terça-feira, 23 de agosto de 2016

Regras para boas relaçõe shumanas

Regras das boas relações humanas


O segredo de ser feliz e fazer feliz é descobrir uma necessidade humana e preenchê-la.
Não devemos imaginar que as boas relações humanas se fazem através de regras, mas, existem algumas atitudes construtivas que melhoram a qualidade do relacionamento humano.

Ø  Seja um bom ouvinte. Anime os outros para que falem sobre si.
Ø  Mostre simpatia pelos desejos e idéias da outra pessoa.
Ø  Seja uma pessoa amiga.
Ø  Use palavras agradáveis, construtivas, saudáveis.
Ø  Desenvolva nos relacionamentos a mútua confiança, respeito e segurança.
Ø  Seja jovial, confiante, otimista. Controle as ações agressivas.
Ø  Sorria. Tenha um espírito alegre.
Ø  Interesse-se sinceramente pelos outros.
Ø  Coloque-se à disposição das pessoas para atender às suas necessidades.
Ø  Procure captar o conteúdo emocional daquilo que os outros estão dizendo.
Ø  Procure honestamente ver as coisas pelo ponto de vista do outro.
Ø  Saiba elogiar e reconhecer os méritos alheios.
Ø  Dê felicidade aos demais.
Ø  Reconheça suas próprias limitações, evitando exibir uma personalidade irreal.
Ø  Se errar reconheça o erro. Um erro admitido com simplicidade é uma vitória.
Ø  Não irrite os outros.
Ø  O melhor meio de ganhar uma discussão é evitá-la.
Ø  Procure desenvolver o equilíbrio emocional.
Ø  Tenha sempre um coração sereno.
Ø  Aceite as pessoas como elas são.
Ø  Enriqueça sua mente com pensamentos positivos de paz, saúde, coragem e esperança.
Ø  Renove seus conhecimentos, para um aperfeiçoamento constante. Nós somos vida e a vida é movimento.
Ø  Mantenha seu espírito sempre aberto às novas idéias.
Ø  Cuide de sua aparência pessoal.
Ø  Se você não puder dizer nada a favor, o melhor é silenciar.
Ø  Não critique, não condene, não se queixe.
Ø  Pratique a cortesia e a gentileza no trato com as pessoas.
Ø  Faça perguntas em vez de dar ordens.
Ø  Procure transmitir suas mensagens de forma clara e objetiva.
Ø  Antes de emitir um julgamento, obtenha todos os fatos.
Ø  Reflita antes de transmitir a mensagem.
Ø  Pronuncie o nome das pessoas de forma agradável.
Ø  Aja da melhor maneira que puder.
Ø  Seja discreto para não revelar o que é sigiloso.
Ø  Permita que a outra pessoa salve seu próprio prestígio.
Ø  Atribua à outra pessoa uma boa reputação para que ela se interesse em mantê-la.
Ø  Creia na possibilidade dos outros.
Ø  Respeite a individualidade das pessoas.
Ø  Respeite a opinião alheia, nunca diga: você está errado.
Ø  Respeite o próximo como ser humano seja qual for a sua condição de vida.
Ø  Demonstre apreço honesto e sincero.
Ø  Tenha paciência para com as pessoas que têm dificuldade de comunicação.
Ø  Faça a outra pessoa se sentir valorizada.
Ø  Procure conversar sobre o que interessa aos demais.
Ø  Procure tirar proveitos de seus contratempos.
Ø  Não queira vingar-se de seus inimigos.
Ø  Aprenda a relevar e perdoar os erros dos outros.
Ø  Permita aos outros expressar seus ressentimentos.
Ø  Procure falar com naturalidade e espontaneidade, para ser entendido e não admirado.
Ame ao próximo como a si mesmo

Para Refletir

Para refletir...
Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar; mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casa chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'. Lembre - se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre. Lembre - se de dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre - se de dizer 'eu te amo' à sua companheira (o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. Por isso, valorize sua família e as pessoas que estão sempre ao seu lado"


Texto de autoria atribuída a George Carlin.

Frases - Auto Estima

Frases para Levantar Auto Estima
Cerca de 843 Frases para Levantar Auto Estima para levantar auto estima
Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho. Mahatma Gandhi
Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia. Paulo Coelho
Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo. Paulo Coelho
A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitoria propriamente dita.  Mahatma Gandhi
As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo? Mahatma Gandhi
A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável. Mahatma Gandhi
O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte. Mahatma Gandhi
Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo. 
Olho por olho, e o mundo acabará cego.
O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não.
Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível. 
Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.
O amor é a força mais sutil do mundo.
O amor nunca faz reclamações; dá sempre. O amor tolera; jamais se irrita e nunca exerce vingança.
Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio.
Temos de nos tornar na mudança que queremos ver.
Os fracos nunca podem perdoar.
A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.
Posso ser uma pessoa desprezível, mas quando a verdade fala em mim, sou invencível.
Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela como único objetivo, obtém, ao fim e ao cabo, a capacidade de fazer qualquer coisa.
Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição.
Eu seria cristão, sem dúvida, se os cristãos o fossem vinte e quatro horas por dia.
A vida merece algo além do aumento da sua velocidade.
As doenças são os resultados não só dos nossos atos, mas também dos nossos pensamentos.
É melhor que fale por nós a nossa vida, que as nossas palavras.
Estou firmemente convencido que só se perde a liberdade por culpa da própria fraqueza.
Algemas de ouro são muito piores que algemas de ferro.
Aquele que não é capaz de se governar a si mesmo não será capaz de governar os outros.
Deus é puríssima essência. Para os que têm fé nele, Deus simplesmente é.
O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo.
A não-violência e a covardia não combinam. Posso imaginar um homem armado até os dentes que no fundo é um covarde. A posse de armas insinua um elemento de medo, se não mesmo de covardia. Mas a verdadeira não-violência é uma impossibilidade sem a posse de um destemor inflexível.
Olho por olho, e o mundo acabará cego.
A satisfação está no esforço e não apenas na realização final.
Quando há uma tormenta, os passarinhos escondem-se, as águias, porém, voam mais alto.
Uma vida sem religião é como um barco sem leme. Mahatma Gandhi
A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem um rigoroso controle da gula.  Mahatma Gandhi
A força não provém da capacidade física, mas da vontade férrea.  Mahatma Gandhi
Quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo.
A dignidade pessoal e a honra não podem ser protegidas por outros. Devem ser zeladas pelo indivíduo em particular. Mahatma Gandhi
A pureza de espírito e a ociosidade são incompatíveis.
A minha fé, nas densas trevas, resplandece mais viva.
As verdades diferentes na aparência são como inúmeras folhas que parecem diferentes e estão na mesma árvore.
Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que não pode ser dividido com as multidões é tabu.
Nunca país algum se elevou sem se ter purificado no fogo do sofrimento.
A dignidade pessoal e a honra, não podem ser protegidas por outros, devem ser zeladas pelo indivíduo em particular.
Só engrandecemos o nosso direito à vida cumprindo o nosso dever de cidadãos do mundo.
Aquele que tenta reformar o seu próximo não deve cultivar nunca uma grande amizade com ele antes do objetivo ter sido atingido.
Eu sou contra a violência porque parece fazer bem, mas o bem só é temporário; o mal que faz é que é permanente.
O mundo está farto de ódio.
A bondade deve estar ligada ao saber. A simples bondade pouco adianta; é o que tenho constatado.
Eu acredito, eu luto até o fim: não há como perder, não há como não vencer.
Só acredito naquilo que posso tocar. Não acredito, por exemplo, em Luiza Brunet.
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.  Dalai Lama
Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia...
(Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei)
Paulo Coelho
Quantas coisas perdemos por medo de perder. (Brida) Paulo Coelho
Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela.
Você foi a esperança nos meus dias de solidão,a angústia dos meus instantes de dúvida, a certeza nos momentos de fé.
Quando alguém encontra seu caminho precisa ter coragem suficiente para dar passos errados. As decepções, as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada.
A felicidade às vezes é uma bênção, mas geralmente é uma conquista.
Se você não acorda cedo, nunca conseguirá ver o sol nescendo. Se você não reza, embora Deus esteja sempre perto, você nunca conseguirá notar sua presença.
Não tenha medo do sofrimento, pois nenhum coração jamás sofreu quando foi em busca dos seus sonhos.
Os dois testes mais duros no caminho espiritual são a paciência para esperar o momento certo e a coragem de não nos decepcionar com o que encontramos.
(Veronika decide morrer)
Determinação coragem e auto confiança são fatores decisivos para o sucesso.
Se estamos possuidos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los.
Independentimente das circustancias,devemos ser sempre humildes,recatados e despidos de orgulho.
Dalai Lama
Seja a mudança que você quer ver no mundo."
Ame profunda e passionalmente. Você pode se machucar, mas é a única forma de viver o amor completamente.
A gente sempre destrói aquilo que mais ama em um campo aberto, ou numa emboscada; alguns com a beleza do carinho e outros com a dureza da palavra; os covardes destróem com um beijo, os valentes, destróem com a espada.
A possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna a vida interessante.
De que me adianta temer o que já aconteceu? O tempo do medo já aconteceu, agora, começa o tempo da esperança... Paulo Coelho
Pouco importa o julgamento dos outros.Os seres são tão contraditórios que é impossivel atender às suas demandas, satisfazê-los. Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro... Dalai Lama
A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência. Mahatma Gandhi
Sempre que possível, seja claro. Mas que sua clareza não seja o motivo para ferir o outros.Paulo Coelho
A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância. Dalai Lama
Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e pensar no passado, poderá obter prazer uma segunda vez. Dalai Lama
'' ... O mundo está nas mãos daqueles que tem a coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos ... ''
Escuta o teu coração, ele conhece todas as coisas; pois onde ele estiver, é onde está o teu tesouro.
Seja a mudança que você quer ver no mundo. 
Um covarde é incapaz de demonstrar amor. Isso é privilégio dos corajosos.


Diretor - ter ou não ter

Diretor: ter ou não ter?

Claudio Torres Gonzaga


Seria possível substituir o maestro por um metrônomo gigante? Fellini acha que não, como vimos em Ensaio de orquestra. Mas poderíamos acusá-lo de advogar em causa própria. A orquestra inglesa Hanover Band conseguiu resultados positivos sem a presença de um maestro, como podemos ouvir na sua versão de 1985 para a "Quinta Sinfonia", de Beethoven. E o teatro? Como se sairia sem um diretor?

A figura não é das mais antigas na história do teatro. O diretor, conforme conhecemos hoje, só vai aparecer na segunda metade do século XIX. Como, então, se viravam os gregos ou os elizabetanos? Podemos perceber, pelo sucesso de público e crítica de autores como Sófocles ou Shakespeare, que a falta do diretor não criou grandes problemas.

Mantendo as devidas proporções, os atores do espetáculo Lábios que beijei apostaram na ausência do diretor. Ao assistir à montagem, a análise de algumas questões sobre esse tema me pareceu pertinente. A primeira delas diz respeito à diferença entre o "não-diretor" e o desmembramento da função; na tentativa de trabalhar sem um diretor, o que aconteceu foi que tiveram quatro!?

Quando se tentou pesquisar a falta, o que se testou, na verdade, foi o excesso. Nesse caso, a dúvida passa a girar em torno da possibilidade de se realizar espetáculos com um número de diretores igual ao de atores.

Evidentemente, a pergunta quanto à possibilidade da realização de um espetáculo nessa circunstância está respondida - a peça está em cartaz, com suas virtudes e falhas. A próxima pergunta será, então, onde tais virtudes e defeitos tangenciam a questão dessa forma de direção.

Se tivesse assistido ao espetáculo desconhecendo a forma de trabalho adotada, diria que o diretor resolveu melhor os problemas de marcação e acabamento plástico do que os relativos à direção de atores. Talvez esteja aí a grande dificuldade de se trabalhar sem nenhuma pessoa de fora, que possa intermediar o tète-a-tète dos atores para resolver os problemas da encenação.

Não me parece um bicho-de-sete-cabeças um colega pedir ao outro para ficar mais à direita; sentar-se, naquela outra cena; ou, ainda, plantar uma bananeira durante aquele solilóquio existencial. Até mesmo esse pedido esdrúxulo me parece mais simples do que interferir na criação do papel do colega, ou na escolha das intenções e desenhos vocais do parceiro. Neste caso, o diretor único é insubstituível (até prova em contrário).

Em outras épocas, a conceituação do espetáculo era dada pelo próprio autor que, em última análise, fazia às vezes o papel do encenador. No caso de um espetáculo sem diretor, a sua sobrevivência passa a depender da capacidade de conceituação embutida no texto pelo autor, o que, em Lábios que beijei, dá-se de forma bastante satisfatória.

Evidentemente, no momento em que vivemos, no qual o encenador ocupa uma posição autoral tão forte, não se pode exigir aquilo que o espetáculo efetivamente não tem: autoria de direção. É difícil aceitar um espetáculo sem diretor em um momento de hegemonia do "espetáculo de diretor". Esta não é, porém, a única forma do fazer teatral. A figura do diretor só é, de fato, imprescindível, nos "espetáculos de diretor" (até prova em contrário).
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Artigo extraído do jornal "Boca de Cena" nº 3
Postado por Lionel Fischer 

Corpo e movimento

Corpo e Movimento

Derek Browskill


"O QUE FAÇO COM AS MÃOS?"
"ONDE PONHO OS PÉS?"

Estas duas perguntas preocupam muitos atores, experientes ou não. A ansiedade causada por estes detalhes podem chegar a um tal ponto que faz com que pensamentos e perguntas sejam verbalizados. Para o diretor, as respostas não são tão simples. É fácil assumir uma postura cinicamente crítica para com os atores cuja imaginação leva às perguntas. Mais difícil é ajudá-los. Aparentemente simples, estas perguntas muitas vezes escondem verdadeiros pedidos de socorro. Este capítulo não vai mostrar o que fazer com as mãos, ou onde pôr os pés. No entanto, vai oferecer sugestões, que provavelmente eliminarão a necessidade das perguntas.

A movimentação corporal é a base de tudo o que aconteceu antes - respiração, fala, imaginação, concentração. Sem os movimentos suficientes e necessários, que por um lado mantêm a vida, e por outro geram as próprias atividades, nada disso pode ocorrer. O movimento pode ser quase imperceptível a olho nu, mas enquanto houver vida, haverá movimento mantendo-a.


RITMO

O ritmo pode ser descrito como "o fluxo e o movimento, ou a aparência de fluxo e movimento, suficientes e necessários para dar uma impressão natural de vida e energia". Parado ou em movimento, o corpo deve possuir um ritmo peculiar e essencial. Ao movimentar-se sem ritmo, o corpo dará a impressão de ser formado por partes que não combinam entre si. Faltará unidade por trás da diversidade de ação, e os movimentos atrairão a atenção por si próprios.

Quando parado sem ritmo, o corpo dará a impressão de ser completamente desprovido de potencial. Não dará nenhuma indicação de energia latente ou de dinâmica em repouso - parecerá vazio ou morto. Em ambos os casos, a falta de ritmo chamará a atenção e indicará algum tipo de debilidade.

Esta falta de ritmo é a grande característica de um animal agonizante ou um cadáver humano. No primeiro, os movimentos podem conter uma nota de pânico ou de nervosismo histérico, e no segundo, o que poderia ser um corpo vivo em repouso é percebido com simplesmente parado.


EQUILÍBRIO

Parado ou em movimento, para ter ritmo o corpo deve também ter equilíbrio. Se observarmos um amigo tentando equilibrar-se em uma perna só, de olhos fechados e com um livro na cabeça, logo notaremos os movimentos hesitantes que caracterizam a falta de equilíbrio. Andar de trem, ou caminhar dentro de um ônibus em movimento faz com que o corpo reaja naturalmente à sensação de desequilíbrio.

O ato rotineiro de caminhar demonstra claramente de que modo o corpo organiza as suas partes para garantir o equilíbrio, criando assim o ritmo adequado. Quando caminhamos de modo natural, neutralizamos o desequilíbrio, movimentando automaticamente o braço direito para a frente ao darmos um passo com a perna esquerda. Essa oposição natural funciona como os pratos de uma balança.

Para manter o equilíbrio, qualquer movimento precisa ser contrabalançado por outro igual e oposto. Tente caminhar movendo a perna e o braço direitos para a a frente ao mesmo tempo. Verá como o corpo tende a resistir. Para compensar a falta de equilíbrio, ele se mexe, se inclina e balança.

Uma combinação correta de ritmo e equilíbrio mostra que o corpo tem a capacidade de manter esta condição - parado ou em movimento - e demonstra também a capacidade de mudança e rapidez de reação. Numa boa movimentação corporal, existe uma constante declaração de energia e uma garantia de continuidade, com qualidades essencialmente plásticas e móveis. Nada há que ser rígido, espasmódico ou mecânico. Tais qualidades combinam-se no ideal continuamente buscado por um bom ator - economia de ação e elegância de execução.


CONSCIÊNCIA PERCEPTIVA:
ECONOMIA E ELEGÂNCIA

Pouquísimas pessoas organizam seu ritmo de movimento ou de fala conscientemente. Elas confiam em seus padrões naturais, usando-os inconscientemente. Mas no organizado microcosmo do palco, um ator precisa estar profundamente consciente do ritmo que utiliza e de seu efeito no público. Entretanto, não é necessário um estudo detalhado de cada movimento feito em cena. Uma análise cuidadosa dos momentos principais possibilitará a criação de um ritmo geral de trabalho. (Isto é especialmente importante no estudo do texto). Assim, pode-se chegar mais rapidamente à economia de ação e à elegância de execução, qualidades que são a marca de um bom ator.

Boa postura, respiração correta e bons exercícios de tensão e relaxamento muscular são elementos essenciais para um ator que objetive economia de ação. Para a elegância, é fundamental um corpo que represente com flexibilidade, confiança e sem esforço aparente. Sem controle e sem flexibilidade, jamais se chegará à economia e à elegância. Estes elementos são importantes na vida diária - e para um ator são vitais.


A IMPORTÂNCIA DO OLHAR

Evidentemente, escutar bem e ouvir com sensibilidade são os melhores instrumentos para uma boa fala. De modo semelhante, os olhos de um ator auxiliam-no na profunda compreensão do papel do corpo na expressão e na comunicação. É altamente proveitoso observar o modo como as pessoas utilizam seus corpos - mãos, pés, costas, ombros; sentadas, em pé, deitadas, caminhando ou correndo. Olhar conscientemenmte, tocar e ser tocado são elementos tão essenciais para o treinamento de uma boa movimentação, quanto escutar e ouvir para a fala.

Olhe à sua volta em lojas e restaurantes e observe como as pessoas usam o corpo para se comunicar. Umas possuem ampla gama de movimentos, gestos e expressões faciais, enquanto outras, não. Algumas usam muitos movimentos, e outras, praticamente nenhum. Enquanto estiver reparando como as pessoas usam as mãos e o rosto para se relacionar lembre-se que o verdadeiro teste para qualquer movimento ou gesto é o seu resultado.

Observe especialmente as reações dos outros à pessoa que se movimenta ou gesticula. Repare na utilidade e adequação (ou não) de seus movimentos; as oportunidades ganhas e as oportunidades perdidas. Observe em especial os movimentos usados em horas de tensão ou de leve desconforto emocional - mexer num cigarro, numa xícara, nas roupas ou no cabelo. Repare a freqüência com que as mãos são usadas para aumentar a auto-confiança e criar uma atmosfera segura, e não para ajudar o falante a defender seu ponto de vista.


IMAGEM CORPORAL

O corpo tem uma linguagem própria, que se manifesta muito antes de nos aproximarmos o suficiente de alguém para que os detalhes mencionados no parágrafo anterior possam ser percebidos. Pense na primeira impressão que lhe dá um homem andando de bicicleta, uma mulher num ônibus que passa ou o motorista do carro à sua frente. Muitas relações se formam, e algumas vezes perduram, como resultado desta primeira impressão corporal: a impressão geral dada pelo modo como uma pessoa anda, senta ou fica em pé. O modo como ele inclina a cabeça, o ângulo dos ombros, a posição dos cotovelos, a linha dos joelhos ao caminhar - tudo isso faz declarações poderosas.

Declarações que fornecem informações com um impacto muuito maior do que a soma de suas partes. No ritmo, parece haver algo de indefinível desafiando uma última análise; o mesmo também acontece com a imagem corporal. A impressão total transcende uma simples soma de componentes.


SENSAÇÃO CORPORAL

A imagem corporal não afeta só os observadores: afeta a própria pessoa. Pode-se definir isso como "sensação corporal". Em qualquer atividade, as pessoas assumem posições físicas nas quais se sentem bem. Sendo uma medida de apoio e dando a sensação de satisfação, essas posições auxiliam a pessoa no papel que está sendo representado ou na atividade executada.

Alguns indivíduos assumem uma atitude tão inflexível em relação à sua imagem corporal, que só conseguem ler, concentrar-se, prestar atenção ou costurar quando colocam seus corpos em determinadas posições. É lógico que a posição escolhida estará intimamente relacionada com o conforto físico na tarefa executada - mas o que influencia esta posição é a implicação de conforto emocional que esta sensação trará.

Em algumas pessoas, isso não é muito acentuado, enquanto para outras é mais importante do que as roupas que vestem. Se estiverem numa posição errada - que pode advir da diferença de um centímetro na altura de uma cadeira - essas pessoas terão a mesma sensação de desconforto que teriam se estivessem nuas, ou vestidas de modo ridículo.

A imagem e a sensação corporais são importantes em todas as áreas da expressão e da comunicação de experiências pessoais. São mais importantes do que pareceria possível, numa sociedade que pouco nos educa nesse sentido. Para perceber seu alcance e impacto, pense apenas em como, ao rever um velho amigo, você é invadido por lembranças, estimuladas às vezes por pequenos gestos, como o jeito que ele tem de estender a mão - ou, de longe, seu gesto característico de balançar um braço mais do que o outro.

Considere as diferenças no relacionamento de duas pessoas, das quais uma está sentada e a outra, em pé; ou a primeira assume uma postura ereta e a outra, encurvada, ou então uma pessoa que gesticula ativamente, enquanto o interlocutor permanece passivo. Sem que uma só palavra seja dita, pode-se observar os efeitos causados na base dos relacionamentos e das comunicações. Quando mudam as posições, mudam também a imagem e a sensação corporais, e mudará também a base do relacionamento e da comunicação.

É característico, nos britânicos, a ausência de percepção da imagem e sensação corporais, apesar de sua importância nos relacionamentos pessoais e na comunicação interpessoal. O ato de tocar as pessoas ainda é visto com desconfiança na Grã-Bretanha, mesmo numa hora em que as convenções sociais estão um pouco mais relaxadas. "Não tocar" vai além do aviso colocado perto de máquinas perigosas - é também um modo de vida. Para animais humanos que passaram os primeiros nove meses de vida em contato íntimo com outro ser humano, este é um verdadeiro desafio.


AUTO-PERCEPÇÃO ou AUTO-CONSCIÊNCIA?

Algumas pessoas normalmente acham que a percepção da imagem e da sensação corporais leva automaticamente a uma auto-consciência desinibida. Não é um risco muito grave. É um risco que devemos correr, a não ser que prefiramos correr o risco maior de não conseguirmos comunicar nossos verdadieros pensamentos, intenções e sentimentos.

Considere o exemplo de entrar em algum lugar. Há vários modos de fazê-lo, e, uma vez lá dentro, várias posições de chegada. Nesse lugar podem estar muitos amigos, um amigo em especial, um grupo de entrevistadores, o seu superior no trabalho num estado de espírito crítico, uma criança agitada. Seja qual for a situação, a imagem corporal que apresentarmos e a sensação corporal que tivermos afetarão diretamente os relacionamentos, durante pelo menos alguns minutos - talvez até por mais tempo.

A imagem corporal pode ter sido aparente no máximo por alguns segundos, às vezes por menos de um segundo. Já que a imagem e a sensação corporais podem causar um impacto tão grande e tão importante, parece-nos lógico melhorar a percepção que temos disto. Para um ator em treinamento, é um argumento atraente e indiscutível.
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Artigo extraído - e aqui reduzido - de "Acting and Stagecraft Made Simple", W. H. Allen 1979. Tradução de Livia Mazzocato (Colaboração do Curso de Tradução do Departamento de Letras da PUC-Rio). Este artigo consta da edição nº 133 da revista Cadernos de Teatro/1993.


Postado por Lionel Fischer  

Conversa sobre teatro - Frederico Garcia Lorca


Conversa sobre teatro

Federico Garcia Lorca


(Em 31 de janeiro de 1935, os atores dos vários teatros de Madrid solicitaram a Margarita Xirgu, a genial criadora de "Yerma", que fizesse para eles um espetáculo extra, ao qual estaria presente o autor, o poeta e dramaturgo andaluz Federico Garcia Lorca. Após este espetáculo, Lorca proferiu as palavras que se seguem).


Queridos amigos: fiz, há tempos, a promessa firme de recusar toda a espécie de homenagens, festas ou banquetes que se fizessem à minha modesta pessoa. Em primeiro lugar, por entender que cada uma dessas cerimônias equivale à colocação de uma pedra sobre o nosso túmulo literário. E, em segundo lugar, porque notei que não há coisa mais desoladora que o discurso frio pronunciado em nossa honra, nem momento mais triste que o do aplauso organizado, ainda que inteiramente de boa fé.

Além disso - e isto é segredo - creio que banquetes e pergaminhos trazem maus agouros para o homem que os recebe; mau agouro proveniente da atitude descansada dos amigos que, ao homenageá-lo, pensam: "Com este já estamos quites". E mais: um banquete é uma reunião de profissionais que comem junto de nós e onde se encontram, normalmente, as pessoas que na vida menos gostam de nós. Para os poetas e dramaturgos, eu organizaria, em vez de homenagens, torneios e desafios nos quais fôssemos galharda e injuntivamente emprazados: "Aposto que não é capaz de fazer isto!", "Aposto que não é capaz de exprimir numa personagem a angústia do mar!" etc.

Os teatros estão cheios de enganadoras sereias coroadas de rosas de estufa, e o público sente-se satisfeito e aplaude quando vê corações de serradura e escuta diálogos à flor dos dentes. Mas o poeta dramático não deve esquecer, se quiser salvar-se do esquecimento, os campos de rosas molhadas pelo amanhecer, em que os lavradores sofrem, e essa pomba ferida por um misterioso caçador, que agoniza entre os juncos sem que ninguém ouça seus gemidos.

Fugindo das sereias, das solicitações e das vozes falsas, não aceitei qualquer homenagem por ocasião da estréia de Yerma; mas experimentei a maior alegria da minha breve vida de autor quando soube que a família teatral madrillena pediu à grande Margarita Xirgu, atriz de imaculada história artística, luzeiro do teatro espanhol e criadora admirável do papel, juntamente com a companhia que tão brilhantemente a secunda, uma representação especial para vê-la.

Pelo que isto significa de curiosidade e atenção para com um esforço notável de teatro, quero apresentar, agora que estamos reunidos, os melhores e mais sinceros agradecimentos a todos. Esta noite não falo como autor nem como poeta, nem sequer como simples estudante do panorama riquíssimo da vida do homem: falo como ardente apaixonado de um teatro de ação social.

O teatro é um dos instrumentos mais expressivos e úteis para a edificação de um país; é o barômetro que marca a sua grandeza ou a sua decadência. Um teatro sensível e bem orientado em todos os seus setores, da tragédia au vaudeville, pode em poucos anos modificar a sensibilidade do povo; e um teatro desordenado, em que as patas substituem as asas, pode abastardar e adormecer uma nação inteira. O teatro é uma escola de lágrimas e de riso, uma livre tribuna onde os homens podem pôr em evidência velhos ou equivocados princípios de moral e explicar, com exemplos vivos, normas eternas do coração e do sentimento do homem.

Um povo que não ajuda e não fomenta o seu teatro, se não morreu ainda, está moribundo; do mesmo modo que o teatro que não atende à pulsação social, à pulsação histórica, ao drama de seu povo e à genuína cor de sua paisagem e do seu espírito, através do riso ou das lágrimas, não tem o direito de se chamar teatro, mas antes sala de jogo ou lugar para fazer essa coisa medonha que se chama "matar o tempo". Não me refiro a ninguém em particular, nem quero ferir ninguém; não falo da realidade viva, mas o problema posto em tese.

Todos os dias ouço falar da crise do teatro, e penso sempre que o mal não está diante dos nossos olhos, mas sim no mais obscuro da sua essência; não é um mal de flor atual, mas de raiz profunda, ou seja, o mal não está nas obras mas sim na própria organização. Enquanto os atores e autores estiverem nas mãos de empresas absolutamente comerciais, entregues a sí próprias, e sem qualquer fiscalização literária ou estatal de nenhuma espécie, empresas carentes de todo o critério e sem garantia de nenhuma classe, os atores, os autores e todo o teatro cada dia mais se afundarão, sem salvação possível.

O delicioso teatro ligeiro de revista, o vaudeville e a comédia-bufa, gêneros de que sou afeiçoado espectador, poderiam defender-se e salvar-se ainda; mas o teatro em verso, o gênero histórico e a chamada zarzuela cada dia sofrerão mais reveses, porque são gêneros muito exigentes e que comportam autênticas inovações, e não há autoridade nem espírito de sacrifício para incorporá-las a um público que precisa ser dominado com elevação e em muitas ocasiões contraditado e atacado. É o teatro que deve impor-se ao público, e não o público ao teatro.

Para isto, autores e atores deverão revestir-se, mesmo à custa de sangue, de uma grande autoridade, porque o público de teatro é como as crianças nas escolas: adora o professor grave e austero que exige e faz justiça, e espeta agulhas cruéis nas cadeiras em que se sentam os professores tímidos e complacentes, que não ensinam nem deixam ensinar.

O público pode ser ensinado - repare-se que falo em público, não em povo -; pode ser ensinado, porque eu vi Debussy e Ravel serem vaiados há anos, e tempos depois assisti às clamorosas ovações que um público popular dirigia às obras que antes repudiara. Estes autores foram impostos por um alto critério de autoridade superior ao do público comum; o mesmo sucedeu a Wedekind na Alemanha e a Pirandello na Itália, e a tantos outros.

Há necessidade de assim proceder para o bem do teatro e para a glória e dignificação dos seus intérpretes. Há que manter atitudes dignas, com a certeza de que serão recompensadas com juros. O contrário é tremer de medo nos bastidores e matar a fantasia, a imaginação e a graça do teatro, que é sempre uma arte, e sempre há de ser uma arte excelsa, embora tenha havido uma época em que se chamava arte a tudo o que apenas servia para rebaixar a atmosfera e destruir a poesia.

Arte acima de tudo. Arte nobilíssima; e vós, queridos atores, artistas acima de tudo. Artistas dos pés á cabeça, pois que foi por amor e por vocação que haveis ascendido ao mundo fictício e doloroso das tábuas do palco. Artistas por ocupação e preocupação. No teatro mais modesto como no mais elevado deve sempre escrever-se a palavra "Arte" na sala e nos camarins, porque senão teremos que escrever a palavra "Comércio".

Não quero dar-vos uma lição, porque me encontro em condições de recebê-la. O entusiasmo e a certeza ditam as minhas palavras. Não sou um iludido. Pensei a fundo - e a frio - no que digo e, como andaluz, possuo o segredo da frieza, porque tenho sangue antigo. Sei que a verdade não a detém aquele que repete "hoje, hoje, hoje" enquanto come o seu pão junto à lareira, mas sim o que serenamente olha à distância as primeiras luzes da alvorada no campo.

Sei que não tem razão aquele que diz "Agora mesmo, agora, agora" com os olhos postos na garganta estreita da bilheteria, mas sim o que diz "Amanhã, amanhã, amanhã" e sente aproximar-se a vida nova que avança sobre o mundo.
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Extraído de Teatro Moderno, Luiz Francisco Rebello, 1964. Este artigo consta da revista Cadernos de Teatro nº 72/1977, edição já esgotada