa sacrificada

23. NECESSIDADE DE SACRIFICAR SERES AMADOS - um Herói, uma Vítima amada, a Necessidade do sacrifício

24. RIVALIDADE ENTRE UM SUPERIOR E UM INFERIOR - um Rival superior, um Rival inferior, o Objeto da rivalidade

25. ADULTÉRIO - um Cônjuge traído, dois Adúlteros

26. CRIMES DE AMOR - um Amante, a Pessoa amada, (o Crime de amor)

27. DESCOBERTA DA DESONRA DE UM SER AMADO - um Descobridor, o Culpado

28. OBSTÁCULOS AO AMOR - dois Amantes, um Obstáculo

29. UM INIMIGO AMADO - um Inimigo amado, Aquele que ama, Aquele que odeia

30. AMBIÇÃO - Um Ambicioso, a Coisa cobiçada, um Adversário

31. CONFLITO COM UM DEUS - um Mortal, um Imortal

32. CIÚME EQUIVOCADO - um Ciumento, o Objeto de que ele tem ciúmes, o Suposto cúmplice, a Causa ou o Autor do engano

33. JULGAMENTO ERRADO - um Erro, a Vítima do erro, a Causa ou o Autor do erro, o Verdadeiro culpado

34. REMORSO - um Culpado, a Vítima ou a Culpa, o Interrogador

35. RESGATE DE UMA PESSOA PERDIDA - o Resgatador, um Reencontrado

36. PERDA DE PESSOAS AMADAS - um Familiar desgraçado, um Familiar que observa impotente, um Executor da desgraça

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

A Fabula dos Porcoas Assados

 A Fabula dos Porcos Assados

Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada. A partir daí, toda vez que queriam comer porco assado, incendiavam um bosque...

Mas o que quero contar é o que aconteceu quando tentaram mudar o "sistema" para implantar um novo. Fazia tempo que as coisas não iam lá muito bem: às vezes os animais ficavam queimados demais ou parcialmente crus. O processo preocupava muito a todos, porque se o "sistema" falhava, as perdas ocasionadas eram muito grandes - milhões eram os que se alimentavam de carne assada e também milhões os que se ocupavam com a tarefa de assá-los. Portanto, o "sistema" simplesmente não podia falhar. Mas, curiosamente, quanto mais crescia a escala do processo, tanto mais apareciam falhas e tanto maiores eram as perdas causadas.



Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas. Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o "sistema". Congressos, seminários, conferências passaram a ser realizados anualmente para buscar uma solução. Mas parece que não acertavam o melhoramento do mecanismo. Assim, no ano seguinte repetiam-se os congressos, seminários, conferências. As causas do fracasso do "sistema", segundo os especialistas, eram atribuídas à indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam, ou à inconstante natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda às árvores, excessivamente verdes, ou à umidade da terra, ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertava o lugar, o momento e a quantidade das chuvas...

As causas eram, como se vê, difíceis de determinar - na verdade, o "sistema" para assar porcos era muito complexo. Fora montada uma grande estrutura: maquinário diversificado; indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo - incendiadores que eram também especializados (incendiadores da Zona Norte, da Zona Oeste, etc., incendiadores noturnos e diurnos, com especialização, matutinos e vespertinos, incendiador de verão, de inverno, etc.). Havia especialista também em ventos - os anemotécnicos. Havia um Diretor Geral de Assamento e Alimentação Assada, um Diretor de Técnicas Ígneas (com seu Conselho Geral de Assessores), um Administrador Geral de Reflorestamento, uma Comissão de Treinamento Profissional em "Porcologia", um Instituto Superior de Cultura e Técnicas Alimentícias (ISCUTA) e o Bureau Orientador de Reforma "Igneooperativas". Havia sido projetada e encontrava-se em plena atividade a formação de bosques e selvas, de acordo com as mais recentes técnicas de implantação - utilizando-se regiões de baixa umidade e onde os ventos não soprariam mais que três horas seguidas.



Eram milhões de pessoas trabalhando na preparação dos bosques, que logo seriam incendiados. Havia especialistas estrangeiros estudando a importação das melhores árvores e sementes, fogo mais potente, etc. Havia grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, além de mecanismos para deixá-los sair apenas no momento oportuno. Foram formados professores especializados na construção dessas instalações. Pesquisadores trabalhavam para as universidades para os professores especializados na construção das instalações para porcos; fundações apoiavam os pesquisadores que trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações para porcos, etc.

As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar triangularmente o fogo depois de atingida determinada velocidade do vento, soltar os porcos 15 minutos antes que o incêndio médio da floresta atingisse 47 graus, posicionar ventiladores-gigantes em direção oposta à do vento, de forma a direcionar o fogo, etc. Não é preciso dizer que os poucos especialistas estavam de acordo entre si, e que cada um embasava suas idéias em dados e pesquisas específicos. Um dia, um incendiador categoria AB/SODM-VCH (ou seja, um acendedor de bosques especializado em sudoeste diurno, matutino, com bacharelado em verão chuvoso), chamado "João Bom-Senso", resolveu dizer que o problema era muito fácil de ser resolvido - bastava, primeiramente, matar o porco escolhido, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o então sobre uma armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor - e não as chamas - assasse a carne.



Tendo sido informado sobre as idéias do funcionário, o Diretor Geral de Assamento mandou chamá-lo ao seu gabinete, e depois de ouvi-lo pacientemente, disse-lhe:

- Tudo o que o senhor disse está muito bem, mas não funciona na prática. O que o senhor faria, por exemplo, com os anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria? Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas especialidades?



- Não sei - disse João.



- E os especialistas em sementes? Em árvores importadas? E os desenhistas de instalações para porcos, com suas máquinas purificadoras automáticas de ar?

- Não sei.



- E os anemotécnicos que levaram anos especializando-se no exterior, e cuja formação custou tanto dinheiro ao país? Vou mandá-los limpar porquinhos? E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano têm trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos? Que faço com eles, se a sua solução resolver tudo? Heim?



- Não sei - repetiu João encabulado.



- O senhor percebe agora que a sua idéia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos? O senhor não vê, que, se tudo fosse tão simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução há muito tempo atrás? O senhor com certeza compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotécnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas, sem chamas! O que o senhor espera que eu faça com os quilômetros e quilômetros de bosques já preparados, cujas árvores não dão frutos e nem têm folhas para dar sombra? Vamos, diga-me.

- Não sei, não senhor.



- Diga-me, nossos três engenheiros em Porcopirotecnia, o senhor não considera que sejam personalidades científicas do mais extraordinário valor?



- Sim, parece que sim.



- Pois então. O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porcopirotecnia indica que nosso sistema é muito bom. O que eu faria com indivíduos tão importantes para o país?



- Não sei.



- Viu? O senhor tem que trazer soluções para certos problemas específicos - por exemplo, como melhorar as anemotécnicas atualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de Oeste (nossa maior carência), como construir instalações para porcos com mais de sete andares. Temos que melhorar o "sistema", e não transformá-lo radicalmente, o senhor, entende? Ao senhor, falta-lhe sensatez!



- Realmente, eu estou perplexo! - respondeu João.

- Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por aí que pode resolver tudo. O problema é bem mais sério e complexo do que o senhor imagina. Agora, entre nós, devo recomendar-lhe que não insista nessa sua idéia - isso poderia trazer problemas para o senhor no seu cargo. Não por mim, o senhor entende. Eu falo isso para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor sabe que pode encontrar outro superior menos compreensivo, não é mesmo?



João Bom-Senso, coitado, não falou mais um "A". Sem despedir-se, meio atordoado, meio assustado com a sua sensação de estar caminhando de cabeça para baixo, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu. Por isso é que até hoje se diz, quando há reuniões de Reforma e Melhoramentos, quem sempre falta é o Bom-Senso.

 

Fabulas – pequenas

1. Quem cobra também é cobrado

Depois de um dia de caminhada pela mata, mestre e discípulo retornavam ao casebre, seguindo por uma longa estrada.
Ao passarem próximo a uma moita de samambaia, ouviram um gemido.
Verificaram e descobriram, caído, um homem.
Estava pálido e com uma grande mancha de sangue, próximo ao coração.
O homem tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência.
Com muita dificuldade, mestre e discípulo carregaram o homem para o casebre rústico, onde trataram do ferimento.

Uma semana depois, já restabelecido, o homem contou que havia sido assaltado e que ao reagir fora ferido por uma faca.
Disse que conhecia seu agressor, e que não descansaria enquanto não se vingasse.

Disposto a partir, o homem disse ao sábio:

– Senhor, muito lhe agradeço por ter salvo minha vida. Tenho que partir e levo comigo a gratidão por sua bondade.
Vou ao encontro daquele que me atacou e vou fazer com que ele sinta a mesma dor que senti.

O mestre olhou fixo para o homem e disse:

– Vá e faça o que deseja. Entretanto, devo informá-lo de que você me deve três mil moedas de ouro, como pagamento pelo tratamento que lhe fiz.

O homem ficou assustado e disse:

– Senhor, é muito dinheiro. Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor!

– Se não podes pagar pelo bem que recebestes, com que direito queres cobrar o mal que lhe fizeram?

O homem ficou confuso e o mestre concluiu:

– Antes de cobrar alguma coisa, procure saber quanto você deve.

Não faça cobrança pelas coisas ruins que te aconteçam nessa vida, pois essa vida pode lhe cobrar tudo que você deve. E com certeza você vai pagar muito mais caro.

 

2. Tornando o campo fértil

Um mestre encarregou o seu discípulo de cuidar do campo de arroz.
No primeiro ano, o discípulo vigiava para que nunca faltasse a água necessária. O arroz cresceu forte, e a colheita foi boa.
No segundo ano, ele teve a ideia de acrescentar um pouco de fertilizante. O arroz cresceu rápido, e a colheita foi maior.
No terceiro ano, ele colocou mais fertilizante. A colheita foi maior ainda, mas o arroz nasceu pequeno e sem brilho.
Então o mestre advertiu-o:

– Se continuar aumentando a quantidade de adubo, não terá nada de valor no ano que vem.

Você fortalece alguém quando ajuda um pouco. Mas se você ajuda muito, pode enfraquecê-lo e até estragá-lo.

 

3. O segredo da felicidade

 

Há uma fábula maravilhosa sobre uma menina órfã que não tinha nem família nem ninguém para amá-la. Certo dia, sentindo-se excepcionalmente triste e sozinha, ela foi passear por um prado e viu uma pequena borboleta presa num arbusto de espinhos. Quanto mais a borboleta lutava para se libertar, mais os espinhos cortavam suas asas frágeis. A menina órfã libertou cuidadosamente a borboleta de sua prisão de espinhos. Em vez de voar para longe, a pequena borboleta transformou-se numa bonita fada. A menina esfregou os olhos, sem acreditar.

– Por sua maravilhosa gentileza – disse a boa fada à menina -, vou realizar qualquer desejo que você escolher.

A menina pensou um pouco e depois respondeu:

– Eu quero ser feliz!

A fada disse:

– Muito bem – e, inclinando-se na direção dela, sussurrou alguma coisa no seu ouvido. Em seguida, a fada desapareceu.

Enquanto a menina crescia, não havia ninguém na região tão feliz quanto ela. Todos lhe perguntavam o segredo da sua felicidade. Ela apenas sorria e respondia:

– O segredo da minha felicidade é que ouvi o que uma boa fada me disse quando eu era menina.

Quando estava bem velhinha, em seu leito de morte, todos os vizinhos se reuniram à sua volta, com medo de que o maravilhoso segredo morresse com ela.

– Conte, por favor – imploraram eles. – Conte o que a boa fada disse.

A adorável velhinha simplesmente sorriu e respondeu:

– Ela me disse que todo mundo, por mais seguro que pareça, quer seja velho ou novo, rico ou pobre, precisa de mim.

 

 

4. A joia perdida

Atravessando o deserto, um viajante viu um árabe montado ao pé de uma palmeira. A pouca distância repousavam os seus cavalos, pesadamente carregados com valiosos objetos.

Aproximou-se dele e disse:

— Pareceis muito preocupado. Posso ajudar-vos em alguma coisa?

— Ah! – respondeu o árabe com tristeza – estou muito aflito, porque acabo de perder a mais preciosa de todas as joias.

— Que joia era essa? – perguntou o viajante.

— Era uma joia como jamais haverá outra – respondeu o seu interlocutor. Estava talhada num pedaço de pedra da vida e tinha sido feita na oficina do tempo. Adornavam-na vinte e quatro brilhantes, em volta dos quais se agrupavam sessenta menores. Já vereis que tenho razão em dizer que joia igual jamais poderá reproduzir-se.

— Por minha fé – disse o viajante – a vossa joia devia ser preciosa. Mas não será possível que, com muito dinheiro, se possa fazer outra igual? Voltando a ficar pensativo, o árabe respondeu:

— A joia perdida era um dia, e um dia que se perde jamais se torna a encontrá-lo.

 

5. O garoto do “olha o lobo”

 

Um pastorzinho que cuidava de seu rebanho perto de um povoado gostava de se distrair de vez em quando gritando:

– Olha o lobo! Socorro! Olha o lobo!

Deu certo umas duas ou três vezes. Todos os habitantes do povoado vinham correndo ajudar o pastorzinho e só encontravam risadas diante de tanto esforço. Um dia apareceu um lobo em carne e osso. O menino gritou desesperado, mas os vizinhos achavam que era só brincadeira e nem prestaram atenção. O lobo pôde devorar todas as ovelhas sem ser perturbado.

Moral: Os mentirosos podem falar a verdade que ninguém acredita.

Do livro: Fábulas de Esopo – Companhia das Letrinhas

6. O galo e a raposa

 

O galo cacarejava em cima de uma árvore. Vendo-o ali, a raposa tratou de bolar uma estratégia para que ele descesse e fosse o prato principal de seu almoço.

-Você já ficou sabendo da grande novidade, galo? – perguntou a raposa.

-Não. Que novidade é essa?

-Acaba de ser assinada uma proclamação de paz entre todos os bichos da terra, da água e do ar. De hoje em diante, ninguém persegue mais ninguém. No reino animal haverá apenas paz, harmonia e amor.

-Isso parece inacreditável! – comentou o galo.

-Vamos, desça da árvore que eu lhe darei mais detalhes sobre o assunto – disse a raposa.

O galo, que de bobo não tinha nada, desconfiou que tudo não passava de um estratagema da raposa. Então, fingiu estar vendo alguém se aproximando.

-Quem vem lá? Quem vem lá? – perguntou a raposa curiosa.

-Uma matilha de cães de caça – respondeu o galo.

-Bem…nesse caso é melhor eu me apressar – desculpou-se a raposa.

-O que é isso, raposa? Você está com medo? Se a tal proclamação está mesmo em vigor, não há nada a temer. Os cães de caça não vão atacá-la como costumava fazer.

-Talvez eles ainda não saibam da proclamação. Adeusinho!

E lá se foi a raposa, com toda a pressa, em busca de uma outra presa para o seu almoço.
Moral: é preciso ter cuidado com amizades repentinas.

Do livro: Fábulas de Esopo – Companhia das Letrinhas