Por que fazer um curso de teatro

 

Por que fazer um curso de teatro?

 

 

Você já ouviu dizer que todo mundo deveria fazer teatro pelo menos uma vez na vida? Mas por quê? Vem conhecer sete habilidades que o teatro te ajuda a desenvolver

 

Que o teatro trabalha nossa comunicação, desenvoltura, habilidade de trabalhar em equipe, a gente sabe. Mas o teatro desenvolve capacidades mais globais e profundas do que costumamos pensar. A gente fez uma lista de sete habilidades que explicam por quê fazer um curso de teatro e o que ele te ajuda a desenvolver: 

 

1. Habilidades de comunicação: 

Já sentiu dificuldade de se fazer entender, no trabalho ou nos relacionamentos pessoais? 

Já sentiu que você domina um assunto, ou tem uma ideia na mente, mas não consegue, às vezes, transmitir com clareza o conteúdo? 

São sensações mais comuns do que se imagina, e que são apenas falta de intimidade com ferramentas de comunicação. O teatro oferece as ferramentas e o campo de treino. 

2. Paciência ao ouvir, interesse na escuta: 

Você fica esperando ansiosamente a pessoa terminar de falar pra então poder falar? Ou você escuta? São coisas diferentes, e que geram resultados diferentes. Entrar em contato com uma informação com a mente aberta é algo a se treinar. Quando a gente acha que se entendeu, e não se entendeu até o fim, deixamos margens ou brechas para culpar uns aos outros, enquanto o assunto em si se mantém sem solução. É possível usar o teatro pra treinar nossa escuta.

3. Sair da timidez ou vergonha de falar em público:

Falar para uma plateia parece mais difícil do que pra uma única pessoa? De repente saber onde colocar as mãos fica difícil? 

A ideia está clara na cabeça, e quando vai falar para um público, a ideia some, ou fica confusa, e o discurso não sai como você gostaria? 

O teatro te dá domínio sobre situações com plateia. E treinar isso não precisa ser constrangedor. 

4. Soft skills:

Fazer teatro abre caminho para o contato com as próprias emoções sem o medo que isso comumente geraria. E fazer contato com as próprias emoções é a via de desenvolvimento das nossas competências emocionais – as famosas “soft skills”- como empatia, estabilidade, criatividade, capacidade de expor ideias com a mente clara, e ouvir.

Não fomos educados a olhar para nossas emoções. Talvez pareça difícil responder rapidamente a pergunta “o que eu estou sentindo?” De fato, conhecer os pensamentos e emoções que passam por nós requer treinamento, se dar um tempo de parar para prestar atenção, e um ambiente seguro para falar sobre. Fazer esse processo juntos, e usando o teatro como ferramenta, fica mais fácil, alegre e seguro.

5. Capacidade de compreensão do outro: 

Teatro é interpretar personalidades diferentes da sua. Ou seja, teatro é andar nos sapatos de alguém e, assim, entender o que ele sente e pensa, que provavelmente vai ser bem diferente do que você pensa e sente. Conquistar essa habilidade é abrir a mente para compreender outros sistemas de pensamento, outros pontos de vista, é conquistar flexibilidade e capacidade de empatia. Assim abrimos espaço para nos relacionarmos com o outro. Treinando isso no teatro, com personagens, conseguimos levar isso para o mundo e aplicar o treinamento na interação com as pessoas.

6. Trabalhar em equipe: 

A ideia de realizar um trabalho em equipe pode ser tanto maravilhosa, quanto desesperadora. Dividimos tarefas e responsabilidades, mas, ao mesmo tempo, temos de abandonar nosso controle e ter nossas ideias questionadas, enfim, pensar juntos. O que fazer pra ficarmos só com as vantagens de muitas cabeças unidas pra realizar uma tarefa? Como chegar no prazer e na segurança de uma experiência de companheirismo? Sem competição? O teatro oferece um caminho. 

7. Experiências compartilhadas: 

“A verdadeira felicidade só existe quando é compartilhada” – do filme Na Natureza Selvagem. 

Teatro para adolescentes pra que?

 

Teatro para adolescentes: pra quê?

 

Ao propor um entendimento sobre contextos e emoções, o teatro pode ser uma potente ferramenta de autodescoberta para os adolescentes

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Sabe quando as coisas ficam indefinidas dentro de nós? Ainda não estamos no mundo adulto, e a fase anterior já ficou pra trás. Somos adolescentes. Novas questões começam a aparecer e não sabemos bem como lidar com elas. Temos vontade de falar, mas ainda não sabemos o quê. Queremos realizar coisas, mas parece que vamos ter de esperar crescermos mais. Nessa fase, se abrir pode ser uma conquista. Pra isso precisaremos olhar pra dentro, precisaremos de espaço, de confiança, de parceiros. O teatro é uma ferramenta de autodescoberta, de diálogo e de expressão. 

Na nossa experiência ensinando teatro para adolescentes, percebemos que muitas questões vinham à tona, direta ou indiretamente. Vamos falar um pouco sobre elas. 

Quem sou eu no mundo agora?

Percebemos que existe um limbo de identidade na fase da adolescência. Eu olho pra fora, imito, desejo ou rejeito, e não é simples discernir o que eu sou, e o que está sendo mostrado para mim através do mundo. Percebemos que as conversas nas aulas de teatro são importantes para que os pensamentos sejam expostos, e a partir daí as ideias possam ser organizadas.  

No curso a gente busca propor temas que dizem respeito a todo mundo. 

Desmistificando emoções, sensações, pensamentos

É raro falar abertamente sobre pensamentos e emoções. Podemos ter uma pessoa, ou algumas, com quem esses assuntos são mais explorados. A grande função do teatro e do cinema é poder revelar que essas emoções, ou ideias, são compartilhadas por todos nós, e não são uma questão única de um único alguém. No teatro, os assuntos que dizem respeito a todos os seres humanos podem ser olhados, conversados e até encenados, e sempre depois da experiência teatral, das brincadeiras e dinâmicas, saímos aliviados por não estarmos sozinhos, por poder viver tudo isso de maneira compartilhada e, a partir daí, entender melhor a nós mesmos, ao outro, e ao mundo em que vivemos. 

 

Senso de utilidade e pertencimento

A nossa proposta durante todo o processo é que tudo o que for desenvolvido artisticamente será desenvolvido pelo grupo, em parceria. Nós nos colocamos como facilitadoras e mediadoras, mas o trabalho sempre deve refletir os lugares por onde o grupo transitou. Os alunos são convidados a se apropriar.

A maioria das dinâmicas de teatro são feitas com pelo menos duas pessoas. Então, todo o material gerado emerge sempre da interação dos alunos, quanto mais interação e abertura para se relacionar com o grupo, mais rico é esse material. Ou seja, a decisão de arriscar, propor, interagir, é sempre uma decisão que vai gerar ganhos pro grupo e pra peça. E é dessa maneira que o senso de utilidade e pertencimento são desenvolvidos.

 

Conhecer o lugar do outro – compreensão de mentalidades

Uma das coisas que a gente faz quando faz teatro é personagem. E fazer personagem significa conhecer uma mentalidade diferente da sua. O famoso “andar no sapato do outro”. Esse movimento faz com que o aluno consiga, de maneira leve, olhar pra fora, entender que o outro tem um jeito de pensar e que, pra compreender esse jeito, é necessário bastante interesse e dedicação. 

 

O que você tem a dizer pro mundo atual? 

Todos nós temos algo a dizer para o mundo. Todos nós identificamos coisas que precisam ser mudadas, arrumadas, reolhadas. Mas pra trazer esse conteúdo à tona, ele precisa ter espaço para existir. O teatro é esse espaço.