Teatro Para Quem Nunca Fez Teatro
(Tenê de Casa Branca
Quem É Quem No Teatro
Produtor:
(...) Profissionalmente ele
se encarregará de
providenciar o dinheiro
suficiente
para a
encenação e de
cuidar do espetáculo
como um investimento
financeiro. Nem
sempre ele
pertence ao meio.
O teatro também
pode ser visto
como uma maneira
de
ganhar dinheiro,
como tudo na
vida. Muito ouvimos
falar em captação
de recursos, ou
seja, os
atores ou autores,
querendo ver seus trabalhos
realizados, partem em
busca de
grandes empresas
que lhes dêem
cobertura financeira para
montar o texto.
No Brasil
ex
istem leis que possibilitam às empresas
ser recompensadas pela
quantia investida em
teatro
(ou seja, na cultura nacional), no ajuste de contas com o Imposto de Renda.
Muitas vezes
o produtor tem suas
atividades apenas na arrecadação
do dinheiro,
passando depois
a tarefa de
produtor executivo, que
será encarregado de materializar o
texto,
escolhendo e buscando tudo que for necessário para isso. (...)
Autor:
(...) O teatro está sempre baseado em um texto ou em um roteiro. (...)
(...) Um texto
muito antigo, cujo
autor morreu e
não tem herd eiros
vivos,
transforma-se em Domínio Público , isto é, pode
ser encenado sem nenhuma
autorização
prévia
e nada se
paga ao autor.
Os autores vivos
ou que possuem
herdeiros legais
recebem
sempre quantias (chamadas Direitos
Autorais ) cada vez
que suas obras
são
encenadas, através de uma porcentagem sobre
o dinheiro arr ecadado nas bilheterias.
Para controlar esses
pagamentos existe no Brasil
a SBAT (Sociedade Brasileira
de
Autores Teatrais), uma
organização criada em
1917, junto à
qual os textos
são
registrados,
e quem quiser
encená-los deve estar
regulamentado com suas
normas e
obrigações. Seu endereço na internet é www.sbat.com.br . (...)
Diretor:
(...) A função
de diretor é
bem recente no
teatro. Antigamente, os
atores se
encarregavam da
direção do espetáculo,
ou seja, cada
um fazia a
sua parte conforme
estava escrito no texto,
e em conjunto cuidavam do precário
cenário, e os trajes de cena
eram sempre dos próprios atores.
Hoje
é sabido que o diretor é a alma da
encenação. Também é público que
todos
os atores
premiados em seus trabalhos (em teatro ou mesmo em cinema) atribuem muito
de seu rendimento às mãos e habilidade dos
diretores.
Ele sabe qual
gesto enriquece o
personagem, qual tipo
de música deve
fazer
fundo para uma cena e até qual a cor ideal
para a roupa do personagem.
É
claro que um diretor não precisa
ser um músico, um cenógrafo ou
iluminador,
mas
é preciso que
tenha sensibilidade para
definir tudo àquilo
que vai se
juntar ao
espetáculo.
Então, ele será
auxiliado por pessoas
capacitadas especificamente:
figurinistas, músicos e cenógrafos, entre
outros. (...)
Algumas
dicas para o diretor:
(...) Um bom diretor
se faz no decorrer do
tempo. Isso significa
que, apesar do
talento, é
preciso um lon go
aprendizado, porque mesmo havendo
cursos e escolas para
diretores, a prática será a melhor
professora. (...)
Nunca
use ex tremos: Uma
comédia levada aos ex
tremos pode se
transformar num
tedioso espetáculo, assim como um drama sem
nenhum momento de
descanso acaba se
tornando um martírio para quem assiste.
(...)
(...) Em comédia ouvimos
muito a ex pressão tempo (do inglês timing ). Isso quer
dizer
que o ator deve
ter um sincronismo com a platéia para d ar suas falas no momento
oportuno
e principalmente nunca
emendar as falas
enquanto a platéia
esteja rindo,
portanto impossibilitada de ouvir bem.
Fazer rir é tão difícil quanto fazer chorar. Acreditem.
Personagem:
(...) Na busca
do ator, leva-se
sempre em consideração
o que foi
criado pelo
autor, muito embora alguns atores e atrizes sejam capazes de grand es
transformações no
palco. (...)
(...) Bem, vamos entender melhor o que acontece.
O personagem (palavra
originada de persona ou
personae , máscara usada
no
antigo
teatro grego) é
um ser inventado
pelo autor. Mas,
mesmo sendo imaginário,
ele
tem todas as características próprias de um
ser humano e deve parecer real. (...)
(...) No teatro
não existem pequenos
papéis. Um bom
ator sempre se
destaca,
seja qual for o tamanho do seu tex to. (...)
(...) Um ator
deve participar da
peça como se
estivesse em um
time, jogando
para ganhar.
O respeito aos colegas e a
disciplina são dois grandes aliados para
qualquer
pessoa
que pretende se
tornar ator, juntando-se
a isso a
humildade, a vontade
e – por
que não? – a sorte. (...)
Cenógrafo:
(...) Toda peça acontece em determinado lugar, no tempo e no espaço.
Para dar essa
idéia para a
platéia, são necessários
os cenários, um
faz-de-conta
que trará o espectador para a época e lugar
da história.
Surge o cenógrafo e mais além o cenotécnico, e o contra-regra.
O cenógrafo cria
o espaço artificial
f azendo com que
ele seja o
mais natural
possível.
Para isso vários
fatores são considerados:
os recursos do teatro, a
disponibilidade de verbas e principalmente
a idéia do diretor com relação ao espetáculo.
(...)
Figurinista:
Vestir um ator é muito mais que simplesmente criar roupas.
O
figurinista cria um comportamento visual para as cenas. Cada detalhe d a roupa
reflete o personagem, e para o ator a roupa
é um elemento importante de sua atuação.
Quando a ação
se passa em
épocas passadas, o
figurinista recorre a
pesquisas
para não ser anacrônico, dando furos,
confundindo datas, fatos e costumes. (...)
Iluminador:
O iluminador cria
todas as luzes
e sombras necessárias
ao desenrolar d a
peça.
(...)
Sonoplasta:
O sonoplasta ou técnico de
som é quem
se encarrega das
músicas ou ruídos
ex igidos pelo texto. (...)
Maquiador:
(...) Um texto
pode pedir que
o ator envelheça
vinte ou mais
anos durante o
espetáculo. A maquiagem
será fundamental para isso.
E é muito
interessante notar que
no teatro nada é feito para ser visto de
perto. (...)
Ponto:
(...) O ponto,
geralmente um homem,
ficava posicionado estrategicamente no
piso
do palco, com
o texto da
peça nas mãos.
Cada vez que
os atores esqueciam
suas
falas, ele acudia falando em voz baixa o que
eles deveriam repetir. (...)
Assessoria de Divulgação:
Montado o espetáculo, é
sempre necessário que
se faça a divulgação para
atrais
os espectadores.
Além de cartazes,
fotos e encartes
criados, são contratados
profissionais que
levem
para toda a
imprensa, escrita e
falada, notícias sobre
os atores, autor,
diretor,
motivando textos para revistas, jornais,
rádios e redes de televisão.
& Companhia:
Os
bilheteiros e porteiros cuidam da venda e da recepção dos ingressos. (...)
(...) Nos bastidores,
as camar eiras auxiliam
os atores nas
trocas de rou pas
e
cuidam para que eles tenham todo conforto
possível nos camarins. (...)
- Um Pouco Sobre A História Do Teatro
A palavra “teatro”
deriva da palavra
grega “theastai” que
significa ver,
enx ergar.
Na Grécia antiga,
os festivais anuais
em homenagem ao deus Dionísio incluíam
a representação de tragédias e comédias.
(... )
(...) Desde seu
aparecimento (...) difundiu-se
pelo mundo, passando
a ser uma
maneira de o homem retratar o pensamento se
sua época. (...)
Roma:
Enquanto na Grécia
o teatro era
um espetáculo de
texto, em Roma
havia um
circo,
onde os espetáculos
variavam desde lutas
de gladiadores até
a morte de
prisioneiros, o que era encarado como puro
divertimento para as platéias. (...)
(...) Foram os romanos os criadores da pantomima, que, por
meio de música, era
realizada por um ator mascarado que
representava todos os papéis.
Houve época em
que o teatro chegou a ser considerado uma atividade
pagã, por
força do cristianismo, o que prejudicou
muito seu desenvolvimento.
Curiosamente, foi a
própria Igreja que
ressuscitou o teatro,
na Id ade Média, por
meio de representações da história de
Cristo.
China:
Se em
Roma a crueldade podia ser tema do
espetáculo, na China Antiga tu do era
muito diferenciado.
Japão:
(...) [Onde] Surgiram dois estilos
de teatro: Nô (criado no século XIV) e Kabuki
(criado no século XVII).
Idade Média:
(...) O teatro
se resumia à
diversão dos senhores
feudais pelos menestréis,
um
misto
de cantor e
cômico encarr egado de
fazer rir, mas
que também aproveitava
as
situações para critica abertamente os
costumes da época ou seus p róprios senhores. (...)
(...) Na Itália surgem nesse tempo grupos de atores que perambulavam pelo
país
em carroças, com espetáculos irreverentes e
alegres.
Não existia um
texto, mas sim uma
situação. Os p ersonagens criavam
suas falas
e deles dependia o sucesso da apresentação.
Esse
movimento se chamou Commedia
dell’Arte . (...)
- Como Montar Um Texto
O primeiro a compr eender
todo o sentido da peça é
o diretor. Para isso ele passa
algum
tempo estudando o
seu conteúdo e
os personagens, muitas
vezes realizando
várias pesquisas complementares sobre o
assunto. (...)
A encen ação envolve todos os elementos que irão compor a
peça, desde escolha
de atores, cenários, figurinos etc.
O primeiro passo
é o conhecimento
do texto. O
diretor reúne os
atores para a
chamada
leitura branca, na
qual cada um
lê sua parte
sem se preocupar
com a
interpretação em si.
Para muitos, o primeiro
passo seria decorar o tex
to, o que é errado. O
primeiro
passo é sempre compreender o texto. Decorar
vem depois. (...)
Na fase de conhecimento do texto, não basta que o ator
conheça bem suas falas.
Ele
deve conhecer a fala de todos
os demais atores que participam da peça. Para isso, o
diretor faz alguns exercícios, nos quais os
atores devem dizer o texto dos outros. (...)
Avançando no trabalho, chega a hora de colocar os atores em cena.
Essa tarefa será feita no próprio palco ou em um
lugar do tamanho do palco (...).
Esse passo se chama marcação . (...)
Depois de bem
treinados, é chegada
a hora de
ensaiar no próprio
palco, com o
cenário
já colocado no local, e algum tempo depois o ensaio será feito com os figurinos,
sobretudo
p se cronometrar
o tempo de
troca de roupa
[quando houver ] e
ajustar os
trajes diante da ação corrida.
Textos
Basicamente, existem dois tipos
de textos teatrais: o escrito especialmente
para o
teatro e o adaptado. (...)
Também é muito
comum no teatro
moderno a chamada
criação coletiva: um
trabalho
que ao foi
escrito por uma só pessoa,
mas nasceu da
colaboração de um grupo
de pessoas, geralmente orientadas por um
diretor. (...)
Conceito
Quanto ao conceito
do tex to, podemos
utilizar princípios ex tremos
para sua
divisão: drama e comédia. No primeiro se faz
chorar, no segundo se faz rir.
Essa divisão, porém,
nem sempre funciona
na prática. O
teatro moderno, com
sua
total liberdade de
criação, possibilita num
mesmo texto as
duas ações: fazer
rir e
chorar.
Isso porque, ao
trabalhar com a
emoção, o cômico
pode ser muito
trágico e o
trágico virar comédia.
Uma
análise mais criteriosa pode dividir o texto em outros níveis, de acordo com
seu estilo. (...)
Atuando
Não podemos negar que a presença
física ajuda bastante, mas isoladamente
é um
requisito que não transforma nenhuma pessoa
em ator. (...)
Se observarmos a
história dos grandes
atores de nosso
teatro, alguns nem
passaram
por uma escola,
mas todos eles
tiveram disciplina, garra
e talento para
finalmente chegar ao topo de suas carreiras.
Atores não se criam, eles nascem.
E ao
nascer, devem ser providos de:
*Sensibilidade
É através da sua próp
ria emoção que o
ator transmite emoções para
as platéias.
A
sensibilidade também possibilita
o melhor entendimento
dos personagens e das
situações.
*Comunicabilidade
O ator deve
sentir, mas também
precisa sab er transmitir,
portanto a capacidade
de comunicação é outro requisito básico no
pretendente a ator.
*Disciplina
Essencial em qualquer profissão. Isso inclui o fato de dedicar-se plenamente para atingir seus objetivos. (...)
*Dicção
Independentemente de seu sotaque ou timbre de voz, o ator deve ser ouvido até na última fila do teatro, sem que para isso ele tenh a de gritar. Existem técnicas e pessoas
especializadas para melhorar
a dicção dos
atores, e os exercícios devem
ser constantes,
incluindo o aquecimento que sempre é feito
antes de cada espetáculo.
*Expressão corporal
O
ator em cena utiliza todo seu corpo para interpretar.
*Memória
Decorar tex to é
um trabalho cansativo
e exige treinos
constantes de
memorização.
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