terça-feira, 19 de julho de 2016

Leis de Murphy

Para pensar - refletir - comentar - rir  e até improvisar....

Leis de Murphy


1. Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior
maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

2. Um atalho é sempre a distância mais longa entre dois pontos.

3. Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do
manual.

4. Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.

5. Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou a que
causar mais prejuízo.

6. Se você perceber que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguir
driblá-las, uma quinta surgirá do nada.

7. Seja qual for o resultado, haverá sempre alguém para:
a) interpretá-lo mal. b) falsificá-lo. c) dizer que já o tinha previsto em
seu último relatório.

8. Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora.

9. Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.

10. Toda vez que se menciona alguma coisa: se é bom, acaba; se é ruim,
acontece.

11. Em qualquer fórmula, as constantes (especialmente as registradas nos
manuais de engenharia) deverão ser consideradas variáveis.

12. As peças que exigem maior manutenção ficarão no local mais inacessível
do aparelho.

13. Se você tem alguma coisa há muito tempo, pode jogar fora. Se você jogar
fora alguma coisa que tem há muito tempo, vai precisar dela logo, logo.

14. Você sempre encontra aquilo que não está procurando.

15. Quando te ligam: a) se você tem caneta, não tem papel. b) se tem papel
não tem caneta. c) se tem ambos ninguém liga.

16. A Natureza está sempre à favor da falha.

17. Entre dois acontecimentos prováveis, sempre acontece um improvável.

18. Quase tudo é mais fácil de enfiar do que de tirar.

19. Mesmo o objeto mais inanimado tem movimento suficiente para ficar na sua
frente e provocar uma canelada.

20. Qualquer esforço para se agarrar um objeto em queda provocará mais
destruição do que se deixássemos o objeto cair naturalmente.

21. A única falta que o juiz de futebol apita com absoluta certeza é aquela
em que ele está absolutamente errado.

22. Por mais bem feito que seja o seu trabalho, o patrão sempre achará onde
criticá-lo.

23. Nenhum patrão mantém um empregado que está certo o tempo todo.

24. Toda solução cria novos problemas.

25. Quando político fala em corrupção, os verbos são sempre usados no
passado.

26. Você nunca vai pegar engarrafamento ou sinal fechado se saiu cedo demais
para algum lugar.

27. Os assuntos mais simples são aqueles dos quais você não entende nada.

28. Dois monólogos não fazem um diálogo.

29. Se você é capaz de distinguir entre o bom e o mal conselho, então você
não precisa de conselho.

30. Ninguém ficará batendo na sua porta, ou telefonando para você, se não
houver trabalho algum a ser feito.

31. O trabalho mais chato é também o que menos paga.

32. Errar é humano. Perdoar não é a política da empresa.

33. Toda a idéia revolucionária provoca três estágios: 1º. é impossível -
não perca meu tempo. 2º. é possível, mas não vale o esforço 3º. eu sempre
disse que era uma boa idéia.

34. A informação que obriga a uma mudança radical no projeto sempre chega ao
projetista depois do trabalho terminado, executado e funcionando
maravilhosamente (também conhecida como síndrome do: "Porra! Mas só
agora!!!").

35. Um homem com um relógio sabe a hora certa. Um homem com dois relógios
sabe apenas a média.

36. Inteligência tem limite. Burrice não.

37. Seis fases de um projeto: Entusiasmo; Desilusão; Pânico; Busca dos
culpados; Punição dos inocentes; Glória aos não participantes.

38. Conversas sérias, que são necessárias, só acontecem quando você está com
pressa.
39. Não se dorme até que os filhos façam cinco anos.

40. Não se dorme depois que eles fazem quinze.

41. O orçamento necessário é sempre o dobro do previsto. O tempo necessário
é o triplo.

42. As variáveis variam menos que as constantes.

43. Pais que te amam não te deixam fazer nada. Pais liberais, não estão nem
ai para você.

44. Entregas de caminhão que normalmente levam um dia levarão cinco quando
você depender da entrega.

45. O único filho que ronca é o que quer dormir com você.

46. Assim que tiver esgotado todas as suas possibilidades e confessado seu
fracasso, haverá uma solução simples e óbvia, claramente visível a qualquer
outro idiota.

47. Qualquer programa quando começa a funcionar já está obsoleto.

48. Nenhuma bola vai parar em um vaso que você odeia.

49. Só quando um programa já está sendo usado há seis meses, é que se
descobre um erro fundamental.

50. Crianças nunca ficam quietas para tirar fotos, e ficam absolutamente
imóveis diante de uma câmera filmadora.

51. Nenhuma criança limpa quer colo.

52. A ferramenta quando cai no chão sempre rola para o canto mais
inacessível do aposento. A caminho do canto, a ferramenta acerta primeiro o
seu dedão.

53. Guia prático para a ciência moderna: a) Se se mexe, pertence à biologia.
b) Se fede, pertence à química. c) Se não funciona, pertence à física. d) Se
ninguém entende, é matemática. e) Se não faz sentido, é psicologia.

54. O vírus que seu computador pegou, só ataca os arquivos que não tem
cópia.

55. O número de exceções sempre ultrapassa o numero de regras. E há sempre
exceções às exceções já estabelecidas.

56. Seja qual for o defeito do seu computador, ele vai desaparecer na frente
de um técnico, retornando assim que ele se retirar.

57. Se ela está te dando mole, é feia. Se é bonita, está acompanhada. Se
está sozinha, você está acompanhado.

58. Se o curso que você desejava fazer só tem n vagas, pode ter certeza de
que você será o candidato n + 1 a tentar se matricular.

59. Oitenta por cento do exame final que você prestará, será baseado na
única aula que você perdeu, baseada no único livro que você não leu.

60. Cada professor parte do pressuposto de que você não tem mais o que
fazer, senão estudar a matéria dele.

61. A citação mais valiosa para a sua redação será aquela em que você não
consegue lembrar o nome do autor.

62. Caras legais são feios. Caras bonitos não são legais. Caras bonitos e
legais são gays.

63. A maioria dos trabalhos manuais exigem três mãos para serem executados.

64. As porcas que sobraram de um trabalho nunca se encaixam nos parafusos
que também sobraram.

65. Quanto mais cuidadosamente você planejar um trabalho, maior será sua
confusão mental quando algo der errado.

66. Tudo é possível. Apenas não muito provável.

67. Em qualquer circuito eletrônico, o componente de vida mais curta será
instalado no lugar de mais difícil acesso.

68. Qualquer desenho de circuito eletrônico irá conter: uma peça obsoleta,
duas impossíveis de encontrar, e três ainda sendo testadas.

69. O dia de hoje foi realmente necessário?

70. A luz no fim do túnel, é o trem vindo na sua direção.

71. A vida é uma droga. E você ainda reencarna.

72. Se está escrito "Tamanho Único", é porque não serve em ninguém.

73. Se o sapato serve, é feio!

74. Nunca há horas suficientes em um dia, mas sempre há muitos dias antes do
sábado.

75. Todo corpo mergulhado numa banheira faz tocar o telefone.

76. A beleza está à flor da pele, mas a feiúra vai até o osso!

77. A informação mais necessária é sempre a menos disponível.

78. A probabilidade do pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é
proporcional ao valor do carpete.

79. Confiança é aquele sentimento que você tem antes de compreender a
situação.

80. A fila do lado sempre anda mais rápido.

81. Nada é tão ruim que não possa piorar.

82. O material é danificado segundo a proporção direta do seu valor.

83. Se você está se sentindo bem, não se preocupe. Isso passa.

84. No ciclismo, não importa para onde você vai; é sempre morro acima e
contra o vento.

85. Por mais tomadas que se tenham em casa, os móveis estão sempre na
frente.

86. Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda, e o que não sai.

87. Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.

88. Você sabe que é um dia ruim quando: O sol nasce no oeste; você pula da
cama e erra o chão; o passarinho cantando lá fora é um urubu; seu bichinho
de cerâmica te morde.

89. Por que será que números errados nunca estão ocupados?

90. Mas você nunca vai usar todo esse espaço de Winchester!

91. Se você não está confuso, não está prestando atenção.

92. Na guerra, o inimigo ataca em duas ocasiões: quando ele está preparado,
e quando você não está.

93. Tudo que começa bem, termina mal. Tudo que começa mal, termina pior.

94. Amigos vêm e se vão, inimigos se acumulam.

95. "Pilhas não incluídas"

96. Você só precisará de um documento quando, espontaneamente, ele se mover
do lugar que você o deixou para o lugar onde você não irá encontrá-lo.

97. As crianças são incríveis. Em geral, elas repetem palavra por palavra aquilo que você não deveria ter dito.

98. Uma maneira de se parar um cavalo de corrida é apostar nele.

99. Toda partícula que voa sempre encontra um olho.

100. Um morro nunca desce.

Para Refletir - George Carlin

Para refletir...
Nós bebemos demais, gastamos sem critérios.
Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho.
Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar; mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
 Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.
 Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casa chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.
Lembre - se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.
Lembre - se de dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.
Lembre - se de dizer 'eu te amo' à sua companheira (o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.
 Por isso, valorize sua família e as pessoas que estão sempre ao seu lado"


Texto de autoria atribuída a George Carlin. 

Fazer Teatro - Neuza Navarro

Teatro

Neuza Navarro

Ali Brasil, brasileiros
Ou quem nesta terra vive!
Acorda, presta atenção!
Ninguém foge à educação,
Mas quem é educador
Não pode só ensinar
Tem que levar à ação.

O Teatro é como a vida:
Movimento, ação, conflito,
Envolvidos de emoção,
Procurando uma saída...

Quem quiser fazer teatro
Terá de sacar intenções
Contidas em cada ato
Flagrar a verdade rara,
Descobrir que uma frase
Pode dizer muito mais
Do que ali se declara.

Por detrás de cada fato
Uma história lhe gerou,
Em torno de cada ato
O mundo se transformou,
Da história de seu país
Você também é autor.

Se um tema chama a atenção
E o grupo quer trabalhar,
É bom discutir a fundo,
Muitas questões levantar,
Trazer lembranças sensíveis,
Fazer roteiro bem simples
E depois dramatizar

Antes de propor um jogo
É bom conversar com o grupo
E saber observar
Como brincam as crianças,
Sua forma de criar,
Como fazem seu teatro
Sem intenção de agradar.

Acolha de bom humor
Brincadeira, movimento
Pra liberar a tensão,
Que possa integrar o grupo
Longe de competição,
Descarregando o excesso
De energia da idade,
Como jogos que eles já sabem
E incluem motricidade

Nunca diga pra criança
Que para fazer teatro
É preciso ser ator,
Pois, para salvar alguém
Não precisa ser doutro,
E, em cada lição de vida,
O mundo é um professor.

Deixe-a livre, espontânea,
Aproveite o que ela diz –
As sugestões mais estranhas
São, muitas vezes a raiz
Duma peça de teatro,
De um tema, uma questão
Que todos pensam
Mas que ninguém ousa falar,
E se fala, é mais feliz

Muito cuidado e atenção
Com TEATRO NA EDUCAÇÃO
Encoraje quem tem medo,
E, às vezes fale em segredo
Ou com jeito moderado
Pra quem é exagerado,
Querendo tudo fazer,
Mas não ouve e nem vê
Seu irmão que está ao lado

Não se afobe com o barulho,
Flutuação, de desanimo e euforia,
O deboche dos maiores
Com medo dos sentimentos...

Quero lembrar
Pra você não se apressar
 E querer a todo custo
Um resultado forjar.
Lembre que o fruto
Forçado a amadurecer
Exposto no tabuleiro
Perde o saber, perde o cheiro
E é fácil de apodrecer.
Por isso viva o processo
Tire bom proveito
BRINQUE DE FAZER TEATRO
Entre as crianças
Que é sempre o melhor jeito.

Cenas curtas, bem melhor
E evite, a todo custo,
Imitar, seguir padrão,
Copiar televisão,
Fazer chavões de ator,
Pois, se é você quem inventa
Sua auto estima aumenta,
Aí sim, você é um criador!

 Aviso pra quem começa:
Decorar texto de uma peça
Pra poder apresentar
Não é nada estimulante
E fica forçado a beça.

Se já estão bem maduros
E tem alguém mais seguro,
Na escrita, pra fixar...
Se quiser
Pode este rumo tomar,
Assim de improvisação,
Com o tema de opção
Alguns vão fazendo a cena,
E alguém vai anotando
O fruto da criação.
E depois de ouvir o grupo
Escreve, acrescenta ou corta.

O cenário pode ser só uma porta,
Uma mesa, um banco ou uma escada,
Um caixote ou um l lençol feito cama,
Um serrote ou quase nada,
Ou tudo de faz de conta
Que é mais fácil e funciona.
Ninguém vê, mas os gestos dos atores
Dão a ilusão de um cenário de monta.

A criação coletiva
Não põe ninguém a deriva
Nem ninguém superior
Cresce a força do conjunto,
Timidez fora de assunto,
Surge a equipe equilibrada,
Que enfrenta qualquer jogada.

Depois de um jogo, um trabalho,
É bom o grupo parar
Fazer avaliação.
Descobrir quais momentos
Que tocaram os sentimentos
Ou causaram emoção.
No corpo quais sentidos
Se moveram em sensação?
Quem quer dar opinião?

E se ao outro criticar
Que seja pra melhorar.
Que tenha muito carinho
Quando falar ao vizinho.

Procure em tudo aprender
E não espere por receita
Confie na intuição
Deixe livre a criação
Se você pensou. È ASSIM
Transforme logo em ação.

Mas não se feche em castelo,
Peça cooperação,
Converse com toda a gente,
Que ninguém fique de fora
Que ninguém fique na mão.

Quem despertou para a arte
Vai descobrindo a saída
E em cada canto da vida
Descobre a ocasião da vida
Aliado a questão
Livro, revista, proposta,
Que, às vezes, nem mesmo gosta.
Mas lhe serve de empurrão
Pra avaliar como faz
Conforme suas experiências
Seguindo a própria intuição.

Para você, caminhante
Ressalto pra terminar:
“caminhante não há caminho

“Faz-se o caminho ao andar”.

Teatro na Educação - Maria Clara Machado

Teatro na Educação

Maria Clara Machado
Neste artigo vamos abordar dois aspectos do teatro na educação: o teatro-jogo e o teatro-espetáculo. Ambos com a mesma finalidade: desenvolvimento da criatividade. Facilitar este desenvolvimento é a tarefa de todo bom educador. Ora, a educação, ou melhor, a instrução que vínhamos adotando, até bem pouco tempo, não fazia outra coisa a não ser cercear a capacidade de criar. Pensava-se que para bem integrar um homem na sociedade bastava ensiná-lo a ser igual a todos os outros. Não está muito longe a época em que, nas aulas de desenho, o aluno era obrigado a copiar cabeças de estátuas gregas ou figuras geométricas...Aquele que tivesse vontade de pintar uma árvore ou apenas borrar o papel era reprimido e se sentia marginalizado, diferente.

Esta diferença, no entanto, é o que o fazia ÚNICO, diferente, no meio de outros diferentes, para que cada um sozinho pudesse procurar a própria solução, hoje para o desenho de uma árvore, amanhã para o próprio desenvolvimento. Entregar à criança soluções prontas é desestimulá-la a criar. Criar é uma atividade permanente, que não dá diploma mas uma sensação de constante caminhar para uma plenitude de existência.

Garanto que muita criança gostaria de descobrir um dia que dois e dois fazem cinco, só pelo prazer de descobrir sozinha uma coisa única. Educar não é fazer a criança abrir os olhos para um determinado saber, pré-estabelecido pelo professor, com soluções prontas que o aluno terá que forçosamente aceitar junto com todos os outros para melhor funcionamento da sociedade e para o seu próprio bem.

Educar É FAZER A CRIANÇA ABRIR OS OLHOS PARA O MUNDO QUE A RODEIA e dar-lhe a possibilidade de se maravilhar com cada nova descoberta que ela mesma vai fazendo do mundo que a cerca. Esta capacidade, hoje, só o poeta conserva. O que é uma pena! Sensível para o mundo que descobre, a criança será também sensível para os outros homens, para as ciências, para as artes, para o prazer de viver. Despertar no aluno a NECESSIDADE de uma atividade criadora é a grande tarefa do professor, é chamar a atenção do aluno sobre sua capacidade de inventar e transformar.


O JOGO DRAMÁTICO

Diga a uma criança: "Você hoje é o vento" ou "Faça uma árvore nascendo da terra e depois comece a conversar com seu colega".

- Conversa de que?
- Conversa de gente com árvore.

A criança entra logo no jogo. Não discute se árvore fala, se vento é "fazível", se...se...Ela começa a odiar. E o professor, observando-a, também se enriquece.

A aplicação do jogo dramático na terapêutica é assunto para psicólogos, mas é fácil verificar o que o jogo mostra das necessidades psicológicas da criança: desinbição, liberação da agressividade mal controlada, da falta de amor e da ânsia de viver! "Fazendo de conta", a criança está muito mais perto da verdade do que verbalizando seus problemas com uma psicóloga.

Da liberação da agressividade através do jogo dramático, tenho um exemplo esclarecedor entre crianças de 10, 11 e 12 anos. A monitora pede às crianças para inventarem uma história de índios e representarem. As crianças se dividem em vários grupos e começam a trabalhar. À disposição delas estão um malão com roupas velhas e material de cena: tambores, chapéus, espingardas, panelas etc; 15 minutos depois, começa a representação.

Elas geralmente fazem questão de dizer que estão fazendo teatro. O palco lhes atrai muito. São artistas e querem ser como os grandes da televisão. O fato de saberem que estão representando as deixa ainda mais livres para expressarem o que estão sentindo. Isto, aparentemente, as distancia de seus próprios problemas deixando a imaginação trabalhar e o inconsciente agir.

Muitos grupos mostraram histórias de índios, como cantorias, quase sempre baseados no que aprendiam na escola. Um dos grupos, porém, resolve apresentar uma tribo de antropófagos que se deliciavam num banquete em que comiam seus pais! A monitora, indecisa: será educativo? Deixo continuar o jogo livremente para ver no que dá ou interrompo e dou uma lição de moral sobre o respeito devido aos pais, etc. etc.?

A monitora preferiu aguardar o final. As crianças que assistiam ao jogo estavam também se deleitando. Ao terminar o jogo tudo voltou ao normal e os "índios antropófagos" e seu pequeno público, entusiasmado, estavam felizes por terem feito uma "brincadeira" de teatro. A monitora conversou sobre a disciplina no jogo, a maneira teatral que elas estavam representando, etc., e observou por si mesma que era melhor que as crianças jogassem numa história de faz-de-conta a agressividade contida e natural do que se tornassem adolescentes recalcados, impossibilitados de extravasarem seus sentimentos escondidos. É claro que nenhuma daquelas crianças queria seus pais mortos ou maltratados, apenas o jogo dramático foi uma maneira simbólica de liberar a agressividade natural mas proibida em relação aos pais.

Escolhendo temas sobre pais e mestres, as crianças descarregaram ressentimentos que o sentimento de culpa escondia e que o jogo libera porque é apenas "uma brincadeira de teatro". No teatro o aluno que faz papéis de autoridade geralmente leva enormes surras, ou sermões. Um grupo de meninas, uma vez, criou numa improvisação um bando de avós que resolveu assaltar um banco porque não tinha nada para fazer. No final do assalto as "velhinhas" se arrependeram e resolveram fazer alguma coisa na vida, para não assaltarem mais bancos, então abrem uma casa de flores!

Há também os jogos em que a criança transborda sentimentos de plenitude, de amor e de camaradagem. A redescoberta da natureza através de sua identificação com os elementos ou com os animais, nos jogos dramáticos, dá à criança a oportunidade de reavivar a sensibilidade, redescobrindo sensações perdidas.

Muito importante, na aplicação do jogo dramático, é a solução pessoal. Em cada situação dada, em cada história, mesmo com a solução pré-estabelecida pelo monitor, a criança deve encontrar a própria maneira de ver e sentir.

Para desempenhar bem o jogo dramático a criança tem que aprender a observar. Ao repetir a situação imaginada, ela é solicitada a VER. O mundo da criança vai se alargar, aguçando a observação: árvores, animais, mar, rio, vento, chuva e estrelas entram no pequeno grande universo da criança. Daí para a vida cotidiana é um passo: a rua, a cidade, os homens e seus sentimentos, tudo é material para a recriação, no palco, de uma situação dramática.

A aplicação do jogo dramático no estudo é de valor incalculável. Pode ser aplicado no estudo da música e até mesmo da ciência. Há alguns anos a CASES (MEC) tentou uma experiência fascinante nas escolas do Estado da Guanabara. Foi aberto um concurso entre as escolas, cada uma teria que apresentar uma dramatização sobre "Entradas e Bandeiras". Virginia Valli, uma das examinadoras do concurso, concluiu:

"A finalidade do concurso - contribuir para o conhecimento do fato histórico - repercutiu intimamente nos estudantes de nível primário, removendo a indiferença pelo estudo do tema, sendo tal finalidade plenamente atingida. Apesar das falhas observadas, os resultados levam a recomendar a dramatização espontânea como método a ser usado no ensino da matéria pelo vivo interesse demonstrado pela criança pela 'brincadeira de bandeirante', além de haver facilitado o trabalho da professora quanto à pesquisa do conhecimento e outras atividades. Houve oportunidade de verificar de que maneira o fato histórico repercutiu no espírito da criança, levando-a a sentir e incorporá-lo à sua experiência".

Jogando-se inteira, numa representação dramática, a criança está liberando anseios, fantasias, frustrações, desejos e sua visão do mundo.

Mas é muito importante que a dramatização espontânea seja uma atividade somente das crianças, sem se visar a um espetáculo ou qualquer forma de exibicionismo. Expor a criança à crítica ou mesmo aos aplausos de uma platéia seria desvirtuar o jogo, que deixaria de ser espontâneo. Uma representaçlão teatral com público, feita por crianças, não passa de uma imitação mal feita de espetáculos de adultos, onde o papel decorado é dito de uma maneira formal, (ensaiada pela professora) e limitado pelo texto e pela marcação.

Além de cercear a criatividade infantil o espetáculo teatral decorado, visando uma platéia sobretudo formada de pais complacentes, é uma escola de exibicionismo, uma competição desleal entre os pequenos atores. Geralmente os melhores papéis são dados (é justo, desde que vise ao espetáculo) aos mais desinibidos, isto é, aos mais "exibidos". O tímido e o retraído, o que talvez mais necessite do jogo dramático, é abandonado em nome do sucesso do espetáculo. E resta ainda o problema das roupas caras que nem todos os alunos podem pagar, criando-se a casta dos que podem representar porque tem uma situação econômica melhor.

A criança tem a tendência normal de imitar espetáculos de televisão, cinema ou teatro. Isto não tem importância. Deixemos que ela mesma tenha sua concepção "de como fazer", que ela mesma tente imitar o que viu e gostou. Imitando, sem o auxílio da professora, ela estará ainda criando. Os trechos que mais a impressionaram, os atores com os quais ela mais se identificou são transportados para a cena numa visão infantil e pessoal idealizada. O resultado, muitas vezes, é desastroso do ponto de vista artístico, porém é uma maneira saudável de deixar a criança livre para extravasar sua maneira de perceber o mundo.

O teatro infantil do TABLADO é uma fonte constante de inspiração para as crianças. Cada peça montada pelo grupo é assunto para todo um ano de atividades de jogos dramáticos entre as crianças. Em 1971, não havia atividade dramática entre os alunos dos cursos do TABLADO que não contasse com bandidos e mocinhos, índios e canções, provenientes da história de Tribobó City (peça montada pelo TABLADO).


TEATRO-ESPETÁCULO

Teatro-espetáculo é o teatro feito por adultos para as crianças.

Se o jogo dramático libera a criatividade, o espetáculo teatral alimenta essa criatividade. Um espetáculo bem feito é um estímulo inesgotável para a sensibilidade da criança. A emoção artística leva a criança a um mundo de fantasia e de sonho que corresponde o que busca sua alma em desenvolvimento. Num espetáculo bem feito há perfeito entendimento entre os anseios ainda desconhecidos da criança e a realidade inexplicável do mundo misterioso que a rodeia.

O mistério teatral é justamente esta idenficação profunda de cores, ritmos, música, movimento e palavra com a alma do espectador. Antonin Artaud diz que teatro é poesia em movimento no espaço. O público espera este momento de poesia. E que público mais capaz, mais pronto para captar esta poesia solta no espaço que a criança? Se ela vive no mundo do faz-de-conta, transformar este faz-de-conta em realidade é tarefa de todo educador-criador.

É difícil, nesta década de computadores, provar a importância do espetáculo teatral bem feito na alma da criança. Não há estatística que mostre o maior ou menor grau de sensibilidade captado numa sala de teatro. Mas, para o observador sensível, a transformação que sofre o pequeno público durante um espetáculo é inesquecível! E talvez esta seja a grande emoção do realizador.

Quando eu fazia teatro de marionetes, via crianças emocionadas esperando o fim do espetáculo, para tocarem nos bonecos. Silenciosas, graves, elas chegavam perto dos personagens para melhor se "entenderem".

Entre os jovens que fazem teatro para crianças há uma grande confusão sobre o que é comunicação. "Comunicação" é hoje uma das palavras mais usadas do vocabulário. Fazem-se cursos, palestras, reportagens, em busca do significado da palavra mágica. Televisão, teatro, cinema, rádio é comunicação...Grito, berro, surra, pancadaria, auto-falante, sexo...também é comunicação. Talvez o homem esteja aperfeiçoando demais os "veículos" da comunicação e descuidando da mensagem.

Apesar de todas as teorias intelectuais em moda, a criança necessita de um "clima" para receber: o silêncio da sala, as luzes, a música. É necessário se recolher, estar atento. Ela não é um simples aparelho receptor de imagens e palavras vazias. A criança deve ser solicitada a participar ativamente de uma emoção total e não de uma competição esportiva.

Nunca deixei de citar a comovente participação de uma menininha de uns 8 anos num espetáculo de Pluft, o fantasminha, no TABLADO. Quando a mãe do fantasminha perdia tempo, falando ao telefone coisas inúteis com a prima Bolha, enquanto Maribel estava em perigo, Pluft vira-se para a platéia e confessa aflito que aquele era o único defeito de sua mãe. A menina se levanta na platéia e, no meio de total silêncio, grita solidária, comovida: "Não liga não, Pluft, minha mãe também é assim..."

Aquela menina estava realmente se comunicando e se identificando. O problema de Pluft era o dela e assim ela não estava mais só. A tensão em relação à sua mãe estava sendo aliviada através da história de Pluft. O teatro estava lhe dando a oportunidade de descobrir, através de uma emoção, os próprios anseios e problemas.

Na mesma peça, quando Pluft, extasiado ante o choro da menina Maribel, vira-se para a mãe e diz: "Veja, mamãe, a menina está derramando o mar todo pelos olhos", ouvimos de quase todos os espectadores um "Ahhh!". A satisfação do apelo poético da imagem recebida, penetrava através dos sentidos, e se manifestava nesse "Ahhh!". Não é preciso explicar com palavras a imagem...se o público está atento, a comunicação se faz, isto é, comunicação verdadeira, alimento pedido pela sensibilidade do espectador. Estaremos, então, comunicando e não impingindo, forçando um público a nos aceitar ou aceitar nossas idéias, por melhores que elas sejam.
_________________________
O presente artigo, aqui um pouquinho reduzido, consta da revista Cadernos de Teatro nº 52/1972, edição já esgotada.

Objetivos - Teatro na educação

Objetivos Teatro na educação

Dentre os objetivos próprios do Teatro Aplicado à Educação, salientamos os seguintes.


Conscientização e aprimoramento da percepção sensorial, da imaginação e da criatividade.
Partindo-se do princípio de que toda pessoa tem um potencial perceptivo, imaginativo e criativo não o suficientemente explorado (às vezes até tolhido), o teatro na escola visa explorar e desenvolver tal potencialidade. Assim é que um de seus objetivos específicos é o desenvolvimento da acuidade perceptiva, básica para o estimulo imaginação, caracterizando-se como uma reordenação de experiências e imagens transformáveis em novas idéias.


Desenvolvimento da expressão e da comunicação
A conscientização e aprimoramento da percepção sensorial, da imaginação e da criatividade possibilitam uma expressividade crescente, que, num dado momento, requisita uma comunicação mais eficiente, mais facilmente atingível pelos exercícios dramáticos. Apesar da atual tendência em exagerar-se o valor da expressão corporal em detrimento da oral, acreditamos que no nosso estágio cultural a palavra é ainda o principal meio de dar-se e receber-se uma idéia. O teatro é o Instrumento mais próprio para o desenvolvimento da comunicação verbal, oral ou escrita, sem prejuízo das outras, pois o teatro é, na verdade, a expressão total do ser humano.

Controle de emoções.
A vivência no como se de sentimentos de medo, ansiedade, alegria etc., faz com que estas emoções sejam simbolicamente enfrentadas e controladas durante (os exercícios, havendo, posteriormente, uma natural transferência para as situações reais.


Desenvolvimento do pensamento reflexivo e critico
Os exercícios dramáticos requisitam a utilização e o desenvolvi­mento da capacidade de resolver problemas (conflitos), o que resulta no crescimento da habilidade de fazer opções conscientes.

Integração de conhecimentos
O trabalho em exercícios de Teatro Aplicado à Educação im­plica, normalmente, numa utilização de conhecimentos e experiên­cias anteriormente adquiridos, de modo a conseguir-se uma melhor comunicação de uma determinada proposição dada no exercício.


Desenvolvimento de um comportamento organizado
Sendo o teatro uma atividade grupal, não pode permitir o individualismo exacerbado, pois, para que o resultado saia satisfatório para todos, o sentido de grupo (ou sociedade) deve prevalecer.
Desenvolvimento da participação e da iniciativa
As inúmeras e variadas possibilidades de participação em expe­riências dramáticas, que requerem sempre a participação de todo a e sua contribuição, possibilitam o desenvolvimento destas  capacidades.


Desenvolvimento de um comportamento responsável
Os exercícios dramáticos requisitam constante pesquisa da natureza e do conhecimento mais amplo do verdadeiro significado da vida humana, o que acarreta o sentimento de humanidade, que im­plica em responsabilidade consigo mesmo e com os outros.

Desenvolvimento da sensibilidade estética e orientação do lazer
Além dos exercícios que farão, os alunos de teatro na escola te­rão oportunidade de assistir a espetáculos teatrais, o que, fatalmente os conduzirá a uma apreciação estética mais evoluída e consciente, que os afastará de alguns lazeres menos satisfatórios à sua formação como pessoa.


Exploração de aptidões e informações profissionais
Sendo o teatro na escola uma atividade essencialmente grupal, que requer diferentes tipos de participação (como ator, como ilumi­nador, como sonoplasta etc.), ele permite que seus participantes des­cubram, aos poucos e por si aptidões  que podem ser desen­volvidas mais tarde.

Desenvolvimento da psicomotricidade
A busca de uma boa expressão e comunicação, através dos exercícios dramáticos, revela e incentiva a utilização controlada dos movimentos corporais, que devem ser compreendidos em interação com o meio ambiente.


Ajustamento individual e social

Através de consecutivas vivências de papéis, o aluno consegue situar com mais facIlidade a fantasia na realidade, o pensamento nas palavras e nos gestos, conhecer a si próprio e aos outros, separar a imaginação do real, desoprimir o real pela imaginação e desbloquear a personalidade.

Teatro - Desenvolvendo pessoas

Como voces ja sabem - sou formado pela PUC/PR - Curso Artes Cenicas - Habilitação em Ator e Direção Teatral. Por mais que tenha esta formação  sempre gostei e sempre que fiz alguma coisa foi com grupos amadores. Valorizo demais amadores e acredito que tenho muito que passar para frente, considerando que eu, lá nos primordios de  meus dias era um grande tímido. Por forças do amor acabei fazendo teatro. E foi nessas aulas de teatro que pela primeira vez, parei e começei a trabalhar e meu eu integral, meu corpo, minha voz, minha cabeça...
Isto foi tão importante que hoje uso o teatro não exclusivamente para formação de atoresatrizes, quero sim antes de tudo formar pessoas....

Então veja abaixo o programa - também me disponho a  dar aulas, programar encontros, participar de atividades.....

Programa – Teatro como instrumento de Desenvolvimento Pessoal


Parte I - Introdução

Objetivo Geral



Todo indivíduo é potencialmente um ser ativo/criador, que age em seu meio transformando/adaptando-o, as suas necessidades, mas, os aspectos culturais, os valores morais, as condições socioeconômicas, os processos pedagógicos e as limitações psicológicas tendem a sufocar consideravelmente essas potencialidades.
Pretende-se com “Programa - Teatro como instrumento de Desenvolvimento Pessoal” proporcionar uma série de experiências, dando condições de desenvolver essas potencialidades, trabalhando o ser na sua integralidade. Adquirindo e desenvolvendo:

Habilidades
-           Relaxamento
-          Concentração
-          Observação
-          Execução (corporal, vocal, manual).
-          Organização (projetos, montagens).

Atitudes
-          Participação
-          Disponibilidade
-          Aceitação
-          Responsabilidade
-          Comunicação

Capacidades
-          Sensorial
-          Percepção
-          Imaginação
-          Afetiva
-          Critica

Conhecimentos
-          Teóricos
-          Práticos



Objetivos Específicos

                 

O Programa visa proporcionar uma série de atividades que prepare e torne as pessoas capazes de atuar e agir no seu cotidiano, preparando o individuo para o desempenho de todas as suas capacidades e habilidades na sua realização pessoal, profissional e social.

Criatividade: criar é ter a capacidade de obter situações novas e adequadas, com originalidade na solução de problemas.

Flexibilidade: é a capacidade de um individuo em adaptar-se as situações, tanto nas atitudes, quanto no comportamento – jogo de cintura.

Persuasão: capacidade que tem um individuo de organizar e apresentar argumentos de forma convincente. É quando é apresentado de forma inédita, sem receber contestações ou quando já existe um argumento colocado e o individuo consegue derrota-lo e impor os seus.

Iniciativa: quando o indivíduo tem capacidade de agir sobre a realidade, apresentado, antes de outros as soluções e influenciar acontecimentos.

Cooperação: é a capacidade de manter-se disponível e acessível a outro indivíduo ou ao grupo, demonstrando interesse em somar esforços.

Combatividade: é a capacidade de enfrentar e superar situações difíceis, buscando com persistência a consecução dos objetivos.

Trabalho sob pressão: é a capacidade de suportar, sem combater com agressividade.

Comunicação: é capacidade de transmitir idéias verbalizadas ou com gestos, ou até mesmo escritas, de forma clara e convincente, de maneira a fazer-se facilmente compreendido.

Relacionamento grupal: é a capacidade de interagir, conviver e comunicar-se com o grupo. É a tolerância e respeito ao grupo/equipe.

Dinamismo: persistência na consecução dos objetivos, disposta a enfrentar desafios.

Negociação: argumentação convincente.

Organização: observação das prioridades, sistematização, métodos e ordem no trabalho.

Adaptabilidade: facilidade para lidar com situações diferentes.

Desenvolvimento do pensamento reflexivo e critico: capacidade de resolver problemas (conflitos) de forma consciente.

Controle de emoções: capacidade de manter-se controlado nas mais diversificadas situações.

Sensibilidade estética – é a capacidade do discernimento para saber escolher o que é bom ou ruim, o que presta do que não presta.



Metodologia

Durante muito tempo confundiu-se “ensinar” com “transmitir” e, nesse contexto, o aluno era um agente de aprendizagem e o professor um transmissor não necessariamente presente nas necessidades do aluno.  Acreditava-se que toda aprendizagem ocorria pela repetição. Atualmente sabe-se que não existe ensino sem que ocorra a aprendizagem, e esta não acontece senão pela transformação, pela ação facilitadora do professor, do processo de busca do conhecimento, que deve sempre partir do aluno.
É nesse contexto que as atividades, os jogos ganham um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulos aos interesses dos alunos.
A presente metodologia desenvolve-se orientada nos seguintes princípios:

Liberdade – para que o aluno se expresse é preciso, antes de tudo, que seja respeitada a sua liberdade.

Ação – aprendizado não advém da disposição de ler ou escutar, mas da ação, do fazer e da experiência; o aluno aprende atuando.
           “Nada está na inteligência que não tenha passado pelos sentidos”
                                                                                     S. Tomás de Aquino.
Criação – o estímulo constante à criação permite ao aluno libertar sua personalidade pela espontaneidade e formá-la pela cultura.

Expressão – a expressão nasce no momento do encontro dos dois mundos: o interior e o exterior. Na busca da descoberta do eu e do mundo que o rodeia, o aluno se expressa e se revela.

Global - toda atividade proposta engloba ação, um movimento, uma musicalidade, uma plasticidade. (ação dramática musica, artes plásticas, literatura).



No quadro abaixo uma pequena relação das ações a serem despertadas, naturalmente podendo variar de caso a caso.

     Conhecer              Demonstrar             Criar                       Adaptar
     Observar              Enumerar                 Refletir                   Flexionar
     Comparar             Debater                   Conceituar              Decidir
     Relatar                  Deduzir                   Interagir                 Selecionar
     Combinar             Analisar                   Especificar            Planejar
     Conferir                Interpretar               Discriminar           Persuadir
     Classificar            Concluir                  Descobrir              Liderar
     Criticar                 Provar                     Negociar               Apresentar   



Programa de Atividades


O Programa é extremamente versátil, podendo ser aplicado em diferentes formas, conteúdos, duração, faixas etárias, entre tantas outras variáveis.
A partir do momento que tenhamos estabelecido minimamente nosso público alvo, e a duração, o numero de participantes e qual o espaço disponível,  é que poderemos e dimensionar as atividades.
O que sim, me parece importante é enfatizar que, atividades, técnicas, jogos, não podem ser programados como acidentais e eventuais, mas sim como estratégias para a sensibilização, formação e educação, com compromisso formativo.
Somente com fins de orientação as Atividades, foram divididas em sete Módulos de Trabalho, pois certamente uma mesma atividade pode se servir para vários objetivos cabe ao orientador saber escolhe-las e aplica-las, levando em consideração as peculariedades do grupo de trabalho.


01 – Primeiros Contatos

O primeiro passo para um bom trabalho coletivo é fazer com que o grupo se conheça melhor, familiarize-se com a proposta e a metodologia do programa, para que nas atividades exista um clima de confiança, amizade, respeito e conseqüentemente leve a pessoa a perder o medo de se expor em grupo.
Atividades de integração e iniciação, quebra-gelo.


02 – Atividades Corporais
Nosso corpo é constituído de músculos, nervos, articulações, muitos dos quais raramente são ativados e trabalhados, para conseguirmos a total  expressão de nosso corpo,  precisamos  estar    livres    da  nossa  auto  censura  e  estarmos conscientes   das  nossas  possibilidades    corporais.  Portanto precisamos  redescobrir nosso corpo e conscientiza-lo  de suas potencialidades.
O corpo é a linguagem mais expressiva do ser humano.


03 – Atividades Vocais

São atividades para aperfeiçoar a comunicação vocal, explorando todos os recursos do organismo, conhecendo-o melhor saberemos tirar o máximo de proveito sem o risco de se machucar.

04 – Atividades Mentais

Vivemos na era dos enlatados onde tudo já vem pronto para o consumo. Cada vez mais o homem se acomoda e busca sempre o caminho do mais fácil e com isto deixa de pensar, criar, inovar, modificar, criticar, etc.
Em um mundo da massificação é preciso desenvolver atividades que estimulem a criatividade individual, o convívio social, preparando o aluno para a vida.


05 - Atividades de Sensibilização

Nada esta na inteligência que não tenha passado pelos sentidos.
Processo que procura desenvolver todos os sentidos, para melhor percepção de si mesmo, do outro, do mundo.
Num individuo potencialmente criativo, todos os seus canais de recepção devem estar ativos, neste caso a informação será recebida por completo, assimilada, utilizada ou não.

06 – Atividades de Improvisação

A improvisação é uma fase onde o participante com conhecimento de si, de seu corpo esta apto a trabalhar todas suas habilidades a partir de um tema ou uma situação proposta.

07 – Atividade Culminativa – Teatro (opcional)

É o coroamento de um trabalho coletivo que valoriza a contribuição individual, cujo objetivo final não é o aplauso, mas a gratificação pessoal decorrente da execução livre e perfeita de cada tarefa proposta.
Esta etapa somente será desenvolvida em um programa de longa duração, não podemos correr o risco da pessoa se expor a um público sem estar apta e preparada o que poderia ocasionar muito mais prejuízos na sua formação do que aprendizagem.



Avaliação


É através da avaliação que o grupo vai crescer, aprofundar seus conhecimentos e aprimorar as suas ações. Cabe ao monitor conduzir a avaliação, pois dentro do processo essa é uma fase continua que faz rever alguns conceitos, provocar se necessário novos rumos, e justificar os próximos passos.
Sem avaliação não se valorizam os sucessos e não se tiram lições dos fracassos.
Tipos de avaliações que serão aplicadas durante o processo.
ü  Debates após cada atividade, em vista do aprimoramento e cumprimentos dos objetivos propostos.
ü  Observação continua através de uma ficha do monitor.
ü  Fichas de auto-avaliação. (inicio e finais de módulos).
ü  Avaliação somativa, realizada ao final do Projeto.


Conclusão



As atividades, os jogos dramáticos, os exercícios, em qualquer de suas especificações não devem ser aplicadas apenas para criar um modelo novo ou diferenciado de ensino. Devem ser aplicadas quando se busca estabelecer em bases definitivas uma filosofia formativa que se pretende imprimir na escola quando se descobre, nas pessoas envolvidas, no processo, um estado de espírito para aceitarem uma inovação como resposta à necessidade e ao desejo de se conhecerem melhor; e finalmente quando se acredita que uma técnica seja ela qual for, não representa uma formula mágica capaz de educar pessoas e alterar comporta-mentos, mas somente uma estratégia educacional válida na medida em que se insere em todo um processo, com uma filosofia amplamente discutida e objetivos claramente delineados.




Parte II - Organização Estrutural


Organização

O presente Programa pode ser implantado em diversas faixas etárias, para tanto seria necessário elaborar um plano de atividades coerentes com a pedagogia das idades, evitando-se a queima de etapas.


Participantes

É difícil de se estabelecer um número de participantes em cada turma,  pois sempre caberá ao bom senso saber estabelecer qual numero é o ideal.  Para isso é importante se levar em consideração a idade e o espaço disponível. O bom senso também nos fala, que trabalhar com grupos muito grandes ou pequenos não trazem resultados muitos satisfatórios.



O local
o mínimo necessário, uma sala ampla, compatível com o número de participantes, dentro das possibilidades com forração ou piso de madeira, mas nada impede que se avalie outros locais.

Carga horária:

Pode-se optar pelas seguintes opções:
- Curta Duração, atividades esporádicas.
- Média Duração,  um programa mais longo, não incluindo Atividade Culminativa (montar uma peça.
- Longa Duração, um programa, sem uma data final. Trabalhar uma montagem.
Consideração Final


Para uma melhor apreciação e avaliação do presente Programa, me coloco a disposição para apresentação de um Modulo de Atividade.

                                               E-mail:    vnawcki@gmail.com

                                                                                 _____________________________     

                                                                                                     Vitor  Nawcki