sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Motivação

O que é Motivação

Pode-se dizer que não se consegue motivar as pessoas, e que, paradoxalmente, é fácil desmotivá-las.
Por isso, a preocupação constante deve ser prevenir situações que possam desmotivar as pessoas.
Ninguém pode motivar ninguém. A motivação vem das necessidades internas de cada indivíduo e não de nossa vontade.
Gostamos de atribuir aos outros, objetivos que são nossos e não da pessoa.
É fácil perceber quando as pessoas estão atribuindo a outras, objetivos que na realidade são delas mesmas.
E necessário entender que as necessidades e desejos das pessoas levam sua marca e que não podemos mudá-las segundo nossa vontade.
Não se podem moldar as pessoas segundo planos que estejam fora delas mesmas.
Por isso, é importante conhecer, identificar as necessidades e anseios das pessoas e compatizá-los com sua atuação frente a vida.
Ademias, motivação é um fenômeno contínuo, nunca definitivamente resolvido para cada individuo.
Cada momento motivacional é único para cada pessoa.


Tipos de motivação

De um modo geral, as pessoas são levadas á ação, pelos seguintes fatores:

1. Fatores externos: Um pai diz ao filho que ele precisa tirar boas notas na escola, um garoto faz algo que sua mãe mandou, um funcionário obedece ao chefe.

2. Pressão social: Noventa por cento das pessoas trabalha porque a sociedade espera que ela trabalhe. Muitas pessoas desejam casar porque a sociedade espera isso delas, um funcionário procura progredir na empresa porque é isso que se espera dele.

3. Fatores internos: Ocasionalmente encontramos pessoas que agem por conta própria. São pessoas auto motivadas que agem em função do que julgam bom para elas e para o bem comum.

São pessoas que agem, não por terem sido mandadas, nem por terem sido pressionadas pelas expectativas das pessoas que a rodeiam, mas por consciência da conveniência de atingir objetivos fixados por elas próprias e pelo desejo de desfrutar dos frutos de suas realizações.


Como criar condições para a motivação

ü  Identificar as necessidades e anseios das pessoas
ü  Buscar o trabalho que mais atrai a pessoa
ü  Reconhecer o bom desempenho
ü  Facilitar o desenvolvimento da pessoa
ü  Projetar o trabalho de modo a torná-lo atraente
ü  Adotar um sistema de recompensas ligado ao desempenho
ü  Garantir meios para o "feedback" positivo
ü  Aperfeiçoar continuamente as práticas gerenciais


Fatores causadores da satisfação
ü  Responsabilidade
ü  Possibilidade de autodeterminação
ü  Possibilidade de realização
ü  Oportunidade para criar
ü  Liberdade para. errar
ü  Possibilidade de: crescimento pessoal
ü  Estar "por dentro das coisas"
ü  Estar sendo aceito


O que motiva as pessoas
ü  Reconhecimento
ü  Ser tratado como pessoa
ü  Ser tratado de modo justo
ü  Ser ouvido
ü  Desafios
ü  Novas oportunidades
ü  Orgulho do próprio trabalho
ü  Condições de trabalho adequadas
ü  Sensação de ser útil
ü  Ser aceito como é

Construindo seu futuro

ü  Definir seu objetivo de vida é essencial para que você Consiga criar seu futuro.
ü  Fazer boas escolhas é a coisa mais importante que você precisa para criar o futuro desejado.
ü  Se você não cria seu futuro, alguém vai criá-lo para você. E talvez você não goste desse futuro.
ü  Visualizar o futuro pode ser uma forma de melhorar o presente.
ü  Você é um viajante pelo tempo criando seu futuro.
ü  O condutor de sua nave nesta viagem pelo tempo é você mesmo.


Pare de procurar culpados

Dificilmente encontraremos algo tão prejudicial à conquista de uma vida feliz quanto a nossa tendência de procurar culpados para nossas desventuras e buscar desculpas para justificar nossas desventuras.
Se não somos felizes, a culpa é dos outros, dos governantes, da falta de recursos.
Se não progredimos, é por causa da falta de oportunidades, da falta de instrução, da falta de apoio.
O resultado dessa atitude é a acomodação e o. bloqueio de qualquer oportunidade de melhoria.


Como Formar Equipes Campeãs

Como formar Equipes Campeãs
Para formar e manter sua equipe, você deve concentrar-se nos quatros princípios básicos da formação de equipes: Dirigir, Motivar, Treinar, Delegar
Dirigir: É orientar, conscientizar, desafiar o colaborador a usar o melhor do seu potencial, para alcançar as metas, a missão, os objetivos da Organização.
 Motivar: A equipe mais motivada vai vencer sempre, como o Vietnã venceu os Estados Unidos, a França, o Afeganistão, a União Soviética. As vitórias não são dos projetos, das máquinas. As vitórias são sempre dos seres humanos. Pessoas com um motivo para lutar, vão vencer sempre. Como líder de equipes você pode facilitar a motivação pessoal  dos liderados. Um dos motivadores mais poderosos é a necessidade de sentir que aquilo que fazemos é importante. Cada ser humano tem um cartaz invisível pendurado no pescoço que diz: “por favor, faça-me sentir importante”. Precisamos sentir que nos diferenciamos. Queremos ser necessários, apreciados e reconhecidos. Quando você diz às pessoas que elas fizeram bem seu trabalho, cria um tipo especial de orgulho. As pessoas florescem diante de um elogio, mas perdem seu compromisso quando um bom desempenho não faz a menor diferença.
O elogio é a regra número 1 da Motivação. Elogie em público – corrija em particular. Todos nós já estivemos na presença de alguém que já foi corrigido de maneira humilhante. É embaraçoso, constrangedor para todos. Você quer cavar um buraco e se enterrar nele.
Se alguém fizer algo tão terrível a ponto de você perder o humor, reserve alguns momentos para esfriar a cabeça.
Depois chame a pessoa ao lado e corrija-a. Você obterá melhores resultados se permitir que as pessoas mantenham a dignidade enquanto aprender aquilo que fizeram de errado. Por outro lado, nada eleva mais uma pessoa do que ser elogiada na frente dos outros
Treinar: O treinamento é a chave para nos mantermos competitivos no mercado mundial. Confúcio dizia: “Vejo e esqueço. Ouço e me lembro. Faço e aprendo”. Diga como fazer, porque fazer e escreva os resultados que quer.
 Delegar: Para ser um formador de equipe que realmente se diferencia, você deve ser capaz de delegar.

  1. Defina claramente a tarefa.
  2. Ofereça diretrizes para começarem e prosseguirem.
  3. Monitore as tarefas.
  4. Ofereça informações ao longo do caminho.
  5. Recompense e reconheça o esforço, bem como os resultados. 

Caracteristicas de um Lider Campeão

Características do Lider Campeão
É Confiável : Assume a verdade, ainda que ela seja incômoda, tem noção do que é seu, do seu espaço, da sua individualidade e nunca “invade” o espaço do outro. Sabe manter compromissos.
  •  Faz promessas e cumpre, é previsível, inspira confiança em tudo o que faz. Sabe que o primeiro compromisso é consigo mesmo. Mantém sua palavra, não porque o outro vai cobrá-lo, mas sim porque sempre dá o máximo de si.  
É Humilde: Lider Campeão, pensa sempre em crescer, e isto faz com que procure sempre obter informações para aprender com os outros. Não tem vergonha de dizer: “não sei”, mas vou me informar a respeito. O humilde deve saber que é grande e se permite aprimorar-se, aprender sempre mais.
Segue sempre crescendo: Quer aprender informática, técnicas de lideranças, quer se manter atualizado, conversar sobre novos projetos, desenvolver sua personalidade para melhor trabalhar em grupo. Não importa sua idade. Nem se importa o quanto já realizou. Tem o impulso de ir sempre adiante, tranqüilo e sereno, vai desvendando os mistérios da existência.
Para ele, o crescimento é um impulso poderoso, inevitável, do qual é impossível fugir.
Pensa Grande: Pensar pequeno e pensar grande dá o mesmo trabalho!
Na verdade, é muito mais fácil ser especial, do que ser mais um. Para ser especial você só tem que desenvolver o seu potencial, para ser mais um, você vai ter que limitar sua força, andar com freio de mão puxado.
“Mire seus pensamentos, suas metas na lua, se errar o alvo, ainda poderá acertar nas estrelas”.
Saber lidar com erros: O lider vencedor sabe que um erro é sempre possível e, por isso mesmo, cuida para que não aconteça. Mas se ocorrer, analisa as consequências e não procura culpados, nem perde seu tempo se escondendo atras de acusações. Analisa a situação e procura imediatamente solucioná-la.
Está provado: Os erros crescem quando você se abate com eles; diminuem quando você assume que errou e os considera uma oportunidade de aprendizado.
Resolve os Problemas: O Lider Campeão sabe que as situações devem ser resolvidas antes que se compliquem.
Na antiga tradição dos Samurais, há uma conselho: “Quando o inimigo vacilar corte o seu pescoço”. Os problemas devem ser tratados como um inimigo.
Não se apegue a ele, não tenha piedade: corta logo o seu pescoço!

Não espere chegar a ultima hora para tomar suas decisões. Seja no trabalho, ou na vida pessoal, a Consciência do que está acontecendo leva-o a tomar as medidas essencias para que os problemas sejam resolvidos antes mesmo de surgirem. 

As principais causas do fracasso do lider

  As principais causas do fracasso do líder
  1. O hábito de mudar de objetivos conforme as circunstâncias.
  2. Falta de saúde, pensamentos negativos, alimentação imprópria, falta de exercícios.
  3. Incapacidade de tomar decisões prontamente e mantê-la após tomadas.
  4. Falta de persistência para terminar um projeto.
  5. Falta de entusiasmo.
  6. Intolerância – mente fechada, ignorante ou preconceito a assuntos políticos, religiosos, econômicos, discutir e brigar.
  7. Incapacidade de cooperar com os outros com espírito de harmonia; está sempre olhando o que o outro faz de errado.
  8. Falta de lealdade (leal: sincero – franco, honesto – fiel aos compromissos).
  9. Hábito de fazer fofocas negativas sobre a vida de outras pessoas.
  10. Descrença na existência de Deus.
  11. O hábito de mentir ou modificar a verdade.
  12. O hábito de individar-se exageradamente.
  13. O hábito de adiar – deixando para amanhã o que deveria ser feito ontem.
  14. Falar demais – ouvir pouco.
  15. Falta de domínio próprio (raiva, nervoso).
  16. Incapacidade de organizar o tempo.
  17. Falta de objetivo principal na vida.

 

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Entusiasmo

Entusiasmo
ü  Entusiasmo é a força motora que impele à atividade, é um estado de espírito que conduz a pessoa à ação..
ü  Some o entusiasmo,  a autoconfiança, a energia, a persistência e terá a receita para o êxito.
ü  Não é um produto da espontaneidade, precisa ser plantado, acompanhado, cultivado.

10 Motivos para viver com entusiasmo
ü  O entusiasmo é contagiante.
ü  As pessoas entusiasmadas são mais saudáveis.
ü  Entusiasmo e vontade de vencer andam juntos.
ü  Desanimo, tristeza e mau humor não resolvem problemas.
ü  Com entusiasmo você resolve mais rápidos seus problemas.
ü  Com entusiasmo sua imagem é de vencedor.
ü  Com entusiasmo você é mais persuasivo.
ü  O entusiasmo transforma o ambiente a sua volta.
ü  O entusiasmo é um escudo contra pessoas negativas.
ü  Agindo com entusiasmo você cativa as pessoas.

Dicas para viver com entusiasmo
ü  Afaste-se de fatos e de pessoas negativas.
ü  Valorize seus bons momentos.
ü  Não reclame e não fale mal dos outros.
ü  Cultive a alegria , o riso, o bom humor.
ü  Ilumine seus ambientes. A escuridão traz depressão.
ü  Seja alguém sempre pronto a colaborar.
ü  Surpreendas as pessoas com bons momentos.
ü  Procure fazer tudo com perfeição, preste atenção aos detalhes.
ü  Ande bem vestido, limpo, perfumado. Goste de sua imagem.

ü  Aja prontamente, não deixe para depois.

Dez motivos para seu filho fazer Teatro

Atividades Teatrais – Desenvolvendo Pessoas
Atividades Teatrais  não existem apenas para aquelas pessoas desenvoltas e desinibidas., deveria sim, oportunizar a participação de todos, pois,  a prática teatral tem sua importância pela grande contribuição ao desenvolvimento e formação da personalidade.
O teatro não tem contra indicação nem pré-requisito. "Além de promover o autoconhecimento e desenvolver a autoconfiança, fazer teatro é um exercício de escuta do próximo", Todo mundo deveria fazer teatro pelo menos uma vez na vida!
Tão notórios são seus benefícios para a formação de crianças e jovens, que o teatro foi reconhecido como importante conteúdo escolar pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, documentos que orientam o trabalho dos professores do Ensino Básico. Inclusive, já se discute a inclusão da disciplina na grade curricular obrigatória das escolas brasileiras.
Enquanto isso não ocorre , os  cursos de teatro extracurriculares podem  proporcionar essa rica experiência as crianças. Geralmente, o curso são compostos por uma série de exercícios e atividades lúdicas e ao final de cada período, o grupo pensa, monta e apresenta uma peça de teatro.
Ser aplaudido é a perfeita situação que traduz o sentimento de bem-estar que envolve os praticantes da arte teatral. E isso se reflete na autoestima da criança, pois ela faz parte de um trabalho que é apreciado pelas pessoas. A psicóloga e professora de Artes Betina Rugna afirma que a criança fica contente em representar e sentir-se importante: "ela afirma para si mesma que se gosta e tem o seu valor". Quando é convidada a expor suas próprias ideias para transformá-las em comunicação artística, a garotada também fica mais segura: "eles se sentem potentes e agentes do mundo", resume a orientadora cênica da Casa do Teatro.
Se o seu filho morre de vergonha de falar na frente de muitas pessoas, como na apresentação de um trabalho escolar, o teatro pode ajudá-lo a aprimorar seu jogo de cintura. Quando estão representando personagens, as crianças conseguem se soltar. "Ao atuar, elas perdem a timidez porque ninguém as está julgando", explica a psicóloga e professora de Artes Betina Rugna. Os exercícios de aquecimento vocal, como a repetição da frase "paca tatu, cutia não", melhoram a impostação da voz e garantem confiança na hora de falar em público.
Quando se pretende representar alguém, é importantíssimo colocar-se em seu lugar: tentar entender como o personagem pensa e o que sente. Esse simples exercício de imaginação acaba por desenvolver a empatia, habilidade importantíssima para o relacionamento social.  Compreendendo melhor cada um, a criança aprende a tolerar as diferenças e a respeitar o próximo. Além disso, como a atividade teatral é coletiva, a criança precisa aprender a se relacionar com diversas pessoas, inclusive aquelas de que não gosta muito. Com o tempo, isso "promove a integração, a criança fica mais acessível no convívio com o outro. Pode facilitar inclusive o convívio com os familiares",
Conhecer o outro nos ajuda a conhecer melhor a nós mesmos, a definir nossa identidade. O teatro também auxilia nessa jornada quando "possibilita a elaboração interna de questões pessoais e coletivas por meio da metáfora, da poesia, do lúdico, do criativo",. Que mesmo sem perceber, os alunos expressam suas inquietações por meio do trabalho teatral, esse "descarrego" também os deixa mais tranquilos.
Muitas atividade e exercícios propostos são direcionadas para estimular a percepção dos sentidos.  Isso faz com que a criança desenvolva melhor coordenação motora, percepção espacial e consciência de seu corpo, além de aumentar sua capacidade de expressão.
Por ser uma atividade coletiva, o teatro também aprimora a convivência em grupo. O sucesso de todos depende do trabalho de cada um. Por isso, é importante aprender a lidar com o colega, saber expor ideias e críticas e principalmente aprender a respeitar a opinião dos outros. Encenar uma peça também exige comprometimento e dedicação. Os ensaios são recorrentes e a criança irá aprender que seu atraso atrapalha o progresso de todo grupo, tornando-se, assim, mais responsável.
Como teatro é uma arte multidisciplinar (envolve literatura, artes plásticas, música entre outros), a prática proporciona o desenvolvimento de diversas habilidades. Os participantes podem explorar a criatividade montando o cenário, desenhando o figurino, compondo músicas, escrevendo peças... Além disso, é preciso refletir sobre as escolhas na construção do espetáculo e isso também articula a criatividade e o raciocínio para a solução de problemas. Para encenar uma peça é preciso lembrar-se de um monte de coisas: sua fala, sua posição em cena, a ordem de entrada no palco... O cérebro agradece o exercício e retribuirá com uma memória mais eficiente.
Quando faz teatro, a criança é convidada a conhecer diversos mundos das artes. O texto dramatúrgico a aproxima da literatura; a sonoplastia e trilha sonora abrem alas para a música; os figurinos trazem a moda para a cena; a construção de cenários dialoga com elementos da arquitetura e artes plásticas. Essas referências expandirão seu horizonte cultural e instigarão sua vontade de conhecer mais.
Os benefícios do teatro também se refletem em sala de aula. A capacidade de concentração e o constante exercício de memorização podem ajudar na hora da prova, enquanto o contato permanente com a literatura melhora o vocabulário, a escrita e interpretação de texto. Com o teatro, a criança desenvolve o espírito investigativo e curioso, necessário para encontrar soluções criativas para os jogos teatrais propostos. "Essa vivência possibilita que a criança perceba sua capacidade em pensar soluções, experimentar caminhos, vivenciar o diverso e aprender com o outro", finaliza a coordenadora da Casa do Teatro, Luciana Barboza.
Todas as habilidades pontuadas anteriormente são consequências da prática teatral, mas o professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais José Simões lembra a importância do próprio fazer teatro, isto é, do contato com estímulos sensíveis, que fazem o imaginário das crianças voarem, recriando mundos e relações por meio do teatro . Para além das habilidades funcionais, uma montagem teatral "deve querer dizer algo para as crianças e seu mundo e, também, dialogar no contexto que vivem", esclarece Simões. Assim, ela ganha uma autonomia que a estimula para a expressão artística.
Fonte: Educar para Crescer

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Conversas sobre teatro

Conversas sobre teatro

Domingos Oliveira

A única coisa - única - que realmente me interessa, é desenvolver minha capacidade de ouvir minha voz interna. A voz interna existe e sempre nos diz o que devemos fazer. Nunca está errada, é sublime, é música. Mas não grita. Fala mansamente, de modo que é muito difícil ouvi-la. E cada vez mais difícil nos tempos que correm. Essa voz, pelo menos até hoje, ordenou que eu trabalhasse muito, escrevesse, dirigisse, contasse histórias. Que histórias? Também sobre isso não tive dúvidas: minhas histórias.

Não importa se com esta ou aquela tendência política, cultural, se velhas ou originais. Sou artista, estou aqui para dar meu depoimento sobre o que vivo, sobre o mistério da vida. Na certeza de que esse depoimento é único, insubstituível, portanto importante. Um depoimento. Todas as pessoas têm o seu, e nenhum é, no critério do eterno, melhor ou pior que o outro. Mas poucos têm a compulsão estranha e inexplicável de prestá-lo. Estes se chamam artistas.


Grupo e indivíduo

Nunca duvidei de que sou artista. Porque isso depende da qualidade da minha obra. A obra é um fato circunstancial. Não sei se o que faço é bom ou mau, não cabe a mim julgar. Não tenho a menor idéia de como o mundo me vê. Sei, porém, que minha visão do mundo é deslumbrante. Na medida em que eu puder romper a alma e narrá-la, é nesta medida que todos cairão de joelhos e chorarão, de alegria. Repito, isso não me envaidece. Não tem nenhum sentido comparativo. Não me faz maior ou menor. Quer dizer apenas que sou um artista.

Por isso, tenho uma personalidade individualizada. Na verdade não pertenci nunca a grupo nenhum. Nem a partido político, corrente ideológica, clube, time, nem mesmo à minha família; nem mesmo a mim mesmo...nunca realmente pertenci. Preciso da alma vagabunda. Por mais que isso custe. Sem ela não sobrevivo. Este dado, esta individualização além do normal, sempre me criou problemas de vários níveis. Mas não me arrependo. Pedir a um artista que não seja especialmente individualizado é o mesmo que pedir a um atleta que não seja especialmente musculoso.

Ninguém extrai um bom espetáculo de um mau texto. O texto é mais importante. Talvez pense assim por ser escritor. Na verdade, gosto da atividade de diretor. A do ator me fascina, mas, na verdade, somente as exerço para transmitir, sem distorções, o que o autor criou.

Tenho dirigido nos últimos anos várias peças. Melhores ou piores (a gente sempre faz o possível), e a verdade é que vivo disso. Tenho tido uma estréia aproximadamente de quatro em quatro meses, isso há dez peças. Levando em conta que, além de dirigir, estou sempre em outras funções (autor, adpatador, ator, luz, trilha, cenários) verifica-se que é muito trabalho. Isso não é bom.

Um querido amigo que tive sempre contava a história do mestre Zen. Um homem foi procurá-lo no alto da montanha distante e disse: "Mestre, eu estudei muito para vir aqui, aprofundei-me em filosofia, psicologia, matemática. Sou também professor de literatura e artes, doutor em biologia e medicina...e só agora me senti pronto para chegar ao Mestre e perguntar-lhe sobre a verdade da vida". O Zen sorriu e ofereceu-lhe um chá. Serviu o chá pessoalmente e, depois que a taça encheu, continuou inexplicavelmente a derramar o líquido. A situação ficou embaraçosa. Nosso intelectual, perplexo e de calças molhadas. Então, o Mestre docemente explicou: "O Senhor é como esta taça. Está cheia. Não se pode botar mais nada dentro dela. Por favor, vá embora daqui, esvazie um pouco e depois volte. Talvez então eu possa lhe dizer alguma coisa".

Tentando uma síntese, creio firmemente (conforme me ensinou o amigo Simão) que fazer parte de um grupo (seja um grupo de teatro, uma nação ou um partido político) é apenas uma etapa para chegar a outro lugar. O grupo é o caminho do indivíduo. Quando um homem se individualiza (cumprindo assim uma potencialidade que faz parte de sua essência), ele deixa de pertencer ao grupo e passa, naturalmente, a ser seu líder. A contragosto, com certeza. Pois preferiria estar livre dessa responsabilidade. Ainda assim ele é o líder, posto que o grupo segue seus desígnios.


Como reunir pessoas para fazer teatro?
Que critérios conduzem à equipe mais produtiva?


Tenho visto vários modos diferentes de unir pessoas. Através das mesmas idéias, por exemplo, como nos partidos políticos (ou nos grupos de teatro político). Não dá certo depois de algum tempo. Pelo menos é o que tenho visto. As pessoas brigam, disputam o poder depois de algum tempo. Os mais nobres ideais transformam-se com rapidez espantosa em mesquinhas discussões. Nunca entendi bem por que, mas as pessoas que têm as mesmas idéias conseguem discordar infinitamente sobre elas. As reuniões, discussões ou seja que nome tiverem custam mais tempo e tornam-se mais importantes que o projeto em si. Não dá certo, não é produtivo. Pelo menos é o que tenho visto.

Esqueçamos então as idéias e caminhemos mais concreto: unamos as pessoas através de seus interesses. O interesse comum, como nas grandes firmas e indústrias (ou nas poucas companhias profissionais que possuímos). Não dá certo. Acaba dando nas mesmas brigas, em geral por dinheiro e poder, exatamente como no caminho político comentado acima. Não é produtivo. É feio. Nem pelas idéias nem pelos interesses. Como, então?

Existe um terceiro critério, o único no qual estou interessado. Embora este ainda não esteja tão codificado como os anteriores. Unir as pessoas que se gostam. Não sei o que é gostar, mas quem gosta sabe que gosta. Há pessoas que não vejo há muito, encontro na rua e parece que foi ontem: a gente se gosta. Há pessoas que têm interesses completamente desinteressantes, e eu gosto. Pessoas que pensam completamente diferente, e eu gosto. Às vezes gosto de pessoas que não pensam, às vezes gosto de pessoas que detesto! Por ser indefinível, este critério, o do amor, possui grande flexibilidade. É por este critério que as pessoas devem se reunir para fazer teatro. Ou para fazer outra coisa qualquer. Este é o único critério inteligente. Conduz ao único tipo de união verdadeiramente...produtiva.


Como receber opiniões?

Antes de estrear um trabalho, é preciso que saibamos o seguinte: é natural e obrigatório que muita gente não goste dele, seja qual for. Quanto menos convencional o espetáculo, mais chance isso tem de acontecer. Quando é exageradamente convencional, também muitos não gostam. Quando é muito ruim, também muitos não gostam.

Se o espetáculo é informal, natural que os formais não gostem. Se é livre, os reprimidos não gostarão. Se for muito pessoal, será antagonizado pelos amantes do coletivo. E vice-versa. Se tiver ótimo astral ou vier depois de um sucesso anterior causará corrosivas invejas. E assim por diante. Observemos que todas essas opiniões contrárias independem da qualidade do espetáculo. Entendem o que quero dizer? Mesmo que seja ótimo, tudo o que se disse acima acontecerá.


Não devemos esquecer também que, segundo a mais óbvia psicologia, são as pessoas altamente dependentes que apresentam maior agressividade na crítica. A crítica corrosiva é um método eficaz para pessoas de baixa auto-estima. Ao expressarem sua opinião negativa criam a ilusão de que, se fossem elas a fazer "aquela merda", teriam feito melhor. O exemplo clássico é o do passageiro do banco de trás do automóvel, ditando ao motorista como ele deve guiar. Aliás, a maioria das pessoas desse tipo não dirige automóvel.

Claro que isto não exclui a pergunta, que devemos constantemente nos fazer, se nosso espetáculo é bom ou ruim. Nosso espetáculo é bom, senão o teríamos feito de outra forma. Pode ser também que tenhamos enlouquecido, que sejamos umas bestas e que, no que se refere à platéia que virá ao teatro ou à eternidade da espécie, não tenhamos nenhuma significação. Mas se isso estiver acontecendo, não teremos a menor possibilidade de descobri-lo! O que signifca que essas hipóteses não merecem um segundo de preocupação, sendo fútil gastar energia com elas.


O valor do nosso trabalho não depende da opinião dos outros. Faremos tudo para que eles gostem, sem dúvida. Mas se não gostaram é porque não entenderam. Posto que representaremos com prazer, mãos estendidas e coração aberto. A boa intenção é tudo que se pode exigir no teatro. Uma peça é apenas uma peça. O teatro é sempre uma festa. Estão chegando as pessoas, o grande momento de amor se aproxima. Divirtam-se.
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Extraído de Do tamanho da vida - reflexões sobre o teatro. (Minc-INACEM, Coleção Documentos, 1987)