segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Atividades para o Desenvolver o Personagem

Personagem

O personagem é intrínseco a tudo o que fazemos no palco. Desde a primeira aula aparece constantemente em nosso trabalho. O personagem só pode crescer a partir do relacionamento pessoal com o conjunto da vida cênica. Se o ator deve realmente fazer seu papel, o personagem não pode ser dado como um exercício intelectual, independente, desde movimento.a atenção prematura ao personagem, num nível verbal pode levar o estudante a fazer de conta afastando-se do envolvimento e do relacionamento com os colegas.
Um ator deve ver e relacionar-se com o colega ator, não com um personagem. Jogamos futebol com outras pessoas, não com os uniformes que estamos usando. Isto significa, simplesmente que ambos os atores sabem que o outro sesta jogando e sustentam o jogo.

1071 – Casal assistindo TV
-          Para cada ator escrever uma lista de expressões, sentimentos a serem assumidos pelos atores. (combinar com relação sentimentos1054)

1072 – Jogo do quem
-          Elaborar uma lista de descrições corporais a serem feitas pelo ator,

1073 – Acrescentando um conflito ao personagem
-          Pai esperando o filho adolescente que não chega no horário previsto.

1074 – Segure a emoção – improvise com ela
-          Dizer uma frase, o grupo assume uma expressão e depois improvisa sempre com a mesma expressão.
-          Ninguém me ama. Eu nunca me divirto. Estou muito sozinho. Amanhã será melhor.
-          Improvisar – criança no parque. Uma esquina na rua. Uma desta no escritório. Proposta de casamento.

1075 – Segure a expressão corporal
-          Ombros arqueados, estomago chupado, passos firmes)
-          Improvise segurando este tipo físico. O que, quem, onde, o que.

1076 – Segure o espaço físico

1077 – Peça do figurino
-          Escolha uma peça do figurino e crie um personagem.
-          Ele impôs a peça do figurino ou deixou que a peça do figurino determinasse o personagem?

1078 – Irritação Física
-          Cada um tem um tipo de irritação física quem está incomodando, mas que não pode ser remediado os outros estão observando.
-          Um discurso de formatura – calça caindo, uma pulga na roupa, uma coceira no braço, gases intestinais.

1079 – Irritação física II
-          Você está sendo entrevistado para emprego, e descobre uma mancha em sua roupa.
-          Uma reunião profissional e descobre que está com hálito de cerveja.

1080 – Hábitos e tiques nervosos


1081 – agilidade do personagem
-          Fornecer lápis e papel para todos e lhes dar as seguintes categorias que eles anotam.
-          Animal, imagem, ritmo, apetrechos em cena, peças do figurino, cor.
-          Lista de personagens – Professor universitário, velho, banqueiro, pai, astronauta.
-          Escrever as primeiras impressões que vem a mente sob as categorias dadas para cada personagem
-          Ex. Professor universitário – Animal – coruja, Imagem – pedra...

1082 – Agilidade de personagem II
-          Uma categoria apenas. Os atores devem escrever tanto sobre o personagem dentro de um limite de tempo.
-          Imagem, detalhes físicos, alimentos, gostos, formação, amigos.

1083 – Agilidade de personagem III
-          A platéia sugere personagens – uma professora solteirona e um vendedor de sapatos.
-          Os dois no palco improvisam após algum tempo.

1084 – Agilidade de personagem IV
-          Ler uma lista de características – o grupo cria um personagem correspondentes a elas.
-          Ex – barrigudo, cabeludo, magricela, cabelos calvos, andar lento...

1085 – Agilidade de personagem V
-          Todos sentados em círculo, um fica no centro. Este citara categorias e a quem indicar deve falar de um personagem.


O amador é que faz o teatro


Escrito por Paulo Sacaldassy
Por mais que procurem não dar importância e, às vezes, até menosprezar o teatro feito de forma amadora, é preciso deixar claro que se comete a maior das injustiças, pois é justamente entre os amadores, que a arte de fazer de Teatro, respira e se revigora dia-a-dia. É no Teatro amador que a arte se preserva e onde se é capaz de ver brotar novos atores de verdade.

Porque é no teatro amador que se vive de fato, toda a dificuldade que se tem para colocar um espetáculo em cartaz, a necessidade de se custear a produção, de viabilizar a montagem, muitas vezes com recursos ínfimos e escassos e compartilhados pelos integrantes do grupo. E é no teatro amador que se aprende a abdicar da própria vida em favor da arte.

Não podemos renegar, diminuir, ou até mesmo desdenhar de quem faz teatro de uma forma amadora devemos sim, louvá-los, pois, todos eles, são desprendidos de quaisquer outros valores, e, levam muito mais em conta a coisa artística do que o lado financeiro, e, em nome do teatro, preocupam-se apenas em mostrar a grandeza na arte de interpretar, esperando apenas alguns sinceros aplausos.

Muito me entristece quando desqualificam e diminuem os esforços destes “dom quixotes” do teatro, pois não leva-se em conta, nem mesmo a boa intenção de mostrar a arte do Teatro. É claro que muitos tem defeitos e mostram deficiência nas suas apresentações, mas, precisamos aprender a enxergar em cada uma dessas apresentações, a semente do teatro germinado, que, por certo, mante-rará viva a cultura teatral.

Seja na escola, na igreja, na associação de classe, a iniciativa de levar a arte do teatro para as pessoas, deve ser respeitada, pois, mesmo que não haja a mesma qualidade que se espera e que se encontra em produções de quem vive da arte do Teatro, a intenção de preservar a magia que a arte de interpretar desperta nas pessoas, precisa ser levada em conta.

Somente com a preservação do Teatro amador, onde se planta a semente do fazer teatral, que o Teatro sobreviverá. Quem achar que a má qualidade de quem produz teatro de forma amadora pode contribuir para a desvalorização da arte, pode estar comentando um grande equívoco, pois, que atire a primeira pedra, aquele que hoje é um artista famoso, que no início de sua carreira, não fez parte de um grupo amador.


O Teatro amador precisa ser respeitado e incentivado, ao invés de ser desqualificado e desprestigiado. Quem sabe, a contribuição dos que hoje já são unanimidades do meio teatral, não venha fortalecer e fazer com que o Teatro Amador continue sendo o grande celeiro de novos talentos do teatro nacional?

O que é um bom texto?



Escrito por Paulo Sacaldassy
Até algum tempo atrás eu não tinha a mínima idéia se alguém acharia o que escrevo bom ou ruim, mas como escrever sempre foi o que eu mais gostei de fazer, eu não me preocupava com isso e continuei. Só que resolvi tirar meus textos do fundo da gaveta e colocá-los a disposição de quem quiser ler. Assim pude ter a exata noção se o que eu estava fazendo tinha ou não algum valor.
Confesso que no primeiro momento, colocar meus textos para apreciação de outras pessoas, me causou grande apreensão, mas tive sorte, sempre encontrei pelo meu caminho, pessoas que me mostraram o que eu precisava e, que ainda preciso em meus textos, para melhorá-los e quais caminhos seguir. E em uma coisa todos foram unânimes, recomendaram-me que eu praticasse a escrita, pois assim aumentaria a possibilidade de ter um texto bom.
E como escrever é uma arte artesanal, eles estavam certos, quanto mais se pratica, mas se ganha habilidade para escrever. Mas só essa habilidade me pareceu pouco para distinguir um texto de bom ou ruim, precisava de outras ferramentas. Foi aí que resolvi freqüentar oficinas de dramaturgia, de roteiros, presenciais e on line, li muito mais do que já lia e busquei conhecimento. Dito e feito, escrever se tornou, muito mais prazeroso.
Outra coisa também vem contribuindo para que eu siga a minha trilha pelos caminhos das letras em busca de um bom texto: disciplina. Reservar-me em meu canto e trabalhar artesanalmente cada frase, cada palavra, fazer e refazer quantas vezes eu achar que deva, até que meu texto expresse a verdade que eu queira passar. Sei que nem sempre eu consigo, mas como escrever é um eterno aprendizado, sei que ainda posso chegar lá.
Hoje, já não fico mais tão apreensivo se vão achar ou não, os meus textos bons, ou ruins, ou sei lá o quê, o que sei é que a minha busca por um texto melhor vai ser eterna, e isso, os meus bons conselheiros também me alertaram. Diziam eles: escreva usando todas as técnicas que você adquirir, use toda a criatividade que você tiver e trabalhe suas palavras da melhor forma para contar a sua história, se o texto for bom, os leitores vão dizer.
Depois de tanto tempo escrevendo, o que posso falar sobre o que seja um texto bom ou um texto ruim, é que não consegui encontrar uma receita para isso, pois se escrevemos de forma rebuscada demais, uns nos acham muito chatos, outros nos adoram; se usamos um vocabulário mais coloquial, os acadêmicos nos renegam, mas outros não; se usamos mão dos clichês, uns dizem que apenas requentamos fórmulas batidas, mas outros nem ligam.

E o que o escritor tem a fazer? Praticar, praticar e encontrar seus leitores, sem nunca deixar de buscar incansavelmente, a produção de um texto cada vez melhor, pois só assim, é que conseguirá atingir mais e mais leitores que atestarão o quanto o seu texto é bom. E é isso que busco!

Coisas que toda pessoa que quer fazer teatro precisa saber

Coisas que toda pessoa que quer fazer teatro precisa saber


Ser ator não é decorar texto. Tive e tenho professores que se sentem pessoalmente ofendidos quando alguém demonstra soberba por ter habilidades de memorização. Nesse ramo, dizem eles, saber o texto é o topo do topo do iceberg. Qualquer um é capaz de forçar o cérebro a reunir palavras, ligar sentenças e absorver parágrafos. Todo mundo decora letras e letras de música, lembra? Tem um sem número de pessoas que sabem Faroeste Caboclo inteirinha, e a letra poderia ser, facilmente, um monólogo. Decorar não é mais do que a obrigação mínima de qualquer um que deseje embarcar nesse meio de noites mal dormidas, figurinos rasgados de última hora e maquiagem que seca se for deixada sem tampa.

O que é ser ator, então? Eu, como uma mera estudante de teatro, não posso responder isso de forma muito elaborada. Acho que ser ator é gostar de acordar quatro e quinze da manhã de domingo, tomar banho correndo e ingerir um litro de cafeína para conseguir viver pelas próximas dezesseis horas de trabalho pesado. É nunca admitir que gosta de fazer si-fu-xi-pá, malhar o diafragma (e quase desmaiar no processo) e decorar trava-línguas constrangedores. É perder o medo de ser feio e decadente quando for preciso ser feio e decadente, e amar os dedos quebrados, os joelhos ralados, os hematomas que brotam do nada e coisas ainda menos nobres (vou deixar a imaginação de vocês trabalhar nesse tópico aqui). Enfim, ser ator é tirar tudo o que você tem – tudo o que é bom e tudo que não é – de dentro e jogar no colo e na cara dos outros. Eu não consigo ver essa profissão como nada menos do que um exercício de amor, ainda que seja um amor meio bruto. Go hard or go home.
Passando essa introdução dramática que eu sempre gosto de fazer (mea culpa), explico o motivo da criação desse post. Inspirada por conversas que tenho tido com pessoas da área, reuni uma série de dicas e tópicos que podem ser úteis para todo mundo que foi picado pelo bichinho que habita a coxia. Pega na minha mão e vem:

1. Todo papel é um papel
O que eu vejo muito nesse meio, me contou um certo diretor, é gente achando que, se você não for protagonista, não vale a pena. Muito se esquece que não existe Hamlet sem Horatio. Não existe Aquiles sem Pátroclo. Não existe Paola sem Paulina (pera…). Todo papel é um papel. Uma hora você está no coro, uma hora no holofote central, e ambas as posições têm a mesma importância no desenvolvimento da história que você quer contar. Aprender isso é o primeiro passo para fazer a coisa toda valer a pena.

2. Leia. Leia mais. Leia de novo. Leia em outro idioma. LEIA
Ler faz bem pro cérebro, aumenta o seu léxico, trabalha a sua sensibilidade e amplia a sua visão de mundo. Com uma melhor percepção das nuances que compõem a vida humana, você é capaz de entender melhor as falas e os diálogos e tudo aquilo que está por detrás deles – o que, na verdade, é o que realmente importa. Sem subtexto, não tem atuação. Um subtexto pobre… adivinha?

3. Menos é mais
Seu personagem é um homem humilde que, a pedido de seu chefe, um milionário fanfarrão, precisa guardar cinco mil reais em sua casa. Ao ouvir o chamado da irmã, que está no quarto ao lado dando um banho em seu bebê recém-nascido, deixa as notas em cima da mesa da sala. Nesse meio tempo, o outro filho da irmã, um pouco mais velho e aborrecedíssimo de ciúmes, decide chamar atenção da família ao botar fogo nas notas. Seu personagem sente o forte cheiro de queimado e volta correndo. Empurra a criança endiabrada e tenta apagar o fogo. A maior parte das notas já era. O molecote, ao cair no chão, abriu a cabeça e agora sangra no tapete persa. Começa o berreiro. A mãe do menino meio morto entra na sala e se atira ao chão, tentando salvá-lo. No outro quarto, o bebê abandonado se afoga na banheirinha.
Como você reagiria? Berraria, se atiraria no chão, arrancaria chumaços de cabelo e comeria, sempre de olhos muito arregalados e babando espuma, quase como se quisesse canibalizar o bebê morto? Tentaria salvar o bebê, deixando sua irmã para tentar resolver a outra situação, sempre pensando no dinheiro, no cadáver, no bebê, na sua vida que de repente virou de pernas para o ar? Se isso realmente acontecesse, você teria estômago para algo além de sentar no chão e chorar?
A gente sabe que é preciso exagerar um pouco no teatro, mas tudo tem hora e tamanho adequados. Todas as reações têm uma razão. Não ignore o psicológico do seu personagem: isso pode destruir sua construção, sua cena e, possivelmente, todo o seu trabalho. É difícil? Para caramba. Mas a prática leva à perfeição.

4. Não tenha medo do ridículo.
O personagem pede para que você babe e cuspa? Então babe e cuspa. Em determinada cena você precisa arrancar as calças, rasgá-las e comer um pedaço delas? Tente não engolir de verdade, mas faça tudo o que for preciso para que a platéia se engasgue de nojo pensando que você realmente comeu os seus jeans esgarçados. Não se trata de aceitar qualquer papel, mas não perca os papéis geniais por causa de algumas cenas com pouco glamour. O ridículo às vezes faz parte.

5. Nem sempre é pessoal
Você acha que fez um bom trabalho, mas alguém te chama de cantinho e diz que você gritou demais, que a sua movimentação estava exagerada, que seus gestos não condiziam com as suas falas. Você tem duas opções aqui: se deprimir e reagir grosseiramente, ou agradecer e refletir. Será que você não gritou mesmo? Será que, no meio da cena, não se empolgou demais e acabou fugindo do foco? Tudo isso pode acontecer, e ser avisado de que passou dos limites é um ótimo meio de se controlar e evitar que isso aconteça de novo.
Nem sempre é pessoal. Até pode ser, mas você vai saber quando for (não seja paranóico). Na maior parte do tempo, é só feedback mesmo.

6. Ensaiar é preciso
Texto decorado, mãos à obra: ensaie. Ensaie com vozes diferentes, com velocidades diversas, comendo farofa e assobiando, levando tapas na cara de cabeça para baixo. Ensaie até você ficar com raiva do texto, mas saiba perdoá-lo pela insistência. As repetições treinam o corpo e o emocional e, depois de um tempo, você acaba naturalizando suas falas, ações e atitudes. Você e o personagem viram um – o que, não é preciso nem dizer, só “facilita” e melhora o seu trabalho.

7. “SEJE MENAS”
Reproduzindo um conselho incrível que recebi recentemente: Você tem dois meses de teatro no currículo? Ótimo. Tem cinco? Lindo. Tem dez anos? Maravilha. Nada disso te faz ser menos estudante e te dá o direito de ignorar conselhos ou feedback e de achar que não pode errar. Cuidado para não estagnar, e trabalhe sempre na humildade.

8. Observe outros atores em ação, e analise as especificidades de cada um
Não só faça: prestigie quem faz. Assista a um filme antigo e depois, ao seu remake. Veja atores diferentes dando vida ao mesmo personagem (Jack Nicholson e Heath Ledger, por exemplo. Mads Mikkelsen e Anthony Hopkins também).
Se possível, tente ver o mesmo texto sendo executado por companhias diferentes. Isso é sensacional para perceber o trabalho de criação de cada ator. Duas pessoas podem ser Blanche Dubois, fazendo as mesmas cenas e falas, e dificilmente as cenas serão iguais em termos de emoção, ritmo e atuação. Depois disso, faça a sua Blanche. Ou o seu Coringa. Ou o seu Hannibal Lecter.

9. Faça cursos livres e desenvolva novas habilidades
Cante, dance, sapateie. Cozinhe, aprenda contorcionismo, fale alemão. Faça um curso de direção. Aprenda a fotografar. Tire carteira de motorista. Medite. Estude a mesma coisa sob o prisma de diferentes profissionais. Escreva. Todas estas coisas parecem não ter nada a ver com atuação, mas estão totalmente ligadas ao trabalho do ator. Quanto mais você souber, mais o seu personagem saberá. Todos os lados saem ganhando.


10. Coma devagarzinho, com talher de sobremesa
O nervoso atrapalha tudo e é inevitável, mas tente se controlar. Quando você sobe no palco ou filma alguma coisa, aquele é o seu momento. Aquele é o seu espaço. Toda a equipe que está trabalhando com você confia na sua capacidade e acredita que você vai fazer o seu melhor, então faça… e aproveite. Ouse mesmo. Não corra e tente fazer tudo terminar depressa. Sinta prazer na sua arte: é pelas endorfinas liberadas pelo amor que você está lá.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Atividades - Conflitos

Conflito

Quando os atores trabalham apenas com a estória, necessitam de um conflito para gerar energia e ação mo palco.

1067 – Exercício do conflito
Para comunicar que o conflito é a tensão que existe entre duas pessoas, peça aos alunos para subirem ao palco, aos pares, e fazerem o jogo do cabo de guerra com uma corda real. A discussão sobre o cabo de guerra deve girar em torno da tensão física que cada um realizou para puxar seu oponente para além da linha do centro. Pode se discutir também o resultado do jogo, se um derruba o outro ou se é estabelecido o equilíbrio.

1068 – Conflito escondido
-          Estabelecer – o que, quem, onde.
-          Cada um escolhe um conflito e o matem para si mesmo, na primeira pessoa, sem deixar que o outro o saiba.
-          Exemplo – Onde cozinha. Quem – marido e mulher. O que – café da manhã. Conflito escondido Marido – eu não vou trabalhar. Mulher quero que ele saia. Estou esperando visita.
-          Permita que a platéia saiba do conflito de cada um antes.

1069 – O que fazer com o objeto
-          Dois atores combinam o objeto entre eles. O objeto deve ser movimentado a partir de uma forma combinada, vende-lo, destruí-lo, esconde-lo

1070 – Jogo do conflito
-          Grupo todo.
-          Dois atores vão ao palco . Combinam um conflito que permite que muitos outros elementos tomem parte.
-          Exemplo – uma briga numa esquina. Entra policial, orador ataca e defende, vagabundos, donas de casa.
-          Exemplo 2 – uma briga no parque da escola – diretor, amigos, inimigos, valentão, mães, professores, policial, ambulância.



Atividades - Trabalhando Emoções

Emoção


Existem grandes controvérsias sobre a melhor forma de conseguir, para uma cena particular, determinada emoção ou sentimento, seja do estudante que está iniciando ou do artista que interpreta. O problema de tornar claro o que se entende por emoção realmente não é simples. No entanto, para trabalhar diretamente com a emoção como um problema de atuação durante o treinamento, é preciso formular uma posição a respeito. Uma coisa é certa. Não devemos usar a emoção pessoal e/ou subjetiva (que usamos na vida diária) para o palco. É um assunto pessoal (como sentir ou acreditar) e não algo para ser mostrado no palco. No máximo, a emoção "verdadeira", colocada no palco, pode ser classificada como psicodrama. Não constitui uma comunicação teatral.

A emoção que necessitamos no palco só pode surgir da experiência imediata. Neste tipo de experiência reside a ativação de nosso eu total - movimento orgânico - que quando combinado com. a realidade teatral, espontaneamente produz energia e movimento (palco), tanto para os atores quanto para a platéia. Desta forma evita-se que velhas emoções, de vivencia passadas, sejam usadas no momento novo da experiência. Deve ter sido esta a f6rmula que gerou as emoções pessoais originais e, se assim for, todas as emoções que usamos na vida diária deveriam surgir de um movimento orgânico - do Onde, Quem e O que, envolvimentos e relacionamentos de nossa vida pessoal.

Por isso devemos criar nossa própria estrutura (realidade no teatro) e representá-la, em lugar de vivenciar velhas emoções.

Desta forma, é acionado todo um processo que cria sua própria energia e movimento (emoção) no aqui/agora. Evita-se assim o aparecimento do psicodrama em ambos os lados do palco, pois o psicodrama é um veiculo especialmente destinado a questões terapêuticas - com o objetivo de extrair emoções antigas dos membros participantes e coloca-las numa situação dramática, para examina-las e libertar o indivíduo de seus problemas pessoais. A estrutura dramática é a única semelhança com o teatro. No treinamento teatral , a emoção pode ser facilmente provocada por muitas mentiras. Deve-se tomar cuidado para não usar inadequadamente a emoção individual ou permitir que o ator o faça.

Quando o psicodrama é confundido com uma peça ou cena, ou quando de é considerado como sendo a cena, o ator é levado a explorar-se a si mesmo (suas emoções), em vez de vivenciar movimento total e orgânico. O que mais pode o psicodrama fazer além de extrair lágrimas que devem surgir apenas do sofri­mento individual, e que tornam impossível o desprendimento artístico? A emoção gerada no palco permanece alheia porque é útil somente dentro da estrutura da realidade estabelecida.

Quando, durante a oficina de trabalho, os exercícios, estão sendo usados para liberação emocional, eles devem ser interrompidos, pois os atores estão trabalhando apenas com os seus senti­mentos pessoais.

Por isso não devemos dar muito cedo aos alunos os exerci­cios de emoção, se quisermos evitar exibicionismo, psicodrama e mau gosto generalizado. O aluno ator não deve fugir para o seu universo subjetivo e "emocionar-se”, nem deve intelectualizar sobre o "sentimento", o que apenas limita a expressão do mesmo. A platéia não deve interessar-se pelo sofrimento, alegria ou frustra­cão pessoal do ator que está interpretando. É a habilidade do ator para interpretar o sofrimento, alegria e frustração do personagem o que os mantém cativos.
Alguns comentários sobre a emoção

Não vamos estudar com profundidade a emoção, mas tocar em alguns pontos para orientar alunos principiantes.

Ø  Procure sempre se perguntar: como eu me sentiria se fosse o personagem, nesta situação?
Ø  Cuidado para não representar a emoção ao, ao invés da ação.
Ø  Não deixe a emoção desviar suas intenções.
Ø  Há uma tendência para falar baixo as coisas tristes. É preciso que tudo que se fale seja ouvido por todos. A tristeza influi no tom, na inflexão, mas não no volume da voz.
Ø  A grande fonte de emoção é a escolha de intenções, fortemente energéticas, imaginativas. A in­tenção é motor da atuação.
Ø  Nem sempre a emoção é trágica, enorme, exagera­da, com manifestações ruidosas de choro, gritos, lamentações, ódios, e agressões. Ela pode estar sem presente, e ser, muitas vezes, tão sutil que se torna indefinível.
Ø  O que aconteceu na vida pessoal, de alegre ou de triste, pode futuramente ser utilizado no trabalho.
Ø  A emoção deve fluir, e não ser um bloco sólido. E dinâmica e não estática.
Ø  Se o ator compreendeu seu personagem, construiu suas razões internas, se seu relacionamento se ajusta ao de outros personagens, pode-se garantir que qualquer sentimento ou. Emoção que surja vai ser verdadeiro e artístico.
Ø  E difícil atingir um estado fortemente emocional, repentinamente, sem ficar falso.


1055 – Grito silencioso
-          O Grupo sentado gritar sem fazer nenhum som.
-          Grite com os lados do pé, os olhos, as costas, o estomago, as pernas, com o corpo todo.
-          Quando todos estiverem no seu máximo, peça que todos gritem soltando o som.

1056 – incapacidade de mover-se
-          representar uma situação em que está fisicamente imobilizado e assustado por um perigo vindo de fora.
-          Homem paralisado em cadeira de rodas, percebe outra atrás dele.

1057 – Incapacidade de mover-se II
-          Um grupo de pessoas está numa situação onde é impossível mover-se por causa de um perigo exterior.
-          Soldados em meio a um campo de minas.
-          Ladrões escondidos no armário.

1058 – Modificando emoções
-          Após completada uma ação. Repeti-la uma segunda vez, mas com uma ação interior diferente.
-          Uma menina se maquiando para o baile – prazer de ir a festa
-          Segunda ação interior – desapontamento porque soube que o seu ex namorado vai com outra.

1059 – Modificando a intensidade da ação interior
-          A emoção deve iniciar num determinado ponto e tornar-se progressivamente mais forte. De afeição, para amor, para adoração – De desconfiança para medo, para terror. – de irritação para raiva, para fúria.
-          Uma pessoa descobre que foi trocado por outra.

1060 – Emoção em salto
-          Cada ator escolhe alguma mudança radical de ação interior, que planifica anteriormente e introduz na cena. Ex. de medo para heroísmo, para amor, para piedade, etc.
-          Onde – na toca da raposa
-          Quem – dois soldados
-          O que – uma missão perigosa.
-          Mudanças de estados emocionais – de medo para heroísmo, de raiva para compreensão.

1061 – Mostrar emoção por meio de objetos
-          Uma série de objetos no palco. Balão, saco de areia, bola, correntes, triangulo, saca de café, fitas de elásticos, corda, brinquedos, escadas, etc.
-          Usar um objeto escolhido espontaneamente, no momento em que o ator necessitar dele, para mostras um sentimento ou relacionamento.

1062 – Mostras emoção por meio de objetos II
-          Os atores repetem a mesma cena realizada , procurando manter o sentimento dos objetos sem usa-los.

1063 – Jogo de emoção
-          Um ator inicia um jogo que pode ser ampliado para incluir outros atores. Ele comunica onde está – e quem é.
-          Aquilo que vai acontecer com ele deve girar em torno de um desastre, acidente, histeria, pesar. Outros atores entram em cena, como personagens definidos, estabelecendo relacionamento com o onde e quem.
-          Exemplo – Onde – esquina na rua. Quem – velho. O que – carro atropela o homem quando atravessa a rua. O velho tenta várias vezes atravessar a rua. É atropelado pelo carro e cai gemendo no solo. Outros atores entram como motoristas, agentes de polícia, amigos, transeuntes, ambulância...
-          Exemplo – onde – quarto de hospital . Quem – mulher. O que – sentada no leito de um parente que está morrendo

1064 – Rejeição
-          Estabelecer – onde, quem, o que. Os atores devem rejeitar outros atores, adotando os seguintes parâmetros.
-          Um grupo rejeita outro grupo.
-          Um grupo rejeita um individuo.
-          Um individuo rejeita um grupo
-          Um individuo rejeita outro individuo.
-          Exemplo – uma pessoa nova na vizinhança é rejeitado. Alguém é rejeitado por causa de sua raça. Professor substituto é rejeitado pela classe.

1065 – Emoção por meio de técnicas de câmera
-          Estabelecer – o que, quem, onde.

-          De tempos em tempos mudar o ator foco de atenções

Atividades - Trabalhando os Sentimentos

Sentimentos


1031 – Alivio
-          Você está dormindo.
-          O vento estremece as janelas
-          Você acorda. Olha em volta. Vê sombras na parede. Fica com medo.
-          Você quer levantar. Não consegue.
-          De repente, acende-se a luz.
-          É a sua mãe. Não é nada. Que alívio.


1032 – Raiva
-          Você brinca com seu carrinho.
-          De repente um menino tira o seu carrinho. Que raiva.
-          Você vê o menino sair correndo. Puxa.
-          Você corre atrás dele. Não consegue pegar ele. Mais raiva. Você corre com raiva, com muita raiva.
-          Ele caiu. Largou o carrinho. Você corre ele foge, você pega o carrinho.

1033 – Surpresa
-          Você esta brincando com seus soldadinhos.
-          Eles estão todos arrumadinhos, parece um desfile militar.
-          Você ouve uma campainha da porta tocar. Quem será?
-          Você se levanta. Corre porque a campainha toca sem parar. Você abre a porta. Que surpresa. È um dos seus soldadinhos. Que surpresa.

1034 – Solidariedade
-          Está na hora do recreio.
-          Que fome. Você começa a comer.
-          Vê o lanche do seu colega cair no chão.
-          Você fica com pena. Oferece um pouquinho do seu lanche pra ele.

1035 – Hilaridade
-          Você sente o cheiro de jaca.
-          Procura.
-          Acha uma jaca na cozinha. Mete a mão na jaca.
-          Come, guloso, os bagos da jaca.
-          As mão ficam lambuzadas
-          Entra na sala seu colega, e sem perceber você cumprimenta-o com suas mãos sujas.
-          Ambos ficam lambuzados e começam a se lambuzar todo o corpo.

1036 –Ansiedade
-          Você se arruma para ir a praia. Que calor.
-          Você espera sua família, preparar toda bagagem, exageradamente.
-          Como demora.
-          Você fica impaciente, e começa andar, pela sala, olhar o tempo.
-          Após demora, percebe que todos estão prontos.
-          Todos saem e vão a praia.

1037 – Alívio II
-          Você arruma seu dinheiro na carteira.
-          Que vento.
-          Você vê seu dinheiro voar.
-          Você corre atrás. Você está quase pegando as notas.
-          Como sopra forte o vento.
-          Seu dinheiro voa cada vez mais longe.
-          Corre atrás do seu dinheiro.
-          Finalmente consegue pegar. Ufa que alívio.

1038 – Alívio III
-          Você é um ratinho, pequeno.
-          Sente o cheiro de queijo. Um queijo fresquinho.
-          Sai da toca, olha para os lados. Com muito cuidado.
-          De repente aparece o gato, você volta correndo para a toca.
-          Que susto, e o gato vai embora, aliviado, você olha para os lados e sai novamente.
-          Pega o queijo e come.

1039 – Amor
-          Você segura o seu bichinho de estimação. Acaricia ele.
-          De repente ele foge.
-          Você acompanha com o olhar ele indo embora.
-          Ele desaparece, você fica triste, com sua ausência.
-          Sem perceber ele retornou com um presente para você.
-          Vocês ficam bem juntinhos e felizes, juntos.

1040 – Raiva II
-          Você está de férias num acampamento.
-          Está cansado. Você dorme.
-          Sente um mosquito te incomodando, incomodando. Que raiva.
-          Sente mais mosquitos.
-          Você quer dormir. Começa a ficar com raiva.
-          Você se levanta, com raiva e preguiça. Pega o spray e acaba com os mosquitos.

1041 – Tédio
-          Você está na sala do médico.
-          É uma sala pequena, abafada.
-          Você espera pacientemente. Não tem ninguém para conversar.
-          Procurar revistas. Não encontra.
-          Como demora a chegar a hora d entrar.
-          Você começa perder a paciência.
-          Por que tanta demora?
-          O jeito é esperar, esperar...

1042 – Expectativa
-          Você vai jogar sua primeira partida no time titular.
-          Você entra no vestiário. Veste o uniforme do time.
-          Vai par ao campo. Faz um aquecimento.
-          Esse jogo que não começa, você fica na expectativa.
-          Do começo do jogo.

1043 – Poesia
-          Você está num barco.
-          Olha o mar. Contempla as ondas.
-          Segue com olhar o vôo das gaivotas, mergulhando e voando várias vezes.
-          Lá longe vê o sol se escondendo, todo avermelhado.

1044 – Hilaridade II
-          Sente um ratinho passando por cima dos seus pés.
-          Vê o ratinho por toda parte, no chão.
-          Você procura se livrar dos ratinhos.
-          Você sobe numa mesa, eles começam a subir pela mesa.
-          Você fica com medo.
-          Começa a espantar. Bate neles. Após luta eles vão embora.

1045- Beleza
-          Você vê uma flor. Que linda.
-          Você apanha a flor. Ela é perfumada.
-          Você vê muitas outras flores.
-          Apanha outra, outra
-          Esta está difícil de arrancar, você se cansa.
-          Você prepara um lindo buquê.
-          Sai entregar.

1046 – Beleza II
-          Você vê um colega triste.
-          Você chega conversar com ela, entrega-lhe uma flor.
-          Faz um colar de flores, conversam, ela começa a ficar feliz.
-          Resolvem sair e ir brincar.
-          Sentam e brincam juntos.

1054 – Sentimentos e reações


1.        Nervosa
2.        Com angustia
3.        Com ar ingênuo
4.        Com doçura
5.        Hesitante
6.        Sempre doce
7.        Amável
8.        Num desapontamento
9.        Meio agressiva
10.    Misteriosa
11.    Numa alegria evidente
12.    Voz máscula
13.    Espantada
14.    Olhando todos
15.    Com voz lenta e aveludada
16.    Recuando
17.    Excitada
18.    Com exaltação
19.    Noutro tom
20.    Aterrorizada
21.    Fica num suspense
22.    Em voz baixa
23.    Impressionada
24.    Olhando
25.    Cético
26.    Fala dançando
27.    Sério
28.    Espantado
29.    Oferecendo a face
30.    Sorrindo sempre
31.    Afirmativamente
32.    Preocupada
33.    Animada
34.    Forte
35.    Exaltada, gritando
36.    Desesperada
37.    Patética
38.    Perversa
39.    Maliciosa
40.    Atormentada
41.    Provocadora
42.    Com irritação
43.    Sentida
44.    Brincando
45.    Enigmática
46.    Com certa ameaça
47.    Irritado
48.    Louco de dor
49.    Ofegando
50.    Cumprimentando
51.    Gritando
52.    Suplicando
53.    Com ar de sonolência
54.    Desorientada
55.    Tentando recordar
56.    Impaciente
57.    Nervosa
58.    Com desprezo
59.    Com mais coragem
60.    Teimosa
61.    Desesperada
62.    Em pânico
63.    Resoluta
64.    Com naturalidade
65.    Advertindo
66.    Ríspida
67.    Saturada
68.    Irônica
69.    Pedindo
70.    Carinhosa e fraternal
71.    Suplicante
72.    Afirmativa
73.    Negligente
74.    Sempre implorando
75.    Cortante
76.    Superior
77.    Sempre terna
78.    Filosófica
79.    Fria
80.    Recuando o corpo
81.    Com rancor
82.    Chorosa
83.    Sombria
84.    Olhando para espelho
85.    Cínica
86.    Com lentidão calculada
87.    Curioso
88.    Perverso
89.    Queixoso
90.    Disciplente
91.    Com bom humor
92.    Com raiva concentrada
93.    Revoltada
94.    Enfurecida
95.    Risonha
96.    Maliciosa
97.    Desconfiada
98.    Violenta
99.    Com amargura
100.  Impaciente
101.  Agoniada
102.  Com melancolia
103. Vaidosa
104.  Doce
105.  Admirada
106.  Inquieta
107.  Impressionada
108. Com um gesto profundo
109.  Triunfante
110.   Perturbada
111.    Comovida
112.    Com angustia
113.     Reticente
114.    Chocada
115.    Meiga
116.   Atônita
117.    Brincando
118.    Acariciando os cabelos
119.    Dolorosa
120.    Olhando em torno
121.    Com relutância
122.     Cruel
123.      Enciumada
124.     Animada
125.     Conciliatória
126.      Humilde
127.    Suave e dolorosa
128.     Saliente
129.     Ameaçadora
130.     Perdendo a cabeça
131.    Sonhadora
132.     Berrando
133.     Espantada

134.     Meio alucinada