terça-feira, 25 de outubro de 2016

Como decorar textos

Como decorar textos para televisão/teatro
Você quer ser ator (ou atriz)? Seu sonho é atuar em grandes peças, no cinema, em novelas e séries? Nós sempre elaboramos artigos especiais com dicas especiais para você, que deseja crescer e conquistar sucesso na área da atuação.
Pois bem, o ponto de partida para atuar é decorar textos. Como será que esses grandes atores e atrizes conseguem decorar longos textos em curtos espaços de texto? Quem já tentou decorar apenas uma fala sabe como essa tarefa pode ser complicada.
Foi pensando nisso que hoje separamos para você dicas para que você consiga memorizar até mesmo as grandes falas. Existe um conjunto de técnicas específicas que pode te ajudar nessa missão.
Lembrando que cada atriz e cada ator adéqua as técnicas ao seu modo, criando novas formas de memorização, seja por repetição, assimilação e até mesmo a experiência contribui para isto.
Aprendendo a decorar textos
Usando um acróstico
Uma ótima maneira de decorar falas é usar um acróstico. Para quem não sabe, acróstico é uma maneira de se fazer poesia na qual as letras de cada verso vão formando – em sentido vertical – uma palavra, a qual será a decorada pra lembrar-se do seu texto.
Esse pode ser um caminho complicado, mas acredite, muitos profissionais utilizam essa técnica para decorarem os textos.
Falando para outra pessoa
Falar para uma pessoa o texto que está tentando memorizar também é uma boa alternativa. Peça pra alguém da família, amigo ou namorado(a) que segure o texto enquanto você vai falando… Assim o seu auxiliar poderá corrigir quando você errar e te ajudar no direcionamento do melhor caminho.
Mas, é claro, é preciso fazer sem qualquer papel auxiliando, ensaiando antes para conseguir memorizar ao menos uma parte antes de iniciar esse processo.
Dessa forma você vai sentir mais segurança.
Encaixando o texto em algo que você goste
Uma boa estratégia, por exemplo, é colocar o texto na melodia de uma música que você gosta.. você verá como ficará bem mais simples de memorizar.
Lembra de quando o professor falava para fazer uma música com as preposições na aula de língua portuguesa? Ou em química pra decorar a tabela periódica? Então, a ideia é essa.
Repetir, repetir e repetir
Ensaie bastante, muito mesmo. O máximo que puder. Leia, releia e leia novamente.
Algumas pessoas usam um espelho, falam para ele enquanto se olham. Isto também pode ajudar.
Como disse no começo, cada ator e atriz adapta a técnica ao seu modo. Aliadas às técnicas, aprenda o improviso, já que você poderá esquecer a fala e será necessário improvisar. Isto é fundamental.
Escolha a técnica que mais te agrada e decore suas falas!
E você que é ator ou atriz, tem alguma técnica diferente das acima para memorizar os textos? Deixe seu comentário abaixo para nós.
Quer mais dicas de memorização, dicas para atuar, dicas para testes e outras dicas sobre essa profissão? Em nosso blog você sempre encontra os melhores artigos, disponíveis para te auxiliar em sua carreira. Confira sempre.
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Dicas para atores e atrizes

8 dicas de atores e atrizes para quem deseja atuar
Ingressar na carreira artística não é uma tarefa fácil, todos os atores e atrizes precisaram de muita dedicação e esforço para conseguirem alcançar o sucesso. Muito mais do que sorte, as estrelas de novelas, filmes e peças de teatro empenharam-se muito para ter uma carreira consolidada.
Bom, o primeiro passo para todas as pessoas que desejam atuar é terem a certeza de que realmente desejam fazer parte desse mercado. Ou seja, precisam ter consciência que esse mundo não é puro glamour como muitos acham, mas sim um universo que exige muito do profissional. Se você deseja apenas a fama ou o dinheiro, então esqueça, você precisa antes de tudo amar essa profissão.
Além desse passo, muitos outros passos precisam ser dados para conquistar o sucesso atuando. Veja quais passos são esses e como subir cada um dos degraus da carreira de ator e atriz.
Dicas de atores e atrizes para quem deseja atuar
1) Qualifique-se
Ser ator e atriz exige qualificação. Apesar de ser necessário dom, ninguém nasce atuando, os profissionais de sucesso fizeram cursos, treinamentos, participaram de seleções, fizeram oficina de atores e, principalmente, treinaram muito.
2) Tenha networking
Quanto melhor foi seu networking, maior será a sua influência e mais facilmente você conseguirá aquela vaguinha para um teste importante ou aquela indicação de alguém renomado.
Então, frequente eventos da área, busque ir aos mesmos lugares onde os profissionais estão, envie seu portfólio para as pessoas certas e consiga ampliar a sua rede de contatos. Mostre ao mundo quem é você!
Hoje em dia o networking é de extrema importância para todas as áreas, sobretudo para quem deseja atuar. Portanto, amplie o seu, mas faça isso de forma cuidadosa, sem ser inoportuno.
3) Inspire-se em alguém
Procure blogs ou perfis em redes sociais de outros atores e produtores e inspire-se para que você também alcance o sucesso. Você pode ir ainda mais além: Faça contato, busque trocar experiências, compartilhe ideias e consiga dicas valiosas.
4) Tenha ousadia
Corra atrás dos seus sonhos, arrisque-se, saia da sua zona de conforto e mergulhe no mundo da atuação. Não espere que as oportunidades caiam em seu colo, busque as oportunidades.
Quando estiver na seleção dos sonhos, participe. Nunca pense que você não tem capacidade ou não está preparado para isso. Lembre-se que o máximo que pode acontecer é você ouvir um não, mas pelo menos você terá tentado.
5) Viva intensamente seus personagens
Entenda o seu personagem, estude sobre ele, busque referências e incorpore o personagem, mesmo fora do trabalho. Assim, você conseguirá interpretar com mais profissionalismo e conseguirá sucesso na área.
Saiba que é impossível demonstrar as emoções se você não as conhece, portanto é necessário entender a fundo o personagem. Atuar vai muito além de frases prontas, são necessários tipo de voz, movimentos, expressões e tudo o que envolve esse trabalho. Ah, e saiba improvisar caso as coisas não saiam como o planejado.
6) Use o corpo inteiro quando atuar
Não use apenas a boca, mas utilize o corpo para falar: Use braços, faça caras e bocas, treine olhares e tudo o que for necessário para incorporar o personagem.
7) Encontre o ritmo certo
Muitas pessoas atropelam frase porque falam muito depressa ou cansam o público porque falam muito devagar, então encontre o ritmo ideal e o siga. Outro ponto é: encontre o tom, sem falar muito baixo ou muito alto.
8) Treine muito
Pratique sempre! Somente com muita prática será possível atingir a perfeição.
Mais dicas como essas você encontra aqui na Bookingcast, encontre o seu espaço no mercado com a nossa ajuda!

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Dicas para perder a timidez

6 dicas para perder a timidez e se tornar mais comunicativo
Expressar as próprias ideias e vontades não é uma tarefa fácil. A pressão e a expectativa das pessoas pode influenciar, atrapalhando a espontaneidade e a comunicação. No trabalho então, isso pode ser uma grave impedimento, acarretando em desvantagem com relação aos outros profissionais. Mas perder a timidez tem solução, e com algumas dicas você saberá se sair muito melhor nessas situações. Quer saber como se livrar daquele terrível frio na barriga? Então confira:
Aumente sua autoestima
É muito normal que quem sofra de timidez tenha também baixa autoestima, se colocando em lugar inferior em situações em que tenham que relacionar com outras pessoas. O primeiro passo, nesse caso, é investir em si mesmo. Exercícios físicos, terapias ou qualquer outra atividade que promova o bem-estar traz mais segurança, ajudando-o a estimular sua autoestima.
Valorize suas ideias
Acreditar em si mesmo é um exercício que deve ser praticado diariamente por aqueles que hesitam muito com suas vontades. Ninguém nasce gênio, e o reconhecimento profissional é, geralmente, resultado de muito trabalho. Em uma relação pessoal, expor aquilo que pensa é primordial para o diálogo e a forma mais saudável de resolver os problemas. Por isso, acredite no que você sente e pensa, sem se julgar antes de expor suas ideias.
Não tenha medo das críticas
Todos passamos por momentos de aprendizagem ou mesmo períodos em que estamos construindo o próprio método de realizar as coisas. Por isso, as críticas, quando trabalhadas de modo construtivo, podem ser úteis para a evolução das suas ideias e de sua maneira de se apresentar ao mundo.
Ao receber uma crítica, portanto, saiba colocá-la no lugar certo e entender quais pontos precisam ser melhorados na sua atitude. Demonstrar humildade não é se fazer de vítima, mas sim manifestar sua disposição em prestar atenção e melhorar aquilo em que está sendo criticado.
Informe-se e vá atrás de assuntos interessantes
Para quem tem muita dificuldade em iniciar uma conversa, nada melhor do que se alimentar de coisas diferentes e interessantes. Não tenha medo de se aventurar em revistas, livros e filmes fora do seu lugar comum. Pesquise, estude e corra atrás: uma mente viva e estimulada é mais criativa, e isso pode ajudar muito na hora de puxar conversa ou mesmo explicar algum sentimento ou ideia.

Matricule-se em atividades em grupo
Toda aula realizada em grupo proporciona uma situação de troca que obriga, no bom sentido, a se relacionar de modo mais direto com os colegas. É uma oportunidade de começar a trabalhar a exposição de suas ideias, uma fala mais altiva e uma apresentação mais espontânea.
O teatro, por exemplo, é um caminho bastante eficiente para quem deseja superar a timidez. Algumas pessoas até se surpreendem e acabam pegando gosto pela atuação, chegando mesmo a se tornar atores profissionais!
Sinta-se à vontade para questionar

Fazer perguntas não significa ignorância, mas sim interesse em se aprofundar no assunto em questão. Sempre que houver uma dúvida, principalmente no trabalho, não sinta o tal “medo de parecer ridículo”: pergunte aquilo que quer saber. É claro que é preciso atenção e bom senso para não gerar questionamentos excessivos ou desnecessários, mas, muitas vezes, aquela pergunta que ficou entalada poderia ser a chave para a resolução de um problema ou de evitar uma crítica lá na frente. Pense nisso!

5 Dicas para não fazer feio com seu monologo

5 dicas para não fazer feio com o seu monólogo
É comum: todos ficam nervosos quando vão apresentar um monólogo. Afinal, é só você no palco.
Porém, o que pode parecer um desafio, na verdade, é a sua chance de ter todos os olhares voltados para você, prestando atenção no seu material e no seu talento. É, ao subir no palco e apresentar um monólogo, que você conseguirá se destacar dos demais e mostrar o seu verdadeiro valor.
Ainda assim está com temor de se apresentar? Separamos 5 dicas para surpreender no seu monólogo. Confira!
1- Não siga tendências
Sabe aquele monólogo que todos seus amigos estão dizendo que é demais? Então, ele é tão bom que outros também o farão.
Fazendo igual aos outros, você não surpreende ninguém. É desgastante para o diretor de elenco ver uma série de atores repetindo as mesmas cenas de filmes e de peças recentes.
Se você planeja usar um monólogo que seu professor de atuação ensinou em sua classe, desista. Encontre outros atores que também estão tendo aulas com ele e pergunte sobre seus monólogos. É possível que acabe na mesma audição com estes atores, apresentando os mesmos monólogos.
Então, na hora de escolher o seu monólogo, seja original. E na dúvida, pergunte aos seus amigos, adapte os textos (um clássico do século XIX pode ser adaptado para os dias atuais e ganhar um brilho a mais), apresente aos seus amigos e familiares o seu monólogo, as pessoas que te amam são os melhores na hora de julgar se o seu material é bom.
2- Simples e curto
Só porque você tem disponível dois ou três minutos, não quer dizer que você tenha que usar todo o tempo. Um minuto é, geralmente, o suficiente para dar aos avaliadores a dica de qual é o seu tipo de atuação e a sua habilidade.
Então, que tal focar em ser muito bom em 60 segundos? Você também pode escolher dois monólogos constrastantes, por exemplo, um clássico e um moderno, ou um dramático e uma comédia. Assim, será possível demonstrar a sua facilidade em interpretar vários personagens.
Extraia o melhor das personagens. Se você representa um personagem complexo, acredite nele, se ponha no lugar dele e deixe que os outros não enxerguem mais você, e sim, a personificação do personagem que você escolheu.
3- Na dúvida, seja divertido e leve
O diretor de elenco tem um trabalho complicado: precisa passar dias e dias assistindo monólogos que nem sempre são divertidos, na maioria das vezes são dramáticos e racionais. Que tal surpreendê-lo com um monólogo bem humorado? Se você for um dos últimos a se apresentar, pode ser que assistir à um monólogo animado e engraçado, dê um brilho a mais na sua apresentação, conquistando de vez a platéia!
4- Para onde olhar durante o monólogo
Como você não terá com quem contracenar, é comum buscar o olhar de quem está na plateia ou ficar vagando com o olhar. Não faça isso!
Escolha um ponto de foco onde você poderá projetar a sua voz e direcionar a sua fala: pode ser a luz de saída, a parede no fim da sala, um dos lados da câmera ou um banco no auditório que esteja na altura do seu olho. Qualquer objeto é apropriado nesta situação.
5 – O diretor não é um ponto de foco
Faça o que fizer, não force a pessoa que está te avaliando nessa audição a ser o seu parceiro na cena, a menos que isso seja pedido. É extremamente desconfortável para o diretor de elenco conseguir analisar você enquanto você estiver o encarando.
Lembra o motivo de ter começado a atuar? Foi para tocar pessoas, para entreter, para contar histórias, expressar quem você é de maneiras que não seriam possíveis no “mundo real”.
Mostre isso na sua audição. É uma performance, não importa quão pequena ela seja. Entretenha, dedique-se e mostre que você é o melhor.
Já passou por saias justas em seus monólogos? Conhece outras dicas para não fazer feio com o seu monólogo? Conta pra gente nos comentários!

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5 Dicas para atores iniciantes

5 dicas imprescindíveis para atores iniciantes
O mercado de atuação atrai muitas pessoas em busca de construir uma carreira sólida e de reconhecimento. Para quem deseja obter sucesso, entretanto, é preciso saber que essa área exige muita persistência e estudo.
Se você está começando, entenda aqui o que pode impulsionar novos vôos na sua carreira e gerar boas oportunidades: desde o cuidado com a imagem até o preparo para os testes, saiba quais são as maneiras mais eficientes de abrir as portas no mercado de atuação!
Invista em cursos profissionalizantes
Uma formação sólida é muito importante para que se consiga boas oportunidades. Há muitos cursos superiores e técnicos em artes cênicas que garantem o DRT, registro profissional do ator, quando são concluídos.
Com um registro profissional, a confiança no seu trabalho é maior e o ator tem permissão legal para trabalhar em qualquer área. Prefira cursos que sejam reconhecidos no mercado, que já tenham formado bons atores e que tenham uma boa reputação entre as agências.
Faça cursos complementares
O ator precisa ser um ser mutante, que incorpora diversos papéis em sua carreira. Quanto mais habilidades ele tiver paralelamente à de interpretação, maiores serão suas chances de conseguir um papel. Aulas de dança, de canto, de expressão corporal, e até esportes diferentes como a esgrima podem render um diferencial importante no momento da seleção.
Tenha um bom material de apresentação
Todo ator tem um lado empreendedor. Afinal, ele é o seu próprio produto, e ninguém mais fiel do que si próprio para enaltecer sua imagem, não é mesmo? Com a facilidade da internet, ficou mais fácil ser encontrado por diretores, olheiros e produtores de elenco. No entanto, como tudo na vida, a rede possui vantagens e desvantagens. Ao invés de ver o seu melhor trabalho, o diretor pode acabar caindo em um vídeo do seu começo de carreira, comprometendo a impressão que ele tem de você.
Para que isso não aconteça, seja criterioso e seletivo ao editar aquilo que será disponibilizado. Mantenha o material sempre atualizado e não esqueça de uma boa roupagem gráfica. Além do videobook, invista em outros meios de divulgação, como website, blog, sites de relacionamento e de trabalho.
Vá preparado para os testes
Testes de atores são momentos onde deve haver a máxima concentração e dedicação. Se houver texto, você deve estudá-lo com cuidado, pois, certamente, isso dará mais segurança à sua apresentação. Chegue pontualmente, tire suas dúvidas se necessário e não fique disperso até chegar a sua hora. Pense que, dentre os vários candidatos, você deve se destacar! E para isso, quanto mais você estiver preparado, melhor.
Estude para fazer cinema e televisão
Todos ator sabe que a televisão e o cinema são mercados mais restritos. Para isso, quanto mais o ator tiver domínio e conhecimento de cada linguagem, maiores serão suas chances de ser chamado. Saber se posicionar para a câmera, projetar a voz de forma adequada, entender os tempos e a dinâmica da equipe pode fazer com que se destaque.
Mesmo sendo o cinema e a televisão áreas que oferecem uma projeção na carreira do ator, o teatro continua sendo a base fundamental para a formação. Por isso, por mais que trabalhe em outras áreas, tenha cuidado de estar em dia com as técnicas e linguagens teatrais!
Preparado para deslanchar sua carreira de ator? Conte para a gente, nos comentários, se ainda ficou com alguma dúvida, e continue acompanhando nosso blog!
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O vendedor sincero


- Amor, você não acha que aquele homem que te vendeu esse carro era um vendedor muito sincero e verdadeiro?

- Não sei!...Por que você está dizendo isso mulher

- Por que ele disse que esse carro importado era um carro muito bom. Que era um carro para a vida toda. E não é que ele tinha razão. Já faz mais de dois anos que você está tentando vender e ninguém quer comprar essa encrenca. Eu estou começando a pensar que esse carro também se casou com você.


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Bertold Brecht - A Nova técnica de representar

A nova técnica da arte de representar

Bertolt Brecht

Tentarei descrever uma técnica de representação utilizada para distanciar os acontecimentos apresentados ao espectador. O objetivo desta técnica do efeito de distanciamento é conferir ao espectador uma atitude analítica e crítica perante o desenrolar dos acontecimentos. Os meios empregados para tal são de natureza artística.

Para a utilização deste efeito, segundo o objetivo já mencionado, é condição necessária que no palco e na sala de espetáculos não se produza qualquer atmosfera mágica e que não surja também nenhum "campo de hipnose". Não se intenta, assim, criar em cena a atmosfera de um determinado tipo de espaço (um quarto à noitinha, uma rua no outono), nem tampouco produzir, através de um ritmo adequado da fala, determinado estado de alma.

Não se pretende "inflamar" o público dando-se rédea solta ao temperamento, nem "arrebatá-lo" com uma representação bem feita de músculos contraídos. Não se aspira, em suma, pôr o público em transe e dar-lhe a ilusão de estar assistindo a um acontecimento natural, não ensaiado. Como se verá a seguir, a propensão do público para se entregar a uma tal ilusão deve ser neutralizada por meios artísticos.

É condição necessária para se produzir o efeito de distanciamento que, em tudo o que o ator mostre ao público, seja nítido o gesto de mostrar. A noção de uma quarta parede que separa fisicamente o palco do público e da qual provém a ilusão de o palco existir, na realidade, sem o público, tem de ser naturalmente rejeitada, o que, em princípio, permite aos atores voltarem-se diretamente para o público.

O contato entre o público e o palco fica, habitualmente, na empatia. Os esforços do ator convencional concentram-se tão completamente na produção deste fenômeno psíquico que se pode dizer que nele, somente, se descortina a finalidade principal da sua arte. As minhas palavras iniciais, ao tratar desta questão, desde logo revelam que a técnica que causa o efeito de distanciamento é diametralmente oposta à que visa a criação da empatia. A técnica de distanciamento impede o ator de produzir o efeito da empatia.

No entanto, o ator, ao esforçar-se para reproduzir determinadas personagens e para revelar o seu comportamento, não precisa renunciar completamente ao recurso da empatia. Servir-se-á deste recurso na medida em que qualquer pessoa sem dotes nem pretensões teatrais o utilizaria para representar outra pessoa, ou seja, para mostrar o seu comportamento.

Todos os dias, em inúmeras ocasiões, se vêem pessoas a mostrar o comportamento de outras (as testemunhas de um acidente demonstram aos que vão chegando o comportamento do acidentado; este ou aquele brincalão imita, trocista, o andar insólito de um amigo etc.), sem que estas pessoas tentem induzir os espectadores a qualquer espécie de ilusão. Contudo, tanto as testemunhas do acidente como o brincalhão, por exemplo, é por empatia para com as suas personagens que se apropriam das particularidades destas.

O ator utilizará, portanto, como ficou dito, este ato psíquico. Deverá consumá-lo, porém - ao invés do que é hábito no teatro, em que tal ato é consumado durante a própria representação e com o objetivo de levar o espectador a um ato idêntico - apenas numa fase prévia, em qualquer momento da preparação do seu papel, nos ensaios.

Para evitar que a configuração dos acontecimentos e das personagens seja demasiado "impulsiva", simplista e desprovida do mínimo aspecto crítico, poderá realizar-se maior número de ensaios à "mesa de estudo" do que habitualmente se faz. O ator deve rejeitar qualquer impulso prematuro de empatia e trabalhar o mais demoradamente possível, como leitor que lê para si próprio (e não para os outros). A memorização das primeiras impressões é muito importante.

O ator terá que ler o seu papel assumindo uma atitude de surpresa e, simultaneamente, de contestação. Deve pesar prós e contras e apreender, na sua singularidade, não só a motivação dos acontecimentos sobre o que versa a sua leitura, mas também o comportamento da personagem que corresponde ao seu papel e do qual vai tomando conhecimento. Não deverá considerar este como pré-estabelecido, como "algo para que não havia, de forma alguma, outra alternativa". Antes de decorar as palavras, terá de decorar qual a razão da sua surpresa e em que momento contestou. Deverá incluir na configuração do seu papel todos estes dados.

Uma vez em cena, em todas as passagens essenciais, o ator descobre, revela e sugere, sempre em função do que faz, e tudo o mais que não faz. Que dizer, representa de forma que se veja, tanto quanto possível claramente, uma alternativa, de forma que a representação deixe prever outras hipóteses e apenas apresente uma entre variantes possíveis. Diz, por exemplo, "isto você há de me pagar", e NÃO diz "está perdoado". Odeia os filhos e não procura aparentar que os ama. Caminha para a frente, à esquerda, e não para trás, à direita. O que não faz tem de estar contido no que faz, em mútua compensação. Então todas as frases e gestos adquirem o significado de decisões, a personagem fica sob controle e é examinada experimentalmente. A designação técnica deste método é: determinação do não-antes-pelo-contrário.

O ator, em cena, jamais chega a metamorfosear-se integralmente na personagem representada. O ator não é nem Lear, nem Harpagon: antes, os representa. Reproduz sua falas com a maior autenticidade possível, procura representar sua conduta com tanta perfeição quanto sua experiência humana o permite, mas não tenta persuadir-se (e dessa forma persuadir, também, os outros) de que neles se metamorfoseou completamente. Será fácil aos atores entenderem o que se pretende se, como exemplo de uma demonstração sem metamorfose absoluta, indicar-se a forma de representar de um encenador ou de um ator que estejam mostrando como se deve fazer determinado trecho de uma peça. Como não se trata do seu próprio papel, não se metamorfoseiam completamente, acentuam o aspecto técnico e mantêm a simples atitude de que está fazendo uma proposta.

Se tiver renunciado a uma matamorfose absoluta, o ator nos dará o seu texto não como uma improvisação, mas como uma citação. Mas, ao fazer a citação, terá, evidentemente, de dar-nos todos os matizes de sua expressão, todo o seu aspecto plástico humano e concreto; identicamente, o gesto que exibe aparecerá como uma cópia e deverá ter o caráter material de um gesto humano.

Numa representação em que não se pretenda uma metamorfose integral, podem utilizar-se três espécies d recursos para distanciar a expressão e a ação da personagem representada:

1 - Recorrência à terceira pessoa.
2 - Recorrência ao passado.
3 - Intromissão de indicações sobre a encenação e de comentários.

O emprego da forma da terceira pessoa e do passado possibilitam ao ator a adoção de uma verdadeira atitude distanciada. Além disso, o ator deve incluir em seu desempenho indicações sobre a encenação e também expressões que comentem o texto, proferindo-as juntamente com este, no ensaio. ("Ele levantou-se e disse, mal-humorado, pois não tinha comido nada..." ou "Ele ouvia aquilo pela primeira vez, e não sabia se era verdade...", ou ainda "Sorriu e disse, com demasiada despreocupação..."). A intromissão de indicações na terceira pessoa sobre a forma de representar provoca a colisão de duas entoações, o que, por sua vez, provoca o distanciamento da segunda pessoa (o texto propriamente dito).

A representação distanciar-se-á também se a sua ralização efetiva for precedida de uma descrição verbal. Neste caso, a adoção do passado coloca a pessoa que fala num plano que lhe permite a retrospecção das falas. Desta forma, distancia-se a fala, sem que o orador assuma uma perspectiva irreal; com efeito, este, ao contrário do auditório, já leu a peça até o fim e pode, pois, pronunciar-se sobre qualquer fala, partindo do desfecho e das consequências, melhor do que o público que sabe menos do que ele e que está, portanto, como que alheio à fala.

É pela conjugação destes processos que se distancia o texto nos ensaios; mas também durante a representação o texto se mantém, de maneira geral, distanciado. Quanto à dicção propriamente dita, da sua relação direta com o público, sobrevém-lhe a necessidade e a possibilidade de uma variação que será conforme o grau de importância a conferir às falas. O modo de falar das testemunhas, num tribunal, oferecem-nos um bom exemplo disto.

A maneira de a personagem frisar as suas declarações deverá produzir um efeito artístico especial. Se o ator se dirigir diretamente ao público, deve fazê-lo francamente, e não num mero "aparte", nem tampouco num monólogo do estilo dos do velho teatro. Para extrair do verso um efeito de distanciamento pleno, será conveniente que o ator reproduza, primeiro, em prosa corrente, nos ensaios, o conteúdo dos versos, acompanhado, em certas circunstâncias, dos gestos para ele estabelecidos. Uma estruturação audaciosa e bela das palavras distancia o texto. (A prosa pode ser distanciada por tradução para o dialeto natal do ator).

Dos gestos propriamente nos ocuparemos depois; mas desde já devemos dizer que todos os elementos de natureza emocional têm de ser exteriorizados, isto é, precisam ser desenvolvidos em gestos. O ator tem de descobrir uma expressão exterior evidente para as emoções de sua personagem, ou então uma ação que revele objetivamente os acontecimentos que se desenrolam em seu íntimo. A emoção deve manifestar-se no exterior, emancipar-se, para que seja possível tratá-la com grandeza. A particular elegância, força e graça do gesto provocam efeito de distanciamento. A arte chinesa é magistral no tratamento dos gestos. O ator chinês alcança o efeito de distanciamento por observar abertamente seus próprios gestos.

Tudo o que o ator nos dá, no domínio do gesto, do verso etc., deve denotar acabamento e apresentar-se como algo ensaiado e concluído. Deve criar uma impressão de facilidade, impressão que é, no fundo, a de uma dificuldade vencida. O ator deve, também, permitir ao público uma recepção fácil da sua arte, do seu domínio da técnica. Representa o acontecimento perante o espectador, de uma forma perfeita, mostrando como esse acontecimento, a seu ver, se passa ou como terá, porventura, se passado. Não oculta que o ensaiou, tal como o acrobata não oculta o seu treino; sublinha claramente que o depoimento, a opinião ou a versão do passado que está nos dando são seus, ou seja, os de um ator.

Visto que não se identifica com a personagem que representa, é possível escolher uma determinada perspectiva em relação a esta, revelar sua opinião a respeito dela, incitar o espectador - também, por sua vez, não solicitado a qualquer indicação - a criticá-la. A perspectiva que adota é crítico-social. Estrutura os acontecimentos e caracteriza as personagens realçando todos os traços a que seja possível dar um enquadramento social. Sua representação tranforma-se, assim, num colóquio sobre as condições sociais, num colóquio com o público, a quem se dirige. O ator leva seu ouvinte, conforme a classe a que este pertence, a justificar ou a repudiar tais condições.

O objetivo do efeito de distanciamento é distanciar o "gesto social" subjacente a todos os acontecimentos. Por "gesto social" deve enterder-se a expressão mímica e conceitual das relações sociais que se verificam entre os homens de uma determinada época.

A invenção de títulos para as cenas facilita a explicação dos acontecimentos, do seu alcance, e dá à sociedade a chave desses acontecimentos. Os títulos deverão ser de caráter histórico.

Chegamos assim a um método decisivo, a historiação dos acontecimentos. O ator deve representar os acontecimentos dando-lhes o caráter de acontecimentos históricos. Os acontecimentos históricos são acontecimentos únicos, transitórios, vinculados a épocas determinadas. O comportamento das personagens dentro desses acontecimentos não é, pura e simplesmente, um comportamento humano e imutável, reveste-se de determinadas particularidades, apresenta, no decurso da história, formas ultrapassadas e ultrapassáveis e está sempre sujeito á crítica da época subsequente, crítica feita segundo as perspectivas desta. Esta evolução permanente distancia-nos do comportamento dos nossos predecessores.

Ora, o ator tem de adotar para com os acontecimentos e os diversos comportamentos da atualidade uma distância idêntica à que é adotada pelo historiador. Tem de nos distanciar dos acontecimentos e das personagens. Os acontecimentos e as pessoas do dia-a-dia, do ambiente imediato, possuem, para nós, um cunho de naturalidade, por nos serem habituais. Distanciá-los é torná-los extraordinários. A técnica da dúvida, dúvida perante os acontecimentos usuais, óbvios, jamais postos em dúvida, foi cuidadosamente elaborada pela ciência, e não há motivo para que a arte não adote, também, uma atitude tão profundamente útil como essa. Tal atitude adveio à ciência do crescimento da força produtiva da humanidade, tendo-se manifestado na arte exatamente pela mesma razão.

No que diz respeito ao aspecto emocional, devo dizer que as experiências do efeito de distanciamento realizados nos espetáculos de teatro épico, na Alemanha, levaram-nos a verificar que também se suscitam emoções por meio dessa forma de representar, se bem que emoções de espécie diversa das do teatro corrente. A atitude do espectador não será menos artística por ser crítica. O efeito de distanciamento, quando descrito, resulta muito menos natural do que quando realizado na prática. Esta forma de representar não tem, evidentemente, nada a ver com a vulgar "estilização". O mérito principal do teatro épico - com o seu efeito de distanciamento, que tem por único objetivo mostrar o mundo de tal forma que este se torne suscetível de ser moldado - é justamente a sua naturalidade, o seu caráter terreno, o seu humor e a renúncia a todas as espécies de misticismo, que imperam ainda, desde tempos remotos, no teatro vulgar.
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Extraído de Estudos sobre Teatro (Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1978). O presente artigo está publicado na revista Cadernos de Teatro nº 82/1979, edição já esgotada.
Postado por Lionel Fischer às 15:40 0 comentários